Autor Tópico: Senado discute uma mudança na língua portuguesa  (Lida 7796 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Brienne of Tarth

  • Nível 33
  • *
  • Mensagens: 2.510
  • Sexo: Feminino
  • Ave, Entropia, morituri te salutant
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #25 Online: 19 de Agosto de 2014, 15:08:03 »
Gazes (ataduras)
Gases (composto químico)

Estudo de caso: Ambiente hospitalar, durante uma cirurgia o médico pergunta ao assistente: "você tem gases?" :histeria:
GNOSE

Offline João da Ega

  • Nível 21
  • *
  • Mensagens: 774
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #26 Online: 19 de Agosto de 2014, 15:16:43 »
Realmente, me parece que o barata tem razão.
Digo isso principalmente quando me vem à mente meu filho que tá aprendendo a ler. ele lê primeiro "cassa" porque o 's', pela lógica, é pra ter som de "s", e depois, pelo contexto, ele se auto-corrige.
E já tivemos mesmo diversas reformas pra tornar mais racional (mais fonética e menos etimológica) a nossa grafia.
A questão de ficar palavras homógrafas (chá e xá)  também não é justificativa de não se fazer a reforma. Já temos várias no nosso vocabulário. O contexto permite identificar qual o sentido desejado. Além disso, chá e xá são homófonas, e ninguém se confunde quando alguém usa uma ou outra na linguagem falada.
Só acho que não adequado o momento, pois acabamos de passar por uma reforma. Outro problema é que a reforma passada foi pra tentar uniformizar um pouco mais a grafia dos países lusófonos. E Portugal me parece muito reticente a aceitar essas mudanças, então, estaríamos mais longe de uma uniformização.

« Última modificação: 19 de Agosto de 2014, 15:20:22 por João da Ega »
"Nunca devemos admitir como causa daquilo que não compreendemos algo que entendemos menos ainda." Marquês de Sade

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #27 Online: 19 de Agosto de 2014, 15:23:13 »
Gazes (ataduras)
Gases (composto químico)

Estudo de caso: Ambiente hospitalar, durante uma cirurgia o médico pergunta ao assistente: "você tem gases?" :histeria:
Aproveitando o gancho, o cliente entra no açougue e pergunta olhando fixamente pras orelhas do açougueiro: você tem orelha de porco?
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Lorentz

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 10.735
  • Sexo: Masculino
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #28 Online: 19 de Agosto de 2014, 15:26:53 »
Gazes (ataduras)
Gases (composto químico)

Estudo de caso: Ambiente hospitalar, durante uma cirurgia o médico pergunta ao assistente: "você tem gases?" :histeria:
Aproveitando o gancho, o cliente entra no açougue e pergunta olhando fixamente pras orelhas do açougueiro: você tem orelha de porco?

Acho que nunca comprei um rabo quente (uma resistência elétrica portátil pra esquentar líquidos) porque não saberia como perguntar pro vendedor se havia tal produto em sua loja sem cair na risada.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Brienne of Tarth

  • Nível 33
  • *
  • Mensagens: 2.510
  • Sexo: Feminino
  • Ave, Entropia, morituri te salutant
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #29 Online: 19 de Agosto de 2014, 15:27:43 »
Desculpem dar margem para piadas, é que ela é muuuito larga.

Realmente, me parece que o barata tem razão.
Mas, se é para concordar com alguém, prefiro concordar com a eminente "... doutora em Filologia Românica e professora do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Unisinos, Dorotea Kersch," quando diz que "... a proposta é um "absurdo, a legítima falta de ter o que fazer. Não existe língua fácil ou língua difícil. Cada língua tem sua história e suas especificidades. Não é simplificando a ortografia que resolvemos os graves problemas de leitura e escrita de nossos alunos, que são escancarados a cada avaliação sistemática. Quem sabe os senadores se preocupam com coisas que realmente impactam o ensino, como salário de professores, ou uma política de ensino de língua adequada às diferentes realidades do Brasil — rebate."
« Última modificação: 19 de Agosto de 2014, 15:30:14 por Brienne of Tarth »
GNOSE

Offline Lorentz

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 10.735
  • Sexo: Masculino
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #30 Online: 19 de Agosto de 2014, 15:31:53 »
Desculpem dar margem para piadas, é que ela é muuuito larga.

