Autor Tópico: Senado discute uma mudança na língua portuguesa  (Lida 7799 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline _Juca_

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 12.923
  • Sexo: Masculino
  • Quem vê cara, não vê coração, fígado, estômago...
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #100 Online: 21 de Agosto de 2014, 10:12:15 »
Pra quem quiser conhecer eu recomendo o Museu da Lingua Portuguesa na Estação da Luz em SP, é muito bom.

Offline Lorentz

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 10.735
  • Sexo: Masculino
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #101 Online: 21 de Agosto de 2014, 10:14:20 »
Algumas palavras portuguesas incorporadas ao inglês:

http://www.inglesnosupermercado.com.br/lista-de-palavras-inglesas-de-origem-portuguesa/

De outros idiomas pode ser visto aqui:
http://en.m.wikipedia.org/wiki/Lists_of_English_words_by_country_or_language_of_origin

Na wiki (oops, palavra também incorporada).

Boa parte das palavras estão ligadas à culinária. Ainda assim, possuem adaptações, ou seja, não quebram as regras já estabelecidas (não incorporam acentos ou pronúncias novas para as letras, por exemplo). Veja caju, que vira "Cashew".

Diferente do português, que incorporou sem necessidade o K, W e Y além de palavras que "violam" as regras de pronúncias como "funk" ou "layout".

Mas enfim...
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #102 Online: 21 de Agosto de 2014, 10:23:15 »
K, w e y fizeram parte do português por muito tempo e caíram no penúltimo acordo ortográfico e voltaram agora. Dê uma lida na lista de palavras incorporadas ao inglês através de outros idiomas. Vai encontrar acentos franceses, por exemplo. Mas faz parte da incorporação e assimilação de palavras de outros idiomas o processo de transformação e transliteração da palavra para a fonética local. Um exemplo em português é delete, que virou um verbo "deletar" com a fonética e regras do português.  Eventualmente isso ocorre com todos os empréstimos.

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #103 Online: 21 de Agosto de 2014, 10:30:32 »
Falha minha: em uma consulta, o k, y e w nunca caíram no português. No Formulário Ortográfico de 1943 informa que havia 23 letras fundamentais e 3 para usos particulares (k, w, y), totalizando 26. Então o AO de 1990 não restaurou essas letras, apenas reafirmou o qje jáera praxe.

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #104 Online: 21 de Agosto de 2014, 10:36:41 »
Aliás, por que não usar leiaute?

Skorpios

  • Visitante
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #105 Online: 21 de Agosto de 2014, 10:47:21 »
Porque não usar formato?

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #106 Online: 21 de Agosto de 2014, 10:52:51 »
Também pode, mas não sei se formato comporta toda definição de leiaute.

Offline Brienne of Tarth

  • Nível 33
  • *
  • Mensagens: 2.510
  • Sexo: Feminino
  • Ave, Entropia, morituri te salutant
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #107 Online: 21 de Agosto de 2014, 11:57:33 »
É um dos maiores problemas da tradução, pois existem palavras cunhadas de maneira tão abrangente que na tradução o sentido nunca fica completo.
Como no caso de "saudade", que no inglês vira "I miss you".
GNOSE

Offline Brienne of Tarth

  • Nível 33
  • *
  • Mensagens: 2.510
  • Sexo: Feminino
  • Ave, Entropia, morituri te salutant
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #108 Online: 21 de Agosto de 2014, 12:20:30 »
"Vimos que a gramática greco-latina era normativa e se podia definir como a arte de falar e escrever corretamente. Será que essa gramática deve ser abandonada, como sustentam alguns linguistas, especialmente norte-americanos? Um deles, por exemplo, intitulou um seu livro de divulgação linguística Deixe a Sua Língua em Paz (Leave you language alone; Hall, 1950).

A resposta que parece certa é que há em tal atitude uma confusão entre duas disciplinas correlatas mas independentes.

A gramática descritiva, tal como a vimos encarando, faz parte da linguística pura. Ora, como toda ciência pura e desinteressada, a linguística tem a seu lado uma disciplina normativa, que faz parte do que podemos chamar a linguística aplicada a um fim de comportamento social. Há assim, por exemplo, os preceitos práticos da higiene, que é independente da biologia. Ao lado da sociologia, há o direito, que prescreve regras de conduta nas relações entre os membros de uma sociedade.

