Autor Tópico: No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)  (Lida 8664 vezes)

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Offline Sergiomgbr

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #250 Online: 03 de Junho de 2019, 15:46:39 »
Nenhum dos exemplos apresentados nos links se caracterizam especificamente cono casos de obsoletismo proposital. Ou são produtos feitos oara durar menos ou são crimes pura e siplesmente, ou se trata de estratégia para segmentação de produtos. Nenhum produto citado deixou de ser funcional para o que se propunha. Um caso de produto que deixou de ser funcional para o que se propunha, por exenplo, foi o sistema de fotografia do Daguerre, ou o carburador, ou a caneta de pena de ave.
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Offline Pedro Reis

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #251 Online: 03 de Junho de 2019, 15:47:59 »



O produto muda bastante, mas o que predomina são realmente as alterações puramente cosméticas. "Reestilização", "tapinhas no visual"... Custos desnecessários, inclusive para o meio ambiente.

Offline Pedro Reis

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #252 Online: 03 de Junho de 2019, 15:50:07 »
Nenhum dos exemplos apresentados nos links se caracterizam especificamente cono casos de obsoletismo proposital. Ou são produtos feitos oara durar menos ou são crimes pura e siplesmente, ou se trata de estratégia para segmentação de produtos. Nenhum produto citado deixou de ser funcional para o que se propunha. Um caso de produto que deixou de ser funcional para o que se propunha, por exenplo, foi o sistema de fotografia do Daguerre, ou o carburador, ou a caneta de pena de ave.

Não entendi. Estes, que você cita, são exemplos de tecnologias que se tornaram obsoletas. A obsolência programada é um caso diferente.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #253 Online: 03 de Junho de 2019, 15:54:28 »
Afinal, por que um fabricante não consideraria uma boa ideia a obsolência programada?

Ele poderia considerar boa, desde que tivesse melhor desempenho no mercado comparado a uma longevidade maior da linha, a ponto de valer a pena o investimento no desenvolvimento de novas patentes de design e das alterações necessárias na linha de produção, o que não parece algo garantido de ser o caso, uma aposta que pode perder de "não gastar dinheiro para consertar o que não está quebrado".



Seria interessante se ter modificações específicas para discutir, bem como conhecimento do que envolvem no que concerne a patentes e ajustes na linha de produção, etc.



Eles também vão abdicar da demanda de vendas das peças do modelo anterior, mesmo apesar dessa também poder ser satisfeita por "genéricas"/paralelas, em vez de forçar a pessoa a comprar um carro novo, e nada garante que não seja de outra fábrica, só por causa de algumas peças não-originais. Por que faria isso?




Mas de fato, conforme eu havia dito, não é verdade que o mais lucrativo seja sempre o melhor para o consumidor ou em termos de "alocação de recursos".












O produto muda bastante, mas o que predomina são realmente as alterações puramente cosméticas. "Reestilização", "tapinhas no visual"... Custos desnecessários, inclusive para o meio ambiente.

Não sei se no caso foram mesmo só cosméticas, ainda que estas também estejam presentes e sejam um potencial atrativo para novos compradores, em comparação a se manter o desenho anterior.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ford_Ka#Motoriza%C3%A7%C3%A3o

Houve inclusive mudança de "plataforma" (linha geral de estrutura duma "família" de carros https://en.wikipedia.org/wiki/Car_platform ).

Offline Sergiomgbr

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #254 Online: 03 de Junho de 2019, 15:55:17 »
Por que não foi exemplo de obsolescência programada. Talvez se você ler o post todo fique mais claro.
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Offline Cinzu

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #255 Online: 03 de Junho de 2019, 16:04:50 »
Os exemplos do Pedro Reis são apenas estratégias de marketing que as empresas usam para convencer o consumidor de que ele deve adquirir um novo produto. Mas a troca, se realizada pelo consumidor, não se deu por falha do produto anterior.
"Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar"

Offline Pedro Reis

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #256 Online: 03 de Junho de 2019, 16:07:37 »


Afinal, por que um fabricante não consideraria uma boa ideia a obsolência programada?

