Autor Tópico: Imagens políticas  (Lida 187047 vezes)

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Offline Gauss

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2400 Online: 12 de Junho de 2016, 21:35:23 »
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Gauss

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2401 Online: 12 de Junho de 2016, 21:52:14 »
Lei de Poe aplicada na página do PT no Facebook:



Parece aqueles textinhos vermelhos irônicos que aparece por aqui às vezes.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2402 Online: 12 de Junho de 2016, 21:57:54 »
Cada vez mais difícil fazer algo exagerado o bastante para ficar semi-óbvio o suficiente que não é verdade...

Offline O Grande Capanga

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2403 Online: 12 de Junho de 2016, 23:08:59 »
A tal lei não é que uma zoeira é levada a sério se alguém não indica que é uma zoeira?

Esse tal de Marcelo Neves fala sério mesmo.

Ao eu caí na Lei de Poe por não entender alguma coisa?

Offline Gauss

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2404 Online: 12 de Junho de 2016, 23:25:51 »
A tal lei não é que uma zoeira é levada a sério se alguém não indica que é uma zoeira?

Parece ser zoeira o que esse cara falou, mas não é. Por isso lei de Poe. É tão extremista que você não sabe se é zoeira ou é verdade.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline O Grande Capanga

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2405 Online: 13 de Junho de 2016, 00:11:13 »
A tal lei não é que uma zoeira é levada a sério se alguém não indica que é uma zoeira?

Parece ser zoeira o que esse cara falou, mas não é. Por isso lei de Poe. É tão extremista que você não sabe se é zoeira ou é verdade.

Saquei.

Achava que só se aplicava ao que era zoeira e tentava ser sério, mas o que é sério e parece zoeira de tão sem noção também vale.

Por curiosidade entrei no Twitter da tal Lola e acredite: o que motivou o ataque terrorista de hoje foi a apenas a homofobia, apesar do EI ter reivindicado o ataque.

O problema é a homofobia americana e a facilidade de comprar armas por lá. Se o terrorista é um extremista muçulmano, isso é irrelevante.

Offline Gauss

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2406 Online: 13 de Junho de 2016, 10:43:28 »
É bizarro entrar numa página de JuSoc desde ontem. O melhor são as tretas nos comentários.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Rhyan

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2407 Online: 13 de Junho de 2016, 20:38:05 »

Rhyan

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2408 Online: 14 de Junho de 2016, 09:41:07 »
Essa foto é uma aula de fotografia...


Offline -Huxley-

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2409 Online: 14 de Junho de 2016, 18:50:50 »
« Última modificação: 14 de Junho de 2016, 18:55:28 por -Huxley- »

Offline Geotecton

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2410 Online: 14 de Junho de 2016, 19:42:46 »


Fonte: http://maovisivel.blogspot.com.br/2016/06/boquinha-finit.html

O ideal seria que o MPF fizesse uma devassa nas contas e contratos da "esgotosfera".
Foto USGS


Offline Gauss

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2412 Online: 14 de Junho de 2016, 23:11:38 »
Aniversário de Che Guevara hoje:
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2413 Online: 15 de Junho de 2016, 11:31:37 »
"ƖƖƖƖƖ¡¡¡¡¡¡ Debia haber matado mucho más!!!!!111" - Jairo Mésias Bolsillonaro








Offline Gaúcho

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2414 Online: 16 de Junho de 2016, 13:16:00 »
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2415 Online: 16 de Junho de 2016, 13:38:28 »
Perfeito. Por que, de certa forma, países nada mais são do que matéria prima, apenas algo mais complexa do que bulbos de vidro e filamentos de metal. O filamento queimou? Jogue fora e ponha outro. O bulbo de vidro talvez tenha que ser trocado, mas é capaz até de poder só lavar mesmo.

Offline Lakatos

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2416 Online: 16 de Junho de 2016, 13:44:58 »
Cartinha recebida pelo Boechat:



Claramente de um aluno exemplar na aula de regras de acentuação e que cabulou a aula de uso da vírgula.


