Autor Tópico: Senado discute uma mudança na língua portuguesa  (Lida 7797 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #50 Online: 19 de Agosto de 2014, 18:33:25 »
Para deixar claro: Não sou contra uma (várias?) reforma na língua. Acho, apenas, que certas coisas são feitas mais 'para inglês ver'.
Foto USGS

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #51 Online: 19 de Agosto de 2014, 18:38:48 »
Desculpem dar margem para piadas, é que ela é muuuito larga.
Realmente, me parece que o barata tem razão.
Mas, se é para concordar com alguém, prefiro concordar com a eminente "... doutora em Filologia Românica e professora do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Unisinos, Dorotea Kersch, a proposta é um "absurdo, a legítima falta de ter o que fazer".

— Não existe língua fácil ou língua difícil. Cada língua tem sua história e suas especificidades. Não é simplificando a ortografia que resolvemos os graves problemas de leitura e escrita de nossos alunos, que são escancarados a cada avaliação sistemática. Quem sabe os senadores se preocupam com coisas que realmente impactam o ensino, como salário de professores, ou uma política de ensino de língua adequada às diferentes realidades do Brasil — rebate."

O erro que ela comete e eu vi muitos cometerem por ai quando comentam o assunto é a falácia da falsa dicotomia. Facilitar a escrita não vai resolver os problemas de educação e nem se propõe a isso, alegar "falta do que fazer" é outra falsa dicotomia, a existência de um projeto desses não altera a velocidade com que outros são aprovados ou não. A resolução dos problemas de educação não acontece porque os políticos estão ocupados com outras coisas, mas por uma infinidade de outros motivos, falta de dinheiro, falta de vontade política, etc. Quem faz esse tipo de reclamação normalmente não entende como funciona o sistema político.

Eu entendo perfeitamente como funciona o sistema político no Brasil.

E não é falsa dicotomia.

O projeto para facilitar a escrita advém do fato do brasileiro ter pouco conhecimento da estrutura da própria língua.

Então o que faz o Estado-Legislador? Exige que o Estado-Executor incentive o acesso ao conhecimento e à prática da língua, por meio da leitura e escrita na forma mais culta?

Não! Apresenta um projeto para 'simplificar' a língua, fazendo alterações na ortografia.

Então porque não propõe uma simplificação ainda mais significativa, eliminando a acentuação, por exemplo?

"Entao porque nao propoe uma simplificacao ainda mais significativa, eliminando a acentuacao, por exemplo?" Pelo menos ia facilitar, e muito, para os estrangeiros anglófonos e para os internautas.

Sim, é falsa dicotomia, não existe uma disputa de ou se melhora a educação ou se faz essa reforma, as duas coisas podem ser feitas, uma não elimina a outra. O projeto não advém do fato do brasileiro ter pouco conhecimento da língua, tem a ver com eliminar regras e principalmente excessões inúteis no nosso idioma. Não existe necessidade nenhuma do H na frente das palavras, manter por preciosismo é idiota, só serve para complicar, mesma coisa com palavras com a mesma sonoridade e escrita diferente. Não existe motivo nenhum para se manter essas regras, do mesmo modo que não existia para se usar ph no lugar de f ou de se escrever assim: p(er)a faz(er)em. Regras estúpidas, que não utilidade nenhuma além de agradar o pedantismo. Se uma regra é útil, se mantém, se é inútil, tem que cair, acentos são úteis, H na frente da palavra não.

Não é falsa dicotomia Barata.

Eu não tenho qualquer problema em reconhecer as palavras. Se eu, que sou uma pessoa de QI inferior para mediano, posso, então todos podem.

E você mesmo apresentou uma objeção, no caso sobre a letra "g". Outros podem ter levantar o mesmo ponto para outras palavras.

Eu mostrei, ainda que em tom de brincadeira, a minha objeção sobre a simplificação da palavra "chá" para "xá".

