Autor Tópico: Sobre a "Cultura do Estupro"  (Lida 5667 vezes)

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Offline Sergiomgbr

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #50 Online: 08 de Novembro de 2015, 15:59:51 »
Se a questão (sexo com adolescentes) fosse apenas biológica, o caso estaria encerrado, mas existe o quociente psicológico, a maturidade, devendo-se considerar que às vezes nem mulheres feitas de 30 anos a têm, quiçá adolescentes. É um caráter subjetivo, mas atinge a maioria dos casos.
Existem fulcros distintos, um cultural(de fundo psicossocial) que é evitar experiências sexuais imaturas e o patológico propriamente dito quando da pedofilia, quando há uma distorção/alienação do comportamento psicobiológico esperado.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #51 Online: 09 de Novembro de 2015, 00:26:34 »
A atração sexual por meninas que mal começam a tomar forma de mulheres adultas pode não ser já exatamente patológica, mas está andando nessa direção. E/ou como atração homossexual em condições de isolamento, que também fazem homens enxergarem "feminilidade" nos traços físicos de outros homens. Talvez seja mais sintoma de algo como inadequação social do que a patologia em si, ou ainda, uma segunda etiologia da coisa.

Offline Skeptikós

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #52 Online: 10 de Novembro de 2015, 12:38:01 »
o Brasil é um país onde a pedofilia é normal.
Não é, primeiro que a pedofilia é uma parafilia presente numa minoria de pessoas, e depois que pedófilos são amplamente hostilizado e odiados pela sociedade em geral, incluindo aqueles que nunca cometeram crimes sexuais

Acho que as coisas não são tão nítidas.

Existem "graus" de pedofilia, isso que disse vale um mais para o mais "extremo"/puro. Do "outro lado do espectro" existe algo "análogo" a heterossexuais que fazem sexo com pessoas do mesmo sexo por falta de opção, por isolamento.
A pedofilia é uma parafilia clinicamente definida como sendo a condição onde adultos ou adolescentes mais velhos sentem atração sexual predominantemente orientada para indivíduos pré-pubescentes (Pedofilia. Wikipédia). Qualquer outro tipo de atração e/ou relação sexual envolvendo crianças e adultos-adolescentes não é definido como pedofilia (Entenda as diferenças entre pedofilia, violência, abuso e exploração sexual. Safernet.).

É sempre difícil evitar a confusão da "pedófilos psiquiátricos" "versus" molestadores sexuais de crianças dentro ou fora desse diagnóstico:

Citar
https://en.wikipedia.org/wiki/Child_sexual_abuse#Typology

Typology

Early research in the 1970s and 1980s began to classify offenders based on their motivations and traits. Groth and Birnbaum (1978) categorized child sexual offenders into two groups, "fixated" and "regressed".[124] Fixated were described as having a primary attraction to children, whereas regressed had largely maintained relationships with other adults, and were even married. This study also showed that adult sexual orientation was not related to the sex of the victim targeted, e.g. men who molested boys often had adult relationships with women.[124]

Later work (Holmes and Holmes, 2002) expanded on the types of offenders and their psychological profiles. They are divided as follows:[125]

    Situational – does not prefer children, but offend under certain conditions.
        Regressed – Typically has relationships with adults, but a stressor causes them to seek children as a substitute.
        Morally Indiscriminate – All-around sexual deviant, who may commit other sexual offenses unrelated to children.
        Naive/Inadequate – Often mentally disabled in some way, finds children less threatening.

    Preferential – has true sexual interest in children.
        Mysoped – Sadistic and violent, target strangers more often than acquaintances.
        Fixated – Little or no activity with own age, described as an "overgrown child".


[...]

In law enforcement, the term pedophile is sometimes used to describe those accused or convicted of child sexual abuse under sociolegal definitions of child (including both prepubescent children and adolescents younger than the local age of consent);[17] however, not all child sexual offenders are pedophiles and not all pedophiles engage in sexual abuse of children.[18][131][132] For these reasons, researchers recommend against imprecisely describing all child molesters as pedophiles.[133][134]

Esses sublinhados englobam tanto pedófilos no sentido psiquiátrico como no apenas "criminal"/leigo, que talvez possam aumentar em número pela popularização disso de "novinhas", como sugeria o texto sem fazer essas distinções entre o psiquiátrico e o criminal/leigo.
Na verdade nenhuma das definições sublinhadas acima abarcam a definição de pedofilia no sentido psiquiátrico. Das definições acima, apenas as "Preferencial" e "Fixada" (que não estava sublinhada) é que abarcam, já que um dos critérios para uma pessoa ser diagnosticada com pedofilia é a mesma ter atração sexual preferencial por crianças. Todos estes outros tipos de abusadores sexuais de crianças não são pedófilos, e fazer esta distinção é importante não somente como forma de tratar-reabilitar cada um destes tipos de indivíduos da forma mais eficaz, como também para reduzir o número de ocorrências de crianças vitimadas. Por este motivo eu continuo defendendo a ideia de que a grande mídia presta um desserviço a sociedade quando distorce o conceito científico de pedofilia, o confundindo-associando frequentemente com qualquer forma de perversões e/ou crimes sexuais cometidos contra crianças.
« Última modificação: 10 de Novembro de 2015, 12:41:27 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #53 Online: 10 de Novembro de 2015, 12:48:32 »
Não sei. Esses perfis são meio psiquiatricamente "agnósticos". Mas é bem possível, diria bastante provável, que haja sim possibilidade de diagnóstico psiquiátrico de pedofilia para pessoas que se enquadram nesses outros perfis. "Preferencial" não deve ser critério crucial, pois um pedófilo poderia tanto não cometer abuso infantil nenhum, quanto ser estratégico e restringir isso a situações que lhe ofereçam menos risco de ser flagrado. Se não me engano isso é até o padrão geral de comportamento de pedófilos criminosos sem retardamento mental.