Realmente, me parece que o barata tem razão.
Mas, se é para concordar com alguém, prefiro concordar com a eminente "... doutora em Filologia Românica e professora do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Unisinos, Dorotea Kersch," quando diz que "... a proposta é um "absurdo, a legítima falta de ter o que fazer. Não existe língua fácil ou língua difícil. Cada língua tem sua história e suas especificidades. Não é simplificando a ortografia que resolvemos os graves problemas de leitura e escrita de nossos alunos, que são escancarados a cada avaliação sistemática. Quem sabe os senadores se preocupam com coisas que realmente impactam o ensino, como salário de professores, ou uma política de ensino de língua adequada às diferentes realidades do Brasil — rebate."


Existe idioma fácil: o italiano. E não acho que essas reformas sirvam para ajudar na educação ou coisas do tipo, mas pra enxugar as regras esdrúxulas, ou melhor, as inúmeras exceções da nossa gramática.

EDIT:
E é óbvio que uma "doutora em Filologia Românica e professora do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada" não concordaria em mexer na língua.

EDIT 2:

Temos que escolher se nosso idioma será uma ferramenta de comunicação ou uma parte integrante da bagunça que foi a composição da história da nossa cultura, imigrações e valores legados etc e tal. Um fóssil.

Na prática cada vez mais os brasileiros incorporam o inglês e simplificações de escrita, e dificilmente vejo algo similar com os norte-americanos.
« Última modificação: 19 de Agosto de 2014, 15:43:14 por Lorentz »
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #31 Online: 19 de Agosto de 2014, 15:34:51 »
Desculpem dar margem para piadas, é que ela é muuuito larga.
Realmente, me parece que o barata tem razão.
Mas, se é para concordar com alguém, prefiro concordar com a eminente "... doutora em Filologia Românica e professora do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Unisinos, Dorotea Kersch, a proposta é um "absurdo, a legítima falta de ter o que fazer".

— Não existe língua fácil ou língua difícil. Cada língua tem sua história e suas especificidades. Não é simplificando a ortografia que resolvemos os graves problemas de leitura e escrita de nossos alunos, que são escancarados a cada avaliação sistemática. Quem sabe os senadores se preocupam com coisas que realmente impactam o ensino, como salário de professores, ou uma política de ensino de língua adequada às diferentes realidades do Brasil — rebate."


O erro que ela comete e eu vi muitos cometerem por ai quando comentam o assunto é a falácia da falsa dicotomia. Facilitar a escrita não vai resolver os problemas de educação e nem se propõe a isso, alegar "falta do que fazer" é outra falsa dicotomia, a existência de um projeto desses não altera a velocidade com que outros são aprovados ou não. A resolução dos problemas de educação não acontece porque os políticos estão ocupados com outras coisas, mas por uma infinidade de outros motivos, falta de dinheiro, falta de vontade política, etc. Quem faz esse tipo de reclamação normalmente não entende como funciona o sistema político.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #32 Online: 19 de Agosto de 2014, 15:36:28 »
Gazes (ataduras)
Gases (composto químico)

Estudo de caso: Ambiente hospitalar, durante uma cirurgia o médico pergunta ao assistente: "você tem gases?" :histeria:
Aproveitando o gancho, o cliente entra no açougue e pergunta olhando fixamente pras orelhas do açougueiro: você tem orelha de porco?

Acho que nunca comprei um rabo quente (uma resistência elétrica portátil pra esquentar líquidos) porque não saberia como perguntar pro vendedor se havia tal produto em sua loja sem cair na risada.
Ebulidor. Mas fica mais divertido Rabo Quente.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline João da Ega

  • Nível 21
  • *
  • Mensagens: 774
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #33 Online: 19 de Agosto de 2014, 15:39:44 »
Desculpem dar margem para piadas, é que ela é muuuito larga.

