Autor Tópico: Liberalismo  (Lida 25266 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline JJ

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.747
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #600 Online: 16 de Outubro de 2019, 08:38:22 »
8 – Liberdade Comercial (Trade Freedom)

Apesar dos eleitores típicos do neoliberalismo e alguns de seus porta-vozes na mídia estarem traindo a defesa do livre-comércio apoiando o protecionista Trump, o Brexit e incentivando o desmonte de acordos de livre-comércio como a União Européia, NAFTA e Tratado Trans-Pacífico, seus autores efetivamente são opositores das barreiras alfandegárias, algo que não é acompanhado por seus adversários na democracia representativa. Apesar de não existir corrente política contrária à existência do comércio, de fato os neoliberais encabeçam a defesa de que a redução de barreiras para importação/exportação é uma medida intrinsecamente boa.

9 – Liberdade de Investimento (Investment Freedom)

Efetivamente, os neoliberais são os grandes advogados do livre fluxo de capitais e investimentos.

10 – Liberdade Financeira (Financial Freedom)

A ausência do governo no setor bancário é de fato uma bandeira que distingue os neoliberais.

4. Critérios que não poderiam faltar em um ranking de liberalismo econômico (de acordo com o que pregam os neoliberais), mas não existem no índice

O presidente da Heritage Foundation Ed Feulner com o vice-presidente dos EUA Dick Cheney em 2006. Foto: Charles Geer.
Além da existência de itens que não representam adequadamente o receituário neoliberal e distorções evidentes nos itens relacionados às políticas defendidas por militantes que usam índices de liberdade econômica, é gritante a ausência de temas centrais defendidos por seus autores, eleitores e governos.

Não existe no ranking nenhum item que trate da participação do Estado na economia em relação ao PIB, ou alguma proporção entre a participação das empresas privadas e estatais/economia mista na economia local, o que distorce totalmente o resultado de países em que a atuação do Estado se dá por meio de suas companhias (os casos mais gritantes são Singapura[3f] e os países exploradores de petróleo do Oriente Médio, cuja a atividade econômica assim como a receita do governo são extremamente dependentes das estatais petrolíferas).

Uma importante atividade econômica de empresas estatais é a principal razão dos baixos impostos encontrados em diversos países, como Singapura, Arábia Saudita, Qatar e Kuwait. Sendo, portanto, a presença de um item tratando dessa questão necessária para corrigir falhas do item “Liberdade Fiscal”.

Não há, também, nenhum item que trate da questão dos serviços públicos. A privatização dos serviços públicos (saúde, educação, segurança, dentre outros) é uma das principais bandeiras do neoliberalismo, sendo a defesa da maior eficiência da iniciativa privada exaltada sistematicamente por aqueles alinhados com seus dogmas. Com a extensa campanha que fazem contra a eficiência estatal em prestar serviços públicos, torna-se totalmente incoerente o uso de um índice que nada diz a respeito de uma das principais bandeiras neoliberais para justificar a adoção de suas políticas. Diversos países bem localizados no índice de liberdade econômica (como Austrália, Nova Zelândia e Singapura) se destacam pela forte presença estatal nos serviços públicos.

Outro ponto que não poderia faltar é a respeito da liberdade cambial. É comum entre economistas neoliberais a defesa do fim dos Bancos Centrais ou sua “independência” em relação ao governo e o combate à manipulação cambial, que consideram prejudicial mesmo no caso em que as moedas são desvalorizadas para aumentar a competitividade no comércio global. O subitem presente na “liberdade de investimentos” não representa essa discussão, apesar de ter relação com o assunto.

Os 3 itens citados anteriormente não poderiam faltar em um índice que é usado para legitimar a aplicação de políticas neoliberais, pois é notório e bem sabido que os principais opositores dessas políticas na esfera econômica são os que seguem uma linha derivada do keynesianismo, onde comumente se defende um papel relevante do Estado nestes itens (serviços públicos, setores estratégicos e política cambial controlada pelo Estado condizente com uma estratégia de desenvolvimento do país).