A língua tem de ser ensinada na escola, e, como anota o linguista francês Ernest Tonnelat, o ensino escolar "tem de assentar necessariamente numa regulamentação imperativa" (Tonnelat, 1927: 167). Assim, a gramática normativa tem o seu ligar e não se anula diante da gramática descritiva. Mas é um lugar à parte, imposto por injunções de ordem prática dentro da sociedade. É um erro profundamente perturbador misturar as duas disciplinas e, pior ainda, fazer linguística sincrônica com preocupações normativas.

Há a esse respeito algumas considerações, que se fazem aqui necessárias. Antes de tudo, a gramática normativa depende da linguística sincrônica, ou gramática descritiva em suma, para não ser caprichosa e contraproducente. Regras de direito que não assentam na realidade social, depreendida pelo estudo sociológico puro, caem no vazio e são ou inoperantes ou negativas até. Só é altamente nociva uma higiene que não se assenta em verdades biológicas. Não se compreende uma situação inversa. Depois, mesmo quando convém a correção de um procedimento linguístico (porque marca desfavoravelmente o indivíduo do ponto de vista da sua posição social, ou porque prejudica a clareza e a eficiência da sua capacidade de comunicação, ou porque cria um cisma perturbador num uso mais geral adotado), é preciso saber a causa profunda desse procedimento, para poder combatê-lo na gramática normativa. Finalmente, a norma não pode ser uniforme e rígida. Ela é elástica e contingente, de acordo com cada situação social específica. O professor não fala em casa como na aula e muito menos numa conferência. O deputado não fala na rua, ao se encontrar com um amigo, como falaria numa sessão da Câmara. E assim por diante.

Quando o linguística sincrônico se insurge contra o gramático normativo ou professor de língua, é porque este e aquele declaradamente desobedecem esses três preceitos. Impõem as suas regras praxistas como sendo linguística. Corrigem às cegas, sem tocar no ponto nevrálgico do procedimento linguístico que querem corrigir e com isso só criam confusão e distúrbio. Partem do princípio insustentável de que a norma tem de ser sempre a mesma, e fixam um padrão social altamente formalizado como sendo o que convém sempre dizer.

O remédio é o professor de língua e os homens em geral aprenderem os princípios gerais da linguística. Para isso, a melhor solução parece ser fornecer-lhes uma gramática descritiva, desinteressada de preocupações normativas. Há apenas uma observação final a fazer. Se a língua é variável no espaço e na hierarquia social, ou ainda num mesmo indivíduo conforme a situação social em que se acha, a gramática descritiva pode escolher o seu. Campo de observação. Se ela tem em vista, indiretamente, o ensino escolar, como é o objetivo implícito do presente livro, a escolha está de certo modo predeterminada. A descrição tomará por base, evidentemente, uma modalidade popular ou remotamente regional. Muito menos vai assentar num uso elaborado e sofisticado, como é, por exemplo a língua da literatura. Partirá do uso falado e escrito considerado "culto", ou melhor dito, adequado às condições "formais" de intercâmbio linguístico no sentido inglês do adjetivo." (Mattoso Câmara Jr., 2006: 15-16)
GNOSE

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #110 Online: 21 de Agosto de 2014, 12:30:42 »
Não se pode ao meu ver ignorar e/ou não considerar a opinião da ABL (que segundo minha opinião deve ser predominantemente fundamentada na busca pela uniformização da língua, com acordos entre as Academias de Letras dos demais países lusófonos).

A ABL talvez mereça ser ouvida, mas não é essa autoridade toda como muitos pensam.
É uma entidade privada de 40 membros, escolhidos muitas vezes por critérios políticos, e a grande maioria não é especialista em estudos linguísticos - o literato é um artista, que não necessariamente tem conhecimento de linguistica.
:ok:
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #111 Online: 21 de Agosto de 2014, 12:33:36 »
A discussão não é sobre gramática, mas ortografia.