E, sim, acentos geralmente são úteis. Mas não custa lembrar que várias palavras já perderam a acentuação.


Meu Deus, como não é uma falsa dicotomia? A moça afirma que existem coisas mais importantes a serem resolvidas e por isso não deve ser feita essa reforma, demonstrei duas vezes que não existe essa dicotomia de ou se fazer a reforma ou se cuidar de coisas mais importantes, não são ações concorrentes, afirmar isso é se criar uma falsa dicotomia. A não ser que você demonstre que uma coisa limita a outra você não pode declarar que não se caracteriza uma falácia.

Não tem nada a ver com ser capaz ou não, todo mundo é capaz de decorar um H, a questão é ser inútil, não ter razão nenhuma para estar ali, não ser necessário, não fazer falta, só serve para confundir, pra dificultar.


A minha objeção no caso do G é porque muda a fonética da palavra, coisa que não acontece nos outros casos. O seu exemplo do Xa e chá é um caso que não faz diferença, as duas tem a mesma fonética, se você não as confunde na fala, não tem porque se confundir na escrita, mangueira tem mais de um significado e a mesma grafia, manga também, cabo tem a mesma grafia e três significados. Sua crítica não encontra sustentação na lingua portuguesa, que é cheia de palavras homógrafas.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #52 Online: 19 de Agosto de 2014, 18:41:26 »
Me passou pela cabeça, no entanto, que a moçadinha que fosse alfabetizada já com a reforma, talvez tivesse grande dificuldade de ler textos antigos. Um Machado de Assis talvez se tornasse ininteligível em algumas décadas. Bom, há quem diga que já é.  :hein:

Nada diferente do inglês de hoje e o do escrito por Shakespeare. O idioma muda.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #53 Online: 19 de Agosto de 2014, 18:47:46 »
Desculpem dar margem para piadas, é que ela é muuuito larga.
Realmente, me parece que o barata tem razão.
Mas, se é para concordar com alguém, prefiro concordar com a eminente "... doutora em Filologia Românica e professora do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Unisinos, Dorotea Kersch, a proposta é um "absurdo, a legítima falta de ter o que fazer".

— Não existe língua fácil ou língua difícil. Cada língua tem sua história e suas especificidades. Não é simplificando a ortografia que resolvemos os graves problemas de leitura e escrita de nossos alunos, que são escancarados a cada avaliação sistemática. Quem sabe os senadores se preocupam com coisas que realmente impactam o ensino, como salário de professores, ou uma política de ensino de língua adequada às diferentes realidades do Brasil — rebate."

O erro que ela comete e eu vi muitos cometerem por ai quando comentam o assunto é a falácia da falsa dicotomia. Facilitar a escrita não vai resolver os problemas de educação e nem se propõe a isso, alegar "falta do que fazer" é outra falsa dicotomia, a existência de um projeto desses não altera a velocidade com que outros são aprovados ou não. A resolução dos problemas de educação não acontece porque os políticos estão ocupados com outras coisas, mas por uma infinidade de outros motivos, falta de dinheiro, falta de vontade política, etc. Quem faz esse tipo de reclamação normalmente não entende como funciona o sistema político.
Eu entendo perfeitamente como funciona o sistema político no Brasil.

E não é falsa dicotomia.

O projeto para facilitar a escrita advém do fato do brasileiro ter pouco conhecimento da estrutura da própria língua.

Então o que faz o Estado-Legislador? Exige que o Estado-Executor incentive o acesso ao conhecimento e à prática da língua, por meio da leitura e escrita na forma mais culta?

Não! Apresenta um projeto para 'simplificar' a língua, fazendo alterações na ortografia.

Então porque não propõe uma simplificação ainda mais significativa, eliminando a acentuação, por exemplo?

