Autor Tópico: Liberalismo  (Lida 25250 vezes)

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Offline Horacio

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Re:Liberalismo
« Resposta #200 Online: 09 de Janeiro de 2018, 15:21:46 »
Privatização espontanea, popular, foi o modelo adotado pelo Yeltsin. Distribuiram bonus de privatização para a população, porem ao mesmo tempo submteram a economia a um arrocho medonho e a massa acabou entregando seus bonus para os oligarcas em troca de um par de garrafas de vodka.

A questão central é da propriedade, estatal ou privada, e os controles, regras, que a sociedade pode criar para impedir que uma excessiva concentração de poder economico resulte em incentivos para corrupção, monopolização, controle e tudo o mais que destroi as bases de uma sociedade liberal.

Quando uma empresa tem us$ 200 bi em caixa, ela pode avançar sobre os direitos de propriedade dos consumidores, manipulando, rastreando, sabotando seu aparelhos pelos quais ele pagaram um sobrepreço razoável, e mesmo assim terá certeza de impunidade, as multas se vierem, não arranharão nem seu caixa.

Offline -Huxley-

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Re:Liberalismo
« Resposta #201 Online: 09 de Janeiro de 2018, 20:04:01 »
Privatização espontanea, popular, foi o modelo adotado pelo Yeltsin. Distribuiram bonus de privatização para a população, porem ao mesmo tempo submteram a economia a um arrocho medonho e a massa acabou entregando seus bonus para os oligarcas em troca de um par de garrafas de vodka.

O caso da Rússia pós-comunismo é atípico e não dá para generalizar as conclusões para muitos outros países - inclusive o Brasil. Como Rodrigo Constantino explicou no livro Privatize Já*, a privatização russa foi feita às pressas, pois os reformadores pós-comunistas temiam que o gradualismo fosse suicídio num terreno hostil contra fortes grupos de interesses como burocratas, líderes partidários, sindicalistas, etc. Ademais, segundo ele, a mesma foi feita sem o arcabouço institucional adequado. Não havia propriedade privada bem definida e garantida na Rússia, tampouco órgãos reguladores como a CVM para proteger direitos básicos dos acionistas minoritários. Sem proteção aos vendedores, aconteceram muitas fraudes e essa foi uma das principais razões pelas quais os oligarcas russos surgiram.

Se, mesmo sem o arcabouço institucional adequado, as privatizações levaram a Rússia a modernizar várias empresas estatais ineficientes, como a Lada, imagine o que aconteceria se a privatização espontânea tivesse acontecido num contexto como o do Brasil atual.

Fonte: https://books.google.com.br/books?id=wMi1TFEEMTkC&pg=PT39&lpg=PT39&dq=%22privatiza%C3%A7%C3%A3o+espont%C3%A2nea%22+rodrigo+constantino&source=bl&ots=_gf2gjmnG5&sig=bbpjrpwSGo-tIzrpdq5TUe_T9GY&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjZh_nW58vYAhVJhpAKHf4DAVkQ6AEIODAD#v=onepage&q=%22privatiza%C3%A7%C3%A3o%20espont%C3%A2nea%22%20rodrigo%20constantino&f=false
« Última modificação: 09 de Janeiro de 2018, 20:57:48 por -Huxley- »

Offline -Huxley-

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Re:Liberalismo
« Resposta #202 Online: 09 de Janeiro de 2018, 20:35:59 »
A questão central é da propriedade, estatal ou privada, e os controles, regras, que a sociedade pode criar para impedir que uma excessiva concentração de poder economico resulte em incentivos para corrupção, monopolização, controle e tudo o mais que destroi as bases de uma sociedade liberal.

Quando uma empresa tem us$ 200 bi em caixa, ela pode avançar sobre os direitos de propriedade dos consumidores, manipulando, rastreando, sabotando seu aparelhos pelos quais ele pagaram um sobrepreço razoável, e mesmo assim terá certeza de impunidade, as multas se vierem, não arranharão nem seu caixa.

Embora existam problemas de subintervenção econômica no mundo, o principal antídoto para concentração excessiva de poder econômico corporativo e monopolização é liberdade econômica. Não existe país sem elites econômicas e políticas, mas os locais que mais apresentam problemas de concentração de poder econômico corporativo e monopolização são aqueles liderados por Estado socialista (o que inclui o Estado de Capitalismo de Compadrio). Direito de propriedade garantido, desregulamentação que diminua barreiras à entrada de novos ofertantes no mercado (inclusive os estrangeiros) e abertura comercial têm poder para diluir os poderes das elites econômicas locais. Como demonstrado no livro Porque as Nações Fracassam, de Daron Acemoglu e James Robinson, instituições que estimulam a prosperidade criam um esquema de retroalimentação positiva que anula as tentativas das elites de solapá-las.
« Última modificação: 09 de Janeiro de 2018, 20:44:10 por -Huxley- »

Offline Lorentz

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Re:Liberalismo
« Resposta #203 Online: 10 de Janeiro de 2018, 13:08:31 »
Citar
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/leandro-narloch/2018/01/1949339-bolsonaro-e-psl-fizeram-livres-cair-para-cima.shtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=comptw

Bolsonaro e PSL fizeram 'Livres' cair para cima

Há uma direita e uma esquerda permitidas no Brasil. A esquerda tenta fingir para si própria que seus adversários odeiam pobres e minorias e que não existe liberal de verdade por aqui.

Já a direita prefere acreditar que a esquerda se resume a adoradores de Nicolás Maduro, Dilma Rousseff e Pabllo Vittar, gente que pretende rachar as "bases tradicionais da família" e implantar as metas do Foro de São Paulo.

Por isso foi tão interessante a revolta do Livres, movimento que deixou o PSL depois de o presidente do partido decidir se unir a Jair Bolsonaro. A opinião pública teve de repente que aceitar a existência de um movimento tão contrário a Bolsonaro quanto ao PT, com integrantes que defendem liberdades à esquerda e à direita, como a legalização das drogas, o casamento gay, a privatização e a reforma das leis trabalhistas.