Offline Brienne of Tarth

  • Nível 33
  • *
  • Mensagens: 2.510
  • Sexo: Feminino
  • Ave, Entropia, morituri te salutant
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #112 Online: 21 de Agosto de 2014, 14:20:41 »
A Gramática tem como principal função regular a linguagem e estabelecer padrões de escrita e fala para os falantes de uma língua. Graças à Gramática, a língua pode ser analisada e preservada, apresentando unidades e estruturas que permitem o bom uso da língua portuguesa.

Uma boa Gramática deve ser capaz de extrapolar a visão reducionista que faz da língua um amontoado de regras prescritas pelos estudiosos do sistema linguístico, devendo ser capaz não apenas de prescrever o idioma, mas também de descrevê-lo, preservá-lo e, sobretudo, ter utilidade para os falantes. A Gramática apresenta as regras, mas quem movimenta e faz da língua um sistema vivo e mutável somos nós, agentes da comunicação.

Por ser um sistema complexo e passível de diversas concepções, a Gramática apresenta abordagens diversas, sendo dividida, então, em tipos distintos:

    Gramática Normativa: Bastante utilizada em sala de aula e para diversos fins didáticos, a Gramática Normativa busca a padronização da língua, indicando através de suas regras como devemos falar e escrever corretamente. Aqui a abordagem privilegia a prescrição de regras que devem ser seguidas, desconsiderando os fatores sociais, culturais e históricos aos quais estão sujeitos os falantes da língua.

    Gramática Descritiva: A Gramática Descritiva analisa um conjunto de regras que são seguidas, considerando as variações linguísticas da língua ao investigar seus fatos, extrapolando os conceitos que definem o que é certo e errado em nosso sistema linguístico.

    Gramática Histórica: Investiga a origem e a evolução de uma língua, representando os estudos diacrônicos.

    Gramática Comparativa: Estabelece comparação da língua com outras línguas de uma mesma família. No caso de nossa língua portuguesa, as análises comparativas são feitas com as línguas românicas.

A língua é um organismo vivo e, por esse motivo, é natural que exista um distanciamento entre o que é prescrito pelas normas e o que é efetivamente utilizado por seus falantes. Entretanto, não devemos desconsiderar a importância das regras que preservam este que é nosso maior patrimônio cultural: nossa língua portuguesa.

http://www.portugues.com.br/gramatica/
GNOSE

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #113 Online: 21 de Agosto de 2014, 14:30:51 »
E a gramática não está em questão. Não se discute uma nova gramática do português, até porque se o fizesse estaria se propondo um novo idioma (e, dependendo,  nem românico). O que está se discutindo é tão somente a ortografia, ou seja, a forma de escrita. Um substântivo continuará a ser um substantivo. Um verbo continuará a ser um verbo.  E as construções frasais continuarão a ser aquelas particulares do português.

Offline Brienne of Tarth

  • Nível 33
  • *
  • Mensagens: 2.510
  • Sexo: Feminino
  • Ave, Entropia, morituri te salutant
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #114 Online: 21 de Agosto de 2014, 14:34:27 »
Divisões da Gramática:

Fonologia – Tem por objetivo estudar acerca dos fonemas ou sons da língua e as sílabas formadas por tais fonemas. Nesse ínterim, estão presentes aspectos relacionados à ortografia, à ortoepia (estudo da articulação e pronúncia dos vocábulos) e à prosódia (estudo da acentuação tônica dos vocábulos).

Morfologia – Compreende o estudo das palavras e os elementos que as constituem. São atribuídos a esse conjunto de informações: a análise da estrutura, a formação e os mecanismos de flexão referentes às palavras. Assim sendo, fica a cargo da morfologia apontar acerca de todos os aspectos relativos aos substantivos, adjetivos, advérbios, pronomes, conjunções, enfim, todas as chamadas classes de palavras.

