Autor Tópico: Os estragos do chavismo na Venezuela  (Lida 123321 vezes)

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Offline -Huxley-

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1975 Online: 01 de Fevereiro de 2018, 18:11:43 »
Citação de: Acauan

A pergunta principal continua:

Por que o racha nas forças armadas ainda não aconteceu?

Talvez a explicação mais simples seja verdadeira, como de hábito.
Não houve uma rebelião contra Maduro até agora porque os comandos militares estão todos de rabo preso e comprometidos com os crimes do regime.
Se derrubado Maduro, é muito possível que mais cedo ou mais tarde estes militares sejam levados a julgamento, como aconteceu tantas vezes em tantos lugares em situações análogas.

Assim, a regra para estes comandantes parece ser ruim com Maduro, pior sem ele e a Venezuela que se foda...

Fonte: http://religiaoeveneno.com.br/discussion/676/qual-sera-o-desfecho-da-crise-humanitaria-na-venezuela/p3


Os comandantes não precisam necessariamente estarem de rabo preso e comprometidos com os crimes do regime.  Pode ser que haja os que estejam, mas  não é necessário isso, basta que a situação particular deles seja suficientemente privilegiada para que não haja motivo para eles se rebelarem, e que haja castigo pesado para quem tentar rebelar.  Pois, se a situação deles está boa, então com rebelião eles só sofreriam riscos  desnecessários.


Para controlar uma grande massa de pessoas, basta que se tenha controle sobre a liderança mais alta e relevante (obviamente incluindo aí a importante liderança de forças armadas). E para controlar essa liderança basta que seja dada a eles os privilégios suficientes para contentá-los e assim mantê-los como aliados.  Ao mesmo tempo que  mostre-se suficientemente ameaçador para com os desleais.  Recompensas suficientes para os leais, e castigo suficiente para os desleais.


É basicamente dessa forma que uma ditadura se mantém,  e é basicamente por isso que é tão difícil derrubar uma ditadura depois que ela se consolida.





Citação de: Acauan

Bem...
Se este fosse o fator fundamental as grandes revoluções Americana, Francesa, Bolchevique etc não teriam ocorrido.
Em todos estes exemplos as lideranças elitistas estavam muito satisfeitas e, com exceção do caso da Revolução Americana, continuaram satisfeitas até perderem as próprias cabeças, literalmente.

A essência de qualquer movimento revolucionário é o surgimento de uma classe que sem comandar as forças do Estado adquirem poder suficiente para desafiá-lo, como o Congresso Continental Americano, a Burguesia Francesa e o Partido Bolchevique.
Em algum momento e em algum grau estas classes terminam por cooptar parte das forças armadas e o destino do Antigo Regime está selado.

O estranho na Venezuela é que poder extra-estatal está claramente definido, os motivos para parte das forças armadas aderirem a esta força são óbvios, mas a ação não se conclui nem para um lado, nem para outro, mantendo-se um estado permanente de cabo de guerra, que é uma situação incomum em processos revolucionários ou contra-revolucionários.

Fonte: http://religiaoeveneno.com.br/discussion/676/qual-sera-o-desfecho-da-crise-humanitaria-na-venezuela/p3

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1976 Online: 01 de Fevereiro de 2018, 18:21:12 »
Citação de: Acauan

A pergunta principal continua:

Por que o racha nas forças armadas ainda não aconteceu?

Talvez a explicação mais simples seja verdadeira, como de hábito.
Não houve uma rebelião contra Maduro até agora porque os comandos militares estão todos de rabo preso e comprometidos com os crimes do regime.
Se derrubado Maduro, é muito possível que mais cedo ou mais tarde estes militares sejam levados a julgamento, como aconteceu tantas vezes em tantos lugares em situações análogas.

Assim, a regra para estes comandantes parece ser ruim com Maduro, pior sem ele e a Venezuela que se foda...

Fonte: http://religiaoeveneno.com.br/discussion/676/qual-sera-o-desfecho-da-crise-humanitaria-na-venezuela/p3


Os comandantes não precisam necessariamente estarem de rabo preso e comprometidos com os crimes do regime.  Pode ser que haja os que estejam, mas  não é necessário isso, basta que a situação particular deles seja suficientemente privilegiada para que não haja motivo para eles se rebelarem, e que haja castigo pesado para quem tentar rebelar.  Pois, se a situação deles está boa, então com rebelião eles só sofreriam riscos  desnecessários.