Offline Skeptikós

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #54 Online: 10 de Novembro de 2015, 13:16:44 »
Não sei. Esses perfis são meio psiquiatricamente "agnósticos". Mas é bem possível, diria bastante provável, que haja sim possibilidade de diagnóstico psiquiátrico de pedofilia para pessoas que se enquadram nesses outros perfis. "Preferencial" não deve ser critério crucial, pois um pedófilo poderia tanto não cometer abuso infantil nenhum, quanto ser estratégico e restringir isso a situações que lhe ofereçam menos risco de ser flagrado. Se não me engano isso é até o padrão geral de comportamento de pedófilos criminosos sem retardamento mental.
Não é necessário um individuo adulto ou adolescente ter praticado qualquer ato sexual envolvendo crianças para ser classificado como pedófilo, e sim ser comprovado que a atração sexual deste individuo é predominantemente orientada para crianças, a pedofilia não trata necessariamente de praticas e/ou atos sexuais, e sim de atração-desejo sexual. E preferencial segunda esta definição, é critério crucial. Um individuo que sente atração sexual preferencial por crianças é pedófilo por definição, este individuo pode ou não vir a praticar atos sexuais ilícitos com crianças, se ele o fizer será também classificado como um criminoso sexual, se não o fizer, será classificado apenas como pedófilo (como acontece na maioria dos casos)1, mas não como criminoso. É possível também que um individuo que abuse sexualmente de uma criança não seja um pedófilo (como geralmente é na maioria dos casos), caso ele não atenda aos critérios de diagnóstico para pedofilia, como por exemplo, sentir atração sexual preferencial por crianças.

1 "[entre pedófilos] ...na maioria dos casos não há ocorrência de atos ilícitos." (Antonio de Pádua Serafim; Fabiana Saffi; Sérgio Paulo Rigonatti; Ilana Casoy; Daniel Martins de Barros. Perfil psicológico e comportamental de agressores sexuais de crianças / Apresentação e discussão do material obtido. Rev. psiquiatr. clín. vol.36 no.3 São Paulo  2009)
« Última modificação: 10 de Novembro de 2015, 13:19:29 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #55 Online: 10 de Novembro de 2015, 14:56:23 »
Não sei. Esses perfis são meio psiquiatricamente "agnósticos". Mas é bem possível, diria bastante provável, que haja sim possibilidade de diagnóstico psiquiátrico de pedofilia para pessoas que se enquadram nesses outros perfis. "Preferencial" não deve ser critério crucial, pois um pedófilo poderia tanto não cometer abuso infantil nenhum, quanto ser estratégico e restringir isso a situações que lhe ofereçam menos risco de ser flagrado. Se não me engano isso é até o padrão geral de comportamento de pedófilos criminosos sem retardamento mental.
Não é necessário um individuo adulto ou adolescente ter praticado qualquer ato sexual envolvendo crianças para ser classificado como pedófilo, e sim ser comprovado que a atração sexual deste individuo é predominantemente orientada para crianças, a pedofilia não trata necessariamente de praticas e/ou atos sexuais, e sim de atração-desejo sexual. E preferencial segunda esta definição, é critério crucial. Um individuo que sente atração sexual preferencial por crianças é pedófilo por definição,

Sim, o meu ponto é que se um cara tem "49%" de atração por crianças e "51%" por adultos/as, ainda deve ser bem argumentável que seja psiquiatricamente pedófilo. Ou ainda, é bem provável que haja quem defenda ser o caso, qualquer nível de atração sexual por crianças deve ser um grau correspondente de pedofilia. "Pedofilia = atração sexual por crianças". Não só a partir de "51%, e independentemente dessa atração ser posta em prática. "Não existe meio-grávida".

Posso estar errado, e nesse caso, acho que os critérios psiquiatricos é que deveriam ser corrigidos. [/IM-not-so-HO]

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #56 Online: 14 de Outubro de 2016, 18:31:41 »
Citar
O castigo aplicado à doutora que prendeu uma menina na cela dos machos não é punição. É piada

A vilã do caso que horrorizou o Brasil civilizado foi condenada a 24 meses de vida mansa


Por: Augusto Nunes  13/10/2016 às 15:15

Na história de horror protagonizada há nove anos  por uma menina de 15, escondida no noticiário pelas iniciais L.A.B., duas mulheres lideraram o elenco de vilões. Uma foi a delegada Flávia Monteiro Teixeira, que trancafiou na cadeia de Abaetetuba, no interior do Pará, a garota acusada de tentativa de furto. A outra encarnação da sordidez foi a juíza Clarice de Andrade.

[...]

