Autor Tópico: Imagens políticas  (Lida 187073 vezes)

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Offline Gauss

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3050 Online: 19 de Janeiro de 2017, 20:05:31 »
Qual a Escola de Pensamento que temos que confiar? A que diz que Neoliberal é um termo e um  conceito muito bom, que descreve muito bem as políticas econômicas e que o FMI através Consenso de Washigton quer implantar um governo financeiro global(#CaloteJá), a que diz que é um termo que define o Ordoliberalismo Alemão, a que diz que é um termo sem sentido... Qual  é a linha seguida pela Comunidade de Sociologia? Torço para que não seja a primeira, para que seja alguma linha mais neutra que eu não tenha citado...

Não é questão de escola de pensamento. É usado amplamente há décadas inclusive por liberais, como já mostrei.

Sim, mas há sempre uma diferença no sentido e conceituação do termo.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Gauss

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3051 Online: 19 de Janeiro de 2017, 20:07:20 »
Uma utilidade adicional também é enfatizar a diferença do liberal moderno, que gradualmente acabou se tornando mais sinônimo de progressista e social-democrata, apesar de traçar as origens também no liberalismo clássico.


Em português as pessoas podem até muitas vezes ter por sinônimo o "liberal" na economia como "neoliberal", e não como "esquerdista", mas nos EUA apenas uma em cem pessoas entenderá assim.

Isso é só nos EUA. Na Europa e na América Latina liberal=liberalismo clássico/neoliberalismo. Tipo o termo "libertarian" nos EUA.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3052 Online: 19 de Janeiro de 2017, 20:10:26 »
Sim, mas como a gente importa muitos textos de lá, é inevitável que venha alguma tradução mais "literal", e isso acabe "contaminando" também a nossa linguagem.


Mas de modo geral acho que ainda assim será o caso de "neoliberal" ser usado mais pejorativa ou no mínimo críticamente.

Offline Lakatos

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3053 Online: 19 de Janeiro de 2017, 20:15:07 »
Eu também concordo que é usado criticamente com mais frequência. Apenas não acho que isso invalide a utilização técnica, presente em muitos livros e artigos sem esse caráter depreciativo.

Offline DDV

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3054 Online: 19 de Janeiro de 2017, 20:18:05 »
O termo "neoliberalismo" passa a idéia de que o liberalismo era uma coisa morta e enterrada, já superado por algo mais "correto", daí veio uns malucos e resolveram ressuscitar esse cadáver indesejável.

Por isso é um termo pejorativo e, por 'coincidência', só é usado por esquerdistas.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Lakatos

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3055 Online: 19 de Janeiro de 2017, 20:21:39 »
Passa essa ideia apenas para quem já tem a tendência a enxergar pelo em ovo. Economia neoclássica tem a mesma base sintática e ninguém se sente ofendido. Neokeynesianismo idem.


Offline Lakatos

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3057 Online: 19 de Janeiro de 2017, 20:29:16 »
Passa a idéia por influência do uso pejorativo esquerdista, que aparentemente é a maior parte do uso.

Nada mais natural que pessoas fazerem uso pejorativo de termos relacionados a ideias contrárias às suas. O oposto também é verdade, basta ver o uso corrente de "socialismo", que não tem nada a ver com as definições mais técnicas e formais, e nem por isso invalida seu uso quando feito corretamente.

É como se a gente quisesse obrigar os físicos a usar o termo "peso" em lugar de "massa", porque é como as pessoas chamam na rua. O uso formal de um termo não precisa corresponder ao uso leigo/coloquial, e nem é viável fazer isso, já que este muda constantemente.
« Última modificação: 19 de Janeiro de 2017, 20:35:38 por Lakatos »

Offline Gauss

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3058 Online: 19 de Janeiro de 2017, 21:33:03 »
O termo "neoliberalismo" passa a idéia de que o liberalismo era uma coisa morta e enterrada, já superado por algo mais "correto", daí veio uns malucos e resolveram ressuscitar esse cadáver indesejável.