Para controlar uma grande massa de pessoas, basta que se tenha controle sobre a liderança mais alta e relevante (obviamente incluindo aí a importante liderança de forças armadas). E para controlar essa liderança basta que seja dada a eles os privilégios suficientes para contentá-los e assim mantê-los como aliados.  Ao mesmo tempo que  mostre-se suficientemente ameaçador para com os desleais.  Recompensas suficientes para os leais, e castigo suficiente para os desleais.


É basicamente dessa forma que uma ditadura se mantém,  e é basicamente por isso que é tão difícil derrubar uma ditadura depois que ela se consolida.





Quando o Chapolim Colorado assumiu o governo passou a comprar armas e distribuir para milicianos, foram mais de cem mil fuzis distribuídos. Lembro que na época já publicavam notícias sobre a compra e que o número de armas novas era muito superior ao número de soldados das FA.

Que apenas 20% do total esteja nas mãos de milicianos e que apenas metade deles resolva criar problemas e se sustentar com trafico de drogas ou crimes em geral e vc já tem um problema sério para resolver.

Offline JJ

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1977 Online: 02 de Fevereiro de 2018, 08:20:26 »

Citação de: Acauan

Bem...
Se este fosse o fator fundamental as grandes revoluções Americana, Francesa, Bolchevique etc não teriam ocorrido.


A revolução americana teve significativa ajuda estrangeira, teve ajuda da França, e se não me engano também da Espanha.


Offline JJ

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1978 Online: 05 de Fevereiro de 2018, 12:05:32 »

CHINA SE OPÕE A GOLPE AMERICANO E SAI EM DEFESA DA VENEZUELA


FEVEREIRO DE 2018 ÀS 09:01 // INSCREVA-SE NA TV 247 Youtube


 

247 – O governo da China se posicionou oficialmente nesta segunda-feira sobre as ameaças feitas pelos Estados Unidos à Venezuela, depois da viagem do secretário Rex Tillerson a vários países da América do Sul. Tillerson chegou até a defender um golpe militar na Venezuela e veio pedir a países do continente que intervenham no país vizinho. Além disso, Tillerson criticou a China e disse que não há espaço para uma nova "potência imperial" na região.


Em Pequim, o porta-voz da chancelaria chinesa Geng Shuang disse que a cooperação financeira bilateral com a Venezuela foi estabelecida com base em princípios comerciais benéficos para os dois países. “O que os Estados Unidos disseram é infundado e extremamente irresponsável”, afirmou Geng.


Confira, abaixo, reportagem da Reuters:


PEQUIM (Reuters) - O apoio da China à Venezuela tem beneficiado as pessoas comuns e sido aprovado por muitos, disse o Ministério das Relações Exteriores chinês nesta segunda-feira, depois que o Tesouro dos Estados Unidos acusou a China de ajudar o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, com investimentos suspeitos envolvendo empréstimos em troca de petróleo.


Em um discurso proferido na sexta-feira no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, o principal diplomata especialista em economia do Tesouro dos EUA, David Malpass, disse que o foco da China nas commodities e em acordos financeiros vagos prejudicaram, e não ajudaram, países da América Latina.


Seu ataque ao papel chinês no apoio ao governo da Venezuela veio um dia depois de o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, ter aventado a hipótese de um golpe militar no país sul-americano rico em petróleo, antes de iniciar uma turnê de cinco dias pela América Latina.


Falando em Pequim, o porta-voz da chancelaria chinesa Geng Shuang disse que a cooperação financeira bilateral foi estabelecida por empresas e organismos financeiros das duas nações com base em princípios comerciais benéficos para ambas. Os empréstimos estão totalmente de acordo com os padrões internacionais e beneficiam os moradores locais, acrescentou.


“O que os Estados Unidos disseram é infundado e extremamente irresponsável”, afirmou Geng.


A cooperação entre a China e a Venezuela auxiliou a construção de mais de 10 mil casas de baixo custo, a geração de eletricidade e o gasto com eletrodomésticos para três milhões de lares venezuelanos de baixa renda, acrescentou.


“A cooperação China-Venezuela incentivou favoravelmente o desenvolvimento sócio-econômico da Venezuela e vem sendo aprovada e apoiada em todos os níveis da sociedade”, disse Geng. “Uma Venezuela estável atende aos interesses de todos os lados”.