"Entao porque nao propoe uma simplificacao ainda mais significativa, eliminando a acentuacao, por exemplo?" Pelo menos ia facilitar, e muito, para os estrangeiros anglófonos e para os internautas.
Sim, é falsa dicotomia, não existe uma disputa de ou se melhora a educação ou se faz essa reforma, as duas coisas podem ser feitas, uma não elimina a outra. O projeto não advém do fato do brasileiro ter pouco conhecimento da língua, tem a ver com eliminar regras e principalmente excessões inúteis no nosso idioma. Não existe necessidade nenhuma do H na frente das palavras, manter por preciosismo é idiota, só serve para complicar, mesma coisa com palavras com a mesma sonoridade e escrita diferente. Não existe motivo nenhum para se manter essas regras, do mesmo modo que não existia para se usar ph no lugar de f ou de se escrever assim: p(er)a faz(er)em. Regras estúpidas, que não utilidade nenhuma além de agradar o pedantismo. Se uma regra é útil, se mantém, se é inútil, tem que cair, acentos são úteis, H na frente da palavra não.
Não é falsa dicotomia Barata.

Eu não tenho qualquer problema em reconhecer as palavras. Se eu, que sou uma pessoa de QI inferior para mediano, posso, então todos podem.

E você mesmo apresentou uma objeção, no caso sobre a letra "g". Outros podem ter levantar o mesmo ponto para outras palavras.

Eu mostrei, ainda que em tom de brincadeira, a minha objeção sobre a simplificação da palavra "chá" para "xá".

E, sim, acentos geralmente são úteis. Mas não custa lembrar que várias palavras já perderam a acentuação.
Meu Deus, como não é uma falsa dicotomia? A moça afirma que existem coisas mais importantes a serem resolvidas e por isso não deve ser feita essa reforma, demonstrei duas vezes que não existe essa dicotomia de ou se fazer a reforma ou se cuidar de coisas mais importantes, não são ações concorrentes, afirmar isso é se criar uma falsa dicotomia. A não ser que você demonstre que uma coisa limita a outra você não pode declarar que não se caracteriza uma falácia.

"Moça"?

Você não estava falando de mim, então?


Não tem nada a ver com ser capaz ou não, todo mundo é capaz de decorar um H, a questão é ser inútil, não ter razão nenhuma para estar ali, não ser necessário, não fazer falta, só serve para confundir, pra dificultar.

Legal.

Se o argumento é facilitar (e eu até concordo), devem ser mantidas as palavras "chá" e "xá", não importando o número de palavras homógrafas que existam na língua portuguesa.


A minha objeção no caso do G é porque muda a fonética da palavra, coisa que não acontece nos outros casos.

Certo.


O seu exemplo do Xa e chá é um caso que não faz diferença, as duas tem a mesma fonética, se você não as confunde na fala, não tem porque se confundir na escrita, mangueira tem mais de um significado e a mesma grafia, manga também, cabo tem a mesma grafia e três significados. Sua crítica não encontra sustentação na lingua portuguesa, que é cheia de palavras homógrafas.

Entendo.
Foto USGS

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #54 Online: 19 de Agosto de 2014, 18:54:18 »
Olhe quem eu estava citando quando falei da falsa dicotomia.

Exatamente para facilitar xá e chá tem que ter a mesma grafia, pra não se manter regras com excessões arbitrárias que não fazem o menor sentido e não tem a menor utilidade. Qualquer pessoa que entende a diferença entre as duas palavras numa conversa vai saber diferencia-las num texto, usando a mesma arma, análise de contexto.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Brienne of Tarth

  • Nível 33
  • *
  • Mensagens: 2.510
  • Sexo: Feminino
  • Ave, Entropia, morituri te salutant
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #55 Online: 19 de Agosto de 2014, 19:45:20 »
Samurai Barata, a doutora defende, mesmo utilizando a falácia da falsa dicotomia em sua argumentação, a preservação da "última flor do Lacio", e se para alguns a mudança traduz uma modernização da língua, defendendo a necessidade desta de refletir os anseios de uma nação, para outros trata - se apenas de um nivelamento por baixo, visando uma pseudo democratização da gramática, tornando-a mais palatavel aos preguiçosos da erudição.
GNOSE

