Bom galera, o Barata Tenno afirmou em certo momento que os direitos dos homens quando não são respeitados, isso acontece por decorrência de atitudes machistas, ou seja, o homem próprio é culpado de seu direito não ser respeitado, e pejorativamente rotulado como machista, mesmo quando ele é a vitima.
Abaixo, eu apresentarei a opinião de uma mulher feminista sobre o que ela pensa dos direitos dos homens.
MAS E OZOMI?Por
Anna Carolina Soares | março 12, 2014 |
Destaque, Feminismo, Sociedade |
10 ComentáriosUltimamente, tenho presenciado virtual e fisicamente, embates cada vez mais constantes quando o assunto é a participação masculina no feminismo. É chato pra caramba ter que escrever um texto sobre isso, uma vez que o foco do feminismo é a mulher e pelo amor de deus a gente nem deveria se dar ao trabalho de ter que ficar discutindo esse tipo de coisa e eu sinceramente não tenho muita paciência pra ficar me explicando nesse sentido, mas senti a necessidade de esclarecer alguns, enquanto mulher e enquanto militante do movimento feminista, até pra que nós sejamos um pouco menos incomodadas dentro dessa discussão, porque insistem em bater na mesma tecla repetidamente e, caras, isso cansa. Isso cansa pra caramba até porque é uma forma bem babaca de quererem mudar as nossos debates pra algo que está minando o nosso protagonismo, ocupando o nosso tempo com algo que deveria ser entendido por uma simples questão de empatia. Mas vamos lá.
A participação do homem no feminismo, na realidade, a coisa é bem mais simples do que parece, gente. Na luta do oprimido não há lugar para a voz do opressor.
No caso do feminismo, não há – e nem deve haver – espaço para a voz masculina, nesse sentido de ditar como deve-se fazer o feminismo, nem em outro sentido. Por quê? Porque o homem é privilegiado, porque as mulheres precisam do espaço exclusivo do feminismo para se articularem, para dialogarem entre si e entenderem as formas de combater o patriarcado. Querer invadir um dos únicos espaços onde a mulher pode ter segurança sem ser silenciada é uma coisa extremamente leviana. Querer se colocar como “vítima de opressão das feministas” por elas se colocarem nessa questão, é mais leviano ainda. é muito desonesto você colocar esse tipo de argumento.
Voltando a um tópico de discussão que eu comecei ali em cima: Os homens são privilegiados. Isso não é uma questão de escolha, é uma questão de passabilidade (ou seja, a leitura social que fazem de você). A partir do momento em que você é lido como um homem, você é privilegiado e exerce opressão. Como eu disse, não é o tipo de coisa que você escolhe, porque é algo enraizado no sistema.
Eu vejo muitos homens se colocando como ofendidos quando acusados de opressores, então deixa eu dizer uma coisa aqui pra vocês: Gente, isso não quer dizer que você é uma pessoa ruim, odiosa, babaca, não. Só estamos te dizendo que você nos oprime porque estamos inseridos num sistema onde você é o cara que tem privilégios e em nível social não é algo que você possa evitar. Parem de se doer porque aqui nos estamos falando de um esquema sistemático que implica não somente na individualidade, mas em leituras enraizadas – tô repetindo bastante isso mesmo, pra ver se todo mundo entende.
Mas e então, o que os homens podem fazer no feminismo?
Como eu disse, há muita discussão acerca da participação de homens, sendo que algumas mulheres não a admite. E não, essa não admissão não é sexista. É uma defesa do espaço exclusivo do feminismo que deriva, entre outras coisas, do medo de ser silenciada, medo de “ah, mas você está exagerando”. O nosso espaço não deve ser questionado ou desrespeitado em nenhum nível, e se ocorre uma exclusão masculina em agendas feministas, o que o homem deve fazer é calar-se e entender que está sendo excluído por conta do seu privilégio, por representar ameaça à voz feminina. Ou seja: escute. Você quer dialogar sobre feminismo, expor dúvidas, chegue com cautela, sem querer impôr nada, porque, repetindo, o espaço não é seu. Você pode ler muito sobre feminismo, buscar atentar-se pro movimento, mas nunca tentar ensinar o feminismo para uma mulher. “Ah, mas como eu vou deixar uma mulher ter uma atitude machista?” e eu respondo: Você deve ter amigas feministas, deixe que elas falem pra outras mulheres, porque isso, além de tudo, incentiva a sororidade. Não se aproprie. Eu digo isso porque vejo muito isso de homens querendo ser professores de feminismo e não me desce. Por mais que você entenda de feminismo, a sua experiência é no máximo de empatia, não é uma relação direta com a opressão. E meu amigo, a experiência com a opressão é muito mais significativa do que o academicismo. Então se vocês querem ser traidores do patriarcado, comecem por entender os protagonismos. Tomem cuidado com o mansplaining, e não coloquem o ego de vocês em busca de uma carteirinha de feministo que isso não ajuda a gente.