O acordo entre Bolsonaro e o PSL teve sabor de derrota para o Livres na semana passada. "Agora percebemos que caímos para cima", me disse um amigo. O grupo recebeu mensagens de governadores, convites de filiação e pedidos de reunião de nove partidos —Novo, PSDB, PPS, Podemos, Rede, Patriota, PRP e PSC. Seus integrantes descobriram ter muito mais chances de se elegerem deputados se filiados a partidos mais relevantes que o PSL.

A ousadia do Livres é defender bandeiras que não são exatamente o que o povo quer ouvir. Apesar da febre liberal recente, o grosso do eleitorado ainda é um bocado estatista e nacionalista. O Datafolha mostrou nas últimas semanas que o apoio a privatizações e à descriminalização da maconha está aumentando, mas ainda é baixo principalmente entre os mais pobres.

O povo pensa como Levy Fidelix; a elite, como FHC. Ou melhor: os mais ricos se dividem entre defensores do livre mercado e da liberalidade nos costumes, raramente as duas coisas ao mesmo tempo.

O MBL, por exemplo, parece ter concluído que o liberalismo econômico só vai vingar no Brasil via conservadorismo. Enquanto a esquerda se perde em fantasias de gênero, o MBL tenta difundir um liberalismo popular entre brasileiros menos progressistas.

Como disse Renan Santos, numa conversa de WhatsApp divulgada pela Piauí, a aliança "entre setores modernos da economia, mais agro, mais evangélicos é a melhor forma de termos um pacto político de centro-direita, que dialoga com o campo e com a classe C". Com a guinada recente ao conservadorismo, o MBL pode ter perdido o apoio da imprensa, mas ganhou a eleitora de Pirituba que simpatiza com Bolsonaro e decide eleições.

Já o Livres, que nasceu de uma dissidência com o MBL, tenta representar um eleitor mais raro, que está à deriva entre correntes marxistas e conservadoras. Será um motivo de orgulho para o país ver esses liberais coerentes eleitos este ano.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Horacio

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Re:Liberalismo
« Resposta #204 Online: 10 de Janeiro de 2018, 15:01:38 »
Privatização espontanea, popular, foi o modelo adotado pelo Yeltsin. Distribuiram bonus de privatização para a população, porem ao mesmo tempo submteram a economia a um arrocho medonho e a massa acabou entregando seus bonus para os oligarcas em troca de um par de garrafas de vodka.

O caso da Rússia pós-comunismo é atípico e não dá para generalizar as conclusões para muitos outros países - inclusive o Brasil. Como Rodrigo Constantino explicou no livro Privatize Já*, a privatização russa foi feita às pressas, pois os reformadores pós-comunistas temiam que o gradualismo fosse suicídio num terreno hostil contra fortes grupos de interesses como burocratas, líderes partidários, sindicalistas, etc. Ademais, segundo ele, a mesma foi feita sem o arcabouço institucional adequado. Não havia propriedade privada bem definida e garantida na Rússia, tampouco órgãos reguladores como a CVM para proteger direitos básicos dos acionistas minoritários. Sem proteção aos vendedores, aconteceram muitas fraudes e essa foi uma das principais razões pelas quais os oligarcas russos surgiram.

Se, mesmo sem o arcabouço institucional adequado, as privatizações levaram a Rússia a modernizar várias empresas estatais ineficientes, como a Lada, imagine o que aconteceria se a privatização espontânea tivesse acontecido num contexto como o do Brasil atual.

Fonte: https://books.google.com.br/books?id=wMi1TFEEMTkC&pg=PT39&lpg=PT39&dq=%22privatiza%C3%A7%C3%A3o+espont%C3%A2nea%22+rodrigo+constantino&source=bl&ots=_gf2gjmnG5&sig=bbpjrpwSGo-tIzrpdq5TUe_T9GY&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjZh_nW58vYAhVJhpAKHf4DAVkQ6AEIODAD#v=onepage&q=%22privatiza%C3%A7%C3%A3o%20espont%C3%A2nea%22%20rodrigo%20constantino&f=false

O exemplo da Russia é bastante eloquente: não basta substituir o estado pela iniciativa privada, e também não adianta optar por formulas de privatização "espontaneas", quando não existem condições institucionais para prevenir a corrupção do processo de privatização.

Nem o mais obtuso liberal julgaria que o Brasil dispõe dessas condições. Um congresso podre é capaz de elaborar uma lei de privatização justa? Agentes reguladores nomeados por indicação politica desse mesmo congresso tem capacidade de regular alguma coisa? E a mídia controlada por oligarcas tem condição de fiscalizar e dar transparencia ao processo todo?

Mais uma vez, o buraco é mais embaixo. Sociedade liberal não se constroi simplesmente deixando oligarcas administrando o mercado como bem entendem. Isso é uma caricatura de liberalismo vendida pela midia.

Uma sociedade livre só se desenvolverá quando a sociedade civil conseguir montar uma agenda propria de liberalização economica, na qual o primeiro item é trazer as assimetrias economicas e politicas da sociedade para um nível compativel com uma sociedade democrática. Não pode haver liberalismo nem democracia com o grau (crescente ainda por cima) de concentração de riqueza e poder que temos hoje. Numa plutocracia, abrir mão do poder de regulação do Estado e entregar o mercado de vez aos plutocratas é o caminho mais curto para a tirania absoluta.

Offline -Huxley-

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Re:Liberalismo
« Resposta #205 Online: 10 de Janeiro de 2018, 22:31:08 »
Privatização espontanea, popular, foi o modelo adotado pelo Yeltsin. Distribuiram bonus de privatização para a população, porem ao mesmo tempo submteram a economia a um arrocho medonho e a massa acabou entregando seus bonus para os oligarcas em troca de um par de garrafas de vodka.

