A ovulação e a ejaculação fazem sim parte de "uma cadeia de eventos pré-determinados [...]", ou a gravidez nunca ocorreria.
Da mesma forma que a mulher pode escolher evitar a fecundação, pode escolher interromper a gravidez em si.
Isso não é questionado. A casualidade é verdadeira desde a origem da vida há bilhões de anos.
É aqui que está o erro crucial dos pró-escolha. Desde a origem da vida na terra até a fecundação da primeira humana existem trilhões de coisas que ocorreram. Segundo a Teoria do Caos antes do casal transar pode acontecer muita coisa, podem decidirem não fazerem mais sexo, não conseguirem se encontrar, broxar, fazerem cirurgia para se tornar estéril, morrerem. Por isso não precisam se preocupar se tem um filho(a) nascendo ou não.
E quando conseguem fazer sexo, eles ainda tem liberdade de escolha, eles não são obrigados por nenhuma causalidade a não usarem anticoncepcional ou fazerem sexo vaginal.
Se só de fulano e fulana decidirem fazer sexo já resultasse em um feto, então estaríamos presos a uma casualidade única e não teríamos liberdade, essa seria apenas uma ilusão.
Ovulo fecundado > Embrião> feto> bebê.
Ou
Ovulo Fecundado> Aborto espontâneo.
Não tem outra alternativa, são só dois resultados conhecidos, com base nisso podemos deduzir que Ovulo fecundado = Bebê.
Agora:
Casal faz sexo: > Não é sexo vaginal e assim não gera um embrião.
E se for vaginal:> Podem usar camisinha.
> Podem fazer coito interrompido.
> Podem desistir.
> O espermatozoide não chega no Ovulo (mesmo sem métodos anticoncepcionais).
> Podem tomar anticoncepcional.
> Podem usar "camisinha feminina".
E Varias e varias outras formas de métodos anticoncepcionais que só aumentam isso.
Portanto, a analogia com os dinossauros e os argumentos como "Se sua mãe tivesse te abortado você não estaria aqui" fazem todo o sentido.
Impedir extinção dos Dinossauros = Impedir surgimento dos humanos no futuro.
Aborto = Impedir do surgimento de um humano.
Ou
Aborto = Não impedir surgimento de um humano uma vez que ele já seria um aborto espontâneo de qualquer forma.
Mas na duvida não podemos arriscar.
Vemos que não faz sentido defender aborto já que estamos aqui porque não fomos abortados, ao faze-lo é como defender o propio homicídio.
Como é? Então se algo tem sabidamente 30% de chances de leva à morte de um ou mais inocentes, as pessoas podem fazê-lo livremente, contanto que "não possam prever"?
No mínimo a gravidez por fertilização in-vitro deveria ser proibida, já que o número de homicídios é bem maior e mais conhecido. Mesmo sem contar a possibilidade de ser um recurso buscado justamente em função dos envolvidos já terem praticado toda uma série de homicídios culposos.
Então deveria mesmo.
"Um hipotético humano"...
O mesmíssimo "hipotético" humano certamente existe apenas no óvulo.
Você é o mesmo óvulo que surgido na oogênese quando sua mãe ainda estava no ventre de sua avó. Sua identidade genética surgiu ali. Se aquela oogênese não tivesse ocorrido, se você quando óvulo não tivesse sido ovulado, se você quando óvulo não tivesse sido fecundado, não estaria vivo hoje. Essa é a parte da cadeia causal que você quer ignorar arbitrariamente.
Se preocupar com isso não faz sentido, pois segundo a teoria do caos milhões de coisas podem acontecer a cada decisão, mas milhões de coisas não podem acontecer depois da fertilização do ovulo, só duas (todas as outras coisas levam ao mesmo resultado).
Percebe minha preocupação? Nas outras você não precisa se preocupar porque você ainda pode alterar os resultados, depois da fecundação você está preso a duas alternativas.
Apenas porque aborto espontâneo não é considerado um homicídio.
Se aborto é homicídio, então o espontâneo também seria. Mesmo que apenas culposo, isso é, sem a intenção de matar.
E não deixaria de ser homicídio por ser previsível a chance dessas mortes virem a ocorrer em função das ações que as pessoas decidem tomar mesmo assim.