Não há como utilizar na discussão econômica um índice que sequer avalia os principais pontos de discordância entre aqueles que usam o índice para defender liberalismo econômico e os críticos deste modelo.
5. Ranking considerando apenas os itens relacionados ao liberalismo econômico
Desconsiderando as falhas apresentadas nas seções 3 e 4 deste artigo e sabendo que isso causa fortes distorções em países extremamente dependentes de empresas estatais como Singapura e as potências petrolíferas, assim como nos países em que o Estado está fortemente presente nos serviços públicos (caso de Nova Zelândia, Austrália, Canadá e novamente Singapura), faremos um exercício que se trata de se repetir o mesmo índice de liberdade econômica da Heritage Foundation, considerando apenas os 6 itens apresentados no terceiro tópico – Liberdade Fiscal (Fiscal Freedom), Gasto Governamental (Government Spending), Liberdade Trabalhista (Labor Freedom), Liberdade Comercial (Trade Freedom), Liberdade de Investimento (Investment Freedom) e Liberdade Financeira (Financial Freedom) – para avaliar qual seria o resultado de tal ranking.

Conferir tabela do ranking considerando apenas liberdade econômica

Não é surpreendente notar que o resultado é muito mais próximo da realidade daquilo que o ideário neoliberal defende do que o ranking original: Diversos países com longa tradição social-democrata (como França, Noruega, Suécia, Dinamarca, Bélgica) passam a figurar na metade “menos livre” do mundo, estando a França em uma das últimas posições (156º lugar de 178 países).

Também nota-se uma forte evolução em “liberdade econômica” de países ex-socialistas que passaram por grandes reformas liberais desde a década de 90, como Geórgia, Armênia, Azerbaijão e Albânia, mas permanecem pobres.

Outro fato evidente é a forte subida de paraísos fiscais pobres, como o Panamá e o Paraguai, que visivelmente estão bem próximos do receituário neoliberal mas eram penalizados pelo simples fato de estarem em condição de pobreza.

6. Ranking considerando apenas os itens não relacionados ao liberalismo econômico
Como exercício complementar, faremos outro ranking, apenas com os itens expurgados por serem defendidos também pelos opositores do neoliberalismo apresentados no segundo tópico.

Conferir tabela do ranking considerando apenas os ítens não relacionados com liberalismo

O resultado é bastante interessante e inclusive esperado: Os países europeus com longa tradição social-democrata estão entre os melhores posicionados no índice que considera somente os pontos que são pacíficos como algo necessário para o desenvolvimento de uma economia em um sistema capitalista.

Considerações finais

O presidente da Heritage Foundation Ed Feulner, o ex presidente dos EUA Ronald Reagan e o casal Rose e Milton Friedman em 1986. Foto: Charles Geer / Heritage Foundation.
Os rankings apresentados nos quinto e sexto tópicos por si só mostram como os índices de “liberdade econômica” seriam impactados de forma bastante intensa se fossem fidedignos aos princípios defendidos pelos neoliberais, o que implica na impossibilidade de seu uso para defender suas políticas.

A expectativa é que um “índice de liberdade econômica” verdadeiramente alinhado com seu receituário resulte em um ranking no qual os líderes seriam os paraísos fiscais. Mesmo entre os paraísos fiscais, porém, é provável que os mais desenvolvidos sejam classificados como “menos livres”, justamente pela forte presença do Estado nos serviços públicos e infraestrutura (caso da Suíça). Outro resultado bastante provável, é que países com longa tradição social-democrata como Noruega, Suécia, Dinamarca, Países Baixos, Islândia, Bélgica, Alemanha, entre outros, sigam a trajetória de queda vertiginosa no índice identificada no quinto tópico, fazendo companhia à França nas últimas posições.

Enquanto o debate econômico não passa pelo uso de índices que realmente representam aquilo que se deseja defender, pouco pode-se fazer além de conjecturas. Não é objetivo deste artigo elaborar um novo índice que reflita o ideário neoliberal, somente explicar por que os “índices de liberdade econômica” apresentam resultados incoerentes, classificando nas primeiras posições países que adotaram receituário diametralmente oposto àqueles que o utilizam como argumento, além de um aumento no índice não possuir qualquer correlação com desenvolvimento econômico.

