Acho que dá para dizer que "em vários casos é possível que". Mas ainda é uma coisa meio estranha a se levantar, especialmente nesse contexto aqui.
Digamos que fosse uma peça que sugerisse poder ter havido violência contra um garoto, criança, e se considerasse por qualquer motivo inapropriada essa interpretação (sei lá por que). E então se defedesse a peça dizendo que "pode ser que em alguns casos as crianças apenas se acidentem e falsamente acusem aos pais ou colegas de escola de violência".
Pode até ser... mas e daí?
Pow, existem vários motivos ou explicações para uma criança mentir sobre isso (ou achar estar dizendo a verdade, enquanto não está), alienação parental e falsas memórias (que por sinal estão correlacionadas) são os primeiros exemplos que me ocorreram quando você atentou para este fato.
Logo, mesmo sendo uma criança a realizar uma denuncia (principalmente por ser uma criança, pois esta pode ser facilmente manipulável), a possibilidade de que acusação é falsa deve ser mantida e investigada.
Abraços!
Sim, claro! Mas não sugeri o contrário. Apenas indago a relevância desse tipo de possibilidade no caso em questão, que, relembrando não se trata de um crime cometido por qualquer pessoa, mas uma peça publicitária com uma intenção qualquer, e dar ou não essa intenção e as possíveis outras interpretações.
Começando por "OK, há casos de falsas acusações de estupro", e voltando ao caso anterior, um cartaz/banner que se postule que possa ser comum a interpretação, tida como indesejável, de se tratar de uma vítima de estupro sofrendo bullying de outras meninas. Haver esses casos falsos simplesmente não tem relevância alguma. Isso que você traz é quase que o inverso do "mundo bizarro" do próprio problema levantado, que já é até um pouco (mas bem menos) questionável.
Só seria pior se postulasse, "ah, mas não ocorre às pessoas que um homem vítima de estupro por mulheres pode ser a verdadeira vítima na foto -- seria dele as fotos de quem as garotas riem vendo o celular, e a expressão fria e sem sentimentos é a da principal perpetradora". E então cita o caso como daquela estupradora na Rússia que manteve um cara em cativeiro por uns tempos até. Sei lá, até isso ao menos teria mais ligação com o que se discute, no sentido de "interpretações indesejadas" da coisa.
O fato de haver acusações falsas só teria alguma relevância caso se suponha que isso fosse mais comum que estupros de verdade, e logo a possibilidade interpretações acidentais de bullying por estupro seria improvável, não merecendo ser levada em consideração.