Na semana passada, a China disse que os EUA estão desrespeitando a América Latina pelo fato de Tillerson ter alertado países da região sobre a dependência excessiva dos laços econômicos com Pequim.


O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, impôs sanções individuais e econômicas a Caracas devido a abusos de direitos humanos e à corrupção. Maduro acusou Washington de tentar depô-lo para ter mais acesso à riqueza petrolífera do país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).


Inscreva-se na TV 247 e confira vídeo de Igor Fuser sobre a ação imperial dos EUA na América Latina:


https://www.brasil247.com/pt/247/mundo/340457/China-se-op%C3%B5e-a-golpe-americano-e-sai-em-defesa-da-Venezuela.htm


Offline JJ

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1979 Online: 05 de Fevereiro de 2018, 12:06:12 »


A China está cada vez mais agindo politicamente e economicamente na América do Sul, região distante da China, e que tradicionalmente tem sido área de influência dos Estados Unidos.

« Última modificação: 05 de Fevereiro de 2018, 13:11:48 por JJ »

Offline Gauss

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1980 Online: 05 de Fevereiro de 2018, 19:33:58 »


A China está cada vez mais agindo politicamente e economicamente na América do Sul, região distante da China, e que tradicionalmente tem sido área de influência dos Estados Unidos.
Acho que os EUA só vão ganhar mais força na região quando voltarem a se aproximar diplomaticamente da maior potência regional.
http://internacional.estadao.com.br/blogs/gustavo-chacra/por-que-brasil-nao-foi-incluido-na-viagem-do-secretario-de-estado-dos-eua/
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Gaúcho

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1981 Online: 07 de Fevereiro de 2018, 14:30:42 »
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ONU QUER CAMPO DE REFUGIADOS EM RORAIMA

O Antagonista apurou que a Acnur (Agência da ONU para Refugiados) apoia a construção de um campo de refugiados em Boa Vista, capital de Roraima, para acolher os venezuelanos.

O governo estadual, no entanto, teme que o local atraia ainda mais refugiados. Bom, esse é justamente o negócio da Acnur.

https://www.oantagonista.com/brasil/onu-quer-campo-de-refugiados-em-roraima/

Não entendo essa galera fugindo do paraíso socialista. De acordo com esquerdistas, o fluxo deveria ser o contrário: um monte de gente fugindo para Cuba e Venezuela. Estranho.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Cumpadi

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1982 Online: 07 de Fevereiro de 2018, 15:02:27 »
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ONU QUER CAMPO DE REFUGIADOS EM RORAIMA

O Antagonista apurou que a Acnur (Agência da ONU para Refugiados) apoia a construção de um campo de refugiados em Boa Vista, capital de Roraima, para acolher os venezuelanos.

O governo estadual, no entanto, teme que o local atraia ainda mais refugiados. Bom, esse é justamente o negócio da Acnur.

https://www.oantagonista.com/brasil/onu-quer-campo-de-refugiados-em-roraima/

Não entendo essa galera fugindo do paraíso socialista. De acordo com esquerdistas, o fluxo deveria ser o contrário: um monte de gente fugindo para Cuba e Venezuela. Estranho.
veja bem, os que fogem são as elites querendo manter seu estado privilegiado.
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

Offline Gaúcho

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1983 Online: 07 de Fevereiro de 2018, 16:52:14 »
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Gaúcho

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1984 Online: 07 de Fevereiro de 2018, 17:02:28 »
A revolução não pode parar.

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Venezuela corta fornecimento de remédios e Aids lembra casos dos anos 1980
No maior centro de tratamento de HIV do país, quase todos os pacientes estão na mesma situação: contraíram infecções oportunistas, numa situação descrita por médicos como semelhante ou até pior do que três décadas atrás.


O corpo magro, o rosto cadavérico, a pele manchada: situação faz lembrar um paciente de HIV dos anos 80 (Foto: Yan Boechat/DW)

As manchas negras em formatos circulares tomam conta dos braços e das pernas finas de Alejandro Ortega, de 21 anos. Cobrem suas mãos, seus pés, seu rosto, como se fossem pequenas cicatrizes de feridas mal curadas.

"Não se preocupe, não são contagiosas”, diz ele, ao estender a mão.

As marcas são de um uma infecção causada por fungos presentes nos pombos urbanos, tão comuns em qualquer cidade, explica o médico que o atende no Hospital da Universidade Central de Caracas.

