Bem, antes de mais nada agradeço aos amigos do fórum pelos comentários.
Não pretendo entrar nos detalhes de cada comentário, até por falta de tempo no momento, mas pelo que vi a idéia (não consigo escrever idéia sem acento como quer esse esdrúxulo (des)Acordo Ortográfico) até que foi bem desenvolvida. Confesso que tive um certo temor de não ter sido muito claro, é que resolvi fazer esse questionamento pelo seguinte: por causa de toda essa calamidade pública que estamos vivendo, que aumentou mais ainda com o cruel e covarde assassinato da dentista,
Não vejo assim, que tenha "aumentado alguma calamidade" por isso. Não vejo porque se considere que provocar sofrimento em alguém piora a ação criminosa. Sofrimento passa, morte não (por enquanto, ao menos...). Se se estimulasse as sensações de queimadura numa vítima sem queimá-la de fato (admitamos a hipótese da viabilização e adoção desse procedimento criminoso como prática que se tornasse comum), apenar-se-ia tal individuo com algo maior do que por um crime fatal? Entendo que o tempo, devido à sua irreversibilidade, tomado da vítima no ato criminoso, deveria ser um agravante maior que o sofrimento causado. Se o bandido deixa a vítima viva e fisicamente íntegra, sofrimento não sequelante pode passar, mas o tempo perdido em ser abordado não volta mais; é parte da curta vida de cada um e ninguém deve ter o direito de tirar vida de pessoas, em qualquer quantidade que seja.
Não, não foi queimá-la o pior que fizeram; foi matá-la. É que uma coisa se confunde com a outra. O que se confunde intrinsecamente, confunde extrinsecamente, mas matar uma pessoa é muito pior, muito mais grave crime que queimá-la viva.
fiz alguns comentários não muito humanistas no Facebook. Defendi (e continuo defendendo) que para assassinos frios e irrecuperáveis só há duas formas de punição realmente justas: pena de morte ou prisão perpétua.
A única forma de punição justa para assassinos é a morte. A pessoa que foi morta não está presa até o fim da vida; está morta. Em muitas religiões determina-se que tal coisa é até boa! E essa perversão da realidade pode estar na raiz da brandura com que se aceita que um assassino permaneça vivo sobre o cadáver de sua vítima. Mas religiões... são o que são. E sabe-se muito bem que tipo de sociedades são as que estão dominadamente vinculadas a elas. Um detalhe curioso é que em sociedades em que a religião se estende até ao poder estatal de modo ostensivo, tende-se a adotar a pena de morte porque afrontar a deuses é imperdoável a tal ponto. Onde tal poder se enfraquece, os adeptos falam mais em "amor e perdão" e torelam a afronta à vida humana de tal forma. O aspecto comum que permanece em ambos os casos é que vidas humanas sempre valem menos que "algo maior" e só os bandidos prosseguem matando quem não é, nos momentos em que não estão se matando entre eles.
E um desses sonhadores da vida respondeu que violência só gera mais violência. Outro disse que é mais fácil culpar o criminoso do que dar qualidade de vida etc, etc.
"Mais fácil culpar criminoso"????! Que diabo de ideia é essa?! Criminoso não é culpado? São outros que põem a culpa nele? Dar qualidade de vida?! Para criminoso?! Para pré-criminoso não se efetivar?! Olha, é numa dessas que sempre me lembro daquela do Einstein: "não são os criminosos que me preocupam, mas os que "não são" e, todavia, nada fazem a respeito". Para mim, já há muito que ficou claro que essas bestas sociais que vagam por aí barbarizando das maneiras mais brutais inimagináveis tudo o que se move pelo caminho, rindo, se divertindo refesteladamente em ato, não são os mais perigosos. Esses são só predadores sociais. Os mais perigosos para mim são os que: me impedem de me defender das feras me inermizando de todas formas a eles possíveis; dizem que as feras não são feras; que o culpado sou eu... É desses que eu mais tenho que me defender. Não fossem esses, seria muito fácil proteger-me das feras; elas só me abateriam por extraordinário golpe de sorte delas e azar meu.
E o que tem que ver a mais que fantasia, nonsense total "resolver o problema como um todo" com regras? Pena de morte não é para "resolver problema"; é a única punição que faz sentido diante da regra de que não se pode matar em sociedade. Se se escreve e decreta (ou vice-versa) que é proibido matar e não se mata quem transgride tal determinação, então tal lei é uma falsidade, uma mentira, uma incoerência, inconsistência, produto de insanidade, total falta de sentido. A regra diz que não, mas a "punição" contesta; não é, de fato, proibido matar; não há o equilíbrio que é o próprio emblema da justiça, tão só um negócio em que se pode avaliar vantagens e desvantagens para ambos os lados. Não é necessário muito esforço para entender que o morto é sempre o mais prejudicado nesse "negócio" doentio. Uma sociedade que diz, em uníssono, que não adotar pena de morte é civilizado, é uma sociedade do apanágio mais bárbaro que se pode conceber, uma sociedade que faz o péssimo negócio injustificável de trocar seus melhores cidadãos pelos piores. As causas que conduzem a esse tipo de comportamento, essas sim, deveriam interessar mais aos religiosos sociais, esses que se dizem cientistas. Mas... esses parecem ser essa causa, o aspecto prontamente explícito da mesma.