Sua perspectiva está levando em consideração estritamente apenas a sua perspectiva, e não o incômodo e eventual sensação de ameaça pelo que essas hipotéticas ou reais mulheres próximas passariam. Era mais sobre isso que eu me indagava.
Se mulheres forem doutrinas/condicionadas a associarem qualquer aproximação/atenção incômoda recebidas por homens desconhecidos como situações de perigo de estupro e/ou assédio, como vem acontecendo nas campanhas e discursos feministas, que abertamente advertem as mulheres para a ideia de que todo homem é um estuprador em potencial, e de que cantadas são na verdade assédio sexual, e uma preliminar para o estupro, o que ira acontecer é uma histeria-paranoica generalizada,
Sim, isso é problemático, mas também é não é exatamente simples a questão de não se ter paranóia. Você não toma qualquer cuidado para não ser roubado, por exemplo? Quantas dessas vezes em que tomou cuidados, houve de fato tentativa de crime? Você provavelmente tranca os portões ou porta de sua casa ou apartamento todos os dias/noites, mas não são pequenas as chances de que ninguém tenha uma vez sequer tentado entrar. Você provavelmente não deve ver com bons olhos elogios ou até olhares a ítens mais visados que estivesse carregando ou vestindo, dependendo de onde estiver andando.
Criminosos não saem por aí com crachás anunciando sua área de atuação. Homens tem o privilégio (odeio usar o termo) de serem muito menos comumente vítimas de estupro (e até vítimas não-preferenciais de crimes contra a propriedade pelo mesmo motivo), uma vez que são mais fortes que mulheres, e também por mulheres raramente precisarem estuprar.
Eu entendo que o risco existe, e que cuidados devem serem tomados, mas deve haver um limite para aquilo que se considera situação de risco, no caso de um carro por exemplo, posso contratar um seguro, colocar sistema de alarme, e sempre que sair, deixa-lo fechado e levar comigo a chave de ignição, mas não posso por exemplo, andar armado, e sempre que alguém se aproximar do meu carro, e eu julgar arbitrariamente esta situação como uma de perigo eminente de roubo, apontar a arma e disparar contra o suspeito. Isso seria um exemplo de histeria-paranoica oriunda de uma crença que limita minha interpretação da realidade a níveis perigosos.
Da mesma forma, uma mulher pode evitar andar em ruas escuras a noite, e sozinha, pode evitar usar roupas muito sensuais em locais mais afastados do público, pode evitar passar próximo de alguém que ela tenha achado suspeito, evitar beber de mais por exemplo, para escolher melhor seus parceiros sexuais. Mas seria histeria, paranoia e exagero acusar um homem que lhe chamou de gostosa de assediador planejando um estupro, ou de considerar estupro onde ela após beber umas e outras (mais ainda consciente o suficiente para consentir) o sexo consensual que teve na noite passada com um cara que não teve lá um bom desempenho sexual, levando-a a se arrepender doa to e então acusar o pobre coitado de a ter estuprado.
com mulheres vendo assédios até mesmo em trocas involuntárias de olhares com homens, ou acreditando que o sexo ruim da noite passada foi na verdade estupro.
E isso, não é também paranóia?
Quantas vezes isso ocorre, acusação de estupro por sexo ruim na noite passada? Será que os homens masculinistas também não estão sendo "doutrinados/condicionados a associarem qualquer oportunidade de acusação de estupro imaginável como situações de perigo de acusação de estupro e/ou assédio"?
Discursos feministas consideram exemplos como o de cima como assédio sexual e estupro, e se conseguirem tornar esta ideia como uma interpretação de senso comum em nossa sociedade, isto seria um perigo eminente. No Brasil, ainda não o é assim, mas em países como a Suécia, já se tornou uma realidade. Por isso eu estou dizendo que temos que refrear estas ideais a tempo, antes que se tornem reais como já o é na Bélgica e na Suécia.
Estes países estão no topo dos com maiores denuncias de estupro do mundo, apesar de estarem também entre os mais seguros para se morarem, uma das explicações para o número absurdo de denuncias e condenações de estupro em países como estes, é a forte influência do feminismo, que conseguiu esticar o significado de assédio sexual e estupro para coisas como cantadas e sexo consensual desagradável.
Como se compara a estupro dentro de um casamento, em freqüência?
Da mesma forma que em casos normais, se não é consensual é estupro, se é consensual não é estupro. Sobre a frequência de denuncias, condenações e falsas acusações de estupro em casos de casais, eu não tenho conhecimento de nenhum estudo ou dados sobre.
O sofrimento delas pode até ser real, aquele após ter tido uma noite de sexo consensual ruim e por isso ter achado que foi estuprada, ou aquele que veio depois do elogio de bonita no metrô, que na verdade não foi interpretado como uma cantada, mas sim como um assédio sexual que podia ter levado ao estupro. Mas a causa primária não seria nem a cantada e nem mesmo o sexo ruim, mas sim a histeria-paranoica que ela vive, que é capaz de limitar-debilitar sua interpretação da realidade ao ponto de torna-la insuportável, transformando simples comentários e/ou atitudes normais em situações de perigo e sofrimento.
