Autor Tópico: Vídeos políticos  (Lida 68217 vezes)

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Offline JJ

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1100 Online: 29 de Janeiro de 2018, 16:25:03 »
Maioria dos crimes no Brasil não chega a ser solucionada pela polícia

Edição do dia 28/04/2014

29/04/2014 01h16 - Atualizado em 16/05/2014 19h34

De cada cem crimes pelo país, mais de 90 nunca foram descobertos.

E, assim, somente uma faixa de 5% a 8% dos assassinos são punidos.

César Menezes / Dennys Leutz


Na série "Impunidade", está um retrato da investigação criminal no Brasil. O que acontece desde o local do crime até o julgamento ou o
arquivamento do processo.


Maioria dos crimes no Brasil não chega a ser solucionada pela polícia


Por ano, são mais de 50 mil mortes no país. E os casos em que os assassinos são punidos não chegam sequer a 8%.

Fabrício Krettli, 22 anos. Assassinado na porta de casa, na frente dos pais.

Mário Gabardo, 20 anos. Morto em uma rua movimentada por um homem que nem se preocupou em esconder o rosto.

Thúlio Pinheiro, 20 anos também. Executado por engano diante de testemunhas que têm medo de falar.

Yasmin Stefani Silva Santos, dois anos e sete meses. Ela estava no colo da mãe, dentro de um táxi que foi fuzilado, à luz do dia, numa das
cidades mais violentas do país. Essas são histórias de perdas sem respostas. Histórias que precisam ser contadas. O Jornal da Globo convida para
uma viagem pela investigação criminal brasileira.


TRAGÉDIA EM SÃO PAULO


Restante no link:


http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2014/04/maioria-dos-crimes-no-brasil-nao-chega-ser-solucionada-pela-policia.html
« Última modificação: 29 de Janeiro de 2018, 16:27:38 por JJ »

Offline Pedro Reis

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1101 Online: 29 de Janeiro de 2018, 16:38:12 »
Maioria dos crimes no Brasil não chega a ser solucionada pela polícia



Exato, como aqueles 17 garotos do filme do MV Bill, que cometeram crimes que a polícia não solucionou.

Só que 16 deles não viveram pra completar 21 anos.

Offline Pedro Reis

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1102 Online: 29 de Janeiro de 2018, 16:42:52 »

Por ano, são mais de 50 mil mortes no país. E os casos em que os assassinos são punidos não chegam sequer a 8%.

Fabrício Krettli, 22 anos. Assassinado na porta de casa, na frente dos pais.

Mário Gabardo, 20 anos. Morto em uma rua movimentada por um homem que nem se preocupou em esconder o rosto.

Thúlio Pinheiro, 20 anos também. Executado por engano diante de testemunhas que têm medo de falar.

[...]

O que faltou você perceber é quantas destas vítimas não eram, elas mesmas, de alguma forma envolvidas com a criminalidade.

Percebendo isso você entende que os números da "impunidade" e da mortalidade não se contradizem.

Offline Skeptikós

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1103 Online: 29 de Janeiro de 2018, 17:06:37 »
A fala parece ter sido tirada fora de contexto, seria interessante ver o vídeo inteiro para saber a justificativa dela de ter falado tamanho absurdo faz sentido.
Vou fazer um exercício de adivinhação.
A Tiburi, no seu papel de filósofa, se permite refletir que: se construímos uma sociedade onde os valores
consumistas são dominantes, onde estes valores permeiam de forma subjacente as relações sociais e interpessoais, se estes valores condicionam de forma inconsciente porém preponderante a própria auto-imagem de cada indivíduo nessa sociedade, então a criminalidade, mais especificamente os assaltos, são uma consequência indireta porém inevitável dessa mentalidade patológica que serve ao mercado, serve a quem produz a produção, mas não serve à sociedade.

O que é patológico porque é uma inversão de prioridades. A sociedade existindo para servir ao mercado e não o contrário. Patológico de uma maneira muito semelhante a uma sociedade nazi-fascista na qual o dever de cada indivíduo deverá ser o de doar-se de corpo e alma ao Estado e sua ideologia, onde os cidadãos, substantivos concretos, devem se anular em nome de uma abstração como "a pátria", por exemplo.

É patológico, e a doença é uma disfunção, e como em qualquer doença irão se manifestar os sintomas dessa disfuncionalidade.


Só para início de conversa, eu diria que o problema maior não é primordialmente os valores consumistas (querer ter acesso à muitos produtos e serviços), e sim os valores relacionados à busca de posição  de dominação, ou seja  os valores relacionados a busca de poder, a dominação, e o próprio poder em si (como valor).  E essa busca de poder e de capacidade de dominação estão relacionadas à propriedade e ao controle efetivo sobre os meios de produção.  E a atual forma de obter e organizar a produção e o acesso aos recursos econômicos está ligada a estes valores  (e normalmente os incentiva).  De modo que somente quando  este atual sistema for superado é que poderemos ter outros valores atuando de forma primordial.
Eu já acho que o problema não é a mentalidade consumista e a busca por status ou a mentalidade de/ou busca pelo poder, e sim os valores e os meios tidos como aceitos por esta turma de criminosos para se alcançar estes resultados. A diferença entre o prisioneiro e o pobre da favela que não tem nenhuma passagem pela polícia, que desejam ambos status e poder, é que o primeiro acha correto assaltar e matar para conseguir o que deseja, enquanto o segundo pensa que a única coisa certa a fazer é trabalhar duro. Neste caso a mídia e a sociedade em geral não podem ser culpadas pelos altos índices de criminalidade por pregarem o consumismo, a busca por status e poder, pois se pregassem a busca por qualidade de vida pura e simplesmente (com qualidade de vida se resumindo a saúde, conforto e educação por exemplo, mais do que status e poder), os criminosos continuariam usando de meios ilegais para alcançar esta situação de vida, pois carecem do mais importante, que são valores que os impediriam de fazer mal a terceiros para alcançar tais resultados.