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #56 Online: 19 de Agosto de 2014, 20:04:23 »
Samurai Barata, a doutora defende, mesmo utilizando a falácia da falsa dicotomia em sua argumentação, a preservação da "última flor do Lacio", e se para alguns a mudança traduz uma modernização da língua, defendendo a necessidade desta de refletir os anseios de uma nação, para outros trata - se apenas de um nivelamento por baixo, visando uma pseudo democratização da gramática, tornando-a mais palatavel aos preguiçosos da erudição.

Novamente, isso não tem nada a ver com democratização, nada a ver com deixar mais fácil para os que não conseguem aprender, se trata de cortar coisas inúteis, que ninguém ainda mostrou o porque devem ser mantidas. o H no começo da palavra não é erudição, não serve pra demostrar cultura, não serve pra nada. Ela esta defendendo o ganha pão dela, que vai ter que se adaptar pra continuar trabalhando, Ela esta defendendo o ganha pão dando aval a coisas inúteis o português não deixa de ser poruguês se escrevermos asa com s ou com z. Porque parar no português que ela ensina e não retornar ao portugueês arcaico, puro, ou o latim vulgar, ou o latim clássico?
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Gigaview

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.604
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #57 Online: 19 de Agosto de 2014, 20:33:56 »
Além de difícil e complicada, a língua portuguesa é muito parecida com o espanhol e o fato de o Brasil ser o único país da américa latina que fala "diferente" também sugere que devemos repensar com urgência sobre o futuro do nosso idioma. O espanhol já é a segunda língua em Búzios, cantores bolivianos já cantarolam canções andinas há muito tempo nas nossas praças ao som de suas flautas pan, médicos cubanos já atendem nossa população carente que aos poucos incorpora um leve sotaque com entonação caribenha e tudo isso enfatiza uma tendência irreversível do esquecimento de uma língua que nem é nossa e ainda é emblemática de uma situação do tempo que o Brasil era uma simples colônia de Portugal.

Acho que o Brasil deveria ter 3 línguas. O espanhol nas ruas, o inglês na academia e nos negócios e o latim no governo para o PT governar em paz sem precisar ser entendido.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Gigaview

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.604
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #58 Online: 19 de Agosto de 2014, 20:37:02 »
A postura do Barata é a mesma de todo oriental que chama frango de "flango".
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline AlienígenA

  • Nível 34
  • *
  • Mensagens: 2.800
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #59 Online: 19 de Agosto de 2014, 21:03:08 »
Me passou pela cabeça, no entanto, que a moçadinha que fosse alfabetizada já com a reforma, talvez tivesse grande dificuldade de ler textos antigos. Um Machado de Assis talvez se tornasse ininteligível em algumas décadas. Bom, há quem diga que já é.  :hein:
Se Olavo (eu não cozinho, se eu cozinho eu não lavo)de Carvalho pode estar precisando de um tradutor mesmo aqui no forum, onde habitam almas além da imaginação, que dirá, Machados, ou Dostoiveskis...
Olavo (Ocozinho ou Ocuzinho? :lol:) de Carvalho? O português dele é compreensível, o uso que ele faz do português é que pega.  :P

Me passou pela cabeça, no entanto, que a moçadinha que fosse alfabetizada já com a reforma, talvez tivesse grande dificuldade de ler textos antigos. Um Machado de Assis talvez se tornasse ininteligível em algumas décadas. Bom, há quem diga que já é.  :hein:

Nada diferente do inglês de hoje e o do escrito por Shakespeare. O idioma muda.
É. Só fiquei com dó momentaneamente, mas reforma-se Machado. Aliás, já foi feito.