Ele poderia considerar boa, desde que tivesse melhor desempenho no mercado comparado a uma longevidade maior da linha, a ponto de valer a pena o investimento no desenvolvimento de novas patentes de design e das alterações necessárias na linha de produção, o que não parece algo garantido de ser o caso, uma aposta que pode perder de "não gastar dinheiro para consertar o que não está quebrado".



Então, para efeito de ensaio, pense na indústria da moda. Na indústria de vestuário.

Todos estes custos a que você alude, também existem quando, de um ano para outro, toda a linha de produção de uma fábrica precisa ser reestruturada para toda uma nova linha de roupas. O que inclui o custo de pagar designers e estilistas, contratar novos fornecedores, etc... Bom, os fabricantes de burca no Irã não estão onerados com estes tipos de custos.

Mas que indústria será que fatura mais? Quem será que lucra mais? A indústria da moda no ocidente ou os fabricantes de burca do Irã?

Citação de: Buckaroo Banzai
Não sei se no caso foram mesmo só cosméticas, ainda que estas também estejam presentes e sejam um potencial atrativo para novos compradores, em comparação a se manter o desenho anterior.


Não disse que foram só cosméticas. E não foram. Mas são predominantemente cosméticas. Todos nós sabemos disso até pela nossa própria experiência como consumidores. Mas afinal, qual a estratégia por trás de alterações puramente cosméticas em produtos que já possuem boa aceitação dos consumidores? E note que há os custos citados por você tanto em alterações que embutem inovações tecnológicas quanto em alterações puramente cosméticas.

Offline Pedro Reis

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #257 Online: 03 de Junho de 2019, 16:09:56 »
Os exemplos do Pedro Reis são apenas estratégias de marketing que as empresas usam para convencer o consumidor de que ele deve adquirir um novo produto. Mas a troca, se realizada pelo consumidor, não se deu por falha do produto anterior.

Na verdade eu citei alguns casos em que o produto deu defeito logo depois de expirar a garantia. E até o caso inequívoco de obsolência programada da impressora que estava literalmente programada para se tornar obsoleta por falha.

Offline Sergiomgbr

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #258 Online: 03 de Junho de 2019, 16:13:08 »
A questão é: O produto X que é vendido pela empresa Z deixa de ser funcional portanto, fica obsoleto  por que a empresa Z lançou um outro produto Y para substituir o produto X?
Se sim, ainda assim falta confirmar se isso foi estratégia da empresa de ficar "segurando" o produto Y para explorar a venda de X pura e simplesmente o que se configuraria obsolescência programada. Porém ainda assim a empresa Z tendo no decorrer da exploração de X desenvolvido também Y mas por ter investido na produção de X e tendo muita matéria prima e logística que seria perdida resultando em perdas injustificáveis adota a estratégia de completar o ciclo de X antes de lançar Y, o que não se caracterizaria exatamente também na tal da obsolescência programada.
« Última modificação: 03 de Junho de 2019, 16:16:10 por Sergiomgbr »
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Offline Pedro Reis

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #259 Online: 03 de Junho de 2019, 16:20:03 »
A questão é: O produto X que é vendido pela empresa Z deixa de ser funcional portanto, fica obsoleto  por que a empresa Z lançou um outro produto Y para substituir o produto X?
Se sim, ainda assim falta confirmar se isso foi estratégia da empresa de ficar "segurando" o produto Y para explorar a venda de X pura e simplesmente o que se configuraria obsolescência programada. Porém ainda assim a empresa Z tendo no decorrer da exploração de X desenvolvido também Y mas por ter investido na produção de X e tendo muita matéria prima e logística que seria perdida resultando em perdas injustificáveis adota a estratégia de completar o ciclo de X antes de lançar Y, o que não se caracterizaria exatamente também na tal da obsolescência programada.

Não Sérgio, cê tá fazendo uma confusão danada. Uma empresa ficar "segurando" o lançamento do produto Y para explorar a venda do antigo modelo X seria o contrário de obsolência programada!

Entendeu? O oposto! Raciocine um pouco sobre isso. Parece que você não entendeu sobre o que nós estamos discutindo aqui.