Por isso é um termo pejorativo e, por 'coincidência', só é usado por esquerdistas.
Exatamente!
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Gauss

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3059 Online: 19 de Janeiro de 2017, 21:45:41 »
Esse texto passa bem o que quero falar:
Citar
Afinal, o que querem os neoliberais?

Neoliberal. Vai dizer que você nunca ouviu essa palavra por aí?

– Fulano é neoliberal. Beltrano é tão neoliberal que daqui a pouco irá querer privatizar até a mãe.

Normalmente a gente lê pelos cantos que o neoliberalismo é o principal culpado pelos grandes males da humanidade. É dele a culpa pela falta d’água nas torneiras, e pelas crianças que dormem nos bancos das praças, e pelas comidas que não chegam às mesas dos lares, e pelos lucros dos grandes banqueiros. Aliás, lucro – tá aí uma palavra difícil de desassociar de neoliberal. É complicado respeitar uma teoria quando ela passa a impressão de ser uma mera ideologização do lucro, não é mesmo? Vai dizer que quando você escuta falar nessa palavra, neoliberalismo, a primeira impressão que lhe vem à cabeça não é um cara bem vestido, sentado numa poltrona imensa, usando um chapéu-coco e fumando um charutão, no topo de um prédio empresarial no centro de uma grande metrópole? Ou é isso ou então você invariavelmente irá lembrar das privatizações do Fernando Henrique. É batata! Neoliberalismo tem essa imagem de gente rica querendo meter a mão na grana alheia, de submissão aos interesses norte americanos e dos grandes banqueiros internacionais. É uma dessas palavras que carregam duzentas toneladas nas costas; já nasceu palavrão.

Em frente a tudo isso, é difícil pensar que uma filosofia que passa uma imagem tão mesquinha e egoísta, interessada apenas no modo como as pessoas ganham dinheiro, que queira transformar tudo em mercadoria, possa reunir gente interessada em discutir problemas sérios que afetam especialmente os mais pobres, como a desigualdade social, ou a fome, ou ainda o meio ambiente. Mas acredite, é possível. E a primeira coisa a saber é: não, eles não se chamam neoliberais.

Grave isso: você nunca verá um liberal se chamando de neoliberal. Esqueça. Normalmente quando você ataca um liberal usando essa palavra, a impressão que passa pra ele é que você não faz a mais remota ideia do que esteja falando. É como falar para um fã de história em quadrinhos que ele curte gibi. Você já começou errado.

[...]

Quando os liberais clamam por livre mercado estão advogando pela defesa de todo esse processo sem a interferência de um ente superior, um governo centralizador. E isso acontece porque eles usualmente são céticos em relação ao poder – querem os governantes distantes desse jogo porque entendem que a concentração de poder nele promove 1) uma influência imoral, 2) atrai o interesse de agentes econômicos privilegiados – grandes banqueiros, empresários, industriais – interessados não apenas em usar os governos para injustamente atrapalhar a concorrência e criar uma elite hegemônica, mas para enriquecer ilicitamente e consolidar-se como ativos políticos, e 3) costuma gerar efeitos econômicos negativos em toda sociedade, mesmo quando utiliza um discurso cheio de boas intenções. Como disse o vencedor do Nobel, o economista austríaco Friedrich Hayek, “descentralizar o poder corresponde, forçosamente, a reduzir a soma absoluta de poder, e o sistema de concorrência é o único capaz de reduzir ao mínimo, pela descentralização, o poder exercido pelo homem sobre o homem”.[...]

Antes de tentar entender melhor sobre o que defendem os liberais, é preciso entender aquilo que eles não defendem – liberais não defendem as grandes corporações, os banqueiros, o governo americano, as guerras, o consumo desenfreado, a destruição da natureza, que se salve grandes indústrias à beira da falência com dinheiro de impostos, bombas de democracia, a burocracia governamental, a perpetuação das elites, a ditadura militar, os maus tratos no ambiente de trabalho e as relações promíscuas de grandes empresários com o governo. Se você chegou até esse ponto do texto, também já deve ter entendido que a mera privatização não é necessariamente uma obra do liberalismo – não há nada mais antiliberal do que testemunhar um governante leiloando uma concessão a um empresário-amigo para monopolizar ou cartelizar um setor altamente restritivo à concorrência.