Uma coisa muito importante que eu acho interessante os caras que apóiam o feminismo fazerem é se colocar dentro dos círculos que frequentam que não tem espaço para mulheres, ou onde elas são extremamente hostilizadas e silenciadas, para que elas tenham voz. Isso mesmo, ajudar no processo de empoderamento. Chegar na mesa de bar onde os amigos começam a fazer piadas machistas e mandar todo mundo calar a boca, discutir com as agendas dos movimentos de esquerda para que se entenda que não existe mais lugar na luta para machistas. Abrir espaço onde só homens tem voz, convergir as agendas e respeitar. Ouvir, calar. Entender que as mulheres tem que fazer o movimento e que ele nos pertence. Ele é a nossa via de empoderamento.
Usem a empatia de vocês pra entender isso e não para pagar de feministos ou para se doerem que nem idiotas porque não são permitirmos que vocês entrem no nosso espaço. A insistência de vocês não passará.
Reitero que eu realmente não queria ter que escrever sobre isso, especialmente porque eu não acho que tenhamos que nos justificar nesses termos. Nós temos que lutar.
No mais, nós não devemos e nem vamos pedir licença para isso.
Autora: Anna Carolina Soares
Fonte:![](http://www.histeria.blog.br/wp-content/uploads/2014/03/histeria_logo.png)
Depois de ler este discurso muito igualitário e justo, decide dar o meu humilde feedback, escrevendo que, apesar do movimento feminista se dizer igualitário, visando o bem de todos, a autora do artigo inicia seu discurso afirmando que os direitos dos homens devem serem ignorados pelo movimento,
“uma vez que o foco do feminismo é a mulher.”Ainda, segundo ela, até mesmo
“A participação [do homem no feminismo deve ser limitada, visto] que na realidade, a coisa é bem mais simples do que parece, gente. Na luta do oprimido não há lugar para a voz do opressor.”Ou seja, somos sumariamente rotulados como opressores através de um processo de pré-conceito que é justificado da seguinte maneira,
“Eu vejo muitos homens se colocando como ofendidos quando acusados de opressores, então deixa eu dizer uma coisa aqui pra vocês: Gente, isso não quer dizer que você é uma pessoa ruim, odiosa, babaca, não. Só estamos te dizendo que você nos oprime porque estamos inseridos num sistema onde você é o cara que tem privilégios.”Ou seja, parte-se do pressuposto auto-imposto como uma verdade auto-evidente e inquestionável, de que homens são privilegiados e que por isso não tem direitos de livre expressão.
E qualquer critica a esta alegação, bem como ao movimento em si, mesmo que bem fundamentada, é interpretada como uma heresia ao dogma do patriarcado opressor auto-imposto pelo movimento feminista, como demonstrado pelas próprias palavras da autora, nesta passagem:
“O nosso espaço não deve ser questionado ou desrespeitado em nenhum nível, e se ocorre uma exclusão masculina em agendas feministas, o que o homem deve fazer é calar-se e entender que está sendo excluído por conta do seu privilégio, por representar ameaça à voz feminina.”Segundo ela,
“o espaço não é seu[homem]. Você pode ler muito sobre feminismo, buscar atentar-se pro movimento, mas nunca tentar ensinar o feminismo para uma mulher.” Ou seja, mesmo que você possua formação especializada, conhecimento de campo, estudos consistentes, e demais características necessárias para produzir um bom estudo (trabalho) sobre o tema, de nada valerá a sua palavra se você for homem, onde novamente tu é vitima de discriminação simplesmente por causa do seu gênero.
