Vídeo risível, foi difícil aguentar ver até o fim. Arte pra ele é platonismo, representação do ideal, e arte boa é coincidentemente o que ele próprio considera bonito e inspirador. Nem preciso citar tudo o que deixa de ser arte tomando como válida essa definição: Picasso, Monet, Mondrian e cia.
Sem novidades.
Destaque para a teoria da conspiração de que há um objetivo oculto de fazer uma imagem negativa do indivíduo perante a sociedade e torná-la favorável ao comunismo/totalitarismo. Olavo aprova.
E as citações a Ayn Rand não são válidas ou pelo menos dignas de nota? Só vale associar com o Olavo porque ele é caricato.
Ayn Rand é provavelmente a base de onde ele tira toda essa ideia de exaltação ao indivíduo e tenta definir arte a partir disso. Mas não é uma definição "descritiva", no sentido de que tenta delimitar com palavras a essência do que sabemos ser arte por nossa experiência, e sim uma definição "revisionista", que busca prescrever uma nova definição de arte a partir de seus pressupostos filosóficos. Isso não contribui em nada para a discussão.
Em termos simplórios, seria como se estivéssemos há várias horas tentando dar uma definição precisa do que é uma cadeira, e chegasse uma pessoa dizendo: "eu tenho a definição que vocês procuram: cadeira é qualquer objeto verde, redondo e com zíper lateral".
Eu particularmente não concordo que exista uma conspiração de esquerda também. Acho que se trata somente de uma banalização mesmo. Mas trago estes vídeos porque são interessantes para levantar discussão, até porque tenho um conhecimento bastante limitado quanto a estes assuntos.
Não há como utilizar o termo "banalização" nesse caso. Seria banalização em relação ao quê? Toda essa alegação no fundo acaba sendo uma petição de princípio em favor da ideia de que a arte formal é a "correta", a "boa", enquanto a arte conceitual é o "vandalismo", a "excrescência".
Outra coisa importante a ressaltar é que gente como Van Gogh, Monet, Degas, Manet, já foi xingada pelos formalistas, inclusive o próprio nome de algumas vanguardas como o Impressionismo eram inicialmente termos depreciativos direcionados a eles. É difícil dizer que agora, pela primeira vez na história, os formalistas estão realmente certos e salvando a arte da bancarrota, e não agindo como os velhinhos carolas que têm sido há mais de um século.
E se você achar que pode estabelecer um critério isento e objetivo para separar Van Gogh, Picasso, Juan Gris, Tristan Tzara, Marcel Duchamp dessas coisas que são produzidas atualmente, tente fazer isso. É impossível. Não há nenhuma diferença essencial além do fato de aqueles terem sido honrados pela história e terem passado para as fileiras "cult".