Em 2015:
Venda de títulos do Tesouro dos EUA é recordeCONJUNTURA Notícia da edição impressa de 08/10/2015. Alterada em 07/10 às 21h49min
AFP/JC
Banco do Povo da China surpreendeu os investidores ao desvalorizar o yuan em agosto
Os bancos centrais de todo o mundo estão vendendo títulos do governo dos Estados Unidos no ritmo mais rápido já registrado - a mais drástica mudança do mercado desde a crise financeira. As vendas estrangeiras de títulos da dívida, com vencimento de pelo menos um ano, atingiram US$ 123 bilhões no ano encerrado em julho - a maior queda da série histórica, iniciada em 1978 -, de acordo com Torsten Slok, economista da Deutsche Bank Securities. No ano passado, os bancos centrais estrangeiros compraram US$ 27 bilhões em notas e bônus dos EUA.
Como resultado, alguns analistas esperam rendimentos muito mais elevados no mercado de títulos do Tesouro. Compras privadas da dívida americana aumentaram em meio ao pessimismo sobre a situação da economia mundial. As empresas e instituições financeiras norte-americanas continuam a comprar títulos do tesouro, assim como alguns bancos centrais estrangeiros.
Ao longo da última década, as compras dos bancos centrais ajudaram a "suprimir os rendimentos dos títulos do Tesouro a longo prazo", disse Stephen Jen, ex-funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI). "Agora, temos uma espécie de situação inversa', afirmou.
Mesmo assim, muitos investidores dizem que a reversão nas compras dos títulos continua a aumentar a oscilação dos preços. E também poderiam abrir caminho para rendimentos mais elevados quando a economia global estiver mais firme, segundo alguns participantes do mercado.
As vendas pela China, Rússia, Brasil e Taiwan são o mais recente sinal de uma desaceleração nos mercados emergentes que ameaça contaminar a economia norte-americana. Anteriormente, os quatro países eram grandes compradores de títulos da dívida dos EUA.
Nos últimos 10 anos, grandes excedentes comerciais e as receitas das commodities permitiram que países emergentes acumulassem reservas em moeda estrangeira. Muitos compraram títulos da dívida americana. As compras oficiais subiram cerca de US$ 230 bilhões no ano encerrado em janeiro de 2013, de acordo com o Deutsche Bank.
Mas, à medida que o crescimento global se enfraquecia, os preços das commodities caíram, e o dólar subiu em antecipação aos esperados aumentos das taxas de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O capital fluiu para fora das economias emergentes, forçando alguns bancos centrais a levantar dinheiro para comprar suas moedas locais.
Nos últimos meses, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), em particular, aumentou sua venda de títulos do Tesouro. A autoridade monetária surpreendeu os investidores ao desvalorizar o yuan em agosto. A pesada onda de vendas que se seguiu pegou os funcionários do banco central de surpresa, de acordo com fontes próximas ao banco. Para conter a onda de vendas, o PBoC tem comprado yuans e vendido dólares para proteger a moeda local. As estimativas do banco central chinês mostram que a autoridade monetária gastou entre US$ 120 bilhões e US$ 130 bilhões para reforçar o valor do yuan.
A China não está sozinha. A participação da Rússia na detenção de títulos da dívida americana caiu em US$ 32,8 bilhões no ano encerrado em julho, de acordo com os dados do Tesouro. As participações de Taiwan caíram para US$ 6,8 bilhões. Já a Noruega - que, embora seja um país desenvolvido, se viu atingida pela queda nos preços do petróleo - reduziu suas participações para US$ 18,3 bilhões. O banco central da Índia, no entanto, aumentou suas participações para US$ 116,3 bilhões de dólares até o final de julho, de US$ 79,7 bilhões no ano anterior.
Operadores afirmam que as vendas de títulos americanos por parte da China podem explicar o motivo pelo qual os títulos de Tesouro de 10 anos vêm rendendo perto dos 2%, na medida em que as ações e os mercados de commodities despencaram nos últimos meses.
