Evangélicos querem estrela gospel e filho de Bolsonaro para SenadoAndre Melo - 13.set.2017/Futura press/Folhapress
O deputado estadual do Rio Flavio Bolsonaro (PSC), que deve concorrer ao Senado
ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
DE SÃO PAULO
18/01/2018 02h00
O primogênito de Jair Bolsonaro, o deputado estadual Flavio Bolsonaro, o ex-ministro e bispo licenciado da Universal Marcos Pereira e a estrela gospel André Valadão, que com a irmã pastora Ana Paula Valadão lidera a banda Diante do Trono. Eis algumas das cartas na manga de uma frente evangélica que investe no pleito de 2018 para quintuplicar sua presença no Senado.
A ideia é saltar dos atuais três evangélicos na Casa para 15, diz o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), aliado do pastor Silas Malafaia, para quem já trabalhou como diretor de eventos. Já na Câmara a proposta é pular dos cerca de 80 membroda bancada evangélica para 150, o que daria 30% dos 513 deputados.
Seria um número mais condizente com os 32% de brasileiros que se declararam evangélicos em pesquisa Datafolha, e o reforço parlamentar turbinaria a agenda conservadora no Congresso, diz Cavalcante. "Começamos a ver dificuldades para nossas pautas -contra legalização das drogas, casamento gay etc. A gente conseguia vitórias importantes na Câmara e, mesmo com a troca do governo ideológico do PT pelo do [Michel] Temer, elas travavam no Senado."
Magno Malta (PR-ES), pastor e cantor gospel na Tempero do Mundo, está desde 2003 no Senado. O problema é que ele "passou a se sentir isolado", sobretudo após o sobrinho de Edir Macedo, Marcelo Crivella (PRB-RJ), deixar a Casa para ser prefeito do Rio.
Evangélicos são 3,7% dos 81 senadores. Sem Crivella, ficou mais difícil unir forças com outras bancadas. "Magno é muito de discurso, pancada, front.
Crivella era mais de fazer articulação. Seu suplente [Eduardo Lopes, do PRBRJ]
não tem o mesmo traquejo", afirma Cavalcante.
Acuado, Malta iniciou conversas "para traçar metas" com Malafaia e "o pessoal da Universal, da Assembleia de Deus". Objetivo: indicar "candidatos com chances reais de vitória" e não correr o risco de pulverizar o voto religioso.
Assim chegaram em potenciais chapas para o Senado. No Rio, a preferência é por Flavio Bolsonaro, que em redes sociais se define como "um reacionário que reage "a tudo o que não presta, como a esquerda". Candidato a prefeito carioca no ano retrasado, ele frequenta a igreja Batista -ao contrário do pai, católico.
Em Minas, Malta tenta convencer o cantor Valadão a estrear na política. Ele ainda "está conversando com a família" sobre isso, afirma Cavalcante. Outros políticos costuram essa rede eleitoral, como o deputado Antonio Bulhões (PRB-SP), bispo licenciado da Universal que apresentava o talk show religioso "Fala Que Eu Te Escuto" (Record).Ex-ministro de Temer, Marcos
Pereira diz que se candidatar ao Senado "não está no horizonte", mas frisou:
"Política é momento".
Como neste ano cada Estado elegerá dois senadores, o grupo está confiante de que consegue conquistar pelo menos 15 cadeiras. A ideia é lançar um nome por Estado.
Restante no link:
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/01/1951330-evangelicos-querem-estrela-gospel-e-filho-de-bolsonaro-para-senado.shtml