"São inofensivos para a maior parte das pessoas, mas para um HIV positivo como Alejandro, que não toma antirretrovirais por meses, pode até ser fatal”, explica o médico com uma franqueza dura diante do resignado paciente.

O corpo magro, o rosto cadavérico, a pele manchada. Tudo em Alejandro faz lembrar um paciente de HIV dos anos 80, logo que a doença surgiu, devastadora. Suas manchas são uma recordação sombria de quando muitas vítimas da aids eram acometidas pelo Sarcoma de Kaposi, um tipo de tumor maligno que se tornou prevalente entre os primeiros homossexuais que foram infectados pelo vírus.

"Parece, mas não é, trata-se apenas de uma infecção de pele mesmo”, diz o jovem médico que presta atendimento a Alejandro, e prefere se manter em anonimato para não ter problemas com o governo.

O jovem venezuelano está internado com outras duas dezenas de pacientes com HIV neste que é o maior centro de controle da doença na Venezuela. Quase todos estão na mesma situação que ele: contraíram infecções oportunistas por estarem sem tomar o coquetel de remédios que transformou a aids em uma doença crônica neste início de século.

"A situação de boa parte dos pacientes com HIV positivo hoje na Venezuela é semelhante ou talvez até pior do que 30, 35 anos atrás”, conta, sem medo de represálias, o chefe da clínica de HIV/AIDS do Universitário de Caracas, Martin Carballo.



Há cerca de dois anos, quando a crise venezuelana começou a ganhar contornos de tragédia humanitária com a queda repentina do preço do petróleo, o governo iniciou um lento, porém contínuo, processo de redução nas importações de medicamentos no país.

Os primeiros afetados foram os remédios mais simples, depois, antibióticos, anti-inflamatórios e medicinas de uso controlado. No ano passado, pacientes de doenças crônicas e que precisam de remédios de alto custo passaram a sofrer com o corte no fornecimento desses medicamentos.


Escassez: papel colado na parede de hospital em Caracas pede doação de medicamentos (Foto: Yan Boechat/DW)

Os pacientes com HIV tiveram os primeiros problemas na distribuição do coquetel ainda no fim de 2016, mas foi no ano passado que a situação se agravou de maneira crítica. "É uma tragédia, porque sem o coquetel essas pessoas terão como destino a morte, a letalidade é de 100% e neste momento estamos com algumas drogas em falta há mais de quatro meses, às vezes seis meses”, conta Carballo.

Há poucos meses os médicos do Universitário de Caracas entraram em um dilema ético importante. Alguns deles defendiam que não haveria porque receber novos pacientes de HIV em estado grave já que não havia tratamento para eles. Além da falta dos antirretrovirais, há escassez de absolutamente tudo no hospital: de coisas tão simples quanto luvas ou agulhas, até antibióticos ou analgésicos.

"Veja, essa é uma situação limite, nem mesmo ajudar as pessoas a morrer com alguma dignidade estamos conseguindo, não temos nada aqui além da nossa boa vontade e do nosso conhecimento médico. Mas isso é pouco, muito pouco quando nós precisamos pedir que os pacientes tragam até água potável de casa”, diz a chefe de Infectologia do Hospital da Universidade Central de Caracas e ex-presidente do Sociedade de Infectologia Venezuelana.

"Estamos vivendo uma tragédia."

Jorge não fala mais. O olhar fica a maior parte do tempo fixado em algum ponto do quarto, sempre iluminado pela luz tropical caraquenha. Um fino lençol o cobre e, pela contra luz, é possível ver as pernas incrivelmente finas e a larga fralda geriátrica que o veste. Seu rosto também é cadavérico e a boca ressecada está sempre aberta.

"Ele está morrendo, acabou, mataram meu irmão”, diz Sol Reys. Esta é a terceira internação de Jorge nos últimos 8 meses. Desde que as drogas do coquetel anti-AIDS começaram a faltar, sua queda foi rápida. "Ele está doente há muitos anos, teve quedas, recaídas, nunca esteve com a saúde plena, mas agora foi simplesmente devastador”, diz ela, afastando uma mosca que insiste em pousar sobre a testa do irmão imóvel. Sol sabe que tudo está chegando ao fim, mas não está resignada.