Offline Lakatos

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2418 Online: 16 de Junho de 2016, 13:50:50 »
Ele não menciona:

Citação de: Boechat
Gente da turma do falecido Brilhante Ulstra me acaricia sistematicamente. Especialistas em flagelar presos políticos mostram a coragem de sempre mantendo-se anônimos. Recebo essas eruditas manifestações, que coleciono, como homenagens sinceras.

https://www.facebook.com/ricardoboechatoficial/photos/a.1582086215413508.1073741829.1561842560771207/1728698750752253/?type=3&theater

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2419 Online: 16 de Junho de 2016, 14:21:45 »
Achei que não tivesse sido anônimo. Que coisa mais maluca aleatória. O cara se dá ao trabalho de redigir à máquina e postar no correio o que parece um tweet postado por um bêbado.

Offline DDV

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2420 Online: 16 de Junho de 2016, 20:47:33 »


Desde que experimentem com voluntários em ambientes separados  sem afetar os não-interessados (como Edison e todos os inventores faziam e fazem), eu dou meu total apoio.

Imaginei agora o Thomas Edison apagando e destruindo, todo ano, as lâmpadas a óleo de Nova York e colocando seus protótipos disfuncionais no lugar.  :biglol:
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Gauss

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2421 Online: 18 de Junho de 2016, 16:23:04 »
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2422 Online: 18 de Junho de 2016, 18:35:07 »
Esse cara é alguém petista de verdade, ou foi só pego para meme?

Acho preconceituosa e idiota essa colocação de um "popular" do MST como alguém que não quer saber de trabalho e é sustentado por BF.










Não significa que o MST em si não mereça toda uma série de críticas, mas esse tipo de coisa é munição para os argumentos de "direitistas neoliberais preconceituosos e cheios de ódio).


São os "fanfics direitistas"....





[...]

Portal - Quem faz parte hoje do MST?

Graziano: Quem faz parte do MST? Bom, na minha opinião, hoje o MST faz aquilo que eu coloquei no meu livro mais recente (O Carma da Terra no Brasil, 2004): ele montou uma fábrica de sem-terras. Ele recruta pessoas que estão vivendo mal nas cidades, que estão desempregadas, precisando de apoio, carecendo de uma política social, e vende para essas pessoas a ilusão de que a terra é a felicidade. Essa é a razão pela qual a reforma agrária virou política social, mas a pior das políticas, a mais cara, a mais ineficiente das políticas. O MST hoje é uma organização muito forte, muito estruturada; os acampamentos têm cursos, escolas, faculdades. Eles gastam muito dinheiro, pagam salários, ou seja, eles têm dinheiro. Trata-se de uma organização fortíssima, rígida, hierarquizada.

[...]



Citar
Ocorre que, no velho paradigma ideológico que domina a questão agrária, é um verdadeiro sacrilégio ver assentado produzindo gêneros “de exportação”. Isso é comércio de fazendeiro rico. Obrigação de pobre é plantar alimento básico, para matar a fome do povo.

Parece mentira, mas é verdade. A regulamentação da atividade produtiva nos assentamentos de reforma agrária do país proíbe, em certo sentido, o sem-terra de progredir. As normativas técnicas restringem a agricultura comercial, impedindo a especialização do trabalho. Sem-terra não pode gostar de agronegócio.

Vem das origens essa esdrúxula deformação conceitual. O processo da reforma agrária foi concebido, há 50 anos, como uma forma de quebrar a hegemonia do latifúndio, seja açucareiro, cafeeiro ou cacaueiro. A esquerda, dominada então pelos comunistas, criticava o “modelo exportador” da economia, defendendo o desenvolvimento “nacional”.

Nesse contexto, a divisão da terra deveria servir ao mercado interno, tese que ganhava simpatia entre os trabalhadores urbanos. A revolução socialista se faria com a aliança operário-camponesa. Puro sonho.