Minha referência não foi apenas aos  crimes e criminosos comuns,  foi uma referência mais ampla que inclui o problema da falta de acesso à recursos econômicos, e os problemas relacionados a isso, quais sejam a forma de produção, e a forma de distribuição desses recursos.  Forma esta que  gera inclusive as disputas entre as nações, as quais chegam até mesmo às guerras.

Eu concordo que se um individuo já possui os recursos que almeja, ele não tem incentivo para arriscar cometer um delito para conseguir mais do que já tem (caso essa quantidade possuída seja suficiente para satisfaze-lo). Então eu não discordo que a desigualdade sócio-econômica, a miséria ou a carência de recursos naturais sejam fortes incentivos para a guerra ou a criminalidade, o que eu disse foi que, a propaganda consumista ou a busca por status e poder não é mais impactante do que os valores sobre o que é aceitável para se alcançar isso, e que os valores sobre o que é certo ou errado para alcançar nossos objetivos poderão levar a criminalidade e a guerra, mesmo que os resultados almejados sejam virtuosos, vide as ditaduras de todos os espectros políticos, as inquisições e massacres com motivação religiosa e etc.


Eu já acho que o problema não é a mentalidade consumista e a busca por status ou a mentalidade de/ou busca pelo poder, e sim os valores e os meios tidos como aceitos por esta turma de criminosos para se alcançar estes resultados. A diferença entre o prisioneiro e o pobre da favela que não tem nenhuma passagem pela polícia, que desejam ambos status e poder, é que o primeiro acha correto assaltar e matar para conseguir o que deseja, enquanto o segundo pensa que a única coisa certa a fazer é trabalhar duro. Neste caso a mídia e a sociedade em geral não podem ser culpadas pelos altos índices de criminalidade por pregarem o consumismo, a busca por status e poder, pois se pregassem a busca por qualidade de vida pura e simplesmente (com qualidade de vida se resumindo a saúde, conforto e educação por exemplo, mais do que status e poder), os criminosos continuariam usando de meios ilegais para alcançar esta situação de vida, pois carecem do mais importante, que são valores que os impediriam de fazer mal a terceiros para alcançar tais resultados.

Tá vendo, esse é que o problema com os clichês. Quando você simplesmente repete um discurso batido, mesmo quando ele não faz sentido, não é preciso explicar muito. Às vezes uma frase de efeito basta, porque remete a algum clichê e as pessoas já se posicionaram contra ou a favor desse clichê e não se dão mais ao trabalho de pensar sobre isso. Ela já sabe em que "caixinha" botar aquilo, e quais refutações ou aprovações ela deve usar.

Mas quando alguém diz algo que não pertence a nenhuma caixinha, o "fazer assim" já está tão condicionado que eles botam em alguma das "caixinhas" assim mesmo.

Não percebem o que a pessoa realmente falou, mas escutam em substituição algum clichê que pareça mais se aproximar.

Eu não pretendi dar uma justificativa moral para o crime nem o criminoso. E talvez por isso a Tiburi também tenha se esquivado da questão, porque não importa o que ela realmente dissesse, iriam entender como uma justificativa moral para o crime. E no final, mesmo ela se esquivando, foi assim que exploraram o que ELA NÃO FALOU.

Eu estou apenas constatando um fenômeno que parece existir, um aspecto da psicologia do ser humano que atua com um dos fatores da crescente criminalidade. Status e poder podem ser consideradas coisas boas para se ter a partir de uma ótica estritamente egocêntrica, mas evidentemente não são boas mesmo de um ponto de vista egocêntrico, se o indivíduo sacrifica por isso ( e ao extremo ) sua própria qualidade de vida.

A expectativa de vida de um bandido hoje deve ser menor que uns 5 anos. Morrer cedo, jovem e logo daqui a pouco, não é do interesse dele. Daí você conjectura que condicionamentos muito poderosos estão levando indivíduos a fazerem escolhas contrárias a seus próprios interesses. Então como alguém realmente quer lidar com o problema da segurança pública sem entender isso?
Clichê? Em nenhum momento eu disse que o seu discurso justificava a atitude do criminoso, eu entendi muito bem que a intenção era explicar os seus motivos e não justifica-los. Além disso, apontar a mentalidade consumista típica do capitalismo como responsável pela criminalidade também pode ser chamado de clichê, um clichê socialista muito conhecido por sinal, mas eu não entrei no mérito de ser ou não um clichê, eu apontei o motivo por acreditar que está explicação esteja errada, enquanto você se limitou a dizer que usei um clichê batido, sem no entanto apontar aonde é que eu estava errado. O que eu disse simplesmente foi que a mentalidade consumista e o desejo por status e poder é menos responsável por causar a criminalidade do que os valores sobre o que é certo ou errado fazer na busca por resultados. Não importa se você é um monge que não tem nenhum desejo por status e poder, se recusa bens superficiais como carros ou casas luxuosas, preferindo uma casa simples e um carro popular, para priorizar investir a maior parte do seu esforço em conseguir acesso a informação e educação de qualidade por exemplo, se você acha que para alcançar esta vida é permitido subjugar aqueles que pensem diferente de você, possua bens que você julgue que eles não mereçam possuir ou que é permitido tomar seus recursos por julgar que eles não o usam da forma mais adequada, a criminalidade continuará alta, mesmo que o status, o poder e o consumo de itens de luxo não sejam mais um ideal.
« Última modificação: 29 de Janeiro de 2018, 17:08:43 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Gigaview