[...]

Evidentemente é impossível resumir algo tão complexo num espaço curto como esse. Mas para o bem ou para o mal, essa não é uma filosofia criada para tratar dos interesses mesquinhos de um patrão fictício ou da avareza de um milionário qualquer. Em Viena, na Virgínia, em Chicago, há vida além desse neoliberalismo infantiloide que entope a boca de gente que adora transformar tudo num Fla-Flu, sem o menor compromisso em entender os processos econômicos que tanto critica. Ame ou odeie, liberalismo é sobre pessoas, sobre os homens e mulheres que cruzam as esquinas a cada momento em todos os cantos do planeta – feito eu e você; sobre gente comum que encara cada segundo de seu tempo acreditando ter o controle de sua vida em suas mãos.

http://spotniks.com/o-que-esta-por-tras-do-movimento-neoliberal-que-quer-dominar-o-brasil/
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Agnoscetico

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3060 Online: 19 de Janeiro de 2017, 23:09:06 »


Offline Agnoscetico

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3061 Online: 20 de Janeiro de 2017, 21:07:54 »


Offline Skeptikós

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3062 Online: 22 de Janeiro de 2017, 16:15:30 »
Falaram ai atrás que o capitalismo premia aqueles que executam trabalhos mais economicamente valorizados pela maioria dos integrantes da sociedade, mas isso não abarca investidores e especuladores financeiros que apostam no colapso do sistema ou de uma grande corporação, tendo pouco a perder e muito a ganhar caso a sua aposta esteja certa, como no caso de George soros que ganhou dois bilhões de dólares especulando no mercado de câmbio, ou daqueles que apostaram contra o mercado hipotecário americano pouco antes da crise de 2008. Nenhum destes agiram de maneira que a sociedade considerasse economicamente valoroso, ao contrário disso, apostaram contra aquilo que a sociedade julgava como economicamente viável, e ganharam muito com isso. E  mais, o lucro assombroso só ocorreu para estes justamente por apostarem contra o que a maioria julgava como certo e valoroso.
« Última modificação: 22 de Janeiro de 2017, 16:18:57 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline JJ

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3063 Online: 22 de Janeiro de 2017, 16:47:55 »
Oi Skeptikós   :tchau:  .   Pensei que tinha ido para Grécia. 

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3064 Online: 22 de Janeiro de 2017, 18:47:41 »



<a href="https://www.youtube.com/v/e3S4geCv000" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/e3S4geCv000</a>

Ou seja, a bandeira que a maioria das pessoas tem por ser a confederada é na verdade uma fabricação de progressistas que não respeitam a tradição verdadeira, como parte de sua política anti-brancos em geral.


http://www.snopes.com/confederate-flag-history/










Essa bandeira nazista me lembra o "make my logo bigger".

"Ok, a suástica no fundo vermelho é nazista, tudo bem. Mas você não pode deixar, sei lá, mais nazista ainda?"

Offline Gauss

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3065 Online: 22 de Janeiro de 2017, 18:58:50 »
Falaram ai atrás que o capitalismo premia aqueles que executam trabalhos mais economicamente valorizados pela maioria dos integrantes da sociedade, mas isso não abarca investidores e especuladores financeiros que apostam no colapso do sistema ou de uma grande corporação, tendo pouco a perder e muito a ganhar caso a sua aposta esteja certa, como no caso de George soros que ganhou dois bilhões de dólares especulando no mercado de câmbio, ou daqueles que apostaram contra o mercado hipotecário americano pouco antes da crise de 2008. Nenhum destes agiram de maneira que a sociedade considerasse economicamente valoroso, ao contrário disso, apostaram contra aquilo que a sociedade julgava como economicamente viável, e ganharam muito com isso. E  mais, o lucro assombroso só ocorreu para estes justamente por apostarem contra o que a maioria julgava como certo e valoroso.
O capitalismo não é um sistema econômico coletivista, e têm vários formatos. Apesar de as pessoas que saibam administrar suas economias e produzam coisas úteis para sociedade tendam a ser premiadas, isso não impede que pessoas que façam coisas consideradas "não úteis" para a sociedade possam enriquecer. O capitalismo é individualista, e depende dos próprios interesses e inteligência de cada indivíduo, e não da bondade edo interesse coletivo.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Lorentz

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3066 Online: 22 de Janeiro de 2017, 19:21:39 »
E o mercado de ações e especulação é algo positivo, no geral.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3067 Online: 22 de Janeiro de 2017, 19:23:35 »
É? Não é daí que vem as bolhas?