Mais tarde, a birra, agora já comandada pelos neo-revolucionários do MST, avançou contra as grandes fazendas de pecuária. E depois contra as plantações de soja. A idéia básica permaneceu a mesma: assentado que se preze deve produzir a subsistência, roça diversificada, um pouco de tudo, arroz com feijão, milho para a galinha caipira, uma hortinha, o porco na lavagem, leite na teta da vaca... Nostalgia rural.

Escudando-se nessa tese, as autoridades do Incra deram a ordem de despejo para 12 famílias, entre os 176 assentados em Araraquara. Desobedientes, elas haviam se especializado na produção de cana-de-açúcar. Pelas recomendações oficiais, apenas metade da terra, no máximo, poderia receber o doce plantio do açúcar.



Uma mistura de trabalhadores rurais genuínos, atrapalhados por regulações estatais idiotas, pessoas sem essa experiência a quem se convenceu que ser trabalhador rural seria solução para sua vida, idiotas ideólogos/"intelectuais" (in)úteis, e oportunistas que usam a todos.

Offline Gauss

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2423 Online: 18 de Junho de 2016, 22:21:19 »
O MST hoje é basicamente massa de manobra política.

Aliás, sempre foi. Esta notícia é de uma edição da Veja de 1990. Isso ocorreu em Porto Alegre:

Citar
A jornada das foices

Numa manifestação em Porto Alegre,
um soldado da Brigada Militar é
degolado numa batalha campal
entre a polícia e os sem-terra




Pontudas e afiadas, empunhadas por homens de braços musculosos e botinas cobertas de terra, centenas de foices fizeram sua mais trágica aparição nos conflitos sociais do país, na quarta-feira da semana passada, na Praça da Matriz, bem no centro de Porto Alegre. Por volta das 11 horas da manhã, quando soldados da tropa de choque tentaram desalojar 400 agricultores que montavam um acampamento a poucos metros do Palácio Piratini, sede do governo estadual, as foices brilharam no céu pela primeira vez - como arma de lavradores dispostos a enfrentar os cassetetes e as baionetas dos policiais. Mais tarde, elas surgiram com seu perfil de Lua minguante no meio da fumaça de bombas de gás lacrimogêneo, do barulho de tiros de revólver, vitrines quebradas e automóveis depredados, de poças de sangue e cacos de vidro. Quase ao meio-dia, num lugar de Porto Alegre conhecido como a Esquina Democrática, que fica no cruzamento de uma das principais artérias da cidade, a avenida Borges de Medeiros, com a chamada Rua da Praia, as foices apareceram novamente - e produziram um cadáver que deixou o país em estado de choque.

Ao cruzar com um automóvel Gol da polícia, uma dezena de agricultores atingiu o carro na lataria - com as foices. O soldado Valdeci de Abreu Lopes, 27 anos, estava no volante e resolveu descer, empunhando o revólver numa das mãos e o cassetete, na outra. Mal pôde caminhar. Foi cercado por um bando de agricultores, que o agarraram por trás e o imobilizaram - o soldado Valdeci teve tempo, apenas, para apertar o gatilho duas vezes, com a arma apontada para o chão. Nesse momento, a foice de um homem que, segundo sete testemunhas, é Otávio Amaral, tem 26 anos, uma mulher professora primária e um pequeno pedaço de terra no interior do Estado enterrou a foice no pescoço de Valdeci, cortando-o na artéria jugular. Degolado, o soldado cambaleou alguns passos, disparou um tiro a esmo e caiu no asfalto, onde os assassinos o deixaram agonizar até ser recolhido por um comerciante das proximidades.

