...
Um ateu/descrente não tem esta ajuda para lidar com seus demònios pessoais, não tem nenhuma
mão justiceira para aliviar a carga dos seus problemas e etc.
Tem que conviver com o que fez e responder pelo que fez.
Ele não pode contar com o "se deus é por nós, quem é contra nós" dos crentes, não pode contar com perdão,
quitação karmica, ou auxilio de outros crentes da mesma denominação ou ajuda da própria denominação.
Só tem a si mesmo. Não pode contar nem mesmo com outros ateus/incréus, porque não existe nenhuma
"igreja", "templo" ou "denominação" que os congregue, acolha e proteja e estão cada um por si.
Nessa condições, quem está mais propício a sair por ai fazendo tudo o que vem a mente não importando
as consequências do ato?
Aqui existe algo que enche os espíritas de orgulho. O Deus deles é o mesmo do ateu ou cético. Se Deus perdoa a um perdoará ao outro. O que na verdade não ocorre pois o Karma sempre será cumprido. Não há perdão e o mecanismo de justiça está inscrito num delicado processo em que interage a consciência que se auto-acusa e o desequilíbrio do sistema neuro-psíquico. Sei que é complicado explicar com poucas palavras, mas creia, vale a pena estudar este mecanismo.
Em resumo, alguém disse, aqui, que "Deus prefere os ateus"; não está muito longe da verdade.
Quando falei que ateus não podem contar com deus e etc ai acima, interprete no sentido psicologico da coisa: ateus não tem essa consolacao de contar com a proteção, favorecimento ou perdão de um deus.
Nao faz sentido voce vir e dizer que tal deus existe e vela mesmo por quem nao acredita nele, porque ateus nao acreditam que ele exista, em primeiro lugar e menos ainda que vele por eles.
Mas fosse eu um deus, preferiria a indiferença de um ateu que ouvir o tempo inteiro as lamúrias interminaveis e os pedidos constantes de um crente.
Ordenaria que parassem de pedir coisas e fossem trabalhar para adquiri-las por seu mérito e esforço, que parassem de pedir perdao e honrassem suas calças (ou saias) e assumissem a responsabilidade por seus atos, como se espera de um adulto normal e que parassem de lamuriar, gritar e mumunhar o tempo inteiro. Nem um deus tem tanto saco.
Existem três coisas em um homem que delineiam seu destino e o sucesso de sua integração à realidade que o envolve: sua razão, seu conhecimento e suas experiências... essa soma resulta em algo maravilhoso denominado maturidade emocional.
Quando se tem um filho jovem, com câncer, ou drogadito; uma filha que, deixada só, tentará o suicídio, ou,quando se tem alguém a quem se ama ao deslumbramento e a morte se interpõe entre os dois...
Nessas circunstâncias o homem não quer honrar as calças e ser reconhecido como um adulto normal.
Sabe o que ele faz, sendo ateu ou não? Vai atrás de sua última esperança contra o desespero e para não perder a sanidade mental.
Se, pessoa orgulhosa com excessivo amor próprio, 1- começa a rezar as escondidas, 2- torna-se amargurado e curiosamente se revolta contra Deus, pois se sente em punição por ausência de fé. 3- Com um pouco de humildade, procura um templo religioso.
Em fim, seu ponto de honra está em não entregar os pontos e tentar o que estiver ao alcance.
Mas veja, meu caro, isto que acabo de dizer, somente em casos extremos citados acima, pois não é qualquer dor de cabeça que faz o homem mudar um ponto de vista que acalenta como sendo a base de sua expressão racional.
Sabe porque digo isto? É que crer ou não crer é simples questão de opinião.
E esta não vem através de fatos científicos, testados e comprovados. Vem por assimilação ao ambiente, por alguém em quem se confia ou admira, por leituras ou debates, ou seja, vem do abstrato conceito de julgar.
Estaremos sempre com a razão?