Investimento menos especulativo não seria preferível?


Sim, por isso a pergunta.

Esse "indiretamente" versus "diretamente", talvez fosse onde achassem a colocação defensável. Então fico curioso quanto as supostas vantagens disso.

Não lembro exatamente qual foi a colocação, vi num vídeo que o parcus/libertário/rhyan/etc postou, onde em linhas gerais ela fazia essa distinção e dizia que o mercado de ações era ruim, em contraste com o "investimento na produção".

Bom, o mercado especulativo em geral (não apenas o de ações) é mais "ineficiente" na alocação de recursos do que o não-especulativo.

(Falo isso baseado no que li na "General Theory" de Keynes)

Isso ocorre porque no mercado especulativo não se busca planejar e saber de antemão quais empreendimentos serão mais lucrativos em determinado prazo, mas principalmente quais empreendimentos as pessoas pensarãoo que serão mais lucrativos em determinado prazo. É parecido com aqueles jogos de "passa o anel" ou dança das cadeiras, onde a idéia toda é ganhar uns trocados fáceis em cima de outros no curto prazo. No mercado especulativo ocorre mais uma troca de mãos da riqueza do que uma produção.

Essa volatilidade, além de tornar mais ineficiente a alocação dos investimentos (ou seja, o capital não necessariamente irá para os negócios realmente mais promissores), é uma fonte perene de crises de excesso ou falta de confiança, a primeira gerando bolhas especulativas e a segunda gerando recessões.










Repetindo: o mercado premia o que for mais lucrativo.

O que vai ser lucrativo para uns pode ou não ser bom para muitos/maioria.

Offline Lorentz

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3068 Online: 22 de Janeiro de 2017, 19:43:09 »
Eu já vi outras explicações, mas agora não estou encontrando a que tinha ouvido.

Aqui tem uma:

Citar
http://clubedovalor.com.br/o-que-e-especulacao-financeira/

Para o mercado financeiro, a especulação é ótima.

Os especuladores dão liquidez à economia (liquidez é a facilidade com que você pode transformar seu dinheiro em algum outro ativo ou algum ativo em dinheiro).

Você só consegue comprar ações, fundos imobiliários, imóveis, etc., quando há pessoas dispostas a vendê-los para você.

E, muitas vezes, estas pessoas são especuladoras 🙂

Então, apesar de muitas vezes vermos o termo “especulação” ligado a algo corrupto ou ilegal, a especulação financeira é totalmente saudável e benéfica ao mercado de capitais.

A ideia é que há um risco envolvido na especulação. Se o especulador ganha, ele não prejudicou ninguém, só talvez fez alguém ganhar menos. Mas se ele perde, acaba arcando com o prejuízo, e quem vendeu pra ele não perdeu.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3069 Online: 22 de Janeiro de 2017, 19:59:50 »
Essa explicação é bastante rasa e simplesmente não aborda os pontos que o DDV colocou no post citado, como se inexistissem.

Uma contra argumentação talvez pudesse ser só alterar algumas palavras no texto, como trocar "especuladores" por "investidores"; e depois acrescentar que especuladores, por outro lado, aumentam a volatilidade do mercado (ou, por efeito manada, distorcem o verdadeiro valor dos investimentos), tornando-o menos eficiente.

Offline Gauss

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3070 Online: 22 de Janeiro de 2017, 21:18:44 »
Nunca tive nada contra o mercado financeiro, até ler esse texto esclarecedor. Realmente, "Neoliberalismo" é um termo relevante e repetido por gente séria. Morte aos porcos capitalistas! Morte a Especulação Financewira neoliberal!