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/no-castigo-aplicado-a-doutora-que-prendeu-uma-menina-na-cela-dos-machos-nao-e-punicao-e-piada/

Skorpios

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #57 Online: 15 de Outubro de 2016, 14:29:51 »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #58 Online: 10 de Agosto de 2017, 07:52:25 »
:/ Que chato ver a conta do Skorpios como "visitante"...






<a href="https://www.youtube.com/v/d3O02r__9Kk" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/d3O02r__9Kk</a>

"Cara, ela já estava no meu quarto".

Offline AlienígenA

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #59 Online: 10 de Agosto de 2017, 08:11:30 »
:/ Que chato ver a conta do Skorpios como "visitante"...


O que aconteceu?  :(


Offline Geotecton

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #61 Online: 10 de Agosto de 2017, 08:34:37 »
Por causa de questões pessoais, ele pediu a exclusão da conta.

Mas ele pode retornar no momento que desejar.
Foto USGS

Offline AlienígenA

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #62 Online: 10 de Agosto de 2017, 08:55:52 »
Puxa! Exclusão da conta? Bom, ele deve ter seus motivos. Espero que esteja bem e, que seja lá o que for, se resolva da melhor forma...  :(

Offline Xabéu

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #63 Online: 10 de Agosto de 2017, 13:27:03 »
Esse tópico gera um híbrido de tristeza e revolta. Lamentável a postura dos homens nesse assunto. Esse dualismo direita/esquerda corrompeu a capacidade de raciocínio de quase todas as pessoas.
Como professora universitária de direito e no exercício da atividade judicante já tomei conhecimento de histórias aterradoras.
Condenar a luta das pessoas que trazem esses casos à tona beira a covardia. Afinal, um homem sabe que a probabilidade de isso acontecer com ele é mínima.
Eu poderia descrever os casos que já ouvi em audiência, as fotos que vi em perícias, os depoimentos de acusados, mas nada disso iria adiantar. A resposta sempre será: isso é mimimi (odeio essa palavra imbecil) de feminista.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #64 Online: 10 de Agosto de 2017, 14:01:27 »
Acho que isso é reação de exageros e distorções do feminismo pop. Já vi em blogs dizerem que uma estátua da Marylin Monroe era "amostra de como a sociedade odeia a mulher", e se chega a ouvir bizarrices como "cantada é estupro". Não é algo desprezível, acaba tendo um efeito "Pedrinho e o lobo", literal até.

Menina faz maquiagem de olho roxo para posar de defensora do feminismo contra patriarcas violentos, mas é desmascarada:

http://imgur.com/gallery/isapM

E com consequências trágicas a um inocente:

Um pouco mais grave:

Citar
A palhaçada das 'fanfics' de esquerda já foi longe demais!
quinta-feira, 9 de junho de 2016


Este homem, que não sei quem é, foi vítima de uma falsa acusação de estupro.


Segundo matéria publicada pelo G1, uma jovem universitária do Rio Grande do Sul inventou uma estória sobre ter sido estuprada, o que resultou em toda uma investigação e gerou revolta, sobretudo porque um homem que nada tinha a ver com isso foi envolvido.



Em primeiro lugar, vamos dar o nome certo a esta manchete? A garota não "voltou atrás", ela apenas admitiu ter mentido porque descobriram todos os detalhes sobre o caso a ponto de que ela não pudesse mais sustentar a estória criada. Não é como se tivesse se arrependido pelo que fez, é mais como se tivesse sido pega de tal modo que não havia como escapar mesmo.

O segundo ponto que deve ser nosso foco aqui: fanfics! A garota mentirosa entrou na onda das fanfics de esquerda, aquelas estorinhas que são contadas na internet para tentar fingir que coisas aconteceram sem que tenham acontecido, tudo com viés ideológico. Ela achou por bem que inventar um caso de estupro contra si própria lhe daria notoriedade, ou talvez estivesse tentando entrar em um movimento feminista e precisava passar pela "prova". Nunca saberemos.

Houve um tempo em que podíamos achar essas mentiras engraçadas, quando elas eram tão toscas que nem de longe pareciam verdade. Ou quando eram irônicas a ponto de nos tirar um sorriso do rosto. Agora já não dá mais. Um homem inocente, por causa dessa palhaçada irresponsável e criminosa, foi espancado por ter sido confundido com um estuprador que nem mesmo existe. E aí vemos feministas aparecerem com essa conversa de "cultura do estupro", quando a verdade é que o estupro é tão intolerável em nossa sociedade que pessoas espancam outras pessoas pela mera suspeita do ato.

É lamentável, inclusive, que a pena para quem comete esse tipo de crime - o de denunciar falsamente alguém - tenha punição tão branda. O que essa garota fez deveria, sim, ser punido severamente, pois é de uma imensa falta de empatia e responsabilidade sair por aí inventando estorinhas assim. Quando as fanfics mentem com papos bobos e cotidianos, apesar de ser algo calhorda de qualquer jeito, é pelo menos inofensivo, mas não é este o caso aqui. O que essa "estudante" fez é algo extremamente grave. E não é o único caso, aliás. Falsas denúncias de estupro são constantes, o que na prática aumenta ainda mais a desconfiança com mulheres que denunciam os abusos que elas sofreram de verdade. Ou seja, mais uma vez o movimento feminista serve justamente para prejudicar as mulheres.