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1104 Online: 29 de Janeiro de 2018, 18:29:51 »
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Pedro Reis

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1105 Online: 29 de Janeiro de 2018, 18:40:24 »

Clichê? Em nenhum momento eu disse que o seu discurso justificava a atitude do criminoso, eu entendi muito bem que a intenção era explicar os seus motivos e não justifica-los. Além disso, apontar a mentalidade consumista típica do capitalismo como responsável pela criminalidade também pode ser chamado de clichê, um clichê socialista muito conhecido por sinal, mas eu não entrei no mérito de ser ou não um clichê, eu apontei o motivo por acreditar que está explicação esteja errada, enquanto você se limitou a dizer que usei um clichê batido, sem no entanto apontar aonde é que eu estava errado. O que eu disse simplesmente foi que a mentalidade consumista e o desejo por status e poder é menos responsável por causar a criminalidade do que os valores sobre o que é certo ou errado fazer na busca por resultados. Não importa se você é um monge que não tem nenhum desejo por status e poder, se recusa bens superficiais como carros ou casas luxuosas, preferindo uma casa simples e um carro popular, para priorizar investir a maior parte do seu esforço em conseguir acesso a informação e educação de qualidade por exemplo, se você acha que para alcançar esta vida é permitido subjugar aqueles que pensem diferente de você, possua bens que você julgue que eles não mereçam possuir ou que é permitido tomar seus recursos por julgar que eles não o usam da forma mais adequada, a criminalidade continuará alta, mesmo que o status, o poder e o consumo de itens de luxo não sejam mais um ideal.

Eu devo explicar melhor.

A maioria das pessoas vai concordar em grande parte com o que é considerado moral e o que não é. Mesmo o pior facínora deve compartilhar com você a maioria dos seus conceitos sobre certo e errado.

Ele age da forma que age mesmo sabendo que é errado. A moralidade é um freio para algumas pessoas mas para outras não. Na verdade é mais exato dizer que a moralidade é um freio para todas as pessoas e não é um freio para ninguém. Ou seja, existe um balanceamento entre seus valores morais e seus desejos e necessidades.

Às vezes a moral impede a realização da vontade, às vezes o desejo é mais forte que o senso moral.

E nós, como seres humanos, vivemos entre estes dois tipos de tendências conflitantes: a necessidade/desejo x valores morais. E nossas atitudes não serão sempre fruto de escolhas racionais, calculadas. Todos nós podemos ser induzidos por forças internas e externas a agir, não só contra nossos valores morais, mas até contra nossos próprios reais interesses.

Se o crime, uma atividade imoral, proporcionasse ao criminoso uma vida maravilhosa nós poderíamos facilmente explicar este comportamento apenas como uma deformação moral de um indivíduo que só se
interessa pelo seu próprio benefício, sem se importar com o direito alheio.

Mas essa não é a realidade. Eu não posso entender que só a deformação moral explique a "escolha" de vida do assaltante que eu citei, porque o cara só tá se ferrando! E depois de anos nesse suplício já deveria ter dado pra perceber que ele tá numa bosta de vida.

De fato, antes de entrar nessa vida o moleque já sabe o que o espera, porque ele já tá entrando na vaga de algum outro moleque que morreu cedo. Então a gente fica curioso pra compreender o que está acontecendo de fato, porque só esse discurso de "são uns vagabundos que querem se dar bem" não se sustenta mesmo numa análise superficial.

A natureza humana e a índole das pessoas não deve ter mudado muito nos últimos 30 anos, então
porque hoje há muito mais "vagabundos" do que há 30 anos? Alguma coisa mudou. Alguma coisa está mudando. E eu também não estou dizendo que uma mentalidade exacerbadamente consumista seja a única causa de um problema que tem muitas causas.

E sem dúvida não é o capitalismo, porque essa Terra de Vera Cruz é capitalista desde as Capitanias Hereditárias. Então isso também não mudou nos últimos 30, 40 anos... Mas um aspecto que vem mudando, sutilmente, é a cristalização de uma nova mentalidade, que sempre foi muito mais afeita à cultura americana do que a europeia, na qual o "ter" possa a ter  um peso cada vez mais
desproporcional na construção da auto-imagem de cada indivíduo.