Desta forma, uma célebre frase do ex-presidente Itamar Franco resume bem o uso de “índices de liberdade econômica” para legitimar a aplicação de políticas neoliberais: “Os números não mentem, mas os mentirosos fabricam números”.

Referências

[1] The Guardian – Neoliberalism: the ideology at the root of all our problems (versão traduzida pela Voyager aqui)
[2] Left Business Observer – Laissez-faire Olympics (versão traduzida pela Voyager aqui)
[3abcdef] Voyager – 10 fatos sobre Singapura que invalidam os índices de liberdade econômica
[4ab] Heritage Foundantion – Methodology
[5] Transparency International – CORRUPTION PERCEPTIONS INDEX 2014: IN DETAIL
[6] Transparency International – CORRUPTION PERCEPTIONS INDEX 2016
[7] OECD – Employment in Public Sector
[8] Voyager – O Livre Mercado é a chave para a prosperidade? A Noruega prova que não.
[9] Law of Work – Most Highly Unionized Countries Top ‘Happiest Countries” List, Again. Why?
[10] Parlamento Europeu – Legislação do mercado de trabalho
[11] BBC – Na Dinamarca, Lula confere modelo trabalhista flexível
• Heritage Foundation – Index of Economic Freedom 2017




https://voyager1.net/economia/a-farsa-dos-indices-de-liberdade-economica/



« Última modificação: 16 de Outubro de 2019, 08:42:14 por JJ »

Offline JJ

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.747
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #601 Online: 16 de Outubro de 2019, 08:38:38 »
28/02/2007 -

Réquiem do liberalismo?



O candidato neoliberal à presidência assinou documento comprometendo-se a não privatizar mais empresas, deixando furioso o ex-presidente da república, do seu partido, que considerava as privatrizações uma obra prima do liberalismo brasileiro.



O PFL muda de nome, abandonando a referência ao liberalismo, para tentar passar por ¿democrático¿. Quando havia adotado o nome de PFL, o partido proveniente da ditadura militar tentava esconder esse seu passado e nada melhor do que a roupa liberal. Com isso se distanciava do regime em crise e aderia ao novo governo. Não lhe custava nada. Afinal, o próprio golpe militar fora dado em nome do liberalismo, contra um suposto risco ¿totalitário¿ da esquerda.

Seguia a tradição da ¿guerra fria¿, que reduzia tudo à oposição entre ¿totalitarismo¿ e ¿liberdade¿. Em seu nome, da velha UDN golpista, se pregou e se apoiou a ditadura, a mais brutal ruptura com a liberdade na história do Brasil. Essa farsa liberal vinha de longe. O liberalismo nasceu entre nós no século XIX, convivendo com a escravidão ¿ e traindo assim seu preceito fundamental da igualdade diante da lei ¿ e tampouco foram os condutores da luta contra ela.

Posteriormente, o liberalismo foi a ideologia do regime oligárquico exportador da chamada ¿república velha¿, uma ditadura social das elites econômicas. Foi também em nome do liberalismo que a direita se opôs ao regime getulista e a todos os governos até o golpe militar de 1964, sempre acenando com o apelo aos militares para soluções golpistas.

Foi sempre um liberalismo contra a democracia, contra o movimento popular, contra a luta pela igualdade econômica e social. Foi sempre um instrumento da perpetuação do poder das minorias.

Todos somos anti-neoliberais? Não. O consenso anti-estatal e que faz desaparecer o imperialismo, ainda é forte. Não nos enganemos. Adaptando a análise de Perry Anderson sobre a França para o Brasil, quando finalmente a esquerda chegou ao governo, tinha perdido a batalha das idéias. E tinha perdido para o liberalismo ¿político e econömico. De tal forma, que o liberalismo não apenas domina o entorno, quando a esquerda ganha, mas penetrou dentro da própria esquerda.