O caso da Rússia pós-comunismo é atípico e não dá para generalizar as conclusões para muitos outros países - inclusive o Brasil. Como Rodrigo Constantino explicou no livro Privatize Já*, a privatização russa foi feita às pressas, pois os reformadores pós-comunistas temiam que o gradualismo fosse suicídio num terreno hostil contra fortes grupos de interesses como burocratas, líderes partidários, sindicalistas, etc. Ademais, segundo ele, a mesma foi feita sem o arcabouço institucional adequado. Não havia propriedade privada bem definida e garantida na Rússia, tampouco órgãos reguladores como a CVM para proteger direitos básicos dos acionistas minoritários. Sem proteção aos vendedores, aconteceram muitas fraudes e essa foi uma das principais razões pelas quais os oligarcas russos surgiram.

Se, mesmo sem o arcabouço institucional adequado, as privatizações levaram a Rússia a modernizar várias empresas estatais ineficientes, como a Lada, imagine o que aconteceria se a privatização espontânea tivesse acontecido num contexto como o do Brasil atual.

Fonte: https://books.google.com.br/books?id=wMi1TFEEMTkC&pg=PT39&lpg=PT39&dq=%22privatiza%C3%A7%C3%A3o+espont%C3%A2nea%22+rodrigo+constantino&source=bl&ots=_gf2gjmnG5&sig=bbpjrpwSGo-tIzrpdq5TUe_T9GY&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjZh_nW58vYAhVJhpAKHf4DAVkQ6AEIODAD#v=onepage&q=%22privatiza%C3%A7%C3%A3o%20espont%C3%A2nea%22%20rodrigo%20constantino&f=false

O exemplo da Russia é bastante eloquente: não basta substituir o estado pela iniciativa privada, e também não adianta optar por formulas de privatização "espontaneas", quando não existem condições institucionais para prevenir a corrupção do processo de privatização.

Nem o mais obtuso liberal julgaria que o Brasil dispõe dessas condições. Um congresso podre é capaz de elaborar uma lei de privatização justa? Agentes reguladores nomeados por indicação politica desse mesmo congresso tem capacidade de regular alguma coisa? E a mídia controlada por oligarcas tem condição de fiscalizar e dar transparencia ao processo todo?

Mais uma vez, o buraco é mais embaixo. Sociedade liberal não se constroi simplesmente deixando oligarcas administrando o mercado como bem entendem. Isso é uma caricatura de liberalismo vendida pela midia.

Uma sociedade livre só se desenvolverá quando a sociedade civil conseguir montar uma agenda propria de liberalização economica, na qual o primeiro item é trazer as assimetrias economicas e politicas da sociedade para um nível compativel com uma sociedade democrática. Não pode haver liberalismo nem democracia com o grau (crescente ainda por cima) de concentração de riqueza e poder que temos hoje. Numa plutocracia, abrir mão do poder de regulação do Estado e entregar o mercado de vez aos plutocratas é o caminho mais curto para a tirania absoluta.

O diagnóstico do seu erro pode ser descrito a seguir (o excerto é de um texto de um autor desconhecido que defendeu a reforma da previdência, mas ela se encaixa como uma luva também no assunto privatização):

Citar
Uma boa desculpa para quem não quer fazer reforma nenhuma é dizer que é preciso fazer tudo de uma vez só. Como isso se torna muito mais difícil, a paralisia acaba imperando, e nada acontece. Sempre é (e será) possível identificar alguma outra injustiça no mundo como fator condicionante para funcionar como desculpa para justificar posição contraria à reforma.

Por acaso o Brasil não teve evolução líquida com a privatização imperfeita da Embraer, Vale e Telebrás? A despeito da existência da plutocracia, por acaso teria sido melhor que a República Tcheca pós-comunista e o Canadá em 1975 (província de British Columbia) não tivessem feito privatização espontânea alguma? Responda.

Ademais, concentração de poder corporativo é muito mais um fenômeno derivado da regulação estatal do que da falta dela. Eu desafio você mostrar um único caso de país em que há grande concentração de poder corporativo - relativamente aos demais países do mundo - e a regulação estatal anti-liberdade econômica não seja, disparado, o maior responsável por tal concentração.
« Última modificação: 10 de Janeiro de 2018, 23:00:57 por -Huxley- »

Offline Horacio

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« Resposta #206 Online: 11 de Janeiro de 2018, 15:13:30 »
Se existe dúvida quanto a vivermos numa plutocracia é só examinar quantos grupos controlam a sistema financeiro globalmente, quantos dominam a midia globalmente, quantos controlam o setor de energia, a industria militar, a Internet...

São elites globais , a comparaçao entre paises é outra falacia, nada acontece no capitalismo que não seja global.

Elites já trataram muito mal as massas no passado, o Estado é o unico ente que pode limitar seu apetite, se realmente conseguir ser um estado razoavelmente democratico, que represente interesses de outras camadas sociais, alem da elite.

Essa guerra ao Estado, fazendo de conta que não existem outras estruturas de poder coercitivas na sociedade alem dele, só se justifica pelo interesse em remover a capacidade de defesa dos cidadãos frente ao avanço do poder corporativo.

Já controlam o BC, o Congresso, a Midia, a  Justiça, mas ainda correm risco frente a ascenção de candidatos menos amigáveis, então melhor acabar com essas brechas democráticas de vez.

Mais uma vez, liberalismo depende de um Estado forte, não grande, para enraizar, e Estado forte só deixando de acreditar em papai-noel e começar a prestar atenção no que realmente está acontecendo

Offline JJ

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« Resposta #207 Online: 11 de Janeiro de 2018, 15:54:33 »

[...]
São elites globais , a comparaçao entre paises é outra falacia, nada acontece no capitalismo que não seja global.
[...]



