Depois da enorme repercussão e do estrago que o episódio poderia provocar
O trecho só reitera a preocupação da empresa em não tomar uma medida que seja impopular e possa afastar potenciais consumidores, é o mesmo motivo pelo qual a Globo demorou tanto a mostrar um beijo gay ou pelo qual o Fluminense mandava seus jogadores negros usarem pó de arroz pra disfarçarem o bronzeado natural.
Ué cara, não estou entendendo. Esse é exatamente o ponto.
Olha, eu não acho que deveríamos levar a explicação da noticia acima como a postura legitima da empresa, já que demonstramos a extrema parcialidade e atitude tendenciosa da autora do artigo em fazer tudo isso parecer um caso de discriminação evidente. Na minha humilde opinião ela pode estar mais uma vez neste trecho, tentado polemizar a situação com uma informação falsa. Segundo comunicado oficial
1 a empresa disse que “a discussão sobre a desigualdade salarial entre Barra e seu antecessor é prematura e falha”, uma vez que esse valor abrangeria apenas duas das três fontes de receita de Barra. “Incentivos específicos de longo prazo serão incluídos no formulário da empresa em Abril, o que provavelmente vai dissipar qualquer noção de pagamento desigual”, acrescentou o comunicado. “Os acionistas da GM no Encontro Anual deverão aprovar a parte de longo prazo do pagamento.” Ou seja, segundo o comunicado oficial da GM a informação acima dada pela autora da noticia publicada na ISTOÉ de que a atitude de apresentar um rendimento de Barra 47% superior ao do presidente antecessor como uma medida de evitar má propaganda seria simplesmente falsa. É claro que isso é contestável, pois a GM teria interesses no caso em manter a questão assim, mas a noticia da autora da ISTOÉ também é contestável por motivos semelhantes, além do fato dela ter até o momento se mostrado altamente parcial e pouco confiável. Não obstante, ignorando todo este caso, é de que se confirmado o rendimento total da atual CEO da GM, o seu rendimento seria simplesmente 47% maior do que o de seu antecessor, apesar da pressão dos acionistas em que os rendimentos dos CEO's fossem reduzidos. Ou seja, seria uma mulher novata na presidência, ganhando mais que seu antecessor homem mais experiente, e isso tudo em tempos de crise.

Importa saber se pesa a questão do gênero
É claro que importa saber se pesa a questão do gênero, o problema é que esta característica da diferença de gênero como importando é tomada como uma premissa verdadeira de imediato, antes que qualquer avaliação mais crítica e aprofundada seja realizada. Como demonstrado aqui no decorrer do debate, e como fica evidente no próprio texto da noticia, foi considerado desde o início que a diferença dos rendimentos apresentados entre a atual presidente e seu antecessor existia por decorrência de uma discriminação de gênero, o que não se confirmou visto os dados por nós aqui apresentados.
porque uma das alegações feministas é que a riqueza é um dos principais diferenciais nas relações de poder
Isso já foi refutado, como segundo comentários de especialistas da área, apresentados em comentários anteriores, o poder não esta na mão de quem possui o dinheiro e nem mesmo na de quem gasta, mas sim na de quem mais se beneficia com ele, sendo neste caso as mulheres, que não só são as que mais se beneficiam com ele, mas também as que controlam a maior parte do mesmo, isso tudo apesar dos homens de forma geral terem um rendimento um pouco maior.
o que insere tantas variáveis na questão que até mesmo o problema dos privilégios se torna discutível, embora se reconheça que a área de atuação, horas trabalhadas, periculosidade e tudo mais explique grande parte das diferenças, o que é normalmente omitido pelo discurso ativista, para, inclusive, não tomar o mesmo caminho.
Este quadro vai mais além do que os exemplos apresentados pelo Donatello. A principal característica que influencia no resultado das mulheres terem de forma GERAL rendimentos menores do que os dos homens, apesar de terem também de forma GERAL uma melhor formação, é o de que as profissões que elas optam por escolherem estão mais voltadas para áreas sociais, que pagam menos do que as áreas técnicas, áreas onde a maioria dos homens se encontram em atividade. Ai vale um detalhe, que como já dito por mim, nas áreas sociais as mulheres são não somente maioria, como possuem também os maiores rendimentos.