Offline Sergiomgbr

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #260 Online: 03 de Junho de 2019, 16:24:09 »
O que certamente se configuraria em obsolescência programada seria uma empresa que desenvolvesse por exemplo, um computador como o mais moderno modelo atual mas que começasse vendendo o ENIAC, e depois o próximo aprimoramento, e depois o próximo, e assim por diante.
« Última modificação: 03 de Junho de 2019, 16:26:19 por Sergiomgbr »
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Offline Pedro Reis

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #261 Online: 03 de Junho de 2019, 16:25:29 »
Uma das muitas práticas que poderia ser definida como obsolência programada é justamente lançar um novo modelo quando o anterior ainda é satisfatório. Ou - e a Apple já foi acusada de fazer muito isso - é lançar um um tipo de produto para o qual a própria empresa já possui uma tecnologia mais avançada. Porém a concorrência ainda não.

Então ela lança aquele modelo que é top de linha, mesmo podendo lançar um produto que seria ainda mais avançado. Seis meses depois ela lança um novo modelo, este com todas as inovações, tornando o modelo anterior obsoleto. Sendo que ela poderia ter lançado este último modelo já no lugar do anterior.

Veja, isso também se encaixa em uma mentalidade ou estratégia mercadológica como um tipo de obsolência programada.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #262 Online: 03 de Junho de 2019, 16:27:01 »


Afinal, por que um fabricante não consideraria uma boa ideia a obsolência programada?

Ele poderia considerar boa, desde que tivesse melhor desempenho no mercado comparado a uma longevidade maior da linha, a ponto de valer a pena o investimento no desenvolvimento de novas patentes de design e das alterações necessárias na linha de produção, o que não parece algo garantido de ser o caso, uma aposta que pode perder de "não gastar dinheiro para consertar o que não está quebrado".



Então, para efeito de ensaio, pense na indústria da moda. Na indústria de vestuário.

Todos estes custos a que você alude, também existem quando, de um ano para outro, toda a linha de produção de uma fábrica precisa ser reestruturada para toda uma nova linha de roupas. O que inclui o custo de pagar designers e estilistas, contratar novos fornecedores, etc... Bom, os fabricantes de burca no Irã não estão onerados com estes tipos de custos.

Mas que indústria será que fatura mais? Quem será que lucra mais? A indústria da moda no ocidente ou os fabricantes de burca do Irã?

Achei que eu tivesse escrito em algum momento que vai variar de acordo com a indústria, e fazendo a distinção específica à indústria de moda, já que é mais "perecível" do que carros e eletrodomésticos, além de ser consideravelmente mais movimentada por consumo supérfluo do que estas. Acho que junto com coisas como alguns cosméticos, devem ter as maiores diferenças entre custo de produção e preço de venda.



Citar
Citação de: Buckaroo Banzai
Não sei se no caso foram mesmo só cosméticas, ainda que estas também estejam presentes e sejam um potencial atrativo para novos compradores, em comparação a se manter o desenho anterior.


Não disse que foram só cosméticas. E não foram. Mas são predominantemente cosméticas. Todos nós sabemos disso até pela nossa própria experiência como consumidores. Mas afinal, qual a estratégia por trás de alterações puramente cosméticas em produtos que já possuem boa aceitação dos consumidores? E note que há os custos citados por você tanto em alterações que embutem inovações tecnológicas quanto em alterações puramente cosméticas.

Acho que é "marketing", alguém que vai comprar um novo carro, computador, etc, vai provavelmente ser mais suscetível ao apelo do "último modelo" do que do modelo que se mantém a 5 anos, mesmo que as mudanças tenham sido só cosméticas, só pelo fato de já parecer "velho" e as associações psicológicas disso, ou mesmo só das mudanças cosméticas objetivamente serem mais atraentes mesmo fora desse contexto histórico. Algo similar ao mercado de moda.