Comparações entre  países não é uma falácia,  existem diferenças e semelhanças entre países. Existem países com indicadores econômico sociais ruins e outros bons (como renda per capita, IDH , etc). Temos desde Estados com baixa liberdade econômica e extremamente  intervencionistas como Cuba e Venezuela (e com uma economia fraca e/ou em  frangalhos),  até  Estados com  alta ou média liberdade econômica e pouco  intervencionistas como Estados Unidos e Austrália (e com economias fortes).

Temos Estados  de alta corrupção como o Brasil (cheios de agentes estatais corruptos), e Estados com baixa corrupção (como o Canadá e outros).

Falácia é afirmar que a comparação entre países é algo falacioso. 
« Última modificação: 11 de Janeiro de 2018, 15:59:51 por JJ »

Offline -Huxley-

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« Resposta #208 Online: 11 de Janeiro de 2018, 22:18:08 »
Se existe dúvida quanto a vivermos numa plutocracia é só examinar quantos grupos controlam a sistema financeiro globalmente, quantos dominam a midia globalmente, quantos controlam o setor de energia, a industria militar, a Internet...

São elites globais , a comparaçao entre paises é outra falacia, nada acontece no capitalismo que não seja global.

Elites já trataram muito mal as massas no passado, o Estado é o unico ente que pode limitar seu apetite, se realmente conseguir ser um estado razoavelmente democratico, que represente interesses de outras camadas sociais, alem da elite.

Essa guerra ao Estado, fazendo de conta que não existem outras estruturas de poder coercitivas na sociedade alem dele, só se justifica pelo interesse em remover a capacidade de defesa dos cidadãos frente ao avanço do poder corporativo.

Já controlam o BC, o Congresso, a Midia, a  Justiça, mas ainda correm risco frente a ascenção de candidatos menos amigáveis, então melhor acabar com essas brechas democráticas de vez.

Mais uma vez, liberalismo depende de um Estado forte, não grande, para enraizar, e Estado forte só deixando de acreditar em papai-noel e começar a prestar atenção no que realmente está acontecendo

Falou, falou e acabou saindo da discussão. Eu por acaso falei em "Estado fraco" ou "Estado fornecedor de privilégios a elite"? Você parece que está argumentando em resposta não a mim, mas a outra pessoa. E o Estado fica mais fraco justamente defendendo-se o que você defende, isto é, a manutenção das empresas estatais. Veja as doações das campanhas eleitorais de 2014. Sua origem está bastante concentrada em grandes empresas de plutocratas que se beneficiaram de mamatas de empresas estatais que você acha que não devem ser privatizadas.
« Última modificação: 12 de Janeiro de 2018, 00:33:46 por -Huxley- »

Offline Horacio

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Re:Liberalismo
« Resposta #209 Online: 12 de Janeiro de 2018, 12:56:18 »
O Estado sempre será fraco e capturado pelas elites enquanto não houver uma redistribuição do poder politico e economico no interior do sistema.

Essa redistribuição só pode ser feita via Estado, o mercado não vai sozinho promover o esvaziamento do poder das plutocracias.

Privatizar significa transferir mais poder politico e economico do Estado para as elites, nos afastando ainda mais de uma sociedade liberal.

A unica saida é democratizar o Estado, torná-lo representante não só das elites, mas dos empresarios de pequeno porte, da tecnocracia de media especialização, das classes medias em geral, dos trabalhadores, das ONGs organicas, não essas plantadas por bilionarios.









Offline JJ

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« Resposta #210 Online: 12 de Janeiro de 2018, 14:18:58 »

A unica saida é democratizar o Estado, torná-lo representante não só das elites, mas dos empresarios de pequeno porte, da tecnocracia de media especialização, das classes medias em geral, dos trabalhadores, das ONGs organicas, não essas plantadas por bilionarios.



Você pode mostrar um país que tenha pelo menos 20 milhões de habitantes e que conseguiu esse seu Estado democrático ideal ?



« Última modificação: 12 de Janeiro de 2018, 14:34:21 por JJ »

Offline Horacio

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Re:Liberalismo
« Resposta #211 Online: 12 de Janeiro de 2018, 15:54:47 »
Não, pois esse é um modelo, uma direção a seguir, mais do que uma meta a alcançar. Da mesma forma, não existe nenhuma sociedade moderna em que o Estado se limite ao minimo de garantir segurança e contratos, como é frequentemente proposto.

Se formos nessa direção, nos aproximamos de um modelo proximo ao dos paises do norte europeu, que tem estado forte, mercados menos concentrados (metade do sistema bancario alemão é de bancos comunitários), pouca desigualdade social e consequentemente, maior controle sobre suas oligarquias.

Na direção oposta, entregar a Petro para a BP, a Caixa e o BB para o Itaú ou Bradesco reforçaria ainda mais esses grupos privados, que vão ter mais poder ainda para corromper o Estado e impor seus proprios interesses ao conjunto da sociedade.

Offline Geotecton

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Re:Liberalismo
« Resposta #212 Online: 12 de Janeiro de 2018, 17:12:42 »
Não, pois esse é um modelo, uma direção a seguir, mais do que uma meta a alcançar. Da mesma forma, não existe nenhuma sociedade moderna em que o Estado se limite ao minimo de garantir segurança e contratos, como é frequentemente proposto.

E isto ocorre porque os grupos que controlam o Estado não querem que assim ocorra. Tais grupos são os políticos e os funcionários públicos em primeiro plano e alguns segmentos empresarias em segundo.


Se formos nessa direção, nos aproximamos de um modelo proximo ao dos paises do norte europeu, que tem estado forte, mercados menos concentrados (metade do sistema bancario alemão é de bancos comunitários), pouca desigualdade social e consequentemente, maior controle sobre suas oligarquias.

E você acha que a casta do funcionalismo permitiria?


Na direção oposta, entregar a Petro para a BP, a Caixa e o BB para o Itaú ou Bradesco reforçaria ainda mais esses grupos privados, que vão ter mais poder ainda para corromper o Estado e impor seus proprios interesses ao conjunto da sociedade.