Você novamente não respondeu o que eu perguntei, apesar do esclarecimento. A questão é sobre "o outro lado", não que você não quer ter censurado seu direito de dar cantadas que podem ser mal interpretadas.
Tentando colocar ainda de forma mais clara, imagine-se então, assediado em diversos níveis por grupos de wrestlers gays-ou-mulheres não-atraentes peso-pesados(as). Até que nível você consideraria isso aceitável, em termos do grau das cantadas, e de freqüência? Quando isso começaria a ser um incômodo o suficiente para ser razoável propor-se haver alguma espécie de ameaça legal preventiva contra isso? Ou é algo que você de fato acharia que tem que ser obrigado a aturar, por mais incômodo que ache? Considere também que tenha conhecidos que tenham sido já estuprados por wrestlers gays-ou-mulheres não-atraentes. Tente descontar o aspecto "surreal" da situação, uma vez que o análogo para o sexo feminino é real.
Se as propostas sexuais forem constantes/frequentes, e se envolverem alguma forma de ameaça, coerção, chantagem ou intimidação, ai eu consideraria como assédio sexual.
Se houvesse toques sexuais também, contra o meu consentimento, eu já consideraria como uma tentativa de praticar molestar-me sexualmente.
Agora, se me chamarem de gostoso, gato, ou coisas do tipo, olhar e etc, e isso não fosse frequente e/ou em meio a alguma proposta com ameaça ou coisa parecida, eu consideraria apenas como atenção sexual indesejada.
Inclusive já até recebi cantadas de homossexuais, não me ameaçaram, não me pressionaram nem nada do tipo, logo não interpretei com assédio, mas simplesmente como uma atenção sexual indesejada.
Acho que a comparação não se equipara em grau, a menos se formos pensar em casos de pessoas publicamente ateístas ou de outra religião, que vivam em pequenas localidades muito religiosas, sofrendo assédio constante, com eventuais tons de ameaça, ou ameaça explícita, e insultos.
Eu não falei em insultos, ameaças ou assédio, pelo que eu saiba estamos falando de cantadas do tipo como as que eu citei no primeiro paragrafo da minha ultima postagem.
Onde se traça a linha exatamente? "Gostosa", apesar de ser algo "sexual", ainda não contaria como "assédio" sexual, apesar de ser, em uma definição que não inclua a necessidade de ameaça de violência, como é o uso mais comum do termo.
Será que de fato estão havendo mesmo denúncias de elogios cavalheirescos como grosserias, insultos, e ameaças de estupro, ou isso é só o começo da paranóia masculinista?
Na policia acho que não existe muito, no Brasil de forma geral não existe muito, mas em países onde estas campanhas já se consolidaram, isso já se tornou frequente, e acho que deve se evitar qeu aconteça aqui, pois depois de instalado, é dificil reverter a situação.
Você não consegue mesmo conceber um olhar como assédio sexual?
Você e a sua mulher, e um cara a olha de cima a baixo, faz a volta em torno dela, depois olha de frente e morde o lábio inferior, balançando a cabeça, como se dissesse "sim", com as pálpebras meio relaxadas. Isso é o que?
Se a mulher não gostar da atenção que recebeu, isso se caracterizaria como atenção sexual indesejada.
Não se pode enquadrar uma atitude como a descrita acima como assédio sexual simplesmente por que não vai de encontro a definição de assédio sexual, que é a seguinte: "Propostas sexuais em meio a ameaça, coerção, chantagem e pressão constantes, com objetivo de constranger a vítima visando faze-la sentir-se obrigada a ter conjunção carnal com o assediador."
A atitude ficcional do rapaz acima descrita por você, não se enquadra nesta definição.
Isso é uma das definições legais do termo (que define "assédio" já como algo mais "agressivo," quando pelo dicionário/uso corriqueiro pode ser "apenas" causar incômodo), e, ainda assim é argumentável que sim, se enquadraria nessa descrição, uma vez que ameaças não são sempre mais explícitas do que isso.
De qualquer forma, então, você levaria isso numa boa, seja ocorrendo com sua mulher, ou com você, partindo de pessoas a quem não tenha dado qualquer indicação de receptividade?
E o que vem se fazendo, para poder enquadrar simples elogios e/ou olhares desejosos à mulheres, como exemplo de assédio sexual, é a distorção do significado de assédio sexual por grupos feministas, esticando-o arbitrariamente a qualquer atenção sexual indesejada, subjetivamente julgada pela mulher como assédio sexual.
Isso deve ser refreado no Brasil o quanto antes, antes que se torne histeria, como já vem acontecendo na Bélgica.
Uma vez que se trata de um problema do ponto de vista das mulheres, e não dos homens?
Passaria a ser dos homens se leis como as da Bélgica e da Suécia fossem aprovadas por aqui. A contestação e a oposição a campanhas como essas do texto tópico, é justamente evitar que o mesmo mal que se instalou nestes países Europeus, se instalem aqui também no Brasil.
Abraços!