Eu postei um vídeo a esse respeito no Muro das Jubilações, então não vou postar aqui de novo, só vou escrever.
Uma das causas da péssima qualidade do serviço prestado é a falta de concorrência (como o Dâniel fala no vídeo, e eu julgo válido), já que o Estado só cede a concessão de uma linha pra uma empresa específica (se eu não entendi errado). Onde eu morava, por exemplo, em Bangu, no Rio de Janeiro, só tinha uma empresa, Andorinha, cujo número da linha era 745, que ia até onde eu morava. Era um inferno, já fiquei mais de uma hora no ponto esperando o ônibus passar. Porque? Simples, porque eu não tinha outra opção, ou esperava, ou andava quase uma hora, ou pegava outra linha e saltava longe de casa e andava também.
Depois que começou a surgir essas paradas de vans e kombis, lotou de 'linhas' de transporte alternativo lá pra onde eu morava. Eram várias opções, de minuto em minuto passava alguma van ou kombi indo pra lá, e o preço da passagem, enquanto o ônibus tava quase R$ 2,00, era de R$ 1,00. Não tardou pra Andorinha começar a botar ônibus novos na linha 745 e criou outra linha, 797, que fazia metade do trajeto (ia só até Bangu e voltava, a 745 ia até Cascadura e voltava), e era mais barata que a outra.
Não existe serviço gratuito. Esse lance de passe livre não é de graça, como pensam. E a maioria pensa assim, porque quando eu fazia ensino médio, fui a umas passeatas de passe livre, e todo mundo sempre achou que era pra lutar por passagens gratuitas, quando, na verdade, quem tá pagando são os outros.
Talvez a manifestação devesse ser contra esse monopólio de linhas de transporte, imposto pelo Estado, e não contra o aumento das tarifas (que é também o próprio Estado quem determina, eu acho), já que acabando o monopólio, a tendência seria o serviço prestado melhorar e o preço reduzir, por consequência da concorrência.