Puxa, até que enfim os colegas apareceram. Bom, vamos lá:
Mas o texto não diz que existiram dois sudários. É uma conclusão sua.
Me diga uma coisa: é uma conclusão particularmente sua ou existem outras pessoas que acreditam nessa teoria?
Porque também não há nenhuma sugestão de que o sudário que surgiu em 1357 tenha sido considerado uma falsificação grosseira para os padrões da época. Na verdade, julgando apenas pela informação que você trouxe, apenas um homem fez esta acusação e afirma que o motivo foi a confissão do autor da peça, a quem ele teria conhecido pessoalmente.
Ótimo questionamento, Pedro!
Na verdade, não é uma conclusão minha e existiram sim outros estudiosos que chegaram a mesma conclusão.
Não foi apenas um homem que considerou o sudário francês de 1357 uma falsificação, pois temos Pierre D'Arcys, seu predecessor Henrique de Poitiers e o próprio rei Carlos VII que chegaram a essa conclusão depois de um estudo sobre a mortalha.
O último proprietário que possuiu o pano antes dele ser vendido para os Savóia foi uma parente dos de Charney que fez uma exibição na Bélgica. Lá, três membros do clero fizeram um inquérito e chegaram a mesma conclusão de que este sudário era uma pintura.
Ao mesmo tempo o sudário já era venerado como relíquia. Isso é o que diz o texto.
Sim, era sim, mas só pelo povão. O próprio Papa, que foi obrigado a permitir a exibição do pano devido as suas ligações estreitas (favoritivismo) com os De Charney, após as várias evidências de que esse sudário era uma pintura só admitiu que ele fosse exibido com uma condição, que fosse mostrado como um retrato ou cópia do verdadeiro sudário.
E sobre não ter sido pintado, bem, isso é o que dizem pessoas suspeitíssimas, ligadas a ICAR.
Aqui mesmo, o J. Cash, disse ter estado em Turim e ter visto o famoso pano, e para ele pareceu claramente uma pintura.
Olha, o texto em que você se baseia diz que em 1453, quando Da Vinci teria apenas um ano de idade, o sudário foi trocado por um castelo. Um castelo? Bem, quem deu um castelo por um pedaço de pano velho não deve ter achado uma falsificação tão tosca assim.
O primeiro parágrafo vou responder daqui a pouco.
Sim, Pedro, o Sudário falso foi trocado por um castelo porque o duque de Savóia, que era considerado um governante fraco e muito pio, realmente deve ter acreditado que se tratasse de uma relíquia real. Porém, aí há um detalhe surpreendente, o duque só chegou a exibi-lo uma única vez e depois escondeu o pano por uns bons 40 anos. Por que? A resposta é óbvia. Com certeza deve ter descoberto também que era uma fraude, senão por que esconderia uma coisa que foi trocada, como você mesmo falou, por um castelo se isso iria lhe trazer muito lucro?
Daí que entra Leonardo da Vinci na história e depois desses 40 anos, numa nova exibição pública do Sudário, de repente e daí em diante esta mortalha passa a ser uma relíquia considerada inquestionavelmente autêntica.
Bom, disso tudo concluímos que o primeiro sudário era um objeto facilmente identificado como uma pintura que foi desmascarada por várias pessoas.
Continua...