Não consegui entender o como a omissão desta frase alteraria qualquer coisa na discussão sobre a validade ou não das alegações feministas sobre a MOTIVAÇÃO de existirem diferenças salariais entre gêneros.
Porque ela corroboraria as alegações feministas? 
Na minha opinião corrobaria na verdade a afirmação de que as mulheres possuem muito mais poder e influência do que dizem ter, pois se de fato elas fossem oprimidas e discriminadas como gostam de dizer que são, como é que com apenas uma reclamação delas seria capaz de fazer os homens que estão no poder mudarem de ideia e triplicarem os rendimentos da dita CEO da GM, não só superando o de seu antecessor em mais de 47%, mas como indo na contra mão de todo novo CEO (de forma geral), que é de ganhar menos do que seu antecessor. E mais do que isso, em plena crise das montadoras de auto-móveis. Intro novamente na contra mão, a exemplo da troca de CEO's na Ford?
Mas deixando de lado a questão dos gêneros
Acho que depois de refutada deveria mesmo ser deixada de lado, a não ser que algum contra-argumento realmente forte seja apresentado.
se pesa a favor de um o excelente currículo, pesa a favor de outro excelente histórico de resultados dentro da empresa. Contudo, o primeiro foi contratado a peso de ouro comparativamente, justamente num dos momentos mais críticos (acho que essa aqui é a principal questão), em 2010, ano seguinte ao da empresa ter apresentado pedido de concordata (quando os acionistas teriam começado a exigir a redução de salários), já tendo recorrido à ajuda governamental no ano anterior para resolver seus problemas de liquidez (ano em que explodiu a crise), não tendo, aparentemente, seus rendimentos sujeitos nem a aprovação dos acionistas e nem ao desempenho da empresa, como alegado após a repercussão do caso, para justificar a diferença. O que, é claro, também não impede que haja outra explicação razoável.
Ele foi contratado pare substituir Ed Whitacre, que após ficar poucos meses na presidência acabou por renunciar. As estimativas dos rendimentos de Ed eram de de cerca de US$ 9 milhões por ano
2, o mesmo valor obtido por Dan Arkeson. Eu não sei os motivos dos rendimentos de Dan terem sido equivalentes aos do Ed durante a troca. Mas para efeito de comparação fui buscar informações nos rendimentos do CEO da Ford no mesmo período em que ocorrera esta mudança de CEO's na GM, e apesar das duas empresas estarem a passar pelo mesmo período de forma assemelhada, não houve redução alguma nos rendimentos do CEO Alan neste mesmo período de 2010 lá na Ford, tal redução só fora ocorrer na Ford no ano seguinte, mas a grande redução dos rendimentos recebidos por um CEO na Ford só fora ocorrer em 2014 com a troca dos CEO's, quadro semelhante ao ocorrido na GM, onde no entanto o fato do antecessor ser um homem e a sucessora uma mulher serviu como quadro perfeito para os "ataques" feministas de que o motivo da diferença de rendimentos era de discriminação de gênero. O que até o momento não se confirmou.
Como já alertado e como por você mesmo lembrado, pode haver outras explicações razoáveis para tais episódios. Mas é bom lembrar que quanto maior o número de fatores e variáveis levados em consideração, mas preciso e crítico de fato será a analise, e este tipo de conduta infelizmente não costuma ser adotada por movimentos feministas, que não só a falta de rigor ao analisar tais dados, acaba por passar também a impressão de extrema parcialidade e atitude tendenciosa na fraude e manipulação da forma como informações como as de cima são apresentadas, com objetivos de que tal apresentarão (maquiada, fraudada e manipulada) favoreça a sua causa.
1 Cf.
GM Statement on CEO Mary Barra’s Compensation2 Cf.
General Motors CEO Edward Whitacre receives $9M pay package