"Veja, até o cloro para limpar o chão deste quarto fui eu quem trouxe. Eu comprei tudo, as fraldas, os remédios para diminuir a dor dele, a comida que ele come, meu Deus, até a água eu comprei”, diz ela.

Histórias como a de Jorge e Alejandro tendem a se repetir com mais frequência em um país em que os métodos de proteção contraceptivo praticamente desapareceram do mercado ou se tornaram caros demais para os venezuelanos comuns.

Desde 2016 o governo do país suspendeu a distribuição de camisinhas entre a população, e o preço dos preservativos nas farmácias pode chegar com facilidade ao equivalente a 20% ou 30% do salário mínimo.

"Veja, esse é um problema seríssimo no país hoje, simplesmente não há mais uma política de controle de natalidade e as doenças venéreas estão se espalhando pelo país de uma forma que ainda não temos ideia, o governo não divulga nenhum dado oficial há mais de dois anos”, conta conta Nubia Laguna, da ONG Niña Madre, que dá apoio a adolescentes grávidas.

Nas filas do serviço ambulatorial do Universitário de Caracas é possível ver os resultados práticos desse problema. São dezenas, alguns dias até mais de uma centena de pessoas procurando tratamento no hospital. "Antes eu recebia de cinco a dez pacientes com suspeitas de serem HIV positivo por semana, hoje recebo o dobro disso. Por dia”, conta Landaeta.

E aí, um novo problema. O hospital já não conta mais com os reagentes para fazer os exames. "Dificilmente algum venezuelano vai conseguir descobrir se tem aids no sistema público. Aqui, não há, é preciso pagar”, diz o clínico geral Davi Flora, também do Universitário. "O problema disse é que sem sabermos se o paciente tem a doença, qual sua carga viral, enfim, em que estado ele está, não conseguimos nem ao menos iniciar o tratamento”, conta.

Alejandro sabe que seu tempo está acabando. Sem os remédios, não há muito o que fazer. "Meu medo é chegar a um ponto em que não há mais volta, em que meu corpo não vai mais se recuperar”, diz ele, lembrando dos colegas de ala que se foram nas últimas semanas. "Eu sempre vejo as pessoas morrendo aqui e sou muito novo, eu quero viver e eu sei que posso viver.” 

Nos dias mais duros de sua longa espera para debelar as infecções e conseguir, enfim, retomar o tratamento, ele se apega à Bíblia. Sua passagem preferida é Jeremias 33:6: "Eis que eu trarei a ela saúde e cura, e os sararei, e lhes manifestarei abundância de paz e de verdade”.

https://g1.globo.com/bemestar/aids/noticia/venezuela-corta-fornecimento-de-remedios-e-aids-lembra-casos-dos-anos-1980.ghtml
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1985 Online: 07 de Fevereiro de 2018, 17:26:24 »
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ONU QUER CAMPO DE REFUGIADOS EM RORAIMA

O Antagonista apurou que a Acnur (Agência da ONU para Refugiados) apoia a construção de um campo de refugiados em Boa Vista, capital de Roraima, para acolher os venezuelanos.

O governo estadual, no entanto, teme que o local atraia ainda mais refugiados. Bom, esse é justamente o negócio da Acnur.

https://www.oantagonista.com/brasil/onu-quer-campo-de-refugiados-em-roraima/

Não entendo essa galera fugindo do paraíso socialista. De acordo com esquerdistas, o fluxo deveria ser o contrário: um monte de gente fugindo para Cuba e Venezuela. Estranho.
veja bem, os que fogem são as elites querendo manter seu estado privilegiado.

Não, estes são o povo oprimido pelos capitalistas, que, sob ordens de Obama (e agora, Trump), colocam o povo na miséria de propósito.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1986 Online: 07 de Fevereiro de 2018, 17:30:05 »
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ONU QUER CAMPO DE REFUGIADOS EM RORAIMA

O Antagonista apurou que a Acnur (Agência da ONU para Refugiados) apoia a construção de um campo de refugiados em Boa Vista, capital de Roraima, para acolher os venezuelanos.

O governo estadual, no entanto, teme que o local atraia ainda mais refugiados. Bom, esse é justamente o negócio da Acnur.

https://www.oantagonista.com/brasil/onu-quer-campo-de-refugiados-em-roraima/

Não entendo essa galera fugindo do paraíso socialista. De acordo com esquerdistas, o fluxo deveria ser o contrário: um monte de gente fugindo para Cuba e Venezuela. Estranho.
veja bem, os que fogem são as elites querendo manter seu estado privilegiado.