Como se não bastasse todo o ocorrido, a delegada (ou o G1, nunca saberemos*) declara um "voto de piedade" para a criminosa, dizendo que ela provavelmente tem "abalos psicológicos". No entanto, não há o que amenizar. E mentir esse tipo de coisa não é típico de quem tem problemas psicológicos, mas de quem tem problemas éticos e morais tão graves a ponto de colocar vidas em risco para espalhar sua ideologia torpe.

Está na hora de acabar de vez com a palhaçada das fanfics. Temos é que investigar, sempre que possível, cada uma dessas histórias e começarmos a expor a canalhice de quem as inventa para ganhar likes na internet ou propagar ideologias criminosas.


 (*Considerando a "pequena gafe" do G1 no fim de semana, sobre o caso do MST, procurei outras fontes para confirmar a informação. De fato, aconteceu mesmo.)



Primeiro quis postar esse artigo no tópico da cultura do estupro, mas achei que merecia um tópico próprio, apesar de ser mais ou menos na mesma linha.

Citar
“Ninguém quer saber se você foi inocentado”, diz pai acusado pela ex de abusar sexualmente da própria filha

Conheça a história de homens que foram chamados de monstros pelas ex-mulheres e acusados de abusar sexualmente das próprias filhas. Depois de investigados, provaram inocência, mas não sem antes ter a vida arrasada. Perderam emprego, saúde e credibilidade. Marie Claire investiga a onda de falsas acusações que invade os tribunais, transformando divórcios em guerras sujas, e conclui: quem mais sofre com esse drama são as crianças.

O inferno chega quase sempre do mesmo jeito, pelas mãos de um oficial de Justiça. A carta convoca o destinatário a uma Delegacia da Mulher e dá dez dias de prazo para se apresentar. Não há detalhes, apenas o endereço do local. “Você lê e pensa: o que é isso?”, diz o empresário paulistano Fernando Dantas da Silva, 35 anos, que recebeu a intimação em 2008, quando estava na casa da mãe, e seguiu rumo ao endereço indicado na mesma hora. Aos 27 anos, ele estava separado havia três meses quando o documento chegou. As coisas não iam bem com a ex-mulher, mãe de sua filhinha de 4 anos. Ela o proibia de ver a menina e as brigas sobre o tema aumentavam. Desde o nascimento, Fernando filmava e fotografava os passos da garota todos os dias, e com frequência voltava para casa no meio do dia para almoçar com ela. Agora, não aceitava a distância imposta pela mãe. Na delegacia, descobriu o teor da acusação: estupro, e contra a própria filha. O boletim de ocorrência trazia o relato da ex, que o teria flagrado assistindo a um filme pornô com a menina no colo, enquanto lhe fazia “cócegas” na vagina. “Quando ouvi isso, não senti minhas pernas. Comecei a chorar e só conseguia soluçar na frente da delegada, que me garantiu que investigaria o caso até o final.”

A essa altura, a menina já havia sido levada ao hospital Pérola Byington, referência em casos de estupro em São Paulo, onde passara por exame físico. Também havia falado com a psicóloga da delegacia, a quem contara que o pai lhe fazia cócegas, sim – mas no braço. Fernando foi absolvido na primeira e na segunda instância do processo criminal que se seguiu. Mas não viu a filha uma única vez antes da primeira sentença, nove meses após o rompimento. Nos quatro anos seguintes, teve apenas quatro encontros com a pequena. Para piorar, logo após a separação, a ex descobriu que esperava um segundo filho dele e deu à luz outra menina. O pai só teve autorização para conhecer a própria filha numa audiência, quando já tinha mais de 1 ano. Nesse tempo, enquanto as duas meninas cresciam longe de seus olhos, viveu momentos dramáticos, como a perseguição de uma equipe de TV e a convocação da ex para que os vizinhos fizessem “justiça com as próprias mãos”.

Em setembro passado, foi absolvido por um desembargador e pôde pedir a regulamentação das visitas. Mas aí já era tarde. O vínculo com a filha mais velha já havia sido arrasado e o que teria com a mais nova, impedido. Hoje, ele ainda aguarda que a Justiça restabeleça os encontros. Procurada pela reportagem, a ex-mulher de Fernando não quis comentar o caso.
Ataque inventado

Casos como o de Fernando não são isolados. Marie Claire teve acesso a esse e outros processos de pais separados que, acusados falsamente de estuprar as próprias filhas, foram inocentados depois das investigações. “Infelizmente, vejo aqui um triste crescimento de falsas acusações”, diz a juíza Tarcisa de Melo Silva Fernandes, responsável pelo Centro de Visitas Assistidas do Tribunal de Justiça de São Paulo (Cevat), um espaço onde pais e filhos envolvidos em processos desse tipo se encontram com supervisão legal. O presidente da Associação de Pais e Mães Separados (Apase), Analdino Rodrigues Neto, corrobora. Segundo ele, que dirige a ONG com mais de 50 mil associados e acompanha divórcios há 15 anos, o número de falsas acusações cresceu muito nos últimos cinco anos. “Essas declarações aparecem em brigas do ex-casal, pela guarda, por dinheiro ou em casos de ciúme de um novo parceiro”, afirma.