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #60 Online: 20 de Agosto de 2014, 11:53:00 »
Concordo com o Barata até certo ponto. O problema é que o português não é matéria para se legislar simplesmente.  Existe um órgão que é o guardião da língua que é a ABL. O Brasil não é o único país a falar português,  uma mudança, qualquer que seja na norma culta, tem que ser acordado com os demais países lusófonos. O português já é complicado por possuir duas normas-padrão: a da ABL e a da Acedemia de Ciências de Lisboa, e todas as reformas de 1907 para cá visam justamente a uma maior padronização do idioma. Então não considero válido que essa reforma parta do Senado. Por outro lado, não é tão simples fazer uma reforma. Por exemplo: qual o dialeto a considerar? Um exemplo abordado aqui é nascer. Ainda que alguns dialetos pronunciem "nasser", outros pronunciam "nas-cer". Extra é pronunciado "estra" e "ecstra" (e nem coloco a diferença entre o e aberto e fechado). Existe ainda um aspecto etimológico das palavras, já que elas contam uma história,  e algumas mudanças  ocorreram no falar (coser e cozer não eram homófonas anteriormente). Particularmente sou a favor de uma reforma no português que seja mais fonética que etimológica,  como foram as reformas espanholas, mas conduzida pela ABL em conjunto com a Academia de Ciências de Lisboa.

Offline Brienne of Tarth

  • Nível 33
  • *
  • Mensagens: 2.510
  • Sexo: Feminino
  • Ave, Entropia, morituri te salutant
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #61 Online: 20 de Agosto de 2014, 12:15:04 »
O projeto estava entrando em vigor sem ter sido discutido no Brasil. A Academia Brasileira de Letras (ABL) estava fazendo uma reforma sozinha, de um jeito muito conservador. Então pedimos o adiamento do prazo de obrigatoriedade e montamos uma comissão para propor novas regras, simplificar a ortografia e, principalmente, padronizar a gramática com outros países  — afirma o presidente da comissão, senador Cyro Miranda (PSDB-GO).
Citar

A reforma já está em trâmite na ABL, o que está havendo é uma comissão, provavelmente com intenções eleitoreiras, mascarado de democráticas.

Como senador não palpita sobre a presença ou a ausência de "cê-cedilha, hagá ou ceagá",
Citar
Não palpita mas critica...

dois especialistas foram chamados para coordenar o grupo técnico: os professores de português Pasquale Cipro Neto e Ernani Pimentel, responsável pelo site simplificandoaortografia.com — que fomenta um movimento para "substituir o decorar pelo entender" e reúne pitacos de quem se interessar pelo assunto.
Citar
Interessante a decisão de chamar professores "da mídia".

— Por enquanto estamos juntando sugestões. Pretendemos redigir o conjunto de regras e apresentar entre 10 e 12 de setembro, no Simpósio Internacional Linguístico-Ortográfico da Língua Portuguesa, em Brasília. Esse projeto será levado ao Senado, que irá realizar uma audiência pública para ouvir todos que quiserem contribuir — diz Pimentel.
Entrevista: "Caza com 'z' continua sendo um substantivo", diz coordenador do grupo técnico
Citar
Ouvir sim, acatar, provavelmente não...

GNOSE

Offline Gaúcho

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.288
  • Sexo: Masculino
  • República Rio-Grandense
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #62 Online: 20 de Agosto de 2014, 13:06:01 »
Tente explicar para um estrangeiro porque hoje é com h e ontem é sem . Qual a lógica? Qual a função do h? O que muda se ele for retirado?

Pois é, assim como os países de língua inglesa estão preocupadíssimos em explicar aos estrangeiros palavras como receipt, island e scissors.