São os Chicos Buarques de lá que adoram o Maduro mas preferem viver no exterior onde tem comida.

Offline -Huxley-

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1987 Online: 07 de Fevereiro de 2018, 20:59:50 »
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ONU QUER CAMPO DE REFUGIADOS EM RORAIMA

O Antagonista apurou que a Acnur (Agência da ONU para Refugiados) apoia a construção de um campo de refugiados em Boa Vista, capital de Roraima, para acolher os venezuelanos.

O governo estadual, no entanto, teme que o local atraia ainda mais refugiados. Bom, esse é justamente o negócio da Acnur.

https://www.oantagonista.com/brasil/onu-quer-campo-de-refugiados-em-roraima/

Não entendo essa galera fugindo do paraíso socialista. De acordo com esquerdistas, o fluxo deveria ser o contrário: um monte de gente fugindo para Cuba e Venezuela. Estranho.

Já há resposta pronta para isso: "Eu defendo uma versão diferente do socialismo X (em que X é a versão do tipo de socialismo que fracassou mais recentemente)".
« Última modificação: 07 de Fevereiro de 2018, 21:02:48 por -Huxley- »

Offline Cumpadi

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1988 Online: 07 de Fevereiro de 2018, 21:14:38 »
Hmm, porem reconheco que e muito curioso na foto aparecer aprepitante e palanosentron. Dois remedios caros que nao vejo nem aqui no Brasil, mas sei la. O resto tudo bem.
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

Offline Fernando Silva

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1989 Online: 08 de Fevereiro de 2018, 13:59:06 »
Segundo este link, Maduro estaria planejando invadir a Guiana (membro da Commonwealth inglesa) para criar um inimigo externo.

https://www.oantagonista.com/mundo/guiana-pode-ser-falklands-de-maduro/

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1990 Online: 08 de Fevereiro de 2018, 15:51:31 »
O ruim dessas "notícias" do antagonista as chupinhagens subseqüentes é que soam algo meio como, "Obama é mesmo o fundador do Estado Islâmico. Like e retweet se você concorda".

Não estou dizendo que não tem nenhum fundo de verdade (a situação Guiana-Venezuela), mas procurando mais pelo assunto em português já se tem manchetes como "Brasil manda recado a Maduro “Aqui não tem mais LULA, se invadir Guiana o pau vai quebrar".

Completamente do nada, estão simplesmente inventando o "recado".

E não é toda a Guiana em questão, diferentemente das ilhas Falkland, mas uma região fronteiriça.

Citar
http://curacaochronicle.com/region/un-secretary-general-refers-guyana-venezuela-border-controversy-to-icj/

Jan 31st, 2018 Region | By Edition

[...]

Granger noted that Guyana’s position has always been that the basis of the controversy is a legal question, which should be resolved peacefully and conclusively through a legal process.

“Guyana will take all the necessary steps to ensure that its national patrimony will be protected for all time. Guyana remains committed to the peaceful settlement of disputes, respect for international agreements and treaties and to maintaining friendly relations with its neighbours,” he said.

“Guyana will pursue the path ahead in furtherance of the preservation of its sovereignty and territorial integrity with quiet confidence and with the assurance in ever improving relations with its neighbours, Brazil, Suriname and Venezuela,” he added.

However, on Wednesday, President Nicolas Maduro of Venezuela rejected the UN decision to send the issue to the ICJ, no doubt realising that the court is unlikely to reverse the decision of the 1899 arbitration. Therefore, Venezuela had preferred to keep the issue as a bilateral one.

“The Government of the Bolivarian Republic of Venezuela, faithful to its historical tradition and in accordance with the Bolivarian Diplomacy of Peace, reiterates its firm disposition to defend the territorial integrity of our Homeland and maintain political negotiation based on the 1966 Geneva Accord, as the only way to reach a peaceful solution, practical and satisfactory for both parties and in favor of our Peoples, ” an excerpt from a statement issued by Maduro read.