Essa onda de calúnias surge em um momento em que as leis brasileiras garantem os direitos dos homens de exercer a paternidade. A guarda compartilhada, que entrou em vigor em junho de 2008, é reflexo disso. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a tendência se comprovou em 2012, com 6% dos divórcios definidos com guarda compartilhada. Apesar de ser um número ainda pequeno, já é mais que o dobro do que há dez anos. Em 2010, entrou em vigor a lei da alienação parental, que pune (às vezes com a inversão da guarda) quem impede o pai ou a mãe de ver a criança e os proíbe de denegrir a figura do ex. Ainda assim, a primeira ação dos juízes quando recebem uma denúncia como essa é a de impedir que os acusados tenham contato com a criança. O principal motivo? A maior parte dos abusos sexuais contra crianças, infelizmente, é realmente cometida por conhecidos e familiares delas. Uma pesquisa realizada pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais e divulgada exclusivamente por Marie Claire em julho mostra que, em 34% dos casos que envolvem meninas entre 1 e 4 anos, pais e padrastos são os responsáveis. No entanto, a dinâmica de acusar o ex para ganhar tempo na separação tem sido tão utilizada em divórcios litigiosos que, hoje, alguns magistrados veem com cautela pedidos de distanciamento entre pais e filhos.

“Se você afasta o homem e ele é inocente, está corroborando com uma injustiça. Na minha opinião, enquanto há apenas suspeita, é obrigação do magistrado manter as visitas”, diz a juíza Andréa Pachá, vice-presidente da Comissão de Magistrados do Instituto Brasileiro de Direito das Famílias. Ela defende que os colegas exijam laudos psicológicos para embasar suas decisões e que, enquanto não houver provas, o acusado mantenha o contato com os filhos por meio de visitas monitoradas. Não foi o que ocorreu com o corretor André*, 36 anos. Depois da separação, ele manteve uma comunicação razoável com a ex e conseguia driblar as dificuldades que ela impunha para que visse a criança, então com 4 anos e meio. Mas a situação fugiu do controle quando ele apareceu com uma nova namorada, um ano após a separação. A partir daí, passou a ser barrado na casa da ex e impedido de ver a menina. Ela descumpria os combinados de visitas e se negava a passar suas ligações à filha. Indignado, André ameaçou “tirar” a guarda dela numa das brigas.

Poucas semanas depois, recebeu em casa a convocação para comparecer a uma Delegacia da Mulher. “Pensei: deve ser papo de ameaça”, lembra ele, que entrou em choque ao descobrir o teor da queixa: teria abusado da filha dois anos antes, no único momento em que a mãe deixou a criança sozinha com ele, enquanto tomava banho. “Minha ex expôs minha filha para me ferrar. Isso é horrível.” Quando o processo foi arquivado, em agosto de 2010, André estava 20 quilos mais magro, seus 47 quilos mal seguravam o corpo de 1,77 metro. “É algo que mexe com a moral, então mexe com você. Não estão dizendo que você roubou algo quando na verdade não roubou. É abuso infantil, um negócio gravíssimo.” Durante o processo, parou de trabalhar e tinha dificuldade de sair de casa, apesar do apoio que recebeu de amigos e até do ex-cunhado, que testemunhou contra a própria irmã. Ele ficou sem ver a filha por determinação judicial entre 2008 e 2010. “Eu me sentia péssimo, não queria chegar perto de crianças, fiquei com trauma. Não sentia prazer em nada e ainda morria de saudade da filha. A mente não fica em paz enquanto o caso não se resolve. Não desejo o que passei nem para um bicho.” Mas, no final, André não era o único machucado. Aos 5 anos, a menina já havia passado por testes de memória e interrogatórios, em que repetia a mesma história: o pai beijara sua boca quando ela tinha 2 anos e colocara a mão dentro da sua fralda, tudo enquanto a mãe tomava banho.

O laudo psicológico, no entanto, identificou palavreado adulto na fala dela e uma forma de contar a história que não condizia com memórias reais. A interferência da mãe e da avó no relato foi destacada pelos peritos. Quando tudo acabou e o pai ganhou o direito de ver a filha, a pequena não queria mais encontrá-lo. Foi então que outra batalha começou. Por mais de um ano, pai e filha fizeram encontros no Centro de Visitas Assistidas do Tribunal de Justiça de São Paulo, onde, conta André, o ambiente é seco e o apoio psicológico dos profissionais, frágil. “É um lugar neutro onde o genitor que não detém a guarda pode visitar o filho, e onde se assegura à criança e ao adolescente o direito à convivência familiar”, explica a juíza Tarcisa de Melo Silva Fernandes, responsável pelo centro. Em julho deste ano, 144 famílias eram atendidas pelo serviço, sendo 46 dos casos relacionados a acusações de abuso. Lá, o isolamento de André acabou. Mas o drama não. “Sentia minha filha nervosa e culpada por contrariar a mãe, que ficava do lado de fora falando com outras mães”, lembra. Segundo ele, foram as sessões com psicólogos de outra instituição, o Centro de Estudos e Atendimento Relativos ao Abuso Sexual da USP (Cearas), que fizeram a diferença. “Os encontros foram essenciais para restabelecer a nossa relação. Hoje, minha filha me escreve cartinhas e diz que quer me ver. Na minha mente e na dela, sei que ainda temos muitas lesões, mas o pior já passou”, diz. André se encontra com a garota, hoje com 11 anos, aos domingos.
Narrativas falsas