Realmente, me parece que o barata tem razão.
Mas, se é para concordar com alguém, prefiro concordar com a eminente "... doutora em Filologia Românica e professora do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Unisinos, Dorotea Kersch," quando diz que "... a proposta é um "absurdo, a legítima falta de ter o que fazer. (...)

Vixe,  :susto:
E agora a gente deve concordar não com a ideia mas com a autoridade?

Falácia por falácia, você fez um levantamento pra ver se entre as autoridades no assunto essa opinião é consenso?
A concordar com ela, não teria havido nenhuma reforma, e, para citar mais uma vez a autoridade Barata Tenno, estaríamos escrevendo assim: "Carta dos Juyzes do Concelho de Aurãtes p(er)a faz(er)em e refazere o Muro do dito Castelo de Aurãtes. Conoscã todos aq(eu)les q(eu) esta uir~e e ouuir~e q(ue) nos Juyzes e Concelho de Aurãtes de nossas liures uoontades entendendo a faz(er) nossa p(ro)l de nossos corpos e de nossa t(er)ra e de nossos aueres ficamos  e outorgamos que façamos e refaçamos o Muro de Castelo de Aurãtes..."
"Nunca devemos admitir como causa daquilo que não compreendemos algo que entendemos menos ainda." Marquês de Sade

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #34 Online: 19 de Agosto de 2014, 15:44:26 »
Desculpem dar margem para piadas, é que ela é muuuito larga.
Realmente, me parece que o barata tem razão.
Mas, se é para concordar com alguém, prefiro concordar com a eminente "... doutora em Filologia Românica e professora do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Unisinos, Dorotea Kersch, a proposta é um "absurdo, a legítima falta de ter o que fazer".

— Não existe língua fácil ou língua difícil. Cada língua tem sua história e suas especificidades. Não é simplificando a ortografia que resolvemos os graves problemas de leitura e escrita de nossos alunos, que são escancarados a cada avaliação sistemática. Quem sabe os senadores se preocupam com coisas que realmente impactam o ensino, como salário de professores, ou uma política de ensino de língua adequada às diferentes realidades do Brasil — rebate."


O erro que ela comete e eu vi muitos cometerem por ai quando comentam o assunto é a falácia da falsa dicotomia. Facilitar a escrita não vai resolver os problemas de educação e nem se propõe a isso, alegar "falta do que fazer" é outra falsa dicotomia, a existência de um projeto desses não altera a velocidade com que outros são aprovados ou não. A resolução dos problemas de educação não acontece porque os políticos estão ocupados com outras coisas, mas por uma infinidade de outros motivos, falta de dinheiro, falta de vontade política, etc. Quem faz esse tipo de reclamação normalmente não entende como funciona o sistema político.
Pode ser que a simplificação do modo de se escrever para ficar mais parecido com o modo como se fala em sí já seja solução para melhorar a qualidade na educação, então vale a pena tentar.(ainda que eu me contente apenas com a abolição do "ç")
« Última modificação: 19 de Agosto de 2014, 15:52:26 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Lorentz

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 10.735
  • Sexo: Masculino
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #35 Online: 19 de Agosto de 2014, 15:47:13 »
Pode se que a simplificação do modo de se escrever para ficar mais parecido com o modo como se fala em sí já seja solução para melhorar a qualidade na educação, então vale a pena tentar.(ainda que eu me contente apenas com a abolição do "ç")

Será que os fabricantes de teclados farão lobby?
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Brienne of Tarth

  • Nível 33
  • *
  • Mensagens: 2.510
  • Sexo: Feminino
  • Ave, Entropia, morituri te salutant
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #36 Online: 19 de Agosto de 2014, 15:48:55 »
Existe idioma fácil: o italiano

Acho isso bastante subjetivo, me lembrei de uma suposta experiência nazista que serviria para comprovar a supremacia da língua alemã, com crianças isoladas e babás mudas; as crianças depois de um ano baliam como ovelhas, resultado da exposição daquelas a um rebanho que por ali pastava todos os dias.
Será que para um japonês o italiano é fácil? E para um polonês? Para os descendentes de Roma, todos nós, latinos, parece fácil, mas nem todas as línguam derivaram do mesmo tronco.
Lembrei agora do esperanto...Pegou?
GNOSE