Mas isso é diferente daquilo de "agora, trocando as peças por versões sutilmente diferentes, então o idiota que comprou nosso modelo anterior não vai encontrar mais para reposição, tendo então que comprar um novo carro/computador/geladeira/televisor inteirinho! Hahahahaahahah." Onde o interesse deve ser na verdade o de continuar produzindo peças compatíveis já que será raro as pessoas comprarem um novo modelo só por poucas peças precisarem ser repostas, e mais raro ainda voltar para a mesma marca quando for fazer isso se a qualidade for vagabunda e as peças reputadamente raras.














Offline Pedro Reis

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #263 Online: 03 de Junho de 2019, 16:28:57 »
O que quer dizer "obsolência programada"? Não é projetar ou programar a obsolência de um produto?

Isso pode se dar de muitas formas e você deu um exemplo de uma destas formas. Que aliás, é usual.

Outro pode ser o da impressora que tem um chip programado para falhar após um certo número de impressões. Ou pode ser também o frabricante fazendo pequenas alterações irrelevantes de design no automóvel, de modo que daqui a 5 anos quem tem um carro daquele modelo tenha a impressão de ter um carro velho, ultrapassado, fora de moda. E ainda por cima com dificuldade de encontrar aquele retrovisor orginal.

Offline Sergiomgbr

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #264 Online: 03 de Junho de 2019, 16:30:29 »
A questão é: O produto X que é vendido pela empresa Z deixa de ser funcional portanto, fica obsoleto  por que a empresa Z lançou um outro produto Y para substituir o produto X?
Se sim, ainda assim falta confirmar se isso foi estratégia da empresa de ficar "segurando" o produto Y para explorar a venda de X pura e simplesmente o que se configuraria obsolescência programada. Porém ainda assim a empresa Z tendo no decorrer da exploração de X desenvolvido também Y mas por ter investido na produção de X e tendo muita matéria prima e logística que seria perdida resultando em perdas injustificáveis adota a estratégia de completar o ciclo de X antes de lançar Y, o que não se caracterizaria exatamente também na tal da obsolescência programada.

Não Sérgio, cê tá fazendo uma confusão danada. Uma empresa ficar "segurando" o lançamento do produto Y para explorar a venda do antigo modelo X seria o contrário de obsolência programada!

Entendeu? O oposto! Raciocine um pouco sobre isso. Parece que você não entendeu sobre o que nós estamos discutindo aqui.
Mas foi exatamente isso o que você considerou no post seguinte. Ou então estou drogado aqui.
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Offline Sergiomgbr

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #265 Online: 03 de Junho de 2019, 16:33:21 »
O que quer dizer "obsolência programada"? Não é projetar ou programar a obsolência de um produto?

Isso pode se dar de muitas formas e você deu um exemplo de uma destas formas. Que aliás, é usual.

Outro pode ser o da impressora que tem um chip programado para falhar após um certo número de impressões. Ou pode ser também o frabricante fazendo pequenas alterações irrelevantes de design no automóvel, de modo que daqui a 5 anos quem tem um carro daquele modelo tenha a impressão de ter um carro velho, ultrapassado, fora de moda. E ainda por cima com dificuldade de encontrar aquele retrovisor orginal.
Não, um chip posto ali para falhar não vai tornar o produto obsoleto, substitui-se o chip e o produto volta a ficar funcional. Essa prática de usar peças corruptivas é apenas um crime de lesa consumidor.
« Última modificação: 03 de Junho de 2019, 16:47:28 por Sergiomgbr »
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #266 Online: 03 de Junho de 2019, 16:39:38 »
O que quer dizer "obsolência programada"? Não é projetar ou programar a obsolência de um produto?

Isso pode se dar de muitas formas e você deu um exemplo de uma destas formas. Que aliás, é usual.

Outro pode ser o da impressora que tem um chip programado para falhar após um certo número de impressões. Ou pode ser também o frabricante fazendo pequenas alterações irrelevantes de design no automóvel, de modo que daqui a 5 anos quem tem um carro daquele modelo tenha a impressão de ter um carro velho, ultrapassado, fora de moda. E ainda por cima com dificuldade de encontrar aquele retrovisor orginal.
Citar
Outro tipo atual de obsolescência, a funcional, ocorre quando o produto tem sua vida útil abreviada de propósito. O documentário The Light Bulb Conspiracy traz o exemplo de um consumidor dos EUA cuja impressora parou de funcionar – e consertá-la sairia mais caro que comprar uma nova. Ele descobriu que o fabricante incluía um chip que causava a pane após certo número de impressões

Só o nome da fonte sugere mesmo a linha de pensamento teórico conspiracionista de que poderíamos ter lâmpadas incandescentes que duram a vida toda.