Claro que isso também não é novidade na História do mundo: um homem de posses no Brasil colônia também tinha mais status, o que lhe proporcionava auto-estima superior a de um escravo. O que é novidade é uma pressão cada vez maior para as pessoas consumirem bugigangas sem muita importância, como calçados de marca, vestuário de griffe, certos tipos de veículos automotores, gadgets, etc... e uma publicidade que espertamente não quer convencer o consumidor que a utilidade daquele produto vale cada centavo do que ele teria que pagar para adquiri-lo, mas em vez disso, de uma maneira diabolicamente engenhosa, induz sub-repticiamente a pessoa a acreditar que adquirir certos produtos é o determinante para a maneira como ela será vista e tratada pelos outros na sociedade.

Nós podemos dizer que essa mentalidade consumista sempre existiu, assim como sempre existiu essa inclinação de valorar pessoas pelos bens que elas possuem. Mas está havendo uma exacerbação dessa mentalidade que é socialmente patológica e tem suas consequências nefastas.

Aquele Brasil tranquilo do tempo da ditadura era uma sociedade capitalista mas não tão consumista porque todo mundo tinha o mesmo automóvel, o mesmo fusca, todos os meninos calçavam kichute, só
havia um canal de TV, só uma ou duas marcas de sabonete, de pasta de dente, de cerveja... Seria impensável naquela época alguém dizer que assaltava carro forte pra comprar tênis da marca X  porque em uma sociedade em que pobre e rico usa kichute, o tipo de calçado que você calça não vai ter tanta importância assim.

Claro que isso não foi a única coisa que mudou e é só um fator entre vários outros que contribuíram para essa deterioração da segurança pública. Mas o que talvez a Tiburi tenha se esquivado de responder é: "Pô, como é que nós estamos há 30 anos cultivando valores invertidos nessa sociedade e ainda esperamos não termos que lidar com as consequências disso?"

Offline JJ

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« Resposta #1106 Online: 29 de Janeiro de 2018, 19:04:26 »

Claro que isso não foi a única coisa que mudou e é só um fator entre vários outros que contribuíram para essa deterioração da segurança pública. Mas o que talvez a Tiburi tenha se esquivado de responder é: "Pô, como é que nós estamos há 30 anos cultivando valores invertidos nessa sociedade e ainda esperamos não termos que lidar com as consequências disso?"


Vamos supor que este "cultivo de valores invertidos" (valores relacionados a consumismo)  sejam uma causa importante do aumento da criminalidade no Brasil. O que você proporia em relação a isso ?

Proibir as propagandas nas TVs e nas rádios ?

Proibir a produção, a importação e a venda de produtos que não sejam mais básicos ?

Inserir  matérias  de filosofia anticonsumo nas escolas de ensino básico ?





« Última modificação: 29 de Janeiro de 2018, 19:06:53 por JJ »

Offline Pedro Reis

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1107 Online: 29 de Janeiro de 2018, 19:07:08 »
Só vou dar mais alguns exemplos de como os valores mudaram e a gente nem percebeu...

Minha família é Batista, uma denominação evangélica tradicional. Na Igreja que me levavam pras aulas dominicais, seria impensável, mais até, inimaginável, uma pessoa subir no púlpito e dar um testemunho do tipo: "Depois que entrei para essa igreja fui abençoado e hoje tenho dois carros importados na garagem e uma TV de 40 polegadas."

Uma coisa assim seria uma aberração, os evangélicos ficariam muito, muito chocados e o pastor começaria imediatamente a expulsar o demônio do corpo dessa infeliz criatura.

Hoje esse tipo de coisa não parece estranho a ninguém, não só nas neo-pentecostais mas já acontecem testemunhos meio nessa linha até nas tradicionais.

Um programa como o BBB também deveria causar repulsa. Você presencia várias pessoas mostrarem as facetas mais execráveis de caráter durantes semanas, sendo absolutamente falsas umas com as outras, tendo relacionamentos de interesse, traindo os "amigos" pelas costas, fazendo intrigas, complôs... todo tipo de mau caratismo na esperança de um prêmio em dinheiro, e mesmo assim são vistas como símbolos de sucesso e se transformam em celebridades efêmeras.

Quando programas infantis como a Xuxa e Balão Mágico surgiram com essa então novidade de estimular o consumismo infantil, causaram estranheza e muita crítica, como a da paródia do vídeo que eu mostrei em um post anterior.  Hoje ninguém acharia estranho, então houve realmente uma mudança de mentalidade e a gente nem se deu conta.

Offline Pedro Reis

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1108 Online: 29 de Janeiro de 2018, 19:20:07 »

Claro que isso não foi a única coisa que mudou e é só um fator entre vários outros que contribuíram para essa deterioração da segurança pública. Mas o que talvez a Tiburi tenha se esquivado de responder é: "Pô, como é que nós estamos há 30 anos cultivando valores invertidos nessa sociedade e ainda esperamos não termos que lidar com as consequências disso?"


Vamos supor que este "cultivo de valores invertidos" (valores relacionados a consumismo)  sejam uma causa importante do aumento da criminalidade no Brasil. O que você proporia em relação a isso ?

Proibir as propagandas nas TVs e nas rádios ?

Proibir a produção, a importação e a venda de produtos que não sejam mais básicos ?

Inserir  matérias  de filosofia anticonsumo nas escolas de ensino básico ?







É muito difícil nadar contra essa correnteza. Quem conhece um pouco da cultura de alguns países europeus sabe que estas sociedades, sendo capitalistas, costumavam ser muito críticas em relação a essa mentalidade competitiva/consumista mais tipicamente norte-americana.