Déficits fiscais tornaram o Tesouro dos Estados Unidos vulnerável, dizem analistasAlguns analistas têm alertado há anos que os persistentes déficits fiscais tornaram o Tesouro dos Estados Unidos vulnerável a reduções de compras externas. Mas muitos investidores acreditam que os que possuem títulos de longo prazo, como a China, não vão vender títulos de forma a perturbar o mercado.
"Não posso descartar a possibilidade de a China ser um grande risco para o mercado de bônus, mas isso não é algo que tira o meu sono", disse James Sarni, da Payden & Rygel, de Los Angeles. "Enquanto eles decidem vender mais títulos do Tesouro, é provável que as transações sejam feitas de forma prudente", completou.
De fato, os rendimentos de títulos do Tesouro mantiveram-se persistentemente baixos durante a última década e caíram acentuadamente depois da crise de 2008, em parte pela forte demanda oficial e privada por uma dívida considerada segura, como a dos EUA.
No ano encerrado em julho, os investidores estrangeiros privados compraram títulos de longo prazo da dívida americana no ritmo mais acelerado em três anos.
Fundos mútuos de bônus e títulos negociados em bolsa dirigidos ao governo americano atraíram US$ 20,4 bilhões no ano encerrado em setembro.
Vendas por bancos centrais estrangeiros podem acompanhar uma queda nos rendimentos dos bônus, ressaltando a profundidade dos problemas econômicos que atingem regiões emergentes.
http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2015/10/economia/460699-emergentes-vendem-titulos-do-tesouro-dos-eua-em-ritmo-recorde.htmlEm 2017 :
EM PREVENÇÃO A TRUMP, CHINA DEIXA POSTO DE MAIOR CREDOR DOS EUA19 DE JANEIRO DE 2017 ÀS 08:54
Reportagem do Financial Times mostra que a China está está vendendo sua carteira de títulos norte-americanos, num esforço para sustentar a sua moeda; país perdeu para o Japão, desde a eleição de Trump, o papel de maior investidor na dívida pública norte-americana e, pela primeira vez desde 2010, tem aplicações inferiores a US$ 1 trilhão em títulos dos EUA; "Os chineses estão antecipando seus planos de foco no mercado interno, para compensar a pressão protecionista que certamente virá com Trump. Nós, aqui, apostando tudo num fluxo de investimentos externos que é improvável no Governo Trump", diz Fernando Brito, do Tijolaço
Por Fernando Brito, do Tijolaço - O Financial Times publica os detalhes da batalha financeira entre China e Estados Unidos, anunciando que o país asiático está vendendo sua carteira de títulos norte-americanos, num esforço para sustentar a sua moeda.
A China perdeu para o Japão, desde a eleição de Trump, o papel de maior investidor na dívida pública norte-americana e, pela primeira vez desde 2010, tem aplicações inferiores a US$ 1 trilhão em títulos dos EUA.
Escreve o FT:
A China tem vendido as suas participações em moeda estrangeira, em parte, para apoiar o renminbi, que caiu 4 por cento em relação ao dólar desde o início do ano passado. A queda das participações no Tesouro faz parte de uma campanha mais ampla de Pequim para impedir a saída de capitais.
O movimento de venda de nada menos que US$ 66 bilhões está segurando o preço (juro) dos papéis dos Estados Unidos.
Hoje, a chefe do Federal Reserve, Janet Yellen, sinalizou uma alta contínua da taxa de juros até 2019.
Mas nós, aqui, estamos defendendo uma valorização de mais de 10% do dólar em relação ao mesmo período, numa situação de sobrevalorização do real que não se tem como sustentar sem queimar, como fazem os chineses, parte das reservas, no médio prazo.
Os chineses estão antecipando seus planos de foco no mercado interno, para compensar a pressão protecionista que certamente virá com Trump.
Nós, aqui, apostando tudo num fluxo de investimentos externos que é improvável no Governo Trump.
Estamos fazendo de conta que o mundo lá fora é um mar de rosas e a imprensa idiota saúda o sucesso de Janot e da Lava Jato em Davos.
Até parece que o capitalismo mundial se matriculou no Instituto Ethos.
https://www.brasil247.com/pt/247/economia/275800/Em-preven%C3%A7%C3%A3o-a-Trump-China-deixa-posto-de-maior-credor-dos-EUA.htm