Deixar as empresas supra sob controle do Estado, apenas contribuirá para que os principais grupos que influenciam o Estado, continuem fortes e usando o sistema legal e o poder político para manter os seus vastos (e imorais) privilégios.
Foto USGS

Offline -Huxley-

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Re:Liberalismo
« Resposta #213 Online: 12 de Janeiro de 2018, 18:37:10 »
O Estado sempre será fraco e capturado pelas elites enquanto não houver uma redistribuição do poder politico e economico no interior do sistema.

Essa redistribuição só pode ser feita via Estado, o mercado não vai sozinho promover o esvaziamento do poder das plutocracias.
(...)

A unica saida é democratizar o Estado, torná-lo representante não só das elites, mas dos empresarios de pequeno porte, da tecnocracia de media especialização, das classes medias em geral, dos trabalhadores, das ONGs organicas, não essas plantadas por bilionarios.

Redistribuição de poder econômico por meio do poder político que tente "promover o esvaziamento de poder das plutocracias" só poderia ser feito por representantes do povo não dignos de confiança chamados de "políticos". E não por anjos, ou será que você acredita em Papai Noel? Citação instrutiva sobre esse ponto:   

Citar
O ideal socialista é, em essência, a atenuação ou eliminação das diferenças de poder econômico por meio do poder político. Mas ninguém pode arbitrar eficazmente diferenças entre o mais poderoso e o menos poderoso sem ser mais poderoso que ambos: o socialismo tem de concentrar um poder capaz não apenas de se impor aos pobres, mas de enfrentar vitoriosamente o conjunto dos ricos. Não lhe é possível, portanto, nivelar as diferenças de poder econômico sem criar desníveis ainda maiores de poder político. E como a estrutura de poder político não se sustenta no ar mas custa dinheiro, não se vê como o poder político poderia subjugar o poder econômico sem absorvê-lo em si, tomando as riquezas dos ricos e administrando-as diretamente. Daí que no socialismo, exatamente ao contrário do que se passa no capitalismo, não haja diferença entre o poder político e o domínio sobre as riquezas: quanto mais alta a posição de um indivíduo e de um grupo na hierarquia política, mais riqueza estará à sua inteira e direta mercê: não haverá classe mais rica do que os governantes.

Fonte: http://www.olavodecarvalho.org/que-e-ser-socialista/

Privatizar significa transferir mais poder politico e economico do Estado para as elites, nos afastando ainda mais de uma sociedade liberal.

A sua querida manutenção de estatização de empresas tem feito justamente o contrário no Brasil, não é? Estatização é mesmo desconcentração de mercado e não-monopolização. Durante a era PT, a roubalheira nas empresas estatais criou o monopólio de resinas plásticas da Braskem (com a ajuda do aumento da tarifa de importação feita por Dilma), que é do grupo Odebrecht. A roubalheira nas empresas estatais transformou a antes moribunda JBS numa empresa detentora de monopólio no setor de proteína animal. E só Deus sabe quantos mais monopólios e concentrações de mercado ajudou a criar; Palocci vem aí com a delação contra banqueiros. Ademais, a Petrobrás é detentora de monopólio no setor petrolífero, diferentemente, do que ocorre, por exemplo, nos Estados Unidos e em outros países do G7 (Há outros monopólios no Brasil, por exemplo: Correios). Por fim, a Petrobrás não só é um monopólio, mas também o dinheiro do lucro desse monopólio ajudou a criar monopólios em outros setores, pois os grandes empresários corruptos já citados recebiam renda desviada de tal estatal. O maior escândalo de corrupção da história do Brasil se chama "Petrolão", e não algo como "Embraerão".
« Última modificação: 12 de Janeiro de 2018, 20:57:04 por -Huxley- »

Offline JJ

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« Resposta #214 Online: 13 de Janeiro de 2018, 06:09:48 »

A unica saida é democratizar o Estado, torná-lo representante não só das elites, mas dos empresarios de pequeno porte, da tecnocracia de media especialização, das classes medias em geral, dos trabalhadores, das ONGs organicas, não essas plantadas por bilionarios.


Você poderia precisar e detalhar  como  fazer   essa    democratização  do Estado  ? 




Offline JJ

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Re:Liberalismo
« Resposta #215 Online: 13 de Janeiro de 2018, 06:20:57 »
O Estado sempre será fraco e capturado pelas elites enquanto não houver uma redistribuição do poder politico e economico no interior do sistema.

Essa redistribuição só pode ser feita via Estado, o mercado não vai sozinho promover o esvaziamento do poder das plutocracias.

Privatizar significa transferir mais poder politico e economico do Estado para as elites, nos afastando ainda mais de uma sociedade liberal.



Se privatizar sifgnifica isso,  então reestatizar significaria retirar  poder politico e econômico das elites, nos aproximando  ainda mais de uma sociedade liberal.

Então, conforme seu raciocínio a melhor coisa a se fazer no Brasil é desfazer as privatizações  reestatizando as empresas que foram privatizadas  (assim vamos tirar poder dos plutocratas).

Então devemos reestatizar:

_As telefônicas e recriarmos a Telebrás;

_A Vale e recriarmos a estatal Vale do Rio Doce;

_As siderúrgicas que foram privatizadas e recriarmos as estatais siderúrgicas;

_As ferrovias e recriarmos a grande RFFSA;

_As ferrovias estaduais e recriarmos a FEPASA (e outras que eram estaduais);

_E outras empresas que foram privatizadas, e que desta forma fortaleceram as plutocracias nacionais e internacionais,  e nos afastaram de uma sociedade mais liberal.


