No caso dos internos, eles não têm NENHUMA autonomia para decidir nada, apenas examinam, colhem histórias e fazem alguns procedimentos sob supervisão DIRETA do médico preceptor, já que o carimbo que constará no prontuário (e todas as consequências disso) será o deste. 
Possuem uma certa autonomia e evoluem o paciente no prontuário, dentro do âmbito da instituição de ensino. No estágio rural ainda mais. Até porque eles precisam aprender a ser médico e isso se faz fazendo e não apenas vendo.
Mas eles não têm carimbo (até onde eu saiba). Quem carimba e se responsabiliza por tudo é o médico preceptor.
Eles assinam como doutorando e o preceptor carimba.
Os profissionais do MM, ao que eu saiba, trabalham sem supervisão nenhuma e com completa autonomia, isso sem terem nenhuma formação em instituição reconhecida pelos órgãos competentes ou revalidação dessa formação pelos mesmos.
Primeiro, eles são médicos. Em segundo lugar, não é uma seleção sem critérios e isso já coloquei aqui várias e várias vezes. São médicos formados em instituições reconhecidas
Reconhecidas por quem? Quais cursos de medicina do exterior são reconhecidos aqui no Brasil? Me informe que eu estou por fora.
Reconhecidas como instituições de ensino e pesquisa na área.
que já exercem suas profissões em seus países de origem, com o reconhecimento do respectivo colégio médico,
Irrelavante, pois não estão sob o controle dos órgãos brasileiros e portanto não é possível saber a adequação da formação aos critérios brasileiros sem uma avaliação direta das instituições feita por técnicos brasileiros e sem TESTAR o conhecimento dos formados com uma prova OFICIAL e OBJETIVA.
São colégios médicos de países onde, ao contrário do Brasil, muitas vezes existe um exame de admissão para o exercício da profissão.
e, por fim, apenas alguns países estão aptos a "fornecer" o profissional. Além de passar por toda uma burocracia na embaixada para apresentar a documentação que é avaliada pelo MS,
Não tem como um órgão brasileiro assegurar que um documento emitido no exterior (ou seja, fora de seu controle) é verdadeiro. E mesmo sendo verdadeiro, não tem como saber a real qualificação do profissional sem testá-lo.
É uma série de documentos que são entregues na embaixada. Esses documentos são verificados junto à embaixada e às instituições que se referem (universidade, colégios médicos e polícia). A "real qualificação" tem como saber dos médicos brasileiros? Quanto aos estrangeiros, em grande parte há um exame de ordem. Lembrando que ele ainda passa 3 semanas em um curso, onde são avaliados. Além dessa avaliação, durante todo o processo está sob avaliação da instituição supervisora e da comissão estadual e nacional. Problemas detectados (e, não duvide, eles são detectados) podem implicar na exclusão do programa.
eles passam por um "internato" de 3 semanas
São 3 semanas puxadas de estudos e provas. Como você chamaria isso?
com provas para avaliar o conhecimento do idioma e conhecimento técnico.
Qual órgão faz e aplica as provas? Poderia mostrar os conteúdos das mesmas definidos na lei/estatuto/edital do programa?
Qual a percentagem de aprovação atual?
As provas são feitas e aplicadas pelo MEC através das universidades participantes. O curso de 3 semanas também é conduzido pela universidade, sob responsabilidade do MEC. Não tenho a ementa, mas trata de Saúde Pública e Coletiva no Brasil com enfoque na APS, terapêutica no Brasil, Epidemiologia dos principais agravos no Brasil, SUS, Programas e protocolos estratégicos, Sistemas de informação, Português e mais algumas coisas. Não tenho a média de aprovação, porém, considerando o último ciclo na RN, dos 5 inicialmente previstos, apenas 1 passou. 3 ficaram de recuperação.
Ele passando, é supervisionado por um médico supervisor diretamente na unidade de saúde. Essa supervisão consiste tanto em entrevistas com o médico, equipe e gestor, quanto análise de prontuários E acompanhamento de atendimento. Lembrando que é o que a legislação prevê e é semelhante ao que ocorre em vários outros países.
Será? Duvido...
Porque? Já acompanhou alguma supervisão?
Eu sei que o objetivo do governo ao abrir essa brecha é manter os profissionais atrelados ao programa MM, dado que uma revalidação lhes daria completa autonomia para trabalhar onde quiser, e logicamente eles iriam pra lugares que prestem. Mas legalmente não se sabe se eles são capacitados ou não para o serviço e precisam de supervisão, e esta na prática não está ocorrendo. É temerário*, mas como as possíveis vítimas são do povão...
O objetivo é manter o profissional no programa, mas também porque de outra forma o projeto não seria aprovado e a resistência pela classe médica seria ainda muito maior.
????????????
Desconheço até o momento alguma organização médica que seja contra a vinda de estrangeiros com diploma revalidado. Poderia nos mostrar um exemplo?
Não precisa ser contra (você não espera mesmo que alguma organização vá dizer abertamente que é contra), basta contar com um método que dificulte ao máximo a vinda desses profissionais. De todos os países do mundo, o Brasil é dos mais restritivos à entrada de médicos estrangeiros. A maior parte dos países ocidentais possui políticas de estímulo à vinda de profissionais estrangeiros, como RU, Austrália, Canadá, EUA.
Pessoalmente, acho que deveria ser expandido para a possibilidade de plantões dentro da rede de urgência e emergência do município, como prevê a PNAB.
Deveria expandir para cirurgias, para procedimentos complexos e tudo mais. Cessaria a exigência de diploma revalidado e traria qualquer pessoa com título de "médico" pra cá, nem que seja em cursos fantasmas. Em uma última etapa poder-se-ia colocar enfermeiros e técnicos para diagnosticarem, tratarem e operarem, poderiam colocar farmacêuticos para prescreverem à vontade.