Mas até isto está mudando.  O americano adorava aqueles automóveis enormes que faziam 1 km com 10 litros de gasolina, na Europa as pessoas eram mais racionais e pragmáticas e compravam carrinhos práticos e pequenos. Hoje o SUV é uma praga mundial.

O pouco que se pode fazer é justamente tentar fazer as pessoas refletirem, desenvolverem o senso crítico, não só em relação ao consumismo, mas em relação a tudo. Não ficar absorvendo qualquer coisa por osmose mas ter sempre um filtro crítico. Porque, como eu disse, muito do que as pessoas podem ser induzidas a fazer vai até na direção contrária do objetivo maior de cada um, que é a felicidade pessoal.

É como essa coisa dos memes. O que se pode fazer? Proibir memes? O máximo que se pode pretender é suscitar algum tipo de discussão sobre isso.

Offline Lorentz

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1109 Online: 29 de Janeiro de 2018, 20:54:21 »
Mas até isto está mudando.  O americano adorava aqueles automóveis enormes que faziam 1 km com 10 litros de gasolina, na Europa as pessoas eram mais racionais e pragmáticas e compravam carrinhos práticos e pequenos. Hoje o SUV é uma praga mundial.

As pessoas preferem SUVs porque são grandes, confortáveis, e o preço do combustível em vários lugares é baixo. As pessoas compram porque podem. Se você quiser mudar a mentalidade, primeiro precisa mudar o incentivo econômico.

Se, digamos, o custo "ambiental" de queimar gasolina for de alguma forma somado ao preço final, as pessoas sentirão no bolso e passarão a economizar, preferindo carros menores.
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Offline Geotecton

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1110 Online: 29 de Janeiro de 2018, 22:38:09 »
Mas até isto está mudando.  O americano adorava aqueles automóveis enormes que faziam 1 km com 10 litros de gasolina, na Europa as pessoas eram mais racionais e pragmáticas e compravam carrinhos práticos e pequenos. Hoje o SUV é uma praga mundial.

As pessoas preferem SUVs porque são grandes, confortáveis, e o preço do combustível em vários lugares é baixo. As pessoas compram porque podem. Se você quiser mudar a mentalidade, primeiro precisa mudar o incentivo econômico.

Se, digamos, o custo "ambiental" de queimar gasolina for de alguma forma somado ao preço final, as pessoas sentirão no bolso e passarão a economizar, preferindo carros menores.

Eu posso comprar - e manter - uma SUV. Mas não o faço porquê acho um desperdício de dinheiro, seja na compra, seja na manutenção.

E daqueles que conheço que os possuem, a imensa maioria não tem uma justificativa racional para isto.
Foto USGS

Offline -Huxley-

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1111 Online: 29 de Janeiro de 2018, 23:04:56 »
Mas até isto está mudando.  O americano adorava aqueles automóveis enormes que faziam 1 km com 10 litros de gasolina, na Europa as pessoas eram mais racionais e pragmáticas e compravam carrinhos práticos e pequenos. Hoje o SUV é uma praga mundial.

As pessoas preferem SUVs porque são grandes, confortáveis, e o preço do combustível em vários lugares é baixo. As pessoas compram porque podem. Se você quiser mudar a mentalidade, primeiro precisa mudar o incentivo econômico.

Se, digamos, o custo "ambiental" de queimar gasolina for de alguma forma somado ao preço final, as pessoas sentirão no bolso e passarão a economizar, preferindo carros menores.

Venham a nós os automóveis

Por que não comprar um utilitário-esporte -- em sua maioria pesados, ineficientes e desconfortáveis

Fonte: http://bestcars.uol.com.br/artigos/suv.htm
« Última modificação: 29 de Janeiro de 2018, 23:06:57 por -Huxley- »

Offline Pedro Reis

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1112 Online: 30 de Janeiro de 2018, 01:26:54 »

Venham a nós os automóveis

Por que não comprar um utilitário-esporte -- em sua maioria pesados, ineficientes e desconfortáveis

Fonte: http://bestcars.uol.com.br/artigos/suv.htm

Bom artigo. Deveria haver uma lei obrigando as concessionárias a exibir esse artigo em lugar bem visível, assim como nos anúncios de cigarro.

Realmente as pessoas não "compram porque podem", porque há muito mais desvantagens que vantagens. A matéria só esqueceu de mencionar que é flórida achar uma vaga no Centro prum SUV quando você tá com pressa.

É muito sobre o que eu tava falando, essa mentalidade de consumo, de ter as coisas não pela sua utilidade mas pelo que elas representam. Não é só um desperdício de dinheiro, às vezes é contraproducente, é um gasto pra trazer um transtorno pra vida da pessoa, em vez de trazer conforto.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1113 Online: 30 de Janeiro de 2018, 04:18:15 »
Mas até isto está mudando.  O americano adorava aqueles automóveis enormes que faziam 1 km com 10 litros de gasolina, na Europa as pessoas eram mais racionais e pragmáticas e compravam carrinhos práticos e pequenos. Hoje o SUV é uma praga mundial.

As pessoas preferem SUVs porque são grandes, confortáveis, e o preço do combustível em vários lugares é baixo. As pessoas compram porque podem. Se você quiser mudar a mentalidade, primeiro precisa mudar o incentivo econômico.