Suriname, which also claims parts of Guyana, has so far remained silent on the UN decision to send the Guyana/Venezuela border dispute to the ICJ. Suriname has become a close ally of Venezuela.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1991 Online: 08 de Fevereiro de 2018, 17:24:56 »
Segundo este link, Maduro estaria planejando invadir a Guiana (membro da Commonwealth inglesa) para criar um inimigo externo.

https://www.oantagonista.com/mundo/guiana-pode-ser-falklands-de-maduro/

Desde o tempo do Chapolim Colorado já diziam que parte do território era deles mas não duvido que agora queiram mesmo.

A última cartada de umgoverno corrupto e falido é inventar um inimigo externo.

A situação economica que já está a ponto de explodir vai ficar pior ainda.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1992 Online: 08 de Fevereiro de 2018, 18:37:15 »
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O Acordo de Genebra de 1966 é um tratado firmado pelo Reino Unido e Venezuela em 17 de fevereiro de 1966, todavia vigente, pelo qual reconhece-se a reivindicação venezuelana sobre a Guaiana Essequiba (sob soberania guianesa). A Guiana passa a fazer parte do Acordo uma vez que se tornou independente em 26 de maio de 1966. O Acordo de Genebra está registrado na Secretaria Geral da Organização das Nações Unidas sob o Nº 8192 do ano de 1966.

Neste acordo não se discute a autoridade do governo da Guiana sobre a área em litígio, no entanto estabelece-se a salva-guarda dos direitos de soberania venezuelana sobre a dita zona.

No Acordo de Genebra de 1966 a Venezuela reconhece como nulo o Laudo Arbitrário de Paris de 1899 que definia os limites entre Venezuela e a antiga Guiana Britânica, tal como o expressa o artigo I do documento,[1] mas este não significa a invalidez do edital de 1899, e a Guiana por sua vez ao firmar o Acordo de Genebra reconhece a reivindicação e a inconformidade venezuelana.

No Acordo estabelece-se a criação de uma Comissão Mista de Limites a qual em um prazo de 4 anos teria que decidir qual podia ser a solução ao problema limítrofe, uma vez vencido este prazo se subscreve em 1970 o Protocolo de Porto Espanha entre Guiana e Venezuela pelo qual se “congelava”, por um término de 12 anos, parte do Acordo de Genebra. Em 1982 Venezuela decide não ratificar o Protocolo de Porto Espanha e voltar ao estabelecido em Genebra. Em 1982 o caso é referido ao Secretário Geral das Nações Unidas tal como o estabelece no Acordo.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_de_Genebra_(Guiana-Venezuela)



Parece que não é bem fronteira, como eu havia entendido e repetido antes, mas praticamente uns dois terços.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Guaiana_Essequiba

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1993 Online: 08 de Fevereiro de 2018, 21:15:27 »
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Parece que não é bem fronteira, como eu havia entendido e repetido antes, mas praticamente uns dois terços.

Sim, e a área é um enorme campo de petróleo inexplorado, se eu não estiver enganado.

Daí o interesse do Maduro.

Offline Gauss

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1994 Online: 08 de Fevereiro de 2018, 21:19:41 »
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Parece que não é bem fronteira, como eu havia entendido e repetido antes, mas praticamente uns dois terços.

Sim, e a área é um enorme campo de petróleo inexplorado, se eu não estiver enganado.

Daí o interesse do Maduro.
O anão diplomático certamente não faria nada a respeito disso.

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ONU QUER CAMPO DE REFUGIADOS EM RORAIMA

O Antagonista apurou que a Acnur (Agência da ONU para Refugiados) apoia a construção de um campo de refugiados em Boa Vista, capital de Roraima, para acolher os venezuelanos.

O governo estadual, no entanto, teme que o local atraia ainda mais refugiados. Bom, esse é justamente o negócio da Acnur.

https://www.oantagonista.com/brasil/onu-quer-campo-de-refugiados-em-roraima/

Não entendo essa galera fugindo do paraíso socialista. De acordo com esquerdistas, o fluxo deveria ser o contrário: um monte de gente fugindo para Cuba e Venezuela. Estranho.
Para que isso ocorra, os roraimenses têm que para de queimar venezuelanos, senão o campo se tonará uma enorme fogueira.

https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/casa-onde-venezuelanos-viviam-pega-fogo-e-crianca-fica-ferida-em-rr-e-o-segundo-caso-em-3-dias.ghtml

Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1995 Online: 08 de Fevereiro de 2018, 21:36:18 »
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Parece que não é bem fronteira, como eu havia entendido e repetido antes, mas praticamente uns dois terços.