« Última modificação: 13 de Janeiro de 2018, 11:43:17 por JJ »

Offline JJ

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« Resposta #216 Online: 13 de Janeiro de 2018, 08:00:08 »
Mais um passo no  Caminho da Servidão ao Estado :






ABSURDO: A PARTIR DE 2019 VOCÊ SERÁ OBRIGADO A FAZER VISTORIA   [a cada dois anos]


Milan Dark



« Última modificação: 13 de Janeiro de 2018, 08:23:44 por JJ »

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« Resposta #217 Online: 13 de Janeiro de 2018, 08:07:47 »

Além de ter que transferir a cada dois anos  mais uma parte da sua renda ao Estado  (ou a uma empresa terceirizada que preste serviço ao DETRAN  do estado), em troca de um serviço obrigatório (que você não precisa e não quer), você ainda terá que perder mais um pouco de tempo de sua vida para satisfazer mais uma vontade de burocratas do Estado.



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« Última modificação: 13 de Janeiro de 2018, 09:25:54 por JJ »

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« Resposta #218 Online: 13 de Janeiro de 2018, 08:09:43 »


É mais um pouco da sua renda $ e da sua liberdade que o maravilhoso Estado irá tomar de você.



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« Última modificação: 13 de Janeiro de 2018, 08:22:14 por JJ »

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« Resposta #219 Online: 13 de Janeiro de 2018, 08:12:07 »

Mais regulamentação estatal =  menos liberdade individual.


E assim vamos dando mais alguns passos no Caminho da Servidão.


« Última modificação: 13 de Janeiro de 2018, 08:20:57 por JJ »

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« Resposta #220 Online: 13 de Janeiro de 2018, 08:26:58 »
Contran confirma inspeção veicular obrigatória em 2019

Por iG São Paulo | 11/12/2017 12:07


Vistoria deverá ser feita a cada dois anos como condição para o licenciamento anual. Saiba mais detalhes sobre a nova resolução


Inspeção veicular voltará a valer em todo o Brasil a partir do final de 2019, segundo o Contran


Até dezembro de 2019 entrará em vigor a inspeção veicular obrigatória em todo do Brasil, de acordo com a resolução publicada pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito. Ainda conforme o que foi publicado, as vistorias terão que  ocorrer a cada dois anos e será pré-requisito para o licenciamento anual. O objetivo é verificar as condicões de segurança e de emissões de poluentes dos veículos, principalmente os com mais de 3 anos, inclusive de frotas e comerciais.


Até os primeiros três anos de uso, ainda conforme o que foi informado pelo Contran, os carros novos que não tenham mais de 7 lugares, ficarão isentos da inspeção contanto que não tenham recebido modificacões ou se envolvido em acidentes com danos médios ou graves. Além disso, os modelos de pessoa jurídica poderão ficar sem inspeção nos primeiros dois anos de uso. Entretanto, os veículos voltados ao transporte escolar terão que ser vistoriados a cada seis meses. Os de coleção (com placas pretas) e os militares também estarão isentos de serem inspecionados, de acordo com o que determina a nova resolução do Contran.


Critérios da nova inspeção


Os Detrans de cada estado ou empreses devidamente credenciadas serão incumbidas de fazerem a inspeção que vai verificar itens dos sistemas de iluminação, freios, direção, eixos, suspensão, pneus, rodas, entre outros componentes obrigatórios, bem como a emissão de gases e o nível de ruído. Os carros que apresentarem defeitos graves nos freios, pneus, rodas ou que tiverem itens proibidos, falhas nos obrigatórios e ainda ultrapassarem os limites de emissões ou de ruído serão reprovados no primeiro ano.



A resolução do Contran também diz que a partir do segundo ano serão reprovados os modelos que apresentarem defeitos graves no sitema de direção e, no terceiro, os que tiverem problemas considerados de alta gravidade nos equipamentos anti-poluição. Com isso, os carros reprovados terão que serem reparados para passarem por uma nova inspeção. Quem não passar pela vistoria terá que arcar com multa no valor de R$ 195,23 e terá o veículo retido. Ainda não foram definidos os valores do serviço, que serão diferentes, de acordo com cada região do País.


Link deste artigo:

http://carros.ig.com.br/2017-12-11/inspecao-veicular.html


Fonte: Carros - iG @ http://carros.ig.com.br/2017-12-11/inspecao-veicular.html



Offline JJ

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« Resposta #221 Online: 13 de Janeiro de 2018, 08:30:28 »


É o papai Estado  através de seus zelosos burocratas  zelando  pela segurança da coletividade. 


O que seria da sociedade sem os zelosos burocratas estatais para nos proteger ?






Offline JJ

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Re:Liberalismo
« Resposta #222 Online: 13 de Janeiro de 2018, 09:12:18 »
O Estado sempre será fraco e capturado pelas elites enquanto não houver uma redistribuição do poder politico e economico no interior do sistema.

Essa redistribuição só pode ser feita via Estado, o mercado não vai sozinho promover o esvaziamento do poder das plutocracias.

Privatizar significa transferir mais poder politico e economico do Estado para as elites, nos afastando ainda mais de uma sociedade liberal.



Eu lembrei da JBS , que é um exemplo de grande poder que  um plutocrata  pode ter,  e seguindo essa linha de raciocínio, e  considerando  que a estatização tira poder dos plutocratas, eu  pensei que seria uma boa se o o governo brasileiro estatizasse a JBS e criasse a:


CARNEBRAS


Desta forma, além de  tirarmos o poder de alguns plutocratas,  o que democratizaria mais a sociedade, o governo também estaria garantido a produção de um  produto altamente estratégico (pois proteína é algo extremamente importante para a saúde da população).


Então, eu acredito que todos nós deveríamos nos unirmos para lutarmos por esta importante causa para a democratização da sociedade, e para a saúde dos brasileiros.  Então, companheiros eu os conclamo para participar ativamente nessa luta, e lembrem:


 A Carne é Nossa !