Citar
“Neoliberalismo”, apologia do capitalismo

Milton Friedman, o pai do neoliberalismo, faleceu em 2006. Ele esteve à cabeça do aparato de propaganda imperialista, lhe fornecendo pseudo argumentações teóricas, que ajudaram na imposição do neoliberalismo em escala global como alternativa ao esgotamento da chamada política de bem-estar a partir da década de 1960. A direita imperialista mundial tenta apresenta-lo como um dos maiores intelectuais do período posterior à Segunda Guerra Mundial, mas, na realidade, não passa de um delirante apologista do capitalismo parasitário e podre.

Friedman foi o principal ideólogo da ultrarreacionária Escola de Chicago. Além de ser um antimarxista empedernido e fanático, considerava as próprias políticas keynesianas como marxistas porque preconizavam investimentos públicos em larga escala como o antídoto para conter o aprofundamento da crise e o ascenso das massas.


[Um monstro desses merece perdão?]

As teorias de Friedman não passam de lixo intelectual reciclado cujo ponto central é que mercados “livres”, completamente desregulamentados e baseados no respeito aos direitos de propriedade privada e liberdade de contratos (para o punhado de parasitas que dominam o mundo), conduzem, supostamente, à liberdade plena e pura do ser humano.

Entre os principais conceitos pseudo-teóricos desenvolvidos, com uma coerência teórica assustadoramente pobre, estão a teoria da “renda permanente”, relacionada com os gastos dos consumidores, e a do “monetarismo”.

Milton Friedman continua sendo considerado pela direita “neoliberal” como uma espécie de Papa teórico e é a referência da política econômica imposta pelo imperialismo em escala mundial com o objetivo de aumentar os ataques contra as massas trabalhadoras na tentativa de conter a bancarrota do capitalismo parasitário.

[...]

Especulação financeira “neoliberal”

Milton Friedman e o neoliberalismo representam os interesses dos setores mais reacionários da burguesia imperialista na tentativa desesperada de manter as taxas de lucro desde o colapso capitalista de 1974. O próprio Friedman era amigo íntimo de Walter Wriston, o presidente do Citibank.

As teorias neoliberais, apesar de serem extremamente precárias e de cunho semi religioso, deram sustentação ideológica às políticas neoliberais que promoveram a disparada da especulação financeira por meio da eliminação das regulamentações, do sucateamento e repasse das empresas públicas para as multinacionais, dos cortes dos programas sociais e dos ataques em larga escala contra os trabalhadores.

As ideias elaboradas por Friedman nos anos de 1960 predominam entre os governos burgueses até hoje. A teoria conhecida como “monetarismo” propõe resolver as contradições fundamentais do capitalismo com operações meramente monetárias. Trata-se do principal mecanismo usado para controlar a inflação pelos governos burgueses, junto com impostos, desregulamentação, controle de renda e cronismo (relações das empresas com o governo). “A inflação é sempre e em todo lugar um fenômeno monetário”. A produção real seria um aspecto secundário.

No livro “Uma história monetária dos Estados Unidos”, publicado em 1963, em coautoria com Anna J. Schwarts, Friedman justificou a monetização da dívida pública em larga escala. A ideia central do livro gira em torno a que o colapso econômico de 1929-1933 teve na origem a implementação errada da política monetária. Se os governos tivessem emitido moeda podre em quantidades maiores, a crise, supostamente, não teria acontecido. Como teoria é ridícula, mas como política hoje tem sido transformada no principal mecanismo para garantir os lucros dos capitalistas.

Segundo Friedman, as baixas taxas de crescimento seriam provocadas “pelas tentativas de controlar os investimentos privados de uma maneira muito rígida e detalhada”, além da “tentativa de fazer demasiado no setor público”, o que feriria a democracia e as liberdades individuais. Na prática, todas as políticas neoliberais, desde as que foram implementadas pela sanguinário ditadura de Augusto Pinochet até os planos de austeridade atuais, têm muito pouco de liberdade e democracia e têm como base a espoliação e repressão das massas trabalhadoras com o objetivo de garantir o lucro dos capitalistas a qualquer custo.
[...]
http://www.diarioliberdade.org/mundo/laboral-economia/57205-%E2%80%9Cneoliberalismo%E2%80%9D,-apologia-do-capitalismo.html
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3071 Online: 22 de Janeiro de 2017, 22:38:38 »
Acho que a palavra "cronismo" nem existe, e se existir, deve ser algo derivado da radical de "crônico", o que não acho que serve para descrever o "capitalismo de compadres/camaradas", que, embora possa ser crônico, não tem nisso seu elemento definidor.