Se, digamos, o custo "ambiental" de queimar gasolina for de alguma forma somado ao preço final, as pessoas sentirão no bolso e passarão a economizar, preferindo carros menores.

Eu posso comprar - e manter - uma SUV. Mas não o faço porquê acho um desperdício de dinheiro, seja na compra, seja na manutenção.

E daqueles que conheço que os possuem, a imensa maioria não tem uma justificativa racional para isto.

Eu tenho aquela barca velha de quase cinco metros a quase 25 anos e um carro popular pequeno que uso no dia a dia agora, falando só do tamanho é muito mais prático e econômico  ter um carro pequeno para uso diário.

Falo por experiência própria.

Mais fácil de dirigir ou de estacionar em vagas de rua, de entrar na garagem de prédios que são bem apertadas e de difícil acesso.

E de acordo com uma revista especializada que eu comprava, 90% dos proprietários de veículos 4x4 nunca usaram o recurso porque só rodam no asfalto, 80% deles nem sabem usar.

Lá na empresa usamos pick ups cabine dupla para trabalho que só tem tamanho e aparência de carro confortável, ela é ruim para passageiros porque tem pouco espaço interno, ruim para carga porque tem pouco espaço para carga e não faz bem nem uma coisa nem outra.

Um sedã como o Honda Civic (já andei como passageiro no de um conhecido) dá de dez a zero em conforto.


« Última modificação: 30 de Janeiro de 2018, 04:22:26 por Arcanjo Lúcifer »

Offline Muad'Dib

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« Resposta #1114 Online: 30 de Janeiro de 2018, 06:49:32 »
Eu também não sei se SUVs são requisitadas devido ao conforto. Acho que é muito mais pela necessidade de ter uma máquina enorme e mostrar para os outros.

Offline Lorentz

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« Resposta #1115 Online: 30 de Janeiro de 2018, 08:31:16 »
Obviamente ter uma SUV no Brasil é maluquice. Estou me referindo a países onde carros são baratos e combustível mais ainda. Aqui já é quase irracional ter um carro.
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Offline JJ

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« Resposta #1116 Online: 30 de Janeiro de 2018, 08:38:50 »
Mas até isto está mudando.  O americano adorava aqueles automóveis enormes que faziam 1 km com 10 litros de gasolina, na Europa as pessoas eram mais racionais e pragmáticas e compravam carrinhos práticos e pequenos. Hoje o SUV é uma praga mundial.

As pessoas preferem SUVs porque são grandes, confortáveis, e o preço do combustível em vários lugares é baixo. As pessoas compram porque podem. Se você quiser mudar a mentalidade, primeiro precisa mudar o incentivo econômico.

Se, digamos, o custo "ambiental" de queimar gasolina for de alguma forma somado ao preço final, as pessoas sentirão no bolso e passarão a economizar, preferindo carros menores.

Eu posso comprar - e manter - uma SUV. Mas não o faço porquê acho um desperdício de dinheiro, seja na compra, seja na manutenção.

E daqueles que conheço que os possuem, a imensa maioria não tem uma justificativa racional para isto.


Conforme sua própria informação, você não compra porque  não quer. Mas, porque você não quer ?

Você afirma que é porque acha que é  “um desperdício de dinheiro, seja na compra, seja na manutenção”. Mas, porque você acha que é “um desperdício de dinheiro, seja na compra, seja na manutenção” , e muitas milhares de pessoas não acham que é “um desperdício de dinheiro, seja na compra, seja na manutenção” ?

Ou porque há pessoas que consideram que comprar um iate de digamos  R$ 12 milhões  não é “um  um desperdício de dinheiro, seja na compra, seja na manutenção” ?  Enquanto outras pessoas (mesmo tendo dinheiro para isso ) considerariam que comprar um iate de  R$ 12 milhões  é “um  um desperdício de dinheiro, seja na compra, seja na manutenção” ?


Ou porque pessoas  consideram que comprar um Lamborghini Aventador de  US$ 493.069 (preço nos EUA) acham que é “um desperdício de dinheiro, seja na compra, seja na manutenção” ? E outras pessoas não acham que é “um desperdício de dinheiro, seja na compra, seja na manutenção” ?


Ou porque pessoas  consideram que comprar um  Kawasaki  Ninja H2R  de R$357.000,00 (preço no Brasil)  acham que é “um desperdício de dinheiro, seja na compra, seja na manutenção” ? E outras pessoas não acham que é “um desperdício de dinheiro, seja na compra, seja na manutenção” ?




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« Última modificação: 30 de Janeiro de 2018, 09:20:34 por JJ »

Offline JJ

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1117 Online: 30 de Janeiro de 2018, 08:43:19 »
Obviamente ter uma SUV no Brasil é maluquice. Estou me referindo a países onde carros são baratos e combustível mais ainda. Aqui já é quase irracional ter um carro.


E ter uma Kawasaki  Ninja H2R no Brasil também é uma maluquice ?

E ter um Lamborghini Aventador no Brasil também é maluquice ?

E ter um iate de R$12 milhões também é maluquice ?

Quem tem um iate de R$12 milhoes no Brasil é um maluco ?




Offline JJ

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« Resposta #1118 Online: 30 de Janeiro de 2018, 08:47:47 »

Se, digamos, o custo "ambiental" de queimar gasolina for de alguma forma somado ao preço final, as pessoas sentirão no bolso e passarão a economizar, preferindo carros menores.


