[1] Em nenhum momento eu afirmei que eles "somente trazem benefícios". Isto fica por sua conta. O que eu afirmei (e re-afirmo) é que os programas sociais trazem benefícios para os que deles se destinam. Isto nada mais é que a própria definição de "programas sociais".
[2] Mas ao fazer isto, o Estado está drenando recursos de outros cidadãos que muitas vezes tem que pagar muitas outras contas suas (e de outros) e não tem nenhum tipo de contrapartida do Estado ou, pelo menos, tem uma contrapartida muito menor do que eles contribuíram.
[3] Além disto, ao fornecer ajuda assistencialista, o Estado (e é claro, os governantes) forma uma leva de indivíduos que acham que o próprio Estado e os outros indivíduos estão aí para servi-los.
[1] Mas foi o que o texto disse! Que programas sociais podem trazer resultados positivos. Agora, [2] que o estado nossa peca na eficiência, isso é de opinião geral, minha inclusive, e em nenhum momento foi questionado em lugar algum. Repare no que eu disse inicialmente: trazem resultados positivos, mas tem que ser controlados com rigor pra não acontecer o que normalmente se vê na imprensa. Estamos, então, discutindo a abrangência desse resultado, não?
Não, eu não estou apenas discutindo abrangência e sim questionando a própria existência de alguns "programas sociais".
[3] Fiquei com a impressão de que você disse que todo pobre é folgado, preguiçoso e vagabundo. Quase consigo escutá-los: se o Estado me provêm, por que vou trabalhar? Enfim, é o que você acha, ainda que sem embasamento algum!
Decida: Ou você "teve a impressão" ou tem "certeza" sobre o que eu penso dos beneficiários dos programas. Me informe assim que escolher.
Quanto a sua acusação de que não tenho embasamento para o que escrevo: No começo da semana um cliente que é proprietário de um estacionamento, despediu dois funcionários porque desde meados do mês de novembro eles vinham cometendo erros que acarretaram em aborrecimentos e algum prejuízo material. Ontem um dos funcionários remanescentes afirmou que os despedidos forçaram este contexto de demissão porque eles eles planejaram passar os meses de dezembro e janeiro no litoral local, recebendo o seguro-desemprego cujo valor é semelhante aos que eles ganhavam com o salário. Resumindo: Um caso clássico de safadeza amplificado e aplicado pela natureza do sistema.
E antes que você venha com o seu 'discurso de advoguês' ou com uma catilinária moralista, eu afirmo que este caso não pode ser generalizado e nem é (acho) representativo da maior parte das pessoas que trabalham como empregados.
E o que isso tem a ver com o que eu disse inicialmente: que eles podem, à despeito dos problemas de controle apresentados, resultar em ganhos para a sociedade?
[4] Eu faço parte da sociedade há muito tempo. O que eu ganho (ou ganhei) com isto?
[2] e [4] Quanto ao retorno que se espera, ele abrange uma infinidade de expectativas de uma sociedade, da existência do estado em si (eu prefiro viver sob um do que sobre nenhum, vide Somália!), àquilo que vejo eu seria de sua competência básica: segurança, saúde, educação e justiça. Ainda que em muito ineficiente, permeado por uma burocracia do pesadelo, executado em geral por um monte de preguiçosos, você tem isso a sua disposição. Se você não sabia, é isso o que muito mal você ganha.
Eu não "ganho" nada ou "ganho" (e eu tenho certeza que nada "ganho" porque pago por isto via impostos diretos e indiretos) muito pouco do que você descreveu. A educação e a saúde de minha família foram ou são bancadas por mim. Todo o uso do judiciário que fiz nos últimos 15 anos foram pagos por mim. E a segurança... bem, a segurança eu não tenho condições de ter uma que seja particular e eficiente. Então eu adoto procedimentos básicos de segurança e conto com a "sorte" porque do Estado eu não posso esperar nada.
O texto em comento traz 5 ou 6 programas sociais e você diz que isso pode gerar "cidadãos-dependentes". Ao ser confrontado, você solta algo sem relação alguma com sua afirmação precedente: "vide bolsas-xxx".
Existem vários casos trazidos pelo Arcanjo, em outros tópicos, de pessoas que hoje vivem em função do assistencialismo quase todas sob a forma de uma "bolsa-sei-lá-o-quê". Várias não querem trabalhar mais.
E fecha sua ideia com números que não corroboram sua asserção anterior e muito menos têm relação alguma com o que está sendo discutido. E daí que 95% fizeram o saque? Isso faz deles "cidadãos-dependentes" por quê? Nenhuma dessas pessoas trabalham? O quanto elas representam da população beneficiada pelo tal "ônibus amarelo" ou então de alguma dos programas comentados no texto? Que seja então dos bolsas xxx...
Ou eu não fui claro ou você está com algum problema de entendimento. Ainda que o tópico apresente questões sobre alguns programas assistencialistas, eu me posicionei contra os programas em geral porque eles propiciam um padrão de comportamento nefasto, que varia da 'cultura de dependência' até o mal-caratismo, como no caso em que eu relatei dos funcionários do estacionamento.
Em tese, eu não sou contra os "programas sociais"
per se. O que eu me oponho é a ação sem a discussão com a sociedade sobre tais programas, porque eles resultam em custos enormes para uma parte da sociedade e sempre são usados como "cabos eleitorais" para os populistas de plantão.
E mais Geo, os impostos estão aí também pra isso. Qual o problema?
Qual é o problema?
Para você eu não sei mas para mim é óbvio. Pago anualmente mais de R$ 100.000,00 em impostos diretos e não recebo nem uma fração disto de volta.
Resumindo: Cansei de bancar a conta dos outros, especialmente dos "barnabés" e dos "assistidos-do-estado" ao mesmo tempo que vivo na insegurança, correndo riscos enormes e contínuos como empresário e como autônomo.
Eu disse que os impostos estão aí pra programas sociais, TAMBÉM! Você vive numa sociedade organizada, sob um estado de direito, você têm que pagar imposto se quer que isso continue a acontecer.
Isto é completamente discutível. Vai depender do tipo de organização social pleiteada pela sociedade. Mas concordo com você que no atual modelo em que vivemos, algum tipo de imposto tem que existir para manter o Estado.
E o quanto você paga é irrelevante: imposto não é de gasto vinculado, muito menos você vai ver uma plaquinhas com as inscrições: "Agradecemos ao Geo pelos 100mil pagos", parece até que está querendo se gabar!
O quanto eu pago É relevante para mim porque o Estado foi feito para servir à sociedade (ou seja, ao conjunto de indivíduos) e não o contrário. E eu não quero nenhuma placa, condecoração ou comenda.
E NÃO eu não quero me "gabar". Eu apenas citei um número como exemplo da minha contribuição para o Estado e para a sociedade. E a contrapartida que recebo é ínfima.