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #37 Online: 19 de Agosto de 2014, 15:53:51 »
Pode se que a simplificação do modo de se escrever para ficar mais parecido com o modo como se fala em sí já seja solução para melhorar a qualidade na educação, então vale a pena tentar.(ainda que eu me contente apenas com a abolição do "ç")

Será que os fabricantes de teclados farão lobby?
É pussivi. Quem não chora não mama...
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Lorentz

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 10.735
  • Sexo: Masculino
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #38 Online: 19 de Agosto de 2014, 15:55:03 »
Existe idioma fácil: o italiano

Acho isso bastante subjetivo, me lembrei de uma suposta experiência nazista que serviria para comprovar a supremacia da língua alemã, com crianças isoladas e babás mudas; as crianças depois de um ano baliam como ovelhas, resultado da exposição daquelas a um rebanho que por ali pastava todos os dias.
Será que para um japonês o italiano é fácil? E para um polonês? Para os descendentes de Roma, todos nós, latinos, parece fácil, mas nem todas as línguam derivaram do mesmo tronco.
Lembrei agora do esperanto...Pegou?

Se um japonês tiver que aprender do zero o português, o espanhol e o italiano, acho que ele se dará melhor com o último. E sim, é minha opinião fecal.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Brienne of Tarth

  • Nível 33
  • *
  • Mensagens: 2.510
  • Sexo: Feminino
  • Ave, Entropia, morituri te salutant
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #39 Online: 19 de Agosto de 2014, 15:58:22 »
E agora a gente deve concordar não com a ideia mas com a autoridade?

Apenas coloquei meu ponto de vista. Em nenhum momento sou ou fui contra qualquer mudança na escrita, até porque não fui e nem serei consultada quanto à sua necessidade e/ou aplicabilidade.
O ensino em nosso país é uma vergonha e não será simplificando a escrita que há de melhorar, haja boas faculdades para formação de docentes, haja salário digno e valorização, haja carga horária salubre, haja investimentos em tecnologia, equipamentos, laboratórios, bibliotecas, haja enfim uma real preocupação com o ensino.
Do jeito que vejo, breve haverá então uma defesa do "miguxês".
GNOSE

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #40 Online: 19 de Agosto de 2014, 16:01:39 »
E agora a gente deve concordar não com a ideia mas com a autoridade?

Apenas coloquei meu ponto de vista. Em nenhum momento sou ou fui contra qualquer mudança na escrita, até porque não fui e nem serei consultada quanto à sua necessidade e/ou aplicabilidade.
O ensino em nosso país é uma vergonha e não será simplificando a escrita que há de melhorar, haja boas faculdades para formação de docentes, haja salário digno e valorização, haja carga horária salubre, haja investimentos em tecnologia, equipamentos, laboratórios, bibliotecas, haja enfim uma real preocupação com o ensino.
Do jeito que vejo, breve haverá então uma defesa do "miguxês".

Falsa dicotomia e declive escorregadio. Festival de falácias.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Brienne of Tarth

  • Nível 33
  • *
  • Mensagens: 2.510
  • Sexo: Feminino
  • Ave, Entropia, morituri te salutant
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #41 Online: 19 de Agosto de 2014, 16:06:04 »
Só lamento, Barata, se minhas opiniões não concordam com a sua, mas apesar das nossas opiniões, os (enormes) problemas com essa proposta são: o abandono da tradição ortográfica greco-latina, da etimologia e da história das palavras e a necessidade de aprender tudo de novo do zero (já que não é apenas um puxadinho, é uma reforma radical).
Tá bom pra você?
GNOSE

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #42 Online: 19 de Agosto de 2014, 16:16:01 »
Só lamento, Barata, se minhas opiniões não concordam com a sua, mas apesar das nossas opiniões, os (enormes) problemas com essa proposta são: o abandono da tradição ortográfica greco-latina, da etimologia e da história das palavras e a necessidade de aprender tudo de novo do zero (já que não é apenas um puxadinho, é uma reforma radical).
Tá bom pra você?

