Essas fotos do MST parecem marketing de campanha política.
Não tenho dúvidas de que são. Também talvez seja interessante lembrar que "reforma agrária" não é "sinônimo" de MST.
Mas atente para esse trecho das citações:
[...] Parece mentira, mas é verdade. A regulamentação da atividade produtiva nos assentamentos de reforma agrária do país proíbe, em certo sentido, o sem-terra de progredir. As normativas técnicas restringem a agricultura comercial, impedindo a especialização do trabalho. Sem-terra não pode gostar de agronegócio.
[...]
Escudando-se nessa tese, as autoridades do Incra deram a ordem de despejo para 12 famílias, entre os 176 assentados em Araraquara. Desobedientes, elas haviam se especializado na produção de cana-de-açúcar. Pelas recomendações oficiais, apenas metade da terra, no máximo, poderia receber o doce plantio do açúcar. [...]
Então essas famílias (bem como outras cultivando o próprio sustento de acordo com as regulações imbecis) não se enquadram bem nesse cenário de "comum" do MST ser só um vagabundo que não quer saber de pegar no pesado.
Eu acredito que essa linha de "argumentação" só prejudica à exposição do que há de fundamentado contra o MST e etc, já que é evidência de puro preconceito e generalização, "pobre é vagabundo e vive de esmola do governo".
Isso é, prejudica se a a crítica tem como "público-alvo" as pessoas que se interessam pela realidade; mas pode ser que a idéia seja mesmo só ser aquele tapinha mútuo nas costas de confirmação grupal de preconceitos em comum. "Somos contra o MST, que tem negros/pobres; podemos usar então apelo racista/classista para angariar maior oposição ao MST", talvez numa forma mais inconsciente disso.
Talvez para boa parte das pessoas esse tipo de crítica seja a única que conseguem assimilar, se você contraria isso e expõe aquelas feitas por Graziano, dá pane no cérebro e começam a dizer que você "defende os vagabundos" se não intercalar a cada frase uma outra relembrando que está criticando o MST.