Como reconhecer, afinal, uma falsa acusação? Não é uma tarefa simples nem para psicólogos especialistas na área infantil. A psicóloga paulistana Tamara Brockhausen costuma ser chamada por diversos juízes da cidade em casos como esse. Em seu consultório, atende crianças abusadas e outras que estão no meio do fogo cruzado dos pais. “É um trabalho complexo. Existem, por exemplo, mais de 20 tipos de falsas acusações. Muitas são fruto de uma confusão em relação à sexualidade infantil, e não de má-fé”, afirma. E lembra de um caso recente, no qual a mãe induziu a filha a acusar o próprio pai. “Em casa, a filha estava vendo a genitália no espelho e, assustada, a mãe insistiu: ‘Alguém tocou em você?’, ‘Quem foi?’, ‘O papai tocou em você?’.” Na mente da criança, explica Tamara, repetir uma narrativa induzida por um adulto é comum. E muito diferente de sofrer abusos reais. “Às vezes, a criança tem um conhecimento do sexo que não é normal para a idade dela. Sabe que sai esperma do ‘pipi’, que ele fica duro, ou que tem língua no beijo. Isso é mais preocupante”, completa. Ainda assim, é preciso levar muitos outros fatores em conta antes de concluir pela realidade ou imaginação em um laudo. Em outro caso atendido pela profissional, a criança era abusada por um primo mais velho, mas o acusado era o pai. Somente o acompanhamento minucioso pode revelar a verdade e permitir o tratamento certo.

É por isso que, durante uma investigação, em que testemunhas são ouvidas e recursos pedidos, os casos mais “rápidos” demoram meses para ser concluídos. A essa altura, pais e filhos já estão separados de fato e outros traumas começam a se acumular. Se o pai era figura mais presente que a mãe antes da separação, a situação é ainda mais dramática. E os danos que um drama como esse traz à criança são graves. “Quanto maior o conflito entre os pais, maiores são os quadros psicossomáticos dos pequenos”, diz ela. No consultório, ela recebe pacientes marcados por angústia, depressão, pânico e sintomas de estresse pós-traumático causados pela briga que se segue ao divórcio dos pais. A ansiedade vem porque a criança se sente traindo um deles quando está com o outro. Se o litígio não tem um ponto-final, o desenvolvimento infantil também é comprometido. “É como se a mãe propusesse um pacto e, em troca de apoio, não cobrasse lição de casa. Isso é ensinar a própria perversão. Com isso, algumas crianças partem para a maldade, não respeitam regras e viram pequenos tiranos com os amiguinhos.”

Em longo prazo, podem se tornar adultos que vão repetir o comportamento com os filhos. Isso se forem capazes de formar uma família. “Algumas pessoas ficam impedidas de se doar, de tão arrasadas. Aí não conseguem nem formar um casal. Tudo porque tiveram uma mãe que preferiu focar no conflito com o pai a cuidar delas.”
Guarda invertida

O geógrafo e ex-militar Diego, 41, cuidou da filha de 8 anos desde que ela nasceu: dava comida, banho e levava para a escola. Enquanto trabalhava como chefe de segurança de um banco internacional na Av. Paulista, em São Paulo, uma empregada se encarregava da casa e da bebê. Era casado, mas a mulher passava temporadas fora e, segundo as testemunhas do processo que veio depois, tinha um comportamento instável. Saía para passear e se instalava na casa dos pais, ou viajava sem dar informações sobre seu paradeiro. Certo dia foi embora e não voltou mais. Diego ficou com a menina. Em 2009, no entanto, ele conheceu Fernanda, uma enfermeira que logo se deu bem com a filha dele. Ela também tinha um filho e, em pouco tempo, os quatro formaram uma nova família. Dois meses depois de Fernanda ter se mudado com o filho para a casa de Diego, veio o golpe. A mãe da menina perguntou se poderia passar alguns dias ao lado da filha. “Topei. Ela raramente dava atenção a nossa filha, achei que aquilo poderia ser bom”, lembra. Mas, quando chegou a hora de devolver a criança, a mãe não apareceu. “Ligamos e ela disse que minha filha estava doente. Corremos para levá-la a um hospital, mas não havia nenhum sintoma.” A mãe então pediu mais uma noite com a menina e, de novo, o pai assentiu. Mas, no dia seguinte, recebeu o telefonema: “Você não vai vê-la nem hoje nem nunca mais”. Ela havia o denunciado por estupro.