Um liberal sendo a favor de mais uso da força estatal ?


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Offline JJ

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« Resposta #1119 Online: 30 de Janeiro de 2018, 08:59:50 »

Claro que isso não foi a única coisa que mudou e é só um fator entre vários outros que contribuíram para essa deterioração da segurança pública. Mas o que talvez a Tiburi tenha se esquivado de responder é: "Pô, como é que nós estamos há 30 anos cultivando valores invertidos nessa sociedade e ainda esperamos não termos que lidar com as consequências disso?"
Vamos supor que este "cultivo de valores invertidos" (valores relacionados a consumismo)  sejam uma causa importante do aumento da criminalidade no Brasil. O que você proporia em relação a isso ?
Proibir as propagandas nas TVs e nas rádios ?
Proibir a produção, a importação e a venda de produtos que não sejam mais básicos ?
Inserir  matérias  de filosofia anticonsumo nas escolas de ensino básico ?

É muito difícil nadar contra essa correnteza. Quem conhece um pouco da cultura de alguns países europeus sabe que estas sociedades, sendo capitalistas, costumavam ser muito críticas em relação a essa mentalidade competitiva/consumista mais tipicamente norte-americana.

Mas até isto está mudando.  O americano adorava aqueles automóveis enormes que faziam 1 km com 10 litros de gasolina, na Europa as pessoas eram mais racionais e pragmáticas e compravam carrinhos práticos e pequenos. Hoje o SUV é uma praga mundial.

O pouco que se pode fazer é justamente tentar fazer as pessoas refletirem, desenvolverem o senso crítico, não só em relação ao consumismo, mas em relação a tudo. Não ficar absorvendo qualquer coisa por osmose mas ter sempre um filtro crítico. Porque, como eu disse, muito do que as pessoas podem ser induzidas a fazer vai até na direção contrária do objetivo maior de cada um, que é a felicidade pessoal.

É como essa coisa dos memes. O que se pode fazer? Proibir memes? O máximo que se pode pretender é suscitar algum tipo de discussão sobre isso.


Tentar fazer as pessoas refletirem  desenvolverem o senso crítico, não só em relação ao consumismo, mas em relação a tudo [de forma livre]. 

Ok  :ok:

Desde que não se tente usar a força estatal para isso (ou mesmo alguma força bruta privada). Ou seja, desde que não se tente usar algum tipo de força (pública ou privada) para tentar impor isso sobre outras pessoas.

Digo isto, porque a essência do totalitarismo é justamente  o uso da força para tentar obrigar as pessoas a  adotarem  valores (valorar de forma positiva ou negativa) o que elas espontaneamente  não adotariam.

Impor valores (obrigar que as pessoas valorizem determinadas coisas e desvalorizem (ou valorem negativamente) outras determinadas coisas) é a essência  do autoritarismo,  e é a negação de uma   liberdade  bem básica, qual seja a liberdade de escolher os próprios valores.


« Última modificação: 30 de Janeiro de 2018, 09:18:49 por JJ »

Offline JJ

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1120 Online: 30 de Janeiro de 2018, 09:10:26 »

Vocês já pararam para pensar, refletir  sobre porque e como surgem os valores  (sejam positivos ou negativos) ?  Porque as pessoas dão valor positivo ou negativo as coisas  (coisas aqui no sentido bem geral, que inclui tudo que existe,  seja concreto ou imaginário, sejam objetos ou sentimentos ou ideias) ?


De onde e como surge a ação de valorar ?


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« Última modificação: 30 de Janeiro de 2018, 09:21:38 por JJ »

Offline Lorentz

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« Resposta #1121 Online: 30 de Janeiro de 2018, 09:30:33 »
Obviamente ter uma SUV no Brasil é maluquice. Estou me referindo a países onde carros são baratos e combustível mais ainda. Aqui já é quase irracional ter um carro.


E ter uma Kawasaki  Ninja H2R no Brasil também é uma maluquice ?

E ter um Lamborghini Aventador no Brasil também é maluquice ?

E ter um iate de R$12 milhões também é maluquice ?

Quem tem um iate de R$12 milhoes no Brasil é um maluco ?





Maluquice para pessoas comuns. Um carro pode comprometer até 1/3 da renda de uma família de classe média baixa (classe C).


Se, digamos, o custo "ambiental" de queimar gasolina for de alguma forma somado ao preço final, as pessoas sentirão no bolso e passarão a economizar, preferindo carros menores.


Um liberal sendo a favor de mais uso da força estatal ?


 :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?:




Mas onde eu disse que usaria a força estatal?

A iniciativa privada poderia calcular o custo ambiental com conta própria, pois poluir ou desmatar gera impacto que pode ser mensurado economicamente, sendo pouco interessante para um grupo de pessoas. Às vezes pagar mais caro no combustível pode sair mais barato que consertar o estrago causado pelo uso abusivo do combustível, e isso pode ser calculado sem intervenção estatal.

Há um caso usado pelos liberais para mostrar a ineficiência do Estado para cuidar do meio-ambiente.