SELVAGERIA E CRIME - Pela violência, o confronto entre agricultores e policiais que tomou conta do centro de uma das maiores cidades brasileiras, na semana passada, marca a mais grave tragédia já produzida em conflitos de rua do país desde 1986, quando um bóia-fria e uma empregada doméstica foram mortos ao longo de uma greve de trabalhadores rurais em Leme, a 188 quilômetros de São Paulo. Pela selvageria, assistiu-se em Porto Alegre a uma jornada que a maioria dos brasileiros acredita só poder ocorrer em lugares como Beirute, a cidade sangrada pela guerra civil que consome o Líbano. Em menos de quatro horas de confronto, 54 lavradores estavam feridos, uma dezena deles a golpes de baioneta; mais de vinte policiais foram parar no hospital; e trinta pessoas estavam presas. No fim do dia, foram recolhidos nas ruas da cidade 120 foices, quarenta facões e 54 enxadas. A guerra das foices e baionetas de Porto Alegre levou policiais a recomendar a donas de casa que não saíssem à rua, obrigou os principais estabelecimentos comerciais do centro a fechar suas portas, e encerrou-se como o mais claro sinal de que o Brasil de 1990 é um país com graves manchas de tensão.

Na quinta-feira da semana passada acabou a luz em quase todo o Estado da Bahia por uma hora e quinze minutos, deixando a capital, Salvador, e outras cidades de porte completamente às escuras - conforme denúncia do ministro da Infra-Estrutura, Ozires Silva, descobriram-se sinais evidentes de que foi um ato criminoso de sabotagem promovido pelo sindicato dos eletricitários, em greve por aumento de salário. Em Prudentópolis, a 215 quilômetros de Curitiba, conflitos entre agricultores e proprietários de terra produziram três mortes em apenas um mês. Na madrugada de sexta-feira passada, por fim, um grupo de 200 famílias de posseiros interditou a BR- 158, no Mato Grosso, em protesto contra a demora do governo para lhes arrumar lotes de terra na região. Afora o fato, óbvio, de que bom parte desses conflitos tem sua origem em disputas agrárias, fenômeno que no Brasil é tão antigo quanto o Tratado de Tordesilhas, não é possível estabelecer nenhum laço de parentesco maior entre eles. Da mesma forma, não existe uma correlação possível entre o que se passou em Porto Alegre e a baderna promovida na Ford durante uma greve de metalúrgicos que terminou com 51 automóveis destruídos, por exemplo. O que essas cenas ilustram no entanto, são momentos de selvageria e radicalismo que culminam na produção de um crime. Nesse campo, a tragédia das foices de Porto Alegre constituiu-se num espetáculo exemplar.

Na manhã da quarta-feira passada, quando cerca de 400 lavradores desembarcaram de nove ônibus para armar treze barracas de lona no centro da cidade, tinha-se a impressão de que os moradores de Porto Alegre estavam prestes a assistir a uma típica manifestação dos chamados sem-terra. Como se sabe, eles são lavradores que há vários anos perambulam sem destino pelo Estado, ouvindo autoridades que lhes prometem um lugar para plantar, mais tarde não cumprem as promessas anunciadas em cerimônias solenes e por fim submetem a população inteira a muita dor de cabeça. Em 1986, por exemplo, uma multidão de posseiros desalojados da fazenda Anoni, no interior do Estado, que está no centro de um conflito que se prolonga por mais de dez anos, já havia promovido uma manifestação de milhares de pessoas na cidade - que culminou na invasão das dependências da Secretaria da Agricultura. Dois anos depois, ocupou-se a sede local do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o Incra. Em 1989, eles acamparam em frente à Assembléia Legislativa, que fica na mesma Praça da Matriz, e até tentaram invadi-la - mas foram repelidos pela polícia.

Como sempre fazem nessas ocasiões, na quarta-feira da semana passada os lavradores chegaram a Porto Alegre com suas barracas, comida para quinze dias e fogareiros para aquecer a água do chimarrão. Havia de sua parte uma novidade em matéria de equipamento - os facões, foices e enxadas que, evidentemente, não costumam ter nenhuma utilidade pacífica a partir do momento em que uma pessoa entra no perímetro urbano. Homens do campo, chegaram cedo - por volta das 6 da manhã. Três horas mais tarde, quando o expediente do Palácio Piratini já fora aberto, enviaram três representantes de camisa xadrez e calça desbotada que, acompanhados por um grupo de deputados, foram negociar com as autoridades do governo.