Se é preciso salvar essas vidas, ou punir quem as mata, o aborto culposo tem que ser considerado.
De outra forma, fica patente que a argumentação é apenas uma fachada para o desejo de controle sobre as mulheres.
Então que só tenha filho quem tiver a certeza da saúde do homem e da mulher para não haver um aborto espontâneo.
"Ah mas dai muita gente não iria ter filho." Sim mas qual o problema? Esse mundo pode sofrer se é que já não sofre com a superpopulação, controle de natalidade é necessário. E se um casal quiser mesmo eles podem adotar um filho.
Obs: A seguir não irei mais quotar e responder esse mesmo argumento do "evento cronologicamente predeterminado antes da fecundação" que já respondi para o Buckaroo.
Entao a mae vai ter que aguentar o trauma e todas as conseqûencias físicas e emocionais da gravidez e do estupro por causa disso? Ver essencialmente um parasita se desenvolvendo dentro dela? E se em uma crise de depressao/ansiedade pelo fato de ter sido estuprada+ nao poder retirar o fruto do estupro+ possivelmente o criminoso poderá se safar de uma punicao e ela resolva se matar? Quem assumiria a responsabilidade por isso?
E se ela morrer durante o parto?
Entenda que matar um inocente não é uma opção, quem assumiria a responsabilidade seria o estuprador.
O risco dela morrer durante o parto pode até se considerar o aborto se não tiver outra alternativa (e aqui entra o argumento que estão usando sobre um ter vida cerebral e o outro não).
O DIU não chega a ser abortivo, pois o que ele faz é impedir que o óvulo fecundado se fixe ao útero. Logo, não pode ser aborto, mesmo que já tenha havido fecundação.
Como impedir um ovulo fecundado de se desenvolver não é abortivo?
]
Então quer dizer que, para você, faz todo sentido impedir pesquisas com células tronco embrionárias, impossibilitando assim os avanços científicos em tratamentos que poderiam revolucionar a medicina e trazer cura e/ou qualidade de vida a milhões de pessoas já nascidas e conscientes, apenas porque você acha certo defender o "direito à vida" de mórulas?
A ciência deve ser ética, se não vira ciência do Dr. Moreau.
Então quer dizer que, para você, faz todo sentido obrigar uma pessoa violentada a ter um filho indesejado que não será bem acolhido e amado depois de vivo e consciente, apenas porque você acha certo não interromper uma cadeia causal biológica quando este filho era apenas um amontoado de células, sem consciência e sentimentos? Percebe que isso seria uma violência não só para a mulher como também para a criança? Essa é a lógica de quem defende a vida, mas pouco está se importando com a dignidade humana do ser vivo. E nenhum filho indesejado/rejeitado deveria nascer.
Ela pode manda-lo para um orfanato, não é obrigada a cria-lo.
A lógica dos pró-escolha (escolha que não existe, já que segundo a lógica de vocês estamos presos a uma cadeia predeterminada de causalidade assim como o ovulo fecundado e por isso meu argumento não vale) não defende a dignidade do ser humano, se minha mãe pensasse que estupro = aborto eu não estaria aqui porque meu pai era violento com minha mãe, e é provavel que eu seja fruto de estupro, então eu não merecia nascer e não existiria, e quem não existe = quem está morto, não tem diferença pratica estar na "não-existência" e estar morto. Não há dignidade humana do ser vivo nenhuma nisso.
Não teria mesmo, ué. Como é que você poderia ter causado minha morte antes de eu existir?
A partir do momento que sei que você está vivo e volto no tempo, eu sei que se eu impedir você de nascer eu vou causar sua morte no futuro.
Futuro com você vivo> Eu volto no tempo que você não nasceu > Eu impeço você de nascer> No futuro você já não existe mais, ou está morto, que é a mesma coisa.
Eu sei que um ovulo fecundado gera um humano> eu acabo com o ovulo> o humano que iria existir não existe mais, ou está morto, que é a mesma coisa.
Então deveria existir um mecanismo de fiscalização de abortos espontâneos? Como?
Quando houvesse um aborto espontâneo os envolvidos deveriam ser punidos, assim as pessoas pensariam melhor na possibilidade de fecundar um ovulo.