Faz tanto sentido quanto defender que aborto é assassinato, é exatamente a mesma lógica de "uma coisa é no presente o que vai ser no futuro".
Não me lembro de dizer que o feto é um ser humano no presente, mas que o ser humano do futuro depende do feto.
(Aprofundando a mesma lógica: talvez fosse melhor dizer que aborto é GENOCÍDIO, já que uma pessoa tende a ter filhos, e essas a terem seus filhos, e assim por diante, até que de uma pessoa, descende todo um povo. Portanto aborto é matar esse povo todo)
Uma pessoa não necessariamente vai ter filhos, não há nada no universo que a obrigue a isso, ela pode escolher não fazer sexo vaginal, usar preservativos, ela pode ser assexual, ela pode ser estéril.
Parece que você não entendeu o que significa uma cadeia de eventos predeterminada, significa que esse algo está como se fosse programado para uma coisa apenas, como uma bomba que está programada para explodir e se ninguém desprogramar ela explode, assim é o feto que está "programado" para virar humano.
Mas claro que o curso natural do óvulo é a fecundação. Isso só é diferente se o "natural" fosse o celibato, o que não é verdade, pois de oura forma a espécie inexistiria, ou seria incomparavelmente menos populosa, se a fecundação fosse algo excepcional. Todos óvulos seriam menstruados, e a espécie minguaria.
Com curso natural eu quis dizer algo predeterminado pelas leis naturais.
Nesse caso, sim, já que a "vida humana" em questão é num sentido estritamente biológico/citológico, mas não incluindo ainda o mais importante para "humanidade". Pode até ser o mais ético a se fazer, se não fazê-lo foi causar sofrimento a uma futura vida inocente.
Mas é um sentido citológico que todos nós já passamos. Então é ético interromper isso, mesmo sendo uma decisão nossa e não do feto? Apenas porque "ele vai sofrer no futuro"? O futuro pode ser ruim, mas podemos modifica-lo.
Então seu argumento desconsidera aquilo que todos, e provavelmente mesmo você, na verdade consideram o mais importante para a vida e dignidade humana.
Meu argumento não precisa disso para funcionar.
Errado. O problema é que para chegar ao resultado que você deseja é preciso ignorar esse fato. Uma indução ao erro. Nenhum fato é irrelevante numa argumentação que pretenda ser honesta sobre a realidade. Tudo que envolve o tema pode interferir na conclusão, como, aliás, é o caso. Sua conclusão é que a descriminalização do aborto levaria/poderia levar a relativização do homicídio. Como resposta/contra-argumento eu trouxe a capacidade de senciência. Cabe a você refutar, não simplesmente dizer que é irrelevante.
Então como a capacidade de senciência altera a estrutura do evento: embrião>feto> bebe
Ele poderia ganhar senciência no primeira semana, e isso também não alteraria em nada o meu argumento. No máximo faria desnecessário usa-lo.
Pirula fez um video criticando Dawkins sobre ter dado opinião de aborto pra fetos com síndrome de Down, apesar dele ser fã de Dawkins fez críticas pior esses motivos:
Off topic: Por que todos vídeos desse cara é longo?