Ou estão preocupados em explicar aos estrangeiros porque o "o" em "tomb" e "comb" têm sons completamente diferentes. Seguindo na linha da fonética, também estão tentando explicar siege e seize. Quem permitiu que tivessem o mesmo som? :o

Sério, muito mimimi. Todas línguas tem suas periculosidades. Reclamar do "h" em "hoje" é o fim da várzea.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #63 Online: 20 de Agosto de 2014, 13:17:35 »
Oh, I see, outros países tem regras gramaticais idiotas, inúteis que só servem pra atrapalhar, vamos manter as nossas!!!! Porque simplificar e tornar melhor e mais eficiente se podemos manter as complicações por motivo nenhum? Muito mimimi por uma letra que não tem utilidade. Voce gosta do H? Continue usando. Quer defender seu uso, arrume argumentos. Tirando algumas criticas boas aqui, o que eu vi é pedantismo, puro e simples pedantismo.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Gabarito

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.594
  • Sexo: Masculino
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #64 Online: 20 de Agosto de 2014, 13:18:39 »
Concordo com o Barata até certo ponto. O problema é que o português não é matéria para se legislar simplesmente.  Existe um órgão que é o guardião da língua que é a ABL. O Brasil não é o único país a falar português,  uma mudança, qualquer que seja na norma culta, tem que ser acordado com os demais países lusófonos. O português já é complicado por possuir duas normas-padrão: a da ABL e a da Acedemia de Ciências de Lisboa, e todas as reformas de 1907 para cá visam justamente a uma maior padronização do idioma. Então não considero válido que essa reforma parta do Senado. Por outro lado, não é tão simples fazer uma reforma. Por exemplo: qual o dialeto a considerar? Um exemplo abordado aqui é nascer. Ainda que alguns dialetos pronunciem "nasser", outros pronunciam "nas-cer". Extra é pronunciado "estra" e "ecstra" (e nem coloco a diferença entre o e aberto e fechado). Existe ainda um aspecto etimológico das palavras, já que elas contam uma história,  e algumas mudanças  ocorreram no falar (coser e cozer não eram homófonas anteriormente). Particularmente sou a favor de uma reforma no português que seja mais fonética que etimológica,  como foram as reformas espanholas, mas conduzida pela ABL em conjunto com a Academia de Ciências de Lisboa.

Concordo integralmente com Derfel.
Colocou muito bem o problema, atribuindo competência a quem de direito, ou seja, às entidades que cuidam do assunto.
Também concordo que muita coisa pode ser melhorada, aproximando a escrita da fonética. Mas quem deve cuidar disso NÃO é o Senado.

Offline Gaúcho

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.288
  • Sexo: Masculino
  • República Rio-Grandense
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #65 Online: 20 de Agosto de 2014, 13:22:07 »
Oh, I see, outros países tem regras gramaticais idiotas, inúteis que só servem pra atrapalhar, vamos manter as nossas!!!! Porque simplificar e tornar melhor e mais eficiente se podemos manter as complicações por motivo nenhum? Muito mimimi por uma letra que não tem utilidade. Voce gosta do H? Continue usando. Quer defender seu uso, arrume argumentos. Tirando algumas criticas boas aqui, o que eu vi é pedantismo, puro e simples pedantismo.

Seu argumento é que a regra é idiota porque você acha, e os outros são pedantes. OK.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #66 Online: 20 de Agosto de 2014, 13:24:42 »
Oh, I see, outros países tem regras gramaticais idiotas, inúteis que só servem pra atrapalhar, vamos manter as nossas!!!! Porque simplificar e tornar melhor e mais eficiente se podemos manter as complicações por motivo nenhum? Muito mimimi por uma letra que não tem utilidade. Voce gosta do H? Continue usando. Quer defender seu uso, arrume argumentos. Tirando algumas criticas boas aqui, o que eu vi é pedantismo, puro e simples pedantismo.

Seu argumento é que a regra é idiota porque você acha, e os outros são pedantes. OK.

Ok, me explica a regra do uso do H no começo da palavra e sua utilidade. Me explique porque ele deve ser mantido.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #67 Online: 20 de Agosto de 2014, 13:27:26 »
[...]
Tirando algumas criticas boas aqui, o que eu vi é pedantismo, puro e simples pedantismo.