O texto não tece uma elaboração detalhada do problema com a especulação financeira, colocá-lo parece mais uma tentativa de trazer um "espantalho real" para condenar por associação a crítica, e se esquivar de  defender como o capital sendo alocado a esmo para tentar ganhar na sorte e em curto prazo seria benéfico à economia, preferível a se ter o mesmo capital investido de maneira mais racional, com base no invesimento de longo prazo de fato.

Offline Gauss

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3072 Online: 22 de Janeiro de 2017, 22:52:28 »
Acho que a palavra "cronismo" nem existe, e se existir, deve ser algo derivado da radical de "crônico", o que não acho que serve para descrever o "capitalismo de compadres/camaradas", que, embora possa ser crônico, não tem nisso seu elemento definidor.

O texto não tece uma elaboração detalhada do problema com a especulação financeira, colocá-lo parece mais uma tentativa de trazer um "espantalho real" para condenar por associação a crítica, e se esquivar de  defender como o capital sendo alocado a esmo para tentar ganhar na sorte e em curto prazo seria benéfico à economia, preferível a se ter o mesmo capital investido de maneira mais racional, com base no invesimento de longo prazo de fato.
Botei em em tom humorístico.

Mas se você quer assuntos mais sérios, com referências:
Citar
A importância da bolsa de valores
[...]

A função social da especulação

Na nova sequência do filme Wall Street, um Gordon Gekko agora mais velho — talvez em uma mera tentativa de vender mais cópias do livro —, diz a uma plateia jovem que a "mãe de todos os males" é a especulação.  Outras cenas do filme reforçam a ideia comum de que os especuladores não produzem nada de fato, mas simplesmente "movem o dinheiro de um lugar para outro".

Esse desdém pela especulação é parte de um ódio mais profundo à figura do "atravessador".  Por exemplo, alguém que compra laranjas na Flórida por $0,75 e as revende em Nova York por $1 será condenado por estar simplesmente "movendo frutas de um lugar para outro".  Porém, tal atravessador está definitivamente prestando um grande serviço para os apreciadores de frutas cítricas de Nova York — uma laranja suculenta a 1.500km de distância não é muito útil.

Da mesma forma, um especulador bem sucedido obtém lucros para si próprio ao mesmo tempo em que efetua serviços úteis para terceiros.  O lema do especulador é "compre na baixa, venda na alta" (ou "venda a descoberto na alta e compre de volta na baixa").  Se o especulador obtiver êxito, isso significa que ele tornou os preços das ações menos volúveis e na realidade os empurrou para seus valores futuros mais rapidamente do que teria ocorrido normalmente — isto é, na ausência da especulação.

Um exemplo simples irá ilustrar essa ideia.  Suponha que um especulador veja que as ações da empresa Acme Painéis Solares estão atualmente sendo vendidas a $10.  Entretanto, o especulador acredita que haverá uma guerra no Irã dentro de alguns meses e que os outros agentes do mercado ainda não avaliaram completamente esse fato.  O especulador prevê que, quando a guerra estourar, o preço do petróleo irá disparar para uns $200 o barril e que os preços das ações das empresas de energia alternativa irão igualmente subir.

O especulador, portanto, irá correr para comprar ações da Acme Painéis Solares, as quais ele acredita estarem tremendamente subavaliadas em $10.  Suas compras agressivas irão empurrar os preços para, digamos, $13 por ação.  Se e quando a guerra estourar, o preço das ações da Acme subirá para $20, valor em que o especulador irá vender suas ações, garantindo-lhe um lucro líquido por ação de $7 a $10.