Foram quatro meses de separação entre pai e filha. Quando o processo criminal concluiu que não havia abuso, o laudo técnico foi além e afirmou: “É possível que a mãe se sinta incomodada pela constituição de novo relacionamento, bem como pelo carinho que a filha demonstra pela atual companheira do pai”. Parecia tudo resolvido, mas, na vara familiar, onde se discutiria a guarda, foi preciso começar tudo de novo. O juiz pediu um novo laudo, que concluiu o mesmo: a mãe era desajustada e depressiva, enquanto pai e filha demonstravam ter um laço estável, sem qualquer indício de abuso. Mas, mais uma vez, não foi o fim do pesadelo. Pelo contrário: dois anos se passaram marcados por laudos, audiências e escândalos a cada visita que o juiz concedia a Diego. Ele perdeu o emprego e passou a ser rejeitado em cada nova seleção. Com currículo invejável e dois diplomas universitários, era a primeira vez na vida que tinha dificuldade para conseguir trabalho. “Ninguém quer saber se você foi inocentado. Veem um processo, ainda mais um desse tipo, e te descartam.”
Fim de caso

O drama finalmente acabou em novembro de 2011, com a reversão total da guarda – o juiz ordenou que a filha morasse com o pai e que ele fosse o principal responsável por ela. Quando voltou para casa, a menina já tinha 6 anos, mas fazia xixi na cama, roía as unhas e sofria de terror noturno, um distúrbio de sono em que a pessoa desperta aos gritos no meio da noite. Tinha completado o primeiro ano escolar, mas não sabia nem ler nem escrever. Foi preciso acompanhamento de psicólogos e uma atenção constante de Diego e Fernanda para que ela recuperasse o atraso nas aulas. Na última avaliação psicológica encomendada pelo juiz, três meses depois da mudança, o laudo descreveu uma menina mais calma, segura e estável. Hoje, quem precisa de supervisão para visitar a garota é a mãe.

Offline Xabéu

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #65 Online: 10 de Agosto de 2017, 14:45:53 »
Uma idiota fez uma acusação falsa, logo estupro não existe.
Cantada não é estupro, qualquer um sabe. Alguém deve ter falado isso uma vez e agora usam como argumento para diminuir a gravidade do crime.
E homem não acha cantada ofensiva porque eles não costumam ser constrangidos por elas. Mulher raramente canta um homem na rua. Quando um homem recebe uma cantada de um gay já reclama do constrangimento.
Só uma mulher entende como é humilhante ser chamada de gostosa no meio da rua. Todos te olham. Você fica vulnerável, se sentindo um objeto. Gera um sentimento de impotência. Se você reclamar será mais humilhada ainda. Tem que abaixar a cabeça e sair quieta.
Tem gente que não vive na realidade, não é possivel. Devem passar o dia no escritório/quarto lendo notícias e assistindo youtubers da sua preferência política.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #66 Online: 10 de Agosto de 2017, 15:05:33 »
Não exatamente, mais algo como, "se olharmos mais cuidadosamente essas estatísticas, vamos ver que as coisas não são exatamente como os feminstas estão propagandeando, mas consideravelmente mais amenas; ao mesmo tempo, tem ainda os casos de falsas acusações de estupro".

E assim como feministas pop darão uma maquiada na situação (não necessariamente a literal como a dessa e de outras mulheres) no sentido de agravá-la, poderão por ideologia ou reflexo fazer a maquiagem da coisa na direção oposta. Culmina numa fração ínfima chegando a dizer que "estupro não existe", meio correspondente ao "cantada é estupro", do outro lado. Acaba sendo um ciclo de retroalimentação de exageros e maquiagens, todas com potencial para resultados trágicos.


Sobre "cantada é estupro", ouvi isso originalmente de uma vítima de estupro real expondo sobre como esse tipo de coisa é um desrespeito às verdadeiras vítimas e uma minimização dos problemas reais, algo assim. Faz já um bom tempo que vi.

<a href="https://www.youtube.com/v/FZJ-ZqALpfc" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/FZJ-ZqALpfc</a>

Por se recusar a equiparar, ela "merece ser atropelada por um caminhão".

Offline Skeptikós

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #67 Online: 10 de Agosto de 2017, 15:43:36 »
Uma idiota fez uma acusação falsa, logo estupro não existe.
Há uma enorme diferença em negar a existência de uma cultura do estupro e negar a existência de estupros. Não me lembro de ninguém aqui ter dito que estupros não existem, e sim, que no Brasil, pelo menos, não existe uma cultura do estupro. Estupro no país é considerado crime hediondo e está prestes a se tornar imprescritível, coisa que nenhum outro crime hediondo é. Estupradores ou acusados de estupro são frequentemente linchados até a morte, seja por populares ou mesmo por outros criminosos. Dizer que vivemos uma cultura de estupro no país é uma ofensa a vítimas de culturas que de fato estimulam ou fazem vista grossa para casos de estupro.
« Última modificação: 10 de Agosto de 2017, 16:00:54 por Skeptikós »
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #68 Online: 10 de Agosto de 2017, 16:04:34 »
Dizer que vivemos uma cultura de estupro no país é uma ofensa a culturas que de fato estimulam ou fazem vista grossa para casos de estupro.

"Ofensa"? É mais uma "vista grossa", ou disparidade. Isso soou meio esquisito. :hein:



Como você frasearia/rotularia elementos culturais, ou subculturais -- idéias -- como as presentes mesmo em culturas com a nossa legislação, ou mais severa, que reduzem a importância do estupro ou seu "escopo"? Como a noção do cara do vídeo do TYT, "mas ela já estava no meu quarto," e coisas assim.

Uma ou outra vez vi sobre estudos/pesquisas que dizem que as pessoas (acho que geralmente homens) comumente relatam posturas lenientes ou "favoráveis" ao estupro, quando não se usa diretamente esse termo, mas apenas descrição de situações de sexo não consensual. Acho que algumas vezes até explicitando algum grau de uso de força física.