Existem dois países africanos onde a caça de elefantes estava extinguindo a espécie. Em um deles a proteção e controle ficou por conta do Estado, e no outro ficou por conta do dono das terras onde viviam os elefantes. Onde o Estado assumiu o controle, a população de elefantes diminuiu. E onde foi controlado pela iniciativa privada, a população de elefantes ficou estável e até aumentou. Isso porque era interessante para o dono manter os elefantes para cobrar pela caça, pois é uma fonte de lucro.

Citar
Há um notável exemplo do mercado em ação. No Quênia, grupos de conservação e as Nações Unidas pressionaram o governo para proibir o comércio de marfim. Após a proibição, entretanto, o número de elefantes continuou diminuindo devido às caças ilegais (que são difíceis e caras de se controlar). No Zimbábue e em Botswana, sendo em ambos permitida a caça de elefantes, o número de elefantes tem crescido a 5% ao ano. Durante os anos 1980, a população de elefantes quenianos caiu de 65 para 19 mil, ao passo que no Zimbábue a população cresceu de 30 para 40 mil. fonte
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline JJ

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1122 Online: 30 de Janeiro de 2018, 10:12:16 »
Obviamente ter uma SUV no Brasil é maluquice. Estou me referindo a países onde carros são baratos e combustível mais ainda. Aqui já é quase irracional ter um carro.
E ter uma Kawasaki  Ninja H2R no Brasil também é uma maluquice ?
E ter um Lamborghini Aventador no Brasil também é maluquice ?
E ter um iate de R$12 milhões também é maluquice ?
Quem tem um iate de R$12 milhoes no Brasil é um maluco ?

Maluquice para pessoas comuns. Um carro pode comprometer até 1/3 da renda de uma família de classe média baixa (classe C).


Neste caso você corrigiu o conjunto anterior, que incluía qualquer pessoa no Brasil: “Obviamente ter uma SUV no Brasil é maluquice”,  para um conjunto  mais restrito de  “pessoas comuns. Um carro pode comprometer até 1/3 da renda de uma família de classe média baixa (classe C).”


Ou seja ter um SUV em si, não é uma maluquice,  mas sim ter caso comprometa uma parcela considerável da  renda da pessoa ou família.  Ou seja, se a renda da pessoa ou família for o suficiente para que a compra e a manutenção do SUV não comprometa uma parcela considerável da renda da pessoa  ou família, então ter uma SUV não será uma maluquice.



Offline JJ

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1123 Online: 30 de Janeiro de 2018, 10:25:49 »

Se, digamos, o custo "ambiental" de queimar gasolina for de alguma forma somado ao preço final, as pessoas sentirão no bolso e passarão a economizar, preferindo carros menores.
Um liberal sendo a favor de mais uso da força estatal ?

Mas onde eu disse que usaria a força estatal?

A iniciativa privada poderia calcular o custo ambiental com conta própria, pois poluir ou desmatar gera impacto que pode ser mensurado economicamente, sendo pouco interessante para um grupo de pessoas. Às vezes pagar mais caro no combustível pode sair mais barato que consertar o estrago causado pelo uso abusivo do combustível, e isso pode ser calculado sem intervenção estatal.

Há um caso usado pelos liberais para mostrar a ineficiência do Estado para cuidar do meio-ambiente.

Existem dois países africanos onde a caça de elefantes estava extinguindo a espécie. Em um deles a proteção e controle ficou por conta do Estado, e no outro ficou por conta do dono das terras onde viviam os elefantes. Onde o Estado assumiu o controle, a população de elefantes diminuiu. E onde foi controlado pela iniciativa privada, a população de elefantes ficou estável e até aumentou. Isso porque era interessante para o dono manter os elefantes para cobrar pela caça, pois é uma fonte de lucro.

Citar
Há um notável exemplo do mercado em ação. No Quênia, grupos de conservação e as Nações Unidas pressionaram o governo para proibir o comércio de marfim. Após a proibição, entretanto, o número de elefantes continuou diminuindo devido às caças ilegais (que são difíceis e caras de se controlar). No Zimbábue e em Botswana, sendo em ambos permitida a caça de elefantes, o número de elefantes tem crescido a 5% ao ano. Durante os anos 1980, a população de elefantes quenianos caiu de 65 para 19 mil, ao passo que no Zimbábue a população cresceu de 30 para 40 mil. fonte
[/quote]


A analogia com o caso dos elefantes falha clamorosamente,  pois  no caso dos elefantes temos uma coisa para ser apropriada privadamente e posteriormente ser oferecida livremente no mercado  (que quer o produto ou serviço, que tem necessidade do produto ou serviço) e assim dar lucro,  já no caso da poluição  causada pelo uso do combustível, a qual você quer cobrar, não há um produto a ser ofertado  que os compradores estão com desejo ou necessidade de comprar, você quer empurrar um custo a mais para  pessoas que na maioria não querem esse custo a mais. 

Portanto, neste caso você só poderá apelar para a força bruta do Estado (ou para forças brutas privadas, caso seja um poderoso ambientalista que tenha sua força armada privada).



Offline Skeptikós

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1124 Online: 30 de Janeiro de 2018, 13:23:27 »
Só pra constar, quando falo sobre os valores morais sobre o que é certo e errado digo sobre aquilo que você acredita e segue, não o que você pensa que a sociedade em geral acredita ser o certo a se fazer. Se um bandido diz que é errado roubar e rouba assim mesmo, a moral dele diz que é certo roubar, ele apenas entende que a maioria das pessoas o recriminará por isso.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

 

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