O cidadão comum — na verdade, o próprio Gordon Gekko no primeiro filme Wall Street — acha que isso foi um jogo de soma zero e que o lucro do especulador gerou um prejuízo para alguma outra pessoa.  Isso é verdade apenas no sentido mais estreito da análise, quando se observa que um indivíduo que vendeu suas ações para o especulador a $11, "deixou de ganhar" $9, os quais ele poderia ter ganhado caso tivesse esperado mais um pouco e vendido quando o preço já estivesse em $20.

Porém, as medidas do especulador trouxeram benefícios claros à sociedade.  Em primeiro lugar, ele suavizou os solavancos nos preços das ações da Acme.  Ao comprar ações subvalorizadas, ele empurrou para cima os preços. (Da mesma forma, se ele vender a descoberto uma ação sobrevalorizada, ele estará pressionando para baixo os preços).  Ao invés de as ações da Acme pularem de $10 para $20 quando a guerra estourar, elas irão pular apenas de $13 para $20, pois as agressivas compras feitas pelo especulador já haviam reduzido 30% da diferença.

Ao reduzir a volubilidade do preço das ações, os especuladores reduzem um pouco do risco de se manter ações nas carteiras.  Por exemplo, não é necessariamente verdade que a pessoa que vendeu prematuramente para o especulador a $11 tenha "perdido" $9 para o malicioso aproveitador.  É perfeitamente possível que tal pessoa tenha precisado vender suas ações da Acme, talvez porque tenha perdido o emprego ou simplesmente porque a mensalidade da escola do seu filho subiu de novo.  Assim, o especulador na verdade apenas fez com que essa pessoa — que havia planejado vender suas ações mesmo se elas tivessem permanecido a $10 — ficasse mais rica.

Falando mais geralmente, ao antecipar mudanças futuras nos "fundamentos" e traduzi-las em valores atuais para as ações, os especuladores recompensam mesmo os investidores de longo prazo, o tipo de investidor do qual todos gostam (em contraste com especuladores de curto prazo e de olho no dinheiro rápido).  Por exemplo, se um investidor institucional (institutos financeiros que investem grandes quantias de dinheiro) imagina ter descoberto uma empresa sólida que irá pagar altos dividendos e que permanecerá ativa por pelo menos vinte anos, são os especuladores que irão ajudar a fazer com que os preços diários das ações dessa empresa não se desviem para muito longe da realidade de longo prazo.  Se ocorrer um pânico financeiro e os acionistas começarem a vender ações de todos os tipos, são os especuladores que irão interromper a sangria e adquirir "promoções" a preços de liquidação.

Isso mostra que os especuladores fornecem liquidez ao mercado de ações e o tornam mais lucrativo para que outros investidores, voltados para o longo prazo, façam seu dever de casa e invistam parte de sua poupança em empresas que acreditam ter um futuro sólido.  Um grande risco de tal investimento é a iliquidez — o investidor, talvez por estar com dificuldades, pode ter de vender a um preço muito menor do que poderia obter caso dispusesse de mais tempo.  Porém, os especuladores abrandam esse risco.  Se o preço ficar muito abaixo "do que a ação realmente vale", então esse será exatamente o momento em que um especulador terá o incentivo para entrar em cena e comprar.
[...]

Referências:
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=801

Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Pasteur

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3073 Online: 22 de Janeiro de 2017, 23:25:08 »
Sem contar que o especulador de curto prazo corre mais riscos, tem maior chance de ganhar altas somas em pouco tempo, como também pode perder dinheiro rápido.

Offline Gauss

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Re:Imagens políticas
« Resposta #3074 Online: 23 de Janeiro de 2017, 00:08:08 »
Sem contar que o especulador de curto prazo corre mais riscos, tem maior chance de ganhar altas somas em pouco tempo, como também pode perder dinheiro rápido.
Exatamente! E mesmo esses são importantes dentro do Mercado de Ações.


Não vejo a Bolsa de Valores e os especuladores como prejudiciais, pelo contrário, pois eles dão mais liquidez para as empresas e consequentemente para o mercado. Não interessa se se essa atividade não agrada aos outros porque esses mesmos acreditam em uma falsa informação que especulação é imoral pois não ajudaria a sociedade. É, além de uma opinião coletivista, algo sem embasamento real.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

 

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