O que eles queriam era saber o que fora feito de um acordo, lavrado com toda pompa sessenta dias antes. Nele, firmara-se um compromisso pelo qual o governo deveria adquirir, com dinheiro público, uma área de 1.000 hectares, equivalente a um município como São Caetano do Sul, para alojar 1.700 famílias acampadas numa fazenda chamada Boa Vista, propriedade do Incra, a 368 quilômetros de Porto Alegre. O prazo para o cumprimento desse pacto vencera na véspera, 8 de agosto, uma data qualquer na agenda de todo brasileiro que vive na cidade, mas que representa uma dia muito preciso na lavoura. Esse dia marca um dos últimos períodos em que se pode iniciar o plantio - atividade que se não fosse inaugurada em prazo de urgência condenaria aquelas famílias a permanecer sem ter o que fazer e sem recursos para sustentar-se por mais de um ano, sobrevivendo de cestas de alimentos e outras formas de esmola social enviadas pelo governo.

NOVIDADES AFIADAS - Ocorre que, se os lavradores desembarcaram em Porto Alegre com suas surpresas cortantes e pontiagudas, as autoridades também tinham novidades igualmente afiadas para lhes mostrar. A respeito dos 1.000 hectares, o secretário da Agricultura, Marcos Palombini, tinha a dizer o seguinte - o dinheiro para comprá-los, metade do qual seria enviada pelo governo federal, conforme anunciara o ministro Antonio Cabrera, não aparecera. Quanto ao acampamento, onde os lavradores pretendiam instalar-se por duas semanas, o secretário da Segurança Pública, José Eichenberg, tinha a informar que precisava ser desmontado o quanto antes - ninguém, no palácio, pretendia conviver com tão medonha atração turística na reta final de uma campanha eleitoral.

Enquanto transcorria uma conversa enfeitada pela elegância possível do momento no interior do Piratini, do lado de fora assistiam-se a outros movimentos. Ali, o ambiente era de tensão desde a chegada de 300 homens da Brigada Militar, comandados pelo coronel Jair Portela, que cercaram a Praça da Matriz munidos de cassetetes, escudos, capacetes e baionetas caladas. Como num ritual conhecido por ambas as partes, os lavradores reagiram à sua maneira, gritando palavras de ordem e empunhando foices e facões - numa coreografia rural que, apesar da originalidade, no início nem chegou a chamar muito a atenção. Do Palacinho, a residência oficial, de onde despacha com freqüência, o governador Sinval Guazzelli acompanhava os acontecimentos por telefone e ordenou que eles fossem retirados da área. O deputado Erani Muller, vice-presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa e que funcionava como uma espécie de porta-voz engravatado dos agricultores, mandou avisar que eles não sairiam assim.

Em tom duro, o coronel Jair Portela deu 15 minutos de prazo para que os sem-terra levantassem acampamento - sem sucesso. Eram 11h30 quando o batalhão de choque da Brigada Militar, perfilado atrás do Palácio Pratini, com cerca de 100 homens, começou a avançar sobre a praça. Os soldados pretendiam desmontar as barracas e ficar com as ferramentas, mas foram recebidos a pedradas. Ouviu-se um tiro, mais tarde o barulho da explosão de bombas de gás lacrimogêneo e, a seguir, os 100 soldados da Brigada Militar e os 400 lavradores partiram para o corpo a corpo.