Pelo que sei, imagino que se trate na verdade de chips de expiração de validade em cartuchos de tinta, não da impressora ao todo.

Isso vem dessa indústria (ou as linhas de impressoras domésticas especificamente) funcionar basicamente subsidiando as impressoras através dos cartuchos. As coisas poderiam ser diferentes, mas não necessariamente melhores para todo mundo, uma amostra disso será os custos de impressoras de maior porte, maiores, apesar do custo de reabastecimento ser proporcionalmente reduzido.

Novamente, não digo que o mercado encontrou uma solução ideal e perfeita e harmoniosa com o que melhor serve a população sem que se possa apontar nada questionável, mas foi uma solução largamente viável e "aceitável" o suficiente para criar esse mercado de impressoras baratas.

Talvez seja análogo a "discriminação por preço", se não for exatamente isso. Para um nicho de uso mais leve, foi o mais viável impressoras mais baratas e os cartuchos mais caros; as pessoas livremente compram mais dessas impressoras baratas do que das caras, a menos que requeiram um uso profissional mais pesado. Pagam "a prestação", pela produção, em cartuchos superfatuados.

Para elas é mais viável do que contratos de aluguel com empresas que façam manutenção e etc.


(E novamente não é obsolescência programada, mas longevidade programada)




Citar
https://en.wikipedia.org/wiki/Inkjet_printing#Business_model

...

In 2007 Eastman Kodak entered the inkjet market with its own line of All-In-One printers based on a marketing model that differed from the prevailing practice of selling the printer at a loss while making large profits on replacement ink cartridges. Kodak claimed that consumers could save up to 50 percent on printing by using its lower cost cartridges filled with the company’s proprietary pigmented colorants while avoiding the potential problems associated with off-brand inks.[37] This strategy proved unsuccessful and Kodak exited the consumer inkjet printer business in 2012.

...




Offline Cinzu

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #267 Online: 03 de Junho de 2019, 16:40:18 »
Uma empresa ficar "segurando" o lançamento do produto Y para explorar a venda do antigo modelo X seria o contrário de obsolência programada!

Uma das muitas práticas que poderia ser definida como obsolência programada é justamente lançar um novo modelo quando o anterior ainda é satisfatório. Ou - e a Apple já foi acusada de fazer muito isso - é lançar um um tipo de produto para o qual a própria empresa já possui uma tecnologia mais avançada. Porém a concorrência ainda não.

Então ela lança aquele modelo que é top de linha, mesmo podendo lançar um produto que seria ainda mais avançado. Seis meses depois ela lança um novo modelo, este com todas as inovações, tornando o modelo anterior obsoleto. Sendo que ela poderia ter lançado este último modelo já no lugar do anterior.

Acho que você está jogando marketing, estratégia de lançamento e obsolescência programada tudo junto e fazendo uma salada de frutas.
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Offline Cinzu

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #268 Online: 03 de Junho de 2019, 16:48:31 »
Há tantas formas de se criticar práticas capitalistas e as pessoas escolhem as mais conspiratórias possíveis.

Pra que questionar marketing agressivos, publicidades abusivas e propagandas enganosas quando se pode bolar uma teoria de empresas cooperando entre si para venderem aparelhos defeituosos em massa a serem substituídos a cada 6 meses ao mesmo tempo em que escondem a lâmpada de R$ 1,99 que dura 1000 anos.
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Offline Pedro Reis

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #269 Online: 03 de Junho de 2019, 16:49:13 »

Acho que é "marketing", alguém que vai comprar um novo carro, computador, etc, vai provavelmente ser mais suscetível ao apelo do "último modelo" do que do modelo que se mantém a 5 anos, mesmo que as mudanças tenham sido só cosméticas, só pelo fato de já parecer "velho" e as associações psicológicas disso, ou mesmo só das mudanças cosméticas objetivamente serem mais atraentes mesmo fora desse contexto histórico. Algo similar ao mercado de moda.