Ela ainda diz que esta não é uma atitude sexista e discriminatória,
“algumas mulheres não a admite [opiniões masculinas no movimento]. E não, essa não admissão não é sexista.” Enquanto sabemos que o inverso sempre seria interpretado como uma atitude sexista e discriminatória, mesmo que o direito a opinião de uma mulher fosse vetado por circunstâncias não relacionadas ao seu gênero, como a de ela não possuir qualificação comprovada para tal.
Ou seja, não há uma congruência ai com o principio de igualdade, pois segundo elas homens podem serem discriminados simplesmente por serem homens, enquanto mulheres merecem primazia simplesmente por serem mulheres.
Em outro momento a autora afirma categoricamente que
“Uma coisa muito importante que eu acho interessante os caras que apoiam o feminismo fazerem é se colocar dentro dos círculos que frequentam que não tem espaço para mulheres, ou onde elas são extremamente hostilizadas e silenciadas, para que elas tenham voz. Isso mesmo, ajudar no processo de empoderamento. ”Ou sejam, é vetado ao homem o direito deste manifestar opiniões dentro de espaços feministas, mesmo que estas sejam relevantes e consistentes, simplesmente por ele ser homem, enquanto é exigido dele na mesma medida, que se esforce para dar voz as mulheres nos ambientes onde elas são pouco presentes. Muito igualitário e justo, não? Além disso, nem um pouco sexista.
Segundo ela, o papel do homem é o de simplesmente
“Ouvir [e se] calar.”, quando mulheres estão a falar, no entanto agir com rispidez e agressividade quando outros homens fazem comentários que desagradem o movimento, como explicitado nas próprias palavras da autora nesta passagem:
“Chegar na mesa de bar onde os amigos começam a fazer piadas machistas e mandar todo mundo calar a boca.” Novamente uma atitude nem um pouco sexista e evidentemente muito igualitária. (Irônico)
E então ela finaliza dizendo que
“Usem a empatia de vocês pra entender isso e não para pagar de feministos ou para se doerem que nem idiotas porque não são permitirmos que vocês entrem no nosso espaço. A insistência de vocês não passará.”Ou seja, nós devemos ajudar, mas não merecemos crédito algum, devemos nos calar e somente ouvir, como escravos, mesmo que tenhamos boas opiniões, além claro, de aceitar tudo que elas dizem como verdades absolutas incontestáveis, enquanto reagimos com rispidez a toda teoria contrária a causa pseudo-igualitária delas.
Há, e para lembrar, todos estes comentários da garota acima estão escritos num texto que trata sobre a alegação que pede atenção para os direitos dos homens, apesar de seu discurso poder ser resumido na ideia de diminuir os já poucos direitos que dispomos, sem que possamos nos opor a isso, na medida em que os delas são aumentados incontestavelmente.
Então amigo Barata Teno e demais foristas participantes do debate, evidentemente a atitude de privar os direitos dos homens não pode ser resumida como uma atitude machista, onde tal acusação coloca-se sobre o homem um estigma envolto num conceito que antes significava características de macho, e hoje significa simplesmente uma ofensa ao homem, o culpabilizando por todas as mazelas dos relacionamentos sociais, sendo tal acusação somente mais um exemplo de sexismo, que como visto, é cometido por mulheres, ditas adeptas do movimento feminista, criador do sentido pejorativo de "machismo".
E antes que vocês venham com o discurso de que estas mulheres representam uma minoria do movimento, façam o favor de ler os comentários do artigo acima, lá no blog da moça, onde todas as mulheres feministas que comentaram, concordaram incondicionalmente com os comentários sexistas da autora.
É por estes e outros motivos que devo discordar do Barata e dos demais foristas que insistem em culpabilizar o homem, e sempre ele, nos atos criminosos cometidos tanto por homens quanto por mulheres, colocando na balança do "machismo" em sentido pejorativo, termo extremamente sexista e que mancha a imagem os homens de todo o mundo.
Abraços, e abram os olhos para a verdadeira discriminação de gênero, e não para estas pseudo-discriminações pintadas por este movimento pseudo-igualitário, que se tornou o movimento feminista em sua maioria.
Abraços!