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« Última modificação: 13 de Janeiro de 2018, 11:44:27 por JJ »

Offline JJ

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Re:Liberalismo
« Resposta #223 Online: 13 de Janeiro de 2018, 09:38:08 »
Essa da CARNEBRAS eu inventei agora após repensar na  ideia de democratizar  a sociedade  e de tirar poder dos plutocratas. E logo após  eu resolvi pesquisar na internet para saber se alguém já tinha pensado numa CARNEBRAS,  e  teve, só que não como numa estatal produzindo diretamente e sim como uma agência de fomento e/ou planejadora, reguladora (só que não era uma proposta real e sim uma crítica relembrando de outras agências semelhantes que o Brasil já teve). Abaixo segue o excelente texto que relembra um pouco de nossa história de intervenção estatal, e que alerta para o ativismo estatal  que ainda é forte no Brasil:




Contra o planejamento estatal e a política industrial


Por Rubem de Freitas Novaes



Na atual fase da história, quando todas as economias dinâmicas caminham para o estreitamento das atividades do Estado, vemos ressurgir em nosso país o entusiasmo pelo planejamento governamental e pelo estabelecimento de uma política industrial forte e abrangente, como nos tempos do II PND. A apresentação do Plano Plurianual (PPA), a crise no setor industrial e as dificuldades encontradas para a regulamentação da Infraestrutura fazem retornar a velha conversa sobre setores prioritários e/ou estratégicos, sobre os “espaços vazios” e sobre a definição dos instrumentos de indução e/ou punição a serem criados para o alcance dos objetivos de governo. Ao mesmo tempo, nossos melhores especialistas em contas públicas prevêem que a carga tributária rapidamente evoluirá para cerca de 40% do PIB, com despesas governamentais atingindo o padrão escandinavo de 45% do PIB.


Quem acompanhou, ou estudou, nossa história recente pôde constatar importantes mutações nas formas de ingerência do Estado na economia. No apogeu do governo Geisel, por exemplo, trabalhava-se com uma contida carga tributária (na ordem de 25% do PIB), mas era formidável o aparato de instrumentos não fiscais acionados para a intervenção governamental. Vivíamos, então, o tempo do planejamento estratégico centralizador (II PND) e da política industrial ativa, em que se escolhiam, no Olimpo, setores prioritários e empresas vencedoras. Para cada problema real, ou objetivo nobre, surgia uma ação corretiva do Estado – árbitro e indutor supremo – que, por meio de incentivos fiscais e créditos subsidiados fartos, procurava direcionar a produção e os investimentos, bem como corrigir desigualdades de renda.


Parecia que, no limite, todo setor teria um órgão próprio de planejamento e fomento. Para cuidar da cafeicultura, o IBC; para o açúcar e o álcool, o IAA; para o cacau, a CEPLAC; para a borracha, a SUDHEVEA; para a pesca, a SUDEPE; para as florestas, o IBDF; para os computadores, o CAPRE (depois SEI); para a construção naval e a marinha mercante, a SUNAMAM; para o aço, a SIDERBRAS e o CONSIDER; para a energia elétrica, a ELETROBRAS; etc., etc. Somente o “complexo soja” e o setor de “carnes”, atividades que curiosamente mais se desenvolveram, não tinham uma “SOJABRAS” ou “CARNEBRAS” para tutela-los. O monopólio do petróleo, privativo da União, na prática era exercido pela PETROBRAS, que não abria espaços para ninguém. Reservas de mercado eram concedidas em abundância, sendo a mais notória a que regulou o setor de informática por muitos anos. Empresas estatais dominavam toda a infraestrutura de energia, aço, estradas e ferrovias, portos, telecomunicações etc. Cada um dos estados da Federação tinha o seu banco comercial próprio, aos quais se acoplavam bancos de desenvolvimento, verdadeiros ralos do dinheiro público. Empresários se submetiam a uma verdadeira via crucis em busca dos favores governamentais no BNDES, CDI, CDE, CACEX, INPI, SUDENE, SUDAM, etc. Quem não fosse “prioritário”, não tinha condições de sobreviver.


Mas não era só isso! Também na macroeconomia era grande o ativismo estatal, já que os principais “preços” sofriam a intervenção direta do governo federal. A correção monetária era toda regulada por lei e obedecia a parâmetros tecnocráticos. Da mesma forma, para a taxa de online casino câmbio, tínhamos uma regra matemática estabelecida em gabinete para nortear as freqüentes desvalorizações. Os reajustes de salários, em toda a economia, eram regulados por lei federal. Finalmente, os preços de mercadorias e serviços em geral eram controlados pelo CIP e SUNAB, com base em planilhas de custo e outros critérios menos explícitos (para dizer o mínimo!).


Passado o tempo, fomos nos livrando deste verdadeiro “entulho” intervencionista. Infelizmente, no entanto, o mesmo fenômeno de simplificação e enxugamento não ocorreu na esfera dos orçamentos públicos. A União, os Estados e os Municípios, em verdadeira febre de expansionismo, estimulada pela nova Constituição, passaram a elevar consistentemente a arrecadação de tributos para financiar seus robustos programas. Consolidava-se um novo tipo de ativismo: menos órgãos de regulamentação e fomento, menos empresas estatais, mas, como o país continuava cheio de problemas (e quem não os tem?), mais projetos e programas públicos para resolve-los. E neste passo fomos indo até que a carga tributária evoluísse, dos 25% do PIB, dos tempos do Gal. Geisel, para 36% do PIB, ao final do governo de FHC.


Esperamos que muitos estejam percebendo o círculo vicioso em que estamos nos metendo. Para tentar resolver problemas de pobreza e emprego (e uns outros mais), inchamos, sem quaisquer resultados palpáveis sobre as desigualdades de renda, o orçamento público. Acontece que, para financiar a expansão do Estado, acabamos por estrangular o setor produtivo privado, que passa a desempregar, fugir para a clandestinidade e baixar salários reais, aumentando assim os problemas que almejamos eliminar. É a rota direta para uma espiral descendente que poderá nos levar a um formidável atraso econômico e social!