Sintaxe – A sintaxe, por sua vez, tem como foco principal a análise estrutural dos termos que compõem as orações e os períodos, tendo em vista as relações que se estabelecem entre estes. Compreende, portanto, o estudo dos termos essenciais da oração (sujeito e predicado), termos integrantes desta (complementos verbais, complemento nominal e agente da passiva) e os termos acessórios (adjunto adnominal, adjunto adverbial, aposto e vocativo).

http://www.portugues.com.br/gramatica/as-divisoes-gramatica.html
GNOSE

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #115 Online: 21 de Agosto de 2014, 14:45:25 »
Isso só pode ser desespero. Usando inúmeras falácias. Ja foi falsa dicotomia, ja foi declive escorregadio e agora um puta espantalho. Pega-se a mudança de uma parte e para criticar essa mudança ela defende o todo e não a parte que esta sendo mudada.

Exemplo. empresa x tem 1000 funcionários, um vai ser substituído, a pessoa defende a empresa inteira, como se essa substituição significasse o fim da empresa.


Gente, mudar meia dúzia de regras é o fim da lingua portuguesa!!!! Corram para as montanhas!!!!!!
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #116 Online: 21 de Agosto de 2014, 14:51:02 »
A fonética também não está em discussão,  ainda que haja variação com o tempo e lugar. Fonemas portugueses continuarão a existir, bem como suas representações gráficas. O que se discute é a ortografia,  que, em português,  não é fonética, mas principalmente etimológica (ou pseudoetimológica). Ou seja, é a representação gráfica culta dos fonemas articulados em palavras. Grámatica é bem mais que isso e é a base de um idioma, falado e escrito.

Offline Brienne of Tarth

  • Nível 33
  • *
  • Mensagens: 2.510
  • Sexo: Feminino
  • Ave, Entropia, morituri te salutant
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #117 Online: 21 de Agosto de 2014, 14:57:36 »
"CACHAÇA – tão comum em nosso país, a origem do seu nome não é clara. Dizem uns que veio do Latim catulus, aplicado a animais pequenos, que teria vindo nomear, depois de muitas voltas, o porco velho, o cachaço.

Sendo a carne deste dura para se comer, ela precisa ser amolecida com bebida alcoólica para ficar comestível. Desta operação toda, o nome do dono da carne teria passado à bebida.

Complicado, não?

Outros afirmam que a palavra vem do Latim coquere, “amadurecer, cozinhar, cozer”, referente aos procesos de preparação da bebida.

O sinônimo, pinga, deriva de pingar, que veio do Latim pendicare, de mesmo sentido. É claro que todas as bebidas pingam; porque é que especificamente esta pegou tal nome é um mistério.

Seja como for, ele originou o adjetivo pinguço, de pinga mais o sufixo pejorativo -uço.

Quando se fala em cachaça, ocorre-nos a palavra talagada, “quantidade de bebida que se engole de um trago só”. Esta palavra aparenta vir de taleigada, a quantidade que cabe numa taleiga, antiga medida de volume para azeite ou grãos."http://origemdapalavra.com.br/site/palavras/cachaca/

Muito mais fácil ignorar toda a etimologia da palavra, tascar um "bolas, pra quê isso, se é mais fácil escrever como se fala?" e grafar CAXASA? Maravilha...
GNOSE

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #118 Online: 21 de Agosto de 2014, 15:06:12 »
Pelo que pude notar até aqui: é uma proposta no senado, tendo por trás um grupo que visa a simplificação gráfica do português,  baseando-se mais na fonética que na etimologia. O que foi feito já há muito tempo em outros idiomas, como o espanhol. Mesmo o português era essencialmente fonético até o século xvi, quando por nacionalismo passou-se a adotar a etimologia como base para Portugal se firmar como nação independente de Espanha. Porém essas mudanças ainda serão discutidas em um congresso com outros países de língua portuguesa.  Pessoalmente não acredito que terá boa recepção, principalmente dos portugueses. Também,  pessoalmente, acho que essa guinada para uma base fonética deve ser feita de maneira gradual. No final vai prevalecer o AO de 1990, com um novo previsto para alguns anos mais tarde.

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #119 Online: 21 de Agosto de 2014, 15:14:29 »
"CACHAÇA – tão comum em nosso país, a origem do seu nome não é clara. Dizem uns que veio do Latim catulus, aplicado a animais pequenos, que teria vindo nomear, depois de muitas voltas, o porco velho, o cachaço.