Espantalho. Além disso é desconhecer até o exercício da profissão de enfermeiros (que também fazem diagnóstico de enfermagem, tratam, prescrevem e fazem partos) e farmacêuticos (que prescrevem dentro das atribuições legais).
Falando sério, eu sou contra porque, ao contrário dos PSFs, eu meus familiares também estamos sujeitos a serem atendidos em emergências do SUS também.
E qual a garantia que o médico brasileiro que está te atendendo possui a formação ou capacitação adequada? Maus profissionais existem em qualquer lugar, seja que nacionalidade for. E, como disse, a probabilidade de ocorrer com um médico do MM é menor porque são avaliados continuamente.
Quanto à temeridade, na minha experiência, os problemas que vejo são com médicos brasileiros, tanto em atendimento, erros de diagnóstico e prescrição.
Tem dados comparando-os?
Sim.
Eu também vejo mais erros de médicos brasileiros, dado que estou no Brasil.
Não estou dizendo na população médica em geral, mas entre os médicos brasileiros que participam do MM e os médicos intercambistas e cooperados do MM.
*É temerário não apenas por permitir que profissionais sem preparo atuem (os cubanos, segundo diversas fontes, têm em média o preparo de um enfermeiro brasileiro), mas também por abrir brechas para que pessoas que sequer são médicos entrem no sistema e atuem como tal. Uma prova de revalidação simples, fácil, objetiva e sem pegadinhas (como o revalida) já eliminaria isso.
Também, segundo fontes, os químicos cubanos têm em média o preparo de um físico brasileiro. Cara, conheço quem disse isso pela primeira vez e, sinceramente, é desconhecer completamente o que é a formação de enfermagem.
Na verdade é um elogio aos enfermeiros brasileiros. Embora não seja o foco do curso de enfermagem, os enfermeiros brasileiros estariam mais capacitados a conduzir pacientes do que médicos cubanos, segundo algumas fontes.
Elogio? Pelo contrário, é um completo desconhecimento da profissão de enfermagem. É imaginar que enfermeiro é um "meio médico" e não é (na verdade é uma frase na mesma categoria da pessoa que disse que uma médica cubana teria cara de empregada doméstica).
Você pode até dizer que os médicos cubanos são mal formados (o que não são),
Que dados você tem para apoiar isso?
Eu na verdade não me refiro à formação dos cubanos em geral, mas daqueles específicos que vêm ao Brasil e obtêm quase 90% de reprovação em uma prova idiota como o Revalida.
Posso usar os dados do Revalida mesmo, na verdade, ao contrário do que você colocou, os cubanos são o segundo grupo com maior índice de aprovação no Revalida, com 25% (A Venezuela possui aprovação de 27%).
APROVAÇÃO NO REVALIDA SEGUNDO A NACIONALIDADE DOS CANDIDATOS INSCRITOS
País de origem Nº de inscritos Nº de aprovados
2011 2012 2011 2012
Venezuela 7 11 3 (43%) 3 (27%)
Cuba 16 16 3 (19%) 4 (25%)
Argentina 20 10 6 (30%) 2 (20%)
Peru 46 39 3 (6%) 5 (13%)
Colômbia 22 30 6 (27%) 3 (10%)
Brasil 393 560 31 (8%) 42 (7%)
Bolívia 119 156 4 (3%) 10 (6%)
Países da Europa 13 20 2 (15%) 4 (20%)
Outros países
da América Latina 35 38 2 (17%) 4 (10%)
Países da Ásia 3 1 0 (0%) 0 (0%)
Países da África 2 2 1 (50%) 0 (0%)
Países da América
do Norte 1 1 0 (0%) 0 (0%)
TOTAL 677 884 65 (10%) 77 (9%)
Fonte: Inep/MEC
A brecha para profissionais não médicos (ou seja charlatães) atuarem é MUITO maior entre os não participantes do programa. Isso devido ao processo de seleção do programa,
Poderia mostrar como?
Posso. Basta uma cara de pau, um carimbo com um número e uma prefeitura do interior desesperada por um médico.
Para um charlatão conseguir passar no Revalida, terá que fazer um esquema tremendo pra colar na prova ou passar de cagada.
Mas você não acabou de dizer que o Revalida é uma prova idiota??? De qualquer forma isso é tentado (
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,pf-desmonta-esquema-de-revalidacao-de-falsos-diplomas-de-medicina,1087199,0.htm )
Mas não é necessário fazer o revalida para um charlatão atuar. Eles existem aos montes e vira e mexe algum é pego nos mais diversos serviços e municípios (vira e mexe através de denúncia).
Sem a prova, dependendo só de documentação estrangeira, politicagem, contatos e embromação com professores por uns dias, fica MUITO mais fácil.
Sem a prova ele tem que provar via documentação o curso, a carta da inscrição no conselho médico do país de origem e uma atestado da polícia do país de origem.
por outro lado, não é raro alunos de medicina do 5o. ou 6o. ano atenderem em municípios do interior e mesmo pessoas sem nenhuma formação atenderem como médicos (uma busca rápida, você vai encontrar vários casos disso - que são apenas aqueles que foram pegos). A fiscalização desse exercício seria do CRM, porém o conselho não tem condições de fiscalizar todas as unidades, então muitas vezes vai nos casos de denúncia.
Eles atuam sem documentação, dependendo apenas de não serem pegos. O programa MM torna mais fácil um charlatão atuar oficialmente e dentro dos conformes.
Eles atuam com carimbos emprestados ou falsificados muitas vezes. O controle do programa torna mais difícil a atuação de charlatão, como colocado acima.