Sim. O marketing é também uma das formas de programar obsolência. Ou seja, criar artificialmente impulsos de consumo que levem o consumidor a descartar o velho e desejar gastar adquirindo o novo.


Mas isso é diferente daquilo de "agora, trocando as peças por versões sutilmente diferentes, então o idiota que comprou nosso modelo anterior não vai encontrar mais para reposição, tendo então que comprar um novo carro/computador/geladeira/televisor inteirinho! Hahahahaahahah." Onde o interesse deve ser na verdade o de continuar produzindo peças compatíveis já que será raro as pessoas comprarem um novo modelo só por poucas peças precisarem ser repostas, e mais raro ainda voltar para a mesma marca quando for fazer isso se a qualidade for vagabunda e as peças reputadamente raras.



Mas isso acontece. Vou dar um exemplo até pessoal.

Comprei uma lambreta Honda em 2003. Comprei 0km.

É um veículo extremamente simples, difícil de dar problema, muito pouca manutenção. Depois de um tempo, acho que lá pra 2007 ou 2009, levei para uma casa que tenho na região dos lagos. Bom, ficou muito tempo sem andar e por causa do álcool que colocam na gasolina o carburador foi pro espaço, corroído. Eu tive que trocar mas na época o carburador original já custaria o mesmo preço da moto ( se eu fosse vender, porque essa atualização constante do modelo também tem esse efeito de produzir uma desvalorização rápida do usado ), apesar da lambretinha estar intereiraça;

Bom, comprei um carburado chinês, que custou menos de 50 paus, mixaria... O original custava mais de 1000 já. Quem vai comprar isso? O xing ling, apesar de ser um cópia idêntica, misteriosamente era uma porcaria. Mas tão barato que comprei outro, também chinês mas de outro fabricante. Putx, esse era ainda pior.

A Honda fabrica esta mesma lambreta até hoje, 2019. E é essencialmente a mesma moto! Não teve avanço tecnológico nenhum. Porque é uma lambretinha básica. No entanto o modelo atual já é completamente diferente e você não encontra mais nada original da 2003 ( eu ainda tenho a lambretinha ). E eu até acho o modelo 2003 mais bonitinho que o atual, porque as alterações foram todas estéticas.

Ora, o fabricante poderia estar fazendo o mesmo modelo até hoje. Pra quê as alterações se não houve evolução tecnológica? Alguma coisa eles ganham com isso. Mas se eu for vender essa lambreta, apesar de estar inteirinha, não me dão nem mil reais... Ninguém quer porque já não existe peça original e as xing ling são uma bosta.

É presumível, bastante razoável, que se o fabricante tivesse mantido o mesmo modelo nestes 15 anos, como a Ford fez com o Ford Bigode, e muitos outros veículos antigamente, ele teria tido muito menor lucro, teria vendido um número bem menor de motocicletas.

Offline Sergiomgbr

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #270 Online: 03 de Junho de 2019, 16:52:49 »
Caramba, produto fora de moda de modo nenhum é produto obsoleto! Cuca nao tem nada a haver com gado.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Pedro Reis

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #271 Online: 03 de Junho de 2019, 16:56:02 »
Há tantas formas de se criticar práticas capitalistas e as pessoas escolhem as mais conspiratórias possíveis.

Pra que questionar marketing agressivos, publicidades abusivas e propagandas enganosas quando se pode bolar uma teoria de empresas cooperando entre si para venderem aparelhos defeituosos em massa a serem substituídos a cada 6 meses ao mesmo tempo em que escondem a lâmpada de R$ 1,99 que dura 1000 anos.

Mas não há nada de tão mirabolante e não é necessário que as empresas colaborem entre si.

Se você fabricar uma lâmpada de led (e talvez com led deva ser bastante viável) que dure 20 anos, daqui há 2 anos todosj já adquiriram as lâmpadas que precisam e sua fábrica fecha. Porque você, como empresário, acharia essa uma boa ideia?