Não é questão de concordar ou não com a sua opinião, o problema é que são falaciosas.

Como já foi demonstrado várias vezes, modificações ocorrem com frequência em todos os idiomas, não ocorrem do dia pra noite, ninguém tem que aprender nada do zero, quem sabe de uma maneira continua usando essa maneira, quem esta sendo educado na nova forma utiliza a nova forma, nada de novo aqui, ja aconteceu antes e provavelmente vai acontecer de novo.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #43 Online: 19 de Agosto de 2014, 16:29:22 »
E agora a gente deve concordar não com a ideia mas com a autoridade?

Apenas coloquei meu ponto de vista. Em nenhum momento sou ou fui contra qualquer mudança na escrita, até porque não fui e nem serei consultada quanto à sua necessidade e/ou aplicabilidade.
O ensino em nosso país é uma vergonha e não será simplificando a escrita que há de melhorar, haja boas faculdades para formação de docentes, haja salário digno e valorização, haja carga horária salubre, haja investimentos em tecnologia, equipamentos, laboratórios, bibliotecas, haja enfim uma real preocupação com o ensino.
Do jeito que vejo, breve haverá então uma defesa do "miguxês".
Penso que a grande maioria que acha que é pedantismo escrever o próprio nome corretamente, vai querer se aventurar a investidas menos formais na cultura, com um empurrãozinho só que seja. Suspeito que até os pichadores vão querer ousar mais. Quem sabe, uma pichaçãozinha de poesias de Baudelaire?
« Última modificação: 19 de Agosto de 2014, 16:31:23 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #44 Online: 19 de Agosto de 2014, 17:29:44 »
Desculpem dar margem para piadas, é que ela é muuuito larga.
Realmente, me parece que o barata tem razão.
Mas, se é para concordar com alguém, prefiro concordar com a eminente "... doutora em Filologia Românica e professora do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Unisinos, Dorotea Kersch, a proposta é um "absurdo, a legítima falta de ter o que fazer".

— Não existe língua fácil ou língua difícil. Cada língua tem sua história e suas especificidades. Não é simplificando a ortografia que resolvemos os graves problemas de leitura e escrita de nossos alunos, que são escancarados a cada avaliação sistemática. Quem sabe os senadores se preocupam com coisas que realmente impactam o ensino, como salário de professores, ou uma política de ensino de língua adequada às diferentes realidades do Brasil — rebate."

O erro que ela comete e eu vi muitos cometerem por ai quando comentam o assunto é a falácia da falsa dicotomia. Facilitar a escrita não vai resolver os problemas de educação e nem se propõe a isso, alegar "falta do que fazer" é outra falsa dicotomia, a existência de um projeto desses não altera a velocidade com que outros são aprovados ou não. A resolução dos problemas de educação não acontece porque os políticos estão ocupados com outras coisas, mas por uma infinidade de outros motivos, falta de dinheiro, falta de vontade política, etc. Quem faz esse tipo de reclamação normalmente não entende como funciona o sistema político.

Eu entendo perfeitamente como funciona o sistema político no Brasil.

E não é falsa dicotomia.

O projeto para facilitar a escrita advém do fato do brasileiro ter pouco conhecimento da estrutura da própria língua.

Então o que faz o Estado-Legislador? Exige que o Estado-Executor incentive o acesso ao conhecimento e à prática da língua, por meio da leitura e escrita na forma mais culta?

Não! Apresenta um projeto para 'simplificar' a língua, fazendo alterações na ortografia.

Então porque não propõe uma simplificação ainda mais significativa, eliminando a acentuação, por exemplo?

"Entao porque nao propoe uma simplificacao ainda mais significativa, eliminando a acentuacao, por exemplo?" Pelo menos ia facilitar, e muito, para os estrangeiros anglófonos e para os internautas.
Foto USGS

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #45 Online: 19 de Agosto de 2014, 17:45:26 »
Desculpem dar margem para piadas, é que ela é muuuito larga.
Realmente, me parece que o barata tem razão.
Mas, se é para concordar com alguém, prefiro concordar com a eminente "... doutora em Filologia Românica e professora do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Unisinos, Dorotea Kersch, a proposta é um "absurdo, a legítima falta de ter o que fazer".