Por curiosidade apenas.

Quais postagens, no seu entender, refletem um forista pedante neste tema?
Foto USGS

Offline Brienne of Tarth

  • Nível 33
  • *
  • Mensagens: 2.510
  • Sexo: Feminino
  • Ave, Entropia, morituri te salutant
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #68 Online: 20 de Agosto de 2014, 13:35:52 »
O Tenno se agarrou ao "h" como uma tábua de salvação. O que está sendo discutido aqui é o caráter totalmente arbitrário, para não dizer condizente com o analfabetismo funcional, de alterar algumas palavras para "facilitar" a alfabetização.
A maioria esmagadora do povo brasileiro vai continuar falando "resistro", "fuzil" no lugar de fusível, a "assustar" um cheque, sem falar da "fratura" do cartão ou ainda "nós fomos";  posso até concordar com a dita reforma, se for devidamente conduzida a quem de direito.
O que precisamos é a valorização do ensino, não seu nivelamento por baixo para atendimento de intenções espúrias.
GNOSE

Offline Gaúcho

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.288
  • Sexo: Masculino
  • República Rio-Grandense
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #69 Online: 20 de Agosto de 2014, 13:36:55 »
Oh, I see, outros países tem regras gramaticais idiotas, inúteis que só servem pra atrapalhar, vamos manter as nossas!!!! Porque simplificar e tornar melhor e mais eficiente se podemos manter as complicações por motivo nenhum? Muito mimimi por uma letra que não tem utilidade. Voce gosta do H? Continue usando. Quer defender seu uso, arrume argumentos. Tirando algumas criticas boas aqui, o que eu vi é pedantismo, puro e simples pedantismo.

Seu argumento é que a regra é idiota porque você acha, e os outros são pedantes. OK.

Ok, me explica a regra do uso do H no começo da palavra e sua utilidade. Me explique porque ele deve ser mantido.

Você sabe que o português deriva do latim?

"A palavra "hoje" é escrita com "h" devido à etimologia do termo, pois a forma latina é 'hodie'.

E utilidade é completamente subjetivo. Você acha que os "caras" na ABL se reúnem e definem o idioma baseado em "utilidade"? Sério, Barata? Você tem pelo menos a mínima noção do que é levado em conta em qualquer proposta de mudança, por mínima que seja, no idioma? Uma dica: "utilidade" não é uma das prioridades.

Reunião na ABL, como imaginada pelo Barata:

-"Pois bem, conforme a última reunião, ficou decidido que o "ss" não é útil. É completamente pocível se fazer entender sem o seu uso."
-"E sobre o "xc"? Não existe nada mais inútil."
-"OK, "xc" também está fora."
-"Por hoje seria isso. Fica combinado, para semana que vem, a discussão sobre o acento agudo. Temos até lá para decidir se ele é útil ou não. Boa noite.".
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Lorentz

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 10.735
  • Sexo: Masculino
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #70 Online: 20 de Agosto de 2014, 13:43:08 »
Oh, I see, outros países tem regras gramaticais idiotas, inúteis que só servem pra atrapalhar, vamos manter as nossas!!!! Porque simplificar e tornar melhor e mais eficiente se podemos manter as complicações por motivo nenhum? Muito mimimi por uma letra que não tem utilidade. Voce gosta do H? Continue usando. Quer defender seu uso, arrume argumentos. Tirando algumas criticas boas aqui, o que eu vi é pedantismo, puro e simples pedantismo.

Seu argumento é que a regra é idiota porque você acha, e os outros são pedantes. OK.

Ok, me explica a regra do uso do H no começo da palavra e sua utilidade. Me explique porque ele deve ser mantido.

Você sabe que o português deriva do latim?

"A palavra "hoje" é escrita com "h" devido à etimologia do termo, pois a forma latina é 'hodie'.