O que ocorreu em seguida foi uma seqüência crescente de barbarismo. Sob uma nuvem de gás lacrimogêneo, a maior parte dos agricultores saiu em debandada e enfrentava a Brigada Militar com o que encontrava ao alcance da mão. Em fuga, um grupo de cerca de 100 manifestantes enveredou pela Avenida Borges de Medeiros na esperança de conseguir abrigar-se nas dependências de uma repartição mais segura, a prefeitura de Porto Alegre, do prefeito Olívio Dutra, do PT, sigla que mantém laços de consangüinidade com a organização dos sem-terra. Em sua passagem, quebrava vidros de carros e vitrines de lojas. Por volta do meio-dia, parte do grupo de agricultores que se espalhou pela cidade conseguiu se entrincheirar na prefeitura, onde 178 pessoas acomodaram-se no saguão do prédio. Uma comissão dos manifestantes foi recebida pelo prefeito da cidade, Olívio Dutra. Ao meio-dia e quinze, a prefeitura foi cercada por 250 homens da Brigada Militar numa operação que teve lances típicos de uma situação de anarquia. O primeiro diz respeito ao comportamento do prefeito Olívio Dutra, que, apesar de saber que os manifestantes carregavam foices e enxadas, considerou que o "movimento tinha tudo para ser pacífico". Ele também negou-se a permitir que a polícia ouvisse no prédio da prefeitura as testemunhas da morte do soldado Valdeci, ocorrida momentos antes. "Aqui ninguém faz reconhecimento", disse ele.

Mais tarde, Olívio Dutra telefonou ao governador Sinval Guazzelli para lhe pedir que mandasse os soldados embora. Do outro lado da linha, contudo, a mais graduada autoridade do Estado não estava em condições de tornar muitas providências. Assim que soube da notícia da morte do soldado da Brigada Militar, Guazzelli passou mal e foi medicado. Depois, ao ouvir o apelo do prefeito da capital, chegou a transmitir a ordem de retirada para a que ilhava a prefeitura, mas não foi ouvido. Dispostos a sair dali somente depois que fossem entregues os suspeitos da morte de Valdeci, o brigadianos tornaram-se por várias horas um poder autônomo e o seu comandante naquela operação, o major Nivaldo Fraga, um homem bem mais poderoso do que poderia supor por sua patente. "Só com minha ordem eles saem", disse o major. "Nem o Collor mandando eles saem." No dia seguinte, o governo faria o possível para inundar os meios de comunicação e tratou de desmentir oficialmente o ocorrido. Fraga declarou que não havia recebido ordens para retirar as tropas - e por essa razão mantivera o cerco à prefeitura até as dez da noite, quando, após uma negociação delicada, os sem-terra foram embarcados em ônibus especiais que os levaram a um centro esportivo num bairro afastado da cidade. "Não perdemos o controle da situação", diz o secretário da Segurança, José Eichenberg. "Vocês não sabem o que é controlar uma instituição que teve um colega morto. Eles querem Justiça."

Com suas foices, baionetas e autoridades ineptas, a tragédia de Porto Alegre é um desses acontecimentos que produzem o encontro de personalidades com uma situação até parecida - mas que acabam assumindo atitudes opostas. Com apenas 26 anos, preso como principal suspeito pelo assassinato do soldado Valdeci, Otávio Amaral é uma figura típica dos integrantes de movimentos dos sem-terra no Rio Grande do Sul. Filho de um pequeno agricultor em Rincão Seco, região do município de Ibirubá, a 295 quilômetros de Porto Alegre, trabalhava nas terras do pai, que já não davam para o sustento de toda a família. Casado, deixou a mulher com os familiares e integrou-se ao movimento dos sem-terra na esperança de conseguir um terreno para si próprio. Na quarta, por volta do meio-dia, antes de ter sido identificado por qualquer testemunha, Amaral estava recolhido num pronto-socorro, com cortes no braço, provocados por golpes de baioneta, e uma marca nas costas - coronhada. Proclamando sua inocência, ele chegou a assegurar que estava sendo vítima de uma operação destinada a transformá-lo num bode expiatório. 'Fui ameaçado quando cheguei ao hospital por policiais", afirmou. "Eles disseram que eu matei o policial apenas porque querem achar um culpado de qualquer jeito." O que há de verdade e o que não passa de advocacia em causa própria no depoimento de Amaral é uma questão que as testemunhas do crime poderão esclarecer de forma cristalina. É certo, de todo modo, que qualquer esforço para encobrir as responsabilidades por um assassinato fará dos integrantes dos sem-terra representantes legítimos de uma das mais daninhas tecnologias nacionais - aquela que ensina que se perseguem os inimigos de forma implacável e se protegem os aliados na penumbra da impunidade. Na sexta-feira da semana passada, havia sete testemunhas acusando Otávio Amaral - e havia o problema de saber se o que todas elas enxergaram não passou de uma miragem.