Sendo a carne deste dura para se comer, ela precisa ser amolecida com bebida alcoólica para ficar comestível. Desta operação toda, o nome do dono da carne teria passado à bebida.

Complicado, não?

Outros afirmam que a palavra vem do Latim coquere, “amadurecer, cozinhar, cozer”, referente aos procesos de preparação da bebida.

O sinônimo, pinga, deriva de pingar, que veio do Latim pendicare, de mesmo sentido. É claro que todas as bebidas pingam; porque é que especificamente esta pegou tal nome é um mistério.

Seja como for, ele originou o adjetivo pinguço, de pinga mais o sufixo pejorativo -uço.

Quando se fala em cachaça, ocorre-nos a palavra talagada, “quantidade de bebida que se engole de um trago só”. Esta palavra aparenta vir de taleigada, a quantidade que cabe numa taleiga, antiga medida de volume para azeite ou grãos."http://origemdapalavra.com.br/site/palavras/cachaca/

Muito mais fácil ignorar toda a etimologia da palavra, tascar um "bolas, pra quê isso, se é mais fácil escrever como se fala?" e grafar CAXASA? Maravilha...
Não se faz busca etimológica desse jeito. É considerada  a raiz da palavra e a sua fonologia, bem como as mudanças vocálicas que acontecem no tempo. A etimologia da palavra não deixa de existir (como nunca deixou de existir em espanhol) só porque a ortografia é em base fonética.  A origem etimológica de leiaute (palavra incorporada em português) é traçada ainda que não se escreva layout (anglicismo dicionarizado).

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #120 Online: 21 de Agosto de 2014, 15:16:44 »
Pergunta: por que se usa ç em português se esse é um sinal inexistente em latim? Como você consegue buscar a etimologia de uma palavra latina escrita com ç?

Offline Lorentz

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 10.735
  • Sexo: Masculino
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #121 Online: 21 de Agosto de 2014, 15:22:53 »
"CACHAÇA – tão comum em nosso país, a origem do seu nome não é clara. Dizem uns que veio do Latim catulus, aplicado a animais pequenos, que teria vindo nomear, depois de muitas voltas, o porco velho, o cachaço.

Sendo a carne deste dura para se comer, ela precisa ser amolecida com bebida alcoólica para ficar comestível. Desta operação toda, o nome do dono da carne teria passado à bebida.

Complicado, não?

Outros afirmam que a palavra vem do Latim coquere, “amadurecer, cozinhar, cozer”, referente aos procesos de preparação da bebida.

O sinônimo, pinga, deriva de pingar, que veio do Latim pendicare, de mesmo sentido. É claro que todas as bebidas pingam; porque é que especificamente esta pegou tal nome é um mistério.

Seja como for, ele originou o adjetivo pinguço, de pinga mais o sufixo pejorativo -uço.

Quando se fala em cachaça, ocorre-nos a palavra talagada, “quantidade de bebida que se engole de um trago só”. Esta palavra aparenta vir de taleigada, a quantidade que cabe numa taleiga, antiga medida de volume para azeite ou grãos."http://origemdapalavra.com.br/site/palavras/cachaca/

Muito mais fácil ignorar toda a etimologia da palavra, tascar um "bolas, pra quê isso, se é mais fácil escrever como se fala?" e grafar CAXASA? Maravilha...

Mas ficou bem claro no texto que não se sabe ao certo qual a origem da palavra, então por que se importar com a forma como se escreve?
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #122 Online: 21 de Agosto de 2014, 15:23:08 »
Aproveitando, quem quiser dar uma estudada por curiosidade sobre o tema, tem um tópico aqui do Eremita muito bom: ../forum/topic=17361.0.html

Aliás, por onde anda o Eremita?

Offline Lorentz

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 10.735
  • Sexo: Masculino
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #123 Online: 21 de Agosto de 2014, 15:30:25 »


Será que o português tem que manter todo esse legado até chegar no latim lá no topo?
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Senado discute uma mudança na língua portuguesa
« Resposta #124 Online: 21 de Agosto de 2014, 15:35:27 »
Claro. Não tem como se dissociar de sua bagagem histórico-cultural. Mas isso se refere à língua em si e não à ortografia.

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!