— Não existe língua fácil ou língua difícil. Cada língua tem sua história e suas especificidades. Não é simplificando a ortografia que resolvemos os graves problemas de leitura e escrita de nossos alunos, que são escancarados a cada avaliação sistemática. Quem sabe os senadores se preocupam com coisas que realmente impactam o ensino, como salário de professores, ou uma política de ensino de língua adequada às diferentes realidades do Brasil — rebate."

O erro que ela comete e eu vi muitos cometerem por ai quando comentam o assunto é a falácia da falsa dicotomia. Facilitar a escrita não vai resolver os problemas de educação e nem se propõe a isso, alegar "falta do que fazer" é outra falsa dicotomia, a existência de um projeto desses não altera a velocidade com que outros são aprovados ou não. A resolução dos problemas de educação não acontece porque os políticos estão ocupados com outras coisas, mas por uma infinidade de outros motivos, falta de dinheiro, falta de vontade política, etc. Quem faz esse tipo de reclamação normalmente não entende como funciona o sistema político.

Eu entendo perfeitamente como funciona o sistema político no Brasil.

E não é falsa dicotomia.

O projeto para facilitar a escrita advém do fato do brasileiro ter pouco conhecimento da estrutura da própria língua.

Então o que faz o Estado-Legislador? Exige que o Estado-Executor incentive o acesso ao conhecimento e à prática da língua, por meio da leitura e escrita na forma mais culta?

Não! Apresenta um projeto para 'simplificar' a língua, fazendo alterações na ortografia.

Então porque não propõe uma simplificação ainda mais significativa, eliminando a acentuação, por exemplo?

"Entao porque nao propoe uma simplificacao ainda mais significativa, eliminando a acentuacao, por exemplo?" Pelo menos ia facilitar, e muito, para os estrangeiros anglófonos e para os internautas.

Sim, é falsa dicotomia, não existe uma disputa de ou se melhora a educação ou se faz essa reforma, as duas coisas podem ser feitas, uma não elimina a outra. O projeto não advém do fato do brasileiro ter pouco conhecimento da língua, tem a ver com eliminar regras e principalmente excessões inúteis no nosso idioma. Não existe necessidade nenhuma do H na frente das palavras, manter por preciosismo é idiota, só serve para complicar, mesma coisa com palavras com a mesma sonoridade e escrita diferente. Não existe motivo nenhum para se manter essas regras, do mesmo modo que não existia para se usar ph no lugar de f ou de se escrever assim: p(er)a faz(er)em. Regras estúpidas, que não utilidade nenhuma além de agradar o pedantismo. Se uma regra é útil, se mantém, se é inútil, tem que cair, acentos são úteis, H na frente da palavra não.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline AlienígenA

  • Nível 34
  • *
  • Mensagens: 2.800
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #46 Online: 19 de Agosto de 2014, 18:15:47 »
Eu não me importaria com mais esta reforma. Não tenho esse tipo de apego. Também me parece mais lógica a escrita com essa reforma. Seria um desafio e, pessoalmente, gosto de desafios. Mas teria uma grande dificuldade de ler e escrever no início. Tive dificuldade de ler os trechos "reformados" escritos no tópico. Uns seis meses, no mínimo, para me adaptar. Ainda escrevo ideia com acento automaticamente para só então corrigir, quase sempre.

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #47 Online: 19 de Agosto de 2014, 18:18:10 »
Desculpem dar margem para piadas, é que ela é muuuito larga.
Realmente, me parece que o barata tem razão.
Mas, se é para concordar com alguém, prefiro concordar com a eminente "... doutora em Filologia Românica e professora do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Unisinos, Dorotea Kersch, a proposta é um "absurdo, a legítima falta de ter o que fazer".

— Não existe língua fácil ou língua difícil. Cada língua tem sua história e suas especificidades. Não é simplificando a ortografia que resolvemos os graves problemas de leitura e escrita de nossos alunos, que são escancarados a cada avaliação sistemática. Quem sabe os senadores se preocupam com coisas que realmente impactam o ensino, como salário de professores, ou uma política de ensino de língua adequada às diferentes realidades do Brasil — rebate."