Com 28 anos, que completaria esta semana, o soldado Valdeci pertencia a uma classe de pessoas localizada um degrau acima do de Otávio. Casado com Sônia de Oliveira Lopes e pai de Carina, de 9 meses, ele era um dos oito irmãos de uma família de origem humilde, mas era proprietário de uma modesta casa de um quarto em Porto Alegre e de uma Belina ano 1973, que havia acabado de reformar. Também pertencia àquela estreita faixa dos brasileiros que conseguiram agarrar um diploma de primeiro grau. Com um salário mensal de 19.000 cruzeiros por seis horas de trabalho diário na Brigada Militar, ele complementava o orçamento familiar trabalhando como jardineiro nas horas vagas. Muito calmo, era conhecido no 9o Batalhão, onde servia havia sete anos, como uma pessoa que falava pouco. Na quinta, seu corpo foi conduzido do velório na sede da Brigada Militar ao cemitério João XXIII, acompanhado de um cortejo de cerca de 200 pessoas, a maioria soldados e oficiais da corporação. Valdeci teve ainda a última honra destinada a pessoas de sua classe - foi promovido postumamente a cabo, com direito a um aumento de salário de 4.000 cruzeiros.

OS SEM-EMPREGO E OS SEM-MÉDICO - À primeira vista, os agricultores que se envolveram na baderna de Porto Alegre, na semana passada, por sua índole e aparência, poderiam ser considerados típicos brasileiros do campo. Por sua origem e passado, no entanto, também podem ser encarados de maneira muito diferente. Em primeiro lugar, como integrantes dos sem-terra, pertencem a um dos grupos mais ativos do país, com uma gorda folha de proezas em matéria de confusões.

Em segundo lugar, carregam um pesado contencioso com a Brigada Militar do Estado, com quem já se defrontou em episódios recentes de violência, como na invasão da fazenda Elmira, em 1989, quando descobriu-se no interior dos sem-terra até mesmo grupos armados, como o chamado batalhão Rose, formado apenas por mulheres, que não hesitava em manipular enxadas, facões ou grosseiras espingardas pica-pau. Os sem-terra gaúchos também ocupam um lugar muito particular na história dos problemas fundiários no país pelo tratamento que o governo dispensa a eles.

Verdadeira galinha dos ovos de ouro do populismo nacional, a reforma agrária é mito desses assuntos que, periodicamente, freqüenta os discursos dos políticos. Por um desses mistérios não esclarecidos do país, os governantes convivem muito bem com a maioria dos brasileiros desamparados - e nunca se sentiram na obrigação, por exemplo, de prometer emprego aos sem-emprego, médico aos sem-médico ou escola aos sem-escola. Toda vez que se depara com um sem-terra, no entanto, as autoridades sentem-se no dever de anunciar que serão capazes de transformá-los em com-terra. Por que fazem isso, não se sabe. O que se sabe é que esse costume é antigo, freqüentou o arsenal de todos os governos brasileiros antes e depois de 1964, com resultados sempre idênticos. Anuncia-se que o governo irá dar terra - mais tarde, descobre-se que o governo não tinha terra e muito menos vontade de distribuí-la.

http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/reforma_agraria/arquivo/150890.html

Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Cinzu

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Re:Imagens políticas
« Resposta #2424 Online: 20 de Junho de 2016, 22:12:06 »
Mais uma do grande Olavão

"Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar"

 

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