Caros leitores, já nos iludimos muito no passado ao achar que mais governo seria solução para os problemas do país. Tal opção não deu resultados aqui, nem em qualquer outro lugar do mundo. Hoje, deparamo-nos com um quadro conducente a supor que, ao menos em termos de diretrizes macroeconômicas, estamos encontrando a orientação correta para a superação de nossos males. Não podemos permitir que políticas microeconômicas mal conduzidas, e com forte conteúdo intervencionista, somadas à desmedida ambição orçamentária de nossos gestores públicos, venham a nos colocar em rumo equivocado, justamente quando se abrem perspectivas de retomada do crescimento, logo adiante.


Digamos, portanto, em alto e bom som: não, para o planejamento centralizador; não, para “políticas industriais’ carregadas de privilégios e sim, para a redução das despesas em todos os níveis de governo!


P.S. – O presidente Lula voltou a defender, na cerimônia de reinstalação da SUDAM, mais planejamento estatal, elogiando o Plano Decenal dos governos militares. Cabe esclarecer que este Plano, preparado no final do governo Castelo Branco, foi devidamente arquivado pelo ministro Delfim Netto, que o fulminou, no início do “milagre”, com a famosa frase: “dêem-me o ano e esqueçam a década”. O planejamento centralizador só retornou, muitos anos depois, com o II PND do governo Geisel. Coincidência ou não, a partir daí, com a presença marcante do Estado na economia, sob diferentes formas, o país nunca mais recuperou seu ímpeto histórico de desenvolvimento.


*Rubem de Freitas Novaes é Economista (UFRJ) com Doutorado pela Universidade de Chicago.


Publicado em 20/06/2014


Tema: Política de Desenvolvimento. Palavras-chave: Planejamento, Política Industrial.


http://agriforum.agr.br/contra-o-planejamento-estatal-e-a-politica-industrial/



« Última modificação: 13 de Janeiro de 2018, 11:45:40 por JJ »

Offline Muad'Dib

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Re:Liberalismo
« Resposta #224 Online: 13 de Janeiro de 2018, 10:26:09 »
Não, pois esse é um modelo, uma direção a seguir, mais do que uma meta a alcançar. Da mesma forma, não existe nenhuma sociedade moderna em que o Estado se limite ao minimo de garantir segurança e contratos, como é frequentemente proposto.

E isto ocorre porque os grupos que controlam o Estado não querem que assim ocorra. Tais grupos são os políticos e os funcionários públicos em primeiro plano e alguns segmentos empresarias em segundo.


Se formos nessa direção, nos aproximamos de um modelo proximo ao dos paises do norte europeu, que tem estado forte, mercados menos concentrados (metade do sistema bancario alemão é de bancos comunitários), pouca desigualdade social e consequentemente, maior controle sobre suas oligarquias.

E você acha que a casta do funcionalismo permitiria?


Na direção oposta, entregar a Petro para a BP, a Caixa e o BB para o Itaú ou Bradesco reforçaria ainda mais esses grupos privados, que vão ter mais poder ainda para corromper o Estado e impor seus proprios interesses ao conjunto da sociedade.

Deixar as empresas supra sob controle do Estado, apenas contribuirá para que os principais grupos que influenciam o Estado, continuem fortes e usando o sistema legal e o poder político para manter os seus vastos (e imorais) privilégios.

Mas o que é a casta do funcionalismo, Geotecton?

Eu concordo plenamente que o Estado brasileiro é uma cloaca, que temos os piores dos piores em posições chave e esses indivíduos tomam decisões pensando somente em se perpetuar na mamata. Mas será que defender um extremo é a solução? Nós passamos por 13 anos de PTismo com o Estado sendo moldado para que a caterva se perpetuar lá. Eles bagunçaram o já caótico Estado. Será que a solução para os nossos problemas como nação é defender um extremo oposto do PTismo? Eu não sei.

Eu não vou fingir que entendo de economia e mesmo da parte mais filosófica de sistemas de governo, mas eu tenho um pouco de bom senso (que, óbvio, pode estar enganado, por isso este post para você). Eu já ví você defendendo que juízes e promotores ganhassem um teto de 5 mil reais. Será que isso não é um extremo inviável na prática que deriva de um ódio (plenamente justificado) pela nossa situação com os oportunistas do poder? Juízes e promotores têm uma função de altíssima responsabilidade e complexidade, nós temos que ter os melhores possíveis nestes cargos, será que os melhores iriam se interessar se fosse para ganhar isso? Claro, é injustificável eles ganharem acima do teto, e é revoltante os benefícios que eles ganham, mas eu falo de defender um extremo tão grande como esse (5 mil reais), será que defender isso é o correto?

Eu vejo esses posts do Horácio e não consigo discordar muito dele. Acho que Estado tem tamanho certo, como diz o Otário (Canal do Otário): Quanto mais Estado, menos cidadão. O Estado brasileiro é inchadíssimo e deve ser enxugado para evitar que oportunistas se aproveitem, mas Estado de menos diminui o tamanho do cidadão também.

Será que uma desregulamentação extrema iria ser uma boa solução para nós? Será que acabar com as legislações ambientais e com a fiscalização é uma boa coisa para o cidadão comum? Proibir que se desmate a Amazônia serve somente para cercear o direito do cidadão comum de investir o dinheiro dele onde ele bem entende ou será que serve para proteger o direito das pessoas de viverem em um ambiente saudável?

Nós temos maturidade suficiente para nos comportarmos sem regulamentações? O povo sabe o que realmente é melhor para ele a médio e longo prazo?

Eu acho que o certo é lutar por um Estado forte (no sentido de um Estado que atue como se deve, ou seja, como um mediador entre os cidadãos e com um projeto de médio e longo prazo); lutar para moldar o lixo que está ai no sentido de um Estado que seja funcional.

Não dá para negar que o cidadão comum não tem como se equiparar com grandes corporações e que essas corporações, deixadas totalmente livres, não vão ter muita preocupação com qualquer um que não seja ela mesma. Diminuir a força da Cloaca do estado brasileiro para dar de mãos beijadas para grandes corporações é sair de um problema para cair em outro.

 

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