O erro que ela comete e eu vi muitos cometerem por ai quando comentam o assunto é a falácia da falsa dicotomia. Facilitar a escrita não vai resolver os problemas de educação e nem se propõe a isso, alegar "falta do que fazer" é outra falsa dicotomia, a existência de um projeto desses não altera a velocidade com que outros são aprovados ou não. A resolução dos problemas de educação não acontece porque os políticos estão ocupados com outras coisas, mas por uma infinidade de outros motivos, falta de dinheiro, falta de vontade política, etc. Quem faz esse tipo de reclamação normalmente não entende como funciona o sistema político.

Eu entendo perfeitamente como funciona o sistema político no Brasil.

E não é falsa dicotomia.

O projeto para facilitar a escrita advém do fato do brasileiro ter pouco conhecimento da estrutura da própria língua.

Então o que faz o Estado-Legislador? Exige que o Estado-Executor incentive o acesso ao conhecimento e à prática da língua, por meio da leitura e escrita na forma mais culta?

Não! Apresenta um projeto para 'simplificar' a língua, fazendo alterações na ortografia.

Então porque não propõe uma simplificação ainda mais significativa, eliminando a acentuação, por exemplo?

"Entao porque nao propoe uma simplificacao ainda mais significativa, eliminando a acentuacao, por exemplo?" Pelo menos ia facilitar, e muito, para os estrangeiros anglófonos e para os internautas.

Sim, é falsa dicotomia, não existe uma disputa de ou se melhora a educação ou se faz essa reforma, as duas coisas podem ser feitas, uma não elimina a outra. O projeto não advém do fato do brasileiro ter pouco conhecimento da língua, tem a ver com eliminar regras e principalmente excessões inúteis no nosso idioma. Não existe necessidade nenhuma do H na frente das palavras, manter por preciosismo é idiota, só serve para complicar, mesma coisa com palavras com a mesma sonoridade e escrita diferente. Não existe motivo nenhum para se manter essas regras, do mesmo modo que não existia para se usar ph no lugar de f ou de se escrever assim: p(er)a faz(er)em. Regras estúpidas, que não utilidade nenhuma além de agradar o pedantismo. Se uma regra é útil, se mantém, se é inútil, tem que cair, acentos são úteis, H na frente da palavra não.

Não é falsa dicotomia Barata.

Eu não tenho qualquer problema em reconhecer as palavras. Se eu, que sou uma pessoa de QI inferior para mediano, posso, então todos podem.

E você mesmo apresentou uma objeção, no caso sobre a letra "g". Outros podem ter levantar o mesmo ponto para outras palavras.

Eu mostrei, ainda que em tom de brincadeira, a minha objeção sobre a simplificação da palavra "chá" para "xá".

E, sim, acentos geralmente são úteis. Mas não custa lembrar que várias palavras já perderam a acentuação.
Foto USGS

Offline AlienígenA

  • Nível 34
  • *
  • Mensagens: 2.800
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #48 Online: 19 de Agosto de 2014, 18:21:14 »
Me passou pela cabeça, no entanto, que a moçadinha que fosse alfabetizada já com a reforma, talvez tivesse grande dificuldade de ler textos antigos. Um Machado de Assis talvez se tornasse ininteligível em algumas décadas. Bom, há quem diga que já é.  :hein:

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #49 Online: 19 de Agosto de 2014, 18:31:41 »
Me passou pela cabeça, no entanto, que a moçadinha que fosse alfabetizada já com a reforma, talvez tivesse grande dificuldade de ler textos antigos. Um Machado de Assis talvez se tornasse ininteligível em algumas décadas. Bom, há quem diga que já é.  :hein:
Se Olavo (eu não cozinho, se eu cozinho eu não lavo)de Carvalho pode estar precisando de um tradutor mesmo aqui no forum, onde habitam almas além da imaginação, que dirá, Machados, ou Dostoiveskis...
Até onde eu sei eu não sei.

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!