A desqualificação do Estado não por seus defeitos ¿ seu caráter burocrático-repressivo a serviço da manutenção das estruturas de poder existentes -, mas por suas virtudes, reais ou ponteiciais ¿ universalização de direitos, regulação da circulação de capitais, garantia da soberania nacional ¿ é uma tese liberal que ainda goza de muita força. Isenção de impostos para o capital, precarização ainda maior no mercado de trabalho, proliferação do ensino privado, da segurança privada, da saúde privada, etc., etc. Ao mesmo tempo que não se valoriza como uma empresa como a Petrobrás é a mais importante empresa brasileira de todos os tempos e uma das mais importantes do mundo ¿ uma empresa estatal brasileira.

O Brasil luta, na sua política externa, não pelo justo protecionismo dos mercados nacional, sul-americano e do Sul do mundo, mas pelas liberalização dos mercados para a exportação dos nosssos produtos primários. O Banco Central atua praticamente como um banco independente.

Aceita-se o modelo de democracia liberal como o modelo identificado plenamente com a democracia. As concessões de emissoras privadas são tratadas como intocáveis, embora sendo concessão pública, renovável ou não, conforme determinados critérios públicos, ainda mais que se trata de um número limitado de canais de rádio e televisão.

O liberalismo econômico se acoplou ao liberalismo político, torando-se ambos a ideologia da direita latino-americana, disfarçando-se de defensores da ¿sociedade civil¿, do pluralismo, da liberdade de expressão ¿ embora o façam por intermédio do mais brutal oligopólio midiático, etc. O direito de ir e vir é garantido para os capitais ¿ com privilégio para os especulativos, que nem pagam impostos na Bolsa de Valores de São Paulo -, mas não para os indivíduos. Há forte oposição à regulamentação da circulação de capitais, mas se constrói um muro na fronteira com os EUA, no qual morrem por ano mais mexicanos do que todos os que morreram durante todo o tempo de existência do Muro de Berlim.

Essa é a farsa do liberalismo, mas também sua força, que ainda sobrevive, apesar da incomodidade dos que o defendem, de confessar que seguem sendo liberais. O debate ideológico com o liberalismo continua sendo o tema central da democracia brasileira, para que construamos a ideologia fundada na esfera e nos interesses públicos e não na esfera mercantil ¿ substrato do liberalismo.


por Emir Sader em 28/02/2007 às 09:42


https://www.cartamaior.com.br/?/Blog/Blog-do-Emir/Requiem-do-liberalismo-/2/24161


« Última modificação: 16 de Outubro de 2019, 08:53:32 por JJ »

Offline JJ

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.747
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #602 Online: 16 de Outubro de 2019, 09:20:01 »

Dirigismo destrambelhado sem autoritarismo, mesmo sob o discurso de esquerda, pode limitar a liberdade das pessoas ao determinar sua falta de dinheiro.

[...]

O questionamento mais válido que se poderia fazer é alinhado àqueles que questionam a noção de que vivemos numa meritocracia, que todos têm o que merecem, de acordo com seu arbítrio, largamente livre -- descontando totalmente o papel da sorte.


Mas, o alvo é justamente essa grande  mentira e falsidade  chamada de meritocracia.


Offline JJ

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.747
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #604 Online: 16 de Outubro de 2019, 11:06:06 »
"Meritocracia" é tão mentira/falsidade quanto "justiça."


Pois é,  os  legisladores e  julgadores estão com suas fundações  na  lama (especialmente no caso de leis e ações penais).  A falsidade do livre arbítrio  torna  uma lama as "fundações"  de  seus pomposos trabalhos.

Esta é justamente uma questão  que põe em xeque  muitas das  decisões  dos valorosos legisladores e dos valorosos intérpretes de legislações.
« Última modificação: 16 de Outubro de 2019, 12:59:44 por JJ »

Offline Agnoscetico

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.417
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #605 Online: 26 de Outubro de 2019, 17:14:31 »

Liberal, desiludido talvez, despertando do sonho (Anarcocapitalismo) respondendo a um ancap anda na crença utópica que dá pra criar sociedade ancap sem instituições que agem como sendo algum tipo de governo/estado:

https://www.youtube.com/watch?v=jMuukvho1cI&lc=UgyS9Ur856rZ-xIXrg54AaABAg

Citar
Tião Martinho

Nenhum movimento importa! Anarcocapitalistas não devem se reunir nem pra "movimento Ancap", pois isso não é uma ideia a ser imposta, é uma realidade que deve através da informação, ser consentida naturalmente

Citar
Fhoer

Nessa mentalidade entao espera sentado, ja que a formação de instituições  para deixar estas informacoes acessiveis é imperativa pra mudança cultural.