Sim, e a área é um enorme campo de petróleo inexplorado, se eu não estiver enganado.

Daí o interesse do Maduro.
O anão diplomático certamente não faria nada a respeito disso.



Faria sim, hoje receberia refugiados da Guiana e Venezuela e no governo Dilmão / Ignorácio dariam razão ao Maduro mesmo que ele invadisse e matasse de fome todos na área.

Offline Gaúcho

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1996 Online: 09 de Fevereiro de 2018, 14:54:47 »
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Sem valor, notas de bolívar viram artesanato e arte na Venezuela
'Pessoas jogam notas fora porque não servem para comprar nada, ninguém as aceita', conta ambulante que confecciona carteiras e bolsas

CARACAS - Começou como uma brincadeira. O ambulante Wilmer Rojas, de 25 anos, recolhia notas de 2, 5, 10 e 20 bolívares – descartadas e indesejáveis em um país no qual a hiperinflação deve chegar a 13.000% este ano – para fazer barquinhos de papel. Conforme o tempo passa, a moeda se desvaloriza e a repulsa a ela cresce, ele passou a confeccionar de tudo com as notas que ninguém quer: de carteiras a caixas de cigarro para vendê-las numa barraca em uma das estações de metrô de Caracas, a capital da Venezuela. 

“As pessoas jogam essas notas fora porque não servem para comprar nada, ninguém as aceita”, explica. “Não servem nem para comprar uma bala.”


Desvalorizada, moeda venezuelana é usada por ambulantes na confecção de bolsas e carteiras em Caracas Foto: AFP PHOTO / FEDERICO PARRA

Para confeccionar uma carteira, são necessárias 400 notas. Mesmos  notas maiores, como as de 100, e as de denominações maiores, emitidas recentemente, como 500, mil e 10 mil, também perdem o valor rapidamente em consequência da hiperinflação. Hoje, somados, os  bilhetes em circulação  – 100, 500, mil, 2 mi, 5 mil. 10 mil, 20 mil e 100 mil –  equivalem a 50 centavos de dólar no mercado negro.

“Com esse bolo de 50 notas de mil consigo fazer uma caixa de cigarros”, conta o vendedor. “Posso fazê-las com jornal ou revista, mas com dinheiro é mais fácil. Não vale nada, é do mesmo tamanho e não preciso cortar.”

Apesar disso, Wilmer diz que está cada vez mais difícil vender seus produtos. “Os clientes apenas me cumprimentam pois não tem mais dinheiro vivo”, diz. “Sem dinheiro para comida, por que gastariam com isso?”

No centro de Caracas e na fronteira com a Colômbia, também é comum a venda de bolsas e mochilas feitas a partir de notas de bolívares. “A moeda ser usada dessa forma é a melhor expressão de sua perda de valor”, disse a economista.

Com mil notas de 2 bolívares que ninguém aceita, o desenhista de José León, de 26 anos, começou um protesto no Instagram chamado “Venezuela Desvalorizada”.

Ele pintou as notas com imagens de heróis de histórias em quadrinhos, paisagens e cenas cotidianas da crise venezuelanas, sobrepostas sobre o rosto do libertador Simón Bolívar. Seus clientes pagam até 20 dólares por uma peça.

"Com um pouco de tinta, eu revalorizo minha moeda em 5.00%”, brinca.

http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,sem-valor-notas-de-bolivar-viram-artesanato-e-arte-na-venezuela,70002181785
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Geotecton

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1997 Online: 09 de Fevereiro de 2018, 15:30:16 »
Notícia do PIG.

Todos nós sabemos que a Venezuela praticamente não tem inflação e possui uma economia muito sólida, hoje baseada principalmente na exportação de... venezuelanos.
Foto USGS

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1998 Online: 09 de Fevereiro de 2018, 16:25:02 »
Ué, mas é apenas parte natural da evolução do comunismo que venha a se abolir o capital. O que há de errado em reciclá-lo?

Offline Lorentz

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Re:Os estragos do chavismo na Venezuela
« Resposta #1999 Online: 09 de Fevereiro de 2018, 21:11:29 »
Ué, mas é apenas parte natural da evolução do comunismo que venha a se abolir o capital. O que há de errado em reciclá-lo?

Em Star Trek, Gene Roddenberry já tinha profetizado o fim do dinheiro.  A Venezuela é claramente a nação mais avançada, chegando perto da utopia startrekiana.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

 

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