Comumente "estupro" é mais entendido como estupro sádico especificamente, que seria dos mais raros. Tem gente que até não sabe que "sexo" com uma pessoa desmaiada é estupro.

Offline Skeptikós

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #69 Online: 10 de Agosto de 2017, 16:09:01 »
Eu editei antes de você ter comentado. É uma ofensa as vítimas, não à cultura. No caso de "cultura de estupro", me parece que o entendimento é o de que o país vive essa cultura de incentivo e acobertamento, onde a maior parte das pessoas concordam com essa ideia. Não nego que alguns indivíduos ou grupos minimizem casos de estupro (mesmo no Brasil ou nos EUA), mas dizer que a sociedade em geral incentiva ou acoberta casos de estupro, é mentira, pelo menos no Brasil e nos EUA isso não acontece.
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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #70 Online: 10 de Agosto de 2017, 16:10:40 »
Sobre este estudo ai, eu gostaria de saber mais sobre os detalhes.
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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #71 Online: 10 de Agosto de 2017, 16:26:29 »
Acho que já vi sobre isso mais de uma vez, não sendo um único estudo. Não é essa a fonte de onde primeiro ouvi, não lembro qual é, apenas achei isso agora:

Citar
http://www.naomekahlo.com/single-post/2015/04/30/Muitos-homens-n%C3%A3o-acham-que-estupro-%C3%A9-estupro

...
Especificamente, quando itens da pesquisa descrevem comportamentos (por exemplo, “Você já coagiu alguém a manter relações sexuais com você, prendendo a pessoa para tal?”) em vez de simplesmente nomeá-los (por exemplo, “Você já estuprou alguém?”), mais homens irão admitir terem cometido atos de coação sexual no passado e mais mulheres irão reportar vitimizações passadas.
...


"Prendendo" aí é tradução de "holding them down".


Exemplo de um outro (além do caso do TYT acima, que foi julgado como tal) possivelmente se gabando de estupro a partir de orientações de "aulas de sedução":



Citar
http://972mag.com/guys-i-just-totally-raped-this-student-chick/6803/

"Guys, I just totally raped this student chick!"
This, essentially, appears to be the gist of the story of an encounter between an Israeli pick-up artist and a Czech medical student, published four years ago on the “success” forum of The Centre for the Arts of Seduction, an Israeli pick-up school.
...
Citar
I tried kissing her with the mystery question, would you like to kiss me? She said no, I don’t know you. A stupid trick and I won’t use it again… I’ll just come over and kiss, and this is what I did afterwards, without asking, just taking her and kissing. This is what they want (don’t listen to them.”
“Things moved along… believe me, I came across countless objections on the way to close an FC (“Fuck close”), but I persisted and stayed consistent to the end. Okay we started making out on the bed and she just refused to take off her clothes and made all kinds of excuses… but I’m a blind rhino, she doesn’t know me. I used a quick seduction technique and it totally confused her, I took her hand and put it on my cock… slowly slowly I closed a BJC [Blowjob Close]. I thought I can stop there, but something inside told me not to give up, and Duracula’s contract was sitting on my head. I didn’t give up and continued being consistent to the end. I tried taking off her panties and the girl just wouldn’t! And then I thought, do I go for freeze out or quick seduction? I moved her panties to the right, and bang! The girl is stunned and so am I, actually… after that everything went fine, the clothes went off and the FC was closed.

...


Offline Skeptikós

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #72 Online: 10 de Agosto de 2017, 19:33:38 »
Me lembro de já ter lido que perguntas deste tipo feito a mulheres (você já pressionou alguém a ter relações sexuais com você após uma negativa?) também obtêm respostas positivas. Mas este tipo de relação, caso seja consensual (tipo, os dois já tinham um relacionamento íntimo e nenhuma das duas partes se sentiu violada, apesar de ter se sentido pressionado) é diferente de estupro. Pelo menos, eu não considero estupro sempre que o consentimento existe (mesmo que a pessoa tenha sido inicialmente pressionada) e sempre que a pessoa estava em condição de consentir (e ter bebido um pouco não é o mesmo que não ter condições para consentir). Mas pressionado aqui não envolve violência ou grave ameaça, e ter bebido um pouco evidentemente que não envolve casos onde a pessoa desmaiou ou estava alterada de tal ponto que nem conseguia se comunicar, só para ficar claro.
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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #73 Online: 11 de Agosto de 2017, 15:42:15 »
Existe realmente uma "área cinzenta" da coisa, mas talvez justamente ela contribua para noções culturais mais lenientes com sexo não-consensual (estupro), desde que não seja sádico. "Não quer dizer sim", e etc.

Exemplo sendo esse mesmo do cara que essencialmente confessou o estupro filmado e exibido ao vivo na internet, apesar de não considerar assim ele mesmo, provavelmente por considerar ser necessário mais do que falta de consentimento. Possivelmente até mesmo aceitando parar ante a manifestações mais severas de contrariedade, a partir de onde começaria a considerar ser o estupro "de verdade".

Offline Skeptikós

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Re:Sobre a "Cultura do Estupro"
« Resposta #74 Online: 11 de Agosto de 2017, 21:43:48 »
Neste caso eu concordo com você.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
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