Offline Pedro Reis

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #272 Online: 03 de Junho de 2019, 17:02:40 »
Uma empresa ficar "segurando" o lançamento do produto Y para explorar a venda do antigo modelo X seria o contrário de obsolência programada!

Uma das muitas práticas que poderia ser definida como obsolência programada é justamente lançar um novo modelo quando o anterior ainda é satisfatório. Ou - e a Apple já foi acusada de fazer muito isso - é lançar um um tipo de produto para o qual a própria empresa já possui uma tecnologia mais avançada. Porém a concorrência ainda não.

Então ela lança aquele modelo que é top de linha, mesmo podendo lançar um produto que seria ainda mais avançado. Seis meses depois ela lança um novo modelo, este com todas as inovações, tornando o modelo anterior obsoleto. Sendo que ela poderia ter lançado este último modelo já no lugar do anterior.

Acho que você está jogando marketing, estratégia de lançamento e obsolescência programada tudo junto e fazendo uma salada de frutas.

Caramba, produto fora de moda de modo nenhum é produto obsoleto! Cuca nao tem nada a haver com gado.

Entedam uma coisa: quem decide o que é ou não obsoleto é o consumidor. Não é alguma lei da Física nem  o fabricante.

Se você quiser continuar usando uma máquina de escrever em vez de imprimir seus textos, ela não é obsoleta. Pra você.

Então programar obsolência inclui qualquer expediente que induza o consumidor a desejar adquirir um novo produto para substituir o antigo que realizava a mesma função.

Isso pode se dar porque você projeta o seu produto para estar já dando defeito pela época de lançamento do novo modelo, ou porque você lança um modelo com uma tecnologia que internamente, para sua companhia, já é ultrapassada, esperando daqui há 6 meses induzir as pessoas a comprarem o modelo novo, com mais recursos. Ou você pode induzir até o cara a achar que o produto dele ficou obsoleto porque está fora de moda. Ou de qualquer outro jeito... no fundo são diferentes táticas de uma mesma estratégia e convergindo para um mesmo objetivo.

Offline Sergiomgbr

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #273 Online: 03 de Junho de 2019, 17:07:06 »
Se fosse assim as fábricas de tijolos, de martelos, de molduras, de parafusos de armários de aço, de panelas, de lanternas, de colheres, de cabos de aço, de halteres, de bolas de sinuca, ... Fechariam as portas
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:No Capitalismo Nem Tudo São Flores: A Obsolescência Programada (Planejada)
« Resposta #274 Online: 03 de Junho de 2019, 17:07:27 »
...

Ora, o fabricante poderia estar fazendo o mesmo modelo até hoje. Pra quê as alterações se não houve evolução tecnológica? Alguma coisa eles ganham com isso. Mas se eu for vender essa lambreta, apesar de estar inteirinha, não me dão nem mil reais... Ninguém quer porque já não existe peça original e as xing ling são uma bosta.

É presumível, bastante razoável, que se o fabricante tivesse mantido o mesmo modelo nestes 15 anos, como a Ford fez com o Ford Bigode, e muitos outros veículos antigamente, ele teria tido muito menor lucro, teria vendido um número bem menor de motocicletas.

Sim, só as mudanças estéticas podem fazer com que venda mais, mas isso "concorre" com as perdas de ganhos por demanda de peças originais que ele tira de linha, tem que haver algum tipo de cálculo. Não pode manter "todas" as linhas para sempre, e nem quer perder para a "novidade" do concorrente.

Mas esse ganho adicional em vendas não vai se dar nem por alguém dizer "quebrou o retrovisor, que bosta, agora vou ter que gastar R$ 5.000 em vez de R$ 50, já que não fazem mais desse espelho," e nem só pela relativa dificuldade de reposição de peças no mercado de usados. Antes disso, estes modelos já serão menos preferíveis comparados a algo mais novo de preço aproximado, só pelo desgaste natural geral associado à idade. Além de mudanças estéticas poderem ser ou inerentemente mais atrativas, ou por serem só novidade.



 

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