O italiano é um idioma muito mais próximo do latim, talvez só perca pro romeno (estou chutando). E "hoje" em italiano é "oggi". "Ontem" é "ieri".
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #71 Online: 20 de Agosto de 2014, 13:45:36 »
O Tenno se agarrou ao "h" como uma tábua de salvação. O que está sendo discutido aqui é o caráter totalmente arbitrário, para não dizer condizente com o analfabetismo funcional, de alterar algumas palavras para "facilitar" a alfabetização.
A maioria esmagadora do povo brasileiro vai continuar falando "resistro", "fuzil" no lugar de fusível, a "assustar" um cheque, sem falar da "fratura" do cartão ou ainda "nós fomos";  posso até concordar com a dita reforma, se for devidamente conduzida a quem de direito.
O que precisamos é a valorização do ensino, não seu nivelamento por baixo para atendimento de intenções espúrias.

Eu ja falei a falácia da falsa dicotomia né? Preciso repetir?
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Lorentz

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 10.735
  • Sexo: Masculino
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #72 Online: 20 de Agosto de 2014, 13:49:10 »
Sugiro aos moderadores separar as postagens sobre essa reforma e incluí-las num tópico próprio.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #73 Online: 20 de Agosto de 2014, 13:54:08 »
Oh, I see, outros países tem regras gramaticais idiotas, inúteis que só servem pra atrapalhar, vamos manter as nossas!!!! Porque simplificar e tornar melhor e mais eficiente se podemos manter as complicações por motivo nenhum? Muito mimimi por uma letra que não tem utilidade. Voce gosta do H? Continue usando. Quer defender seu uso, arrume argumentos. Tirando algumas criticas boas aqui, o que eu vi é pedantismo, puro e simples pedantismo.

Seu argumento é que a regra é idiota porque você acha, e os outros são pedantes. OK.

Ok, me explica a regra do uso do H no começo da palavra e sua utilidade. Me explique porque ele deve ser mantido.

Você sabe que o português deriva do latim?

"A palavra "hoje" é escrita com "h" devido à etimologia do termo, pois a forma latina é 'hodie'.

E utilidade é completamente subjetivo. Você acha que os "caras" na ABL se reúnem e definem o idioma baseado em "utilidade"? Sério, Barata? Você tem pelo menos a mínima noção do que é levado em conta em qualquer proposta de mudança, por mínima que seja, no idioma? Uma dica: "utilidade" não é uma das prioridades.

Reunião na ABL, como imaginada pelo Barata:

-"Pois bem, conforme a última reunião, ficou decidido que o "ss" não é útil. É completamente pocível se fazer entender sem o seu uso."
-"E sobre o "xc"? Não existe nada mais inútil."
-"OK, "xc" também está fora."
-"Por hoje seria isso. Fica combinado, para semana que vem, a discussão sobre o acento agudo. Temos até lá para decidir se ele é útil ou não. Boa noite.".

Uauu, o uso do h deriva de uma língua morta, isso é um grande motivo para se manter algo inútil. Partindo desse princípio, deveríamos estar falando latim ainda hoje.

E, sim, a ABL cria regras de acordo com a utilidade e da capacidade de se criar regras com o mínimo possível de excessões. Garanto que utilidade é uma prioridade muito maior que "devido a etimologia do termo que veio do latim".
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Gabarito

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.594
  • Sexo: Masculino
Re:Re:Tópico Coringa
« Resposta #74 Online: 20 de Agosto de 2014, 14:09:16 »
Sugiro aos moderadores separar as postagens sobre essa reforma e incluí-las num tópico próprio.

Exatamente.
Todo esse debate já merece um tópico próprio e eu sugiro um título: Comissão do Senado estuda promover nova reforma ortográfica.
Que os moderadores separem as mensagens a partir daquela em que é publicada a notícia por Skorpios, a de número #1616.
De lá para cá, só se falou nisso.

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!