Sem isso tu ta esperando que pessoas tenhan uma epifania sobre a verdade.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #606 Online: 26 de Outubro de 2019, 18:14:20 »
Acho algo tão surreal se ficar examinando o que pensam anarco-capitalistas e comunistas-marxistas.

Deveria ser algo análogo à curiosidade que é ver o que pensam "céticos" do pouso na Lua e "terraplanistas," mas bizarramente são comparativamente noções mais "populares." Se bem que as últimas talvez venham se acelerando também.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #607 Online: 27 de Outubro de 2019, 22:44:13 »
Citar
<a href="https://www.youtube.com/v/GUizvEjR-0U" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/GUizvEjR-0U</a>

Lead poisoning is a national problem. If only lawmakers were as concerned as the puppets on Sesame Street.


Offline Entropia

  • Nível 22
  • *
  • Mensagens: 845
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #608 Online: 28 de Outubro de 2019, 13:22:06 »
Acho algo tão surreal se ficar examinando o que pensam anarco-capitalistas e comunistas-marxistas.

Deveria ser algo análogo à curiosidade que é ver o que pensam "céticos" do pouso na Lua e "terraplanistas," mas bizarramente são comparativamente noções mais "populares." Se bem que as últimas talvez venham se acelerando também.

Você está comparando céticos a coisas que são fatos já comprovados com pessoas que possuem uma certa ideologia.

Não é nem remotamente comparável.

Você pode até ter isso com comunistas, pois na prática seu modelo econômico falhou inúmeras vezes, mas após a prática. Ou quanto Marx publicou sua teoria ele foi considerado um lunático completo?

Será que os republicanos foram bem recebidos na época onde monarquia imperava?

Só porque o modelo difere de Social-Democracia republicana é coisa de doido?

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #609 Online: 28 de Outubro de 2019, 13:55:53 »
Ideologias que comumente batem de frente com "fatos comprovados" naquilo que esperam da realidade.

Não sei como diferentes idéias ou propostas foram avaliadas originalmente em diferentes contextos políticos, não me parece imediatamente relevante para a percepção de que essas ideologias são extremamente alienadas da realidade, e não "só" por divergirem de social-democracia republicana, ainda que mesmo isso já seja um tremendo de um problema (no questionamento aos ideais mais fundamentais, não no questionamento das instituições).

Numa síntese caricatural e psicanalistóide, ambas são anarquistas, e parecem fundamentalmente uma espécie de birra adolescente contra o estado visto como um pai cerceador de liberdades. Só muda o tom do que deriva a partir disso, provavelmente de acordo com como a pessoa se enxerga na pirâmide social, aqueles se enxergando como ou empatizando com aqueles mais abaixo, se revoltando contra o estado burguês opressor que espreme tudo aquilo que pode do pobre e limita o potencial de todos ficarem de boa, e os que se enxergam mais acima ou com potencial de subir, se revoltando contra o estado assistencialista-populista opressor que limita o seu potencial de ser rico e famoso. Solução comum: fim do estado.

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:Liberalismo
« Resposta #610 Online: 28 de Outubro de 2019, 14:13:07 »
Alguns desses "anti Estado" questionam não o Estado, mas o Estado dedador  O que eles querem  mesmo  é  um  fim das "dedadas". Tudo é uma questão  de conotação.
« Última modificação: 28 de Outubro de 2019, 14:18:59 por Sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Entropia

  • Nível 22
  • *
  • Mensagens: 845
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #611 Online: 28 de Outubro de 2019, 18:06:10 »
Ideologias que comumente batem de frente com "fatos comprovados" naquilo que esperam da realidade.

Mas a própria social democracia também leva nabos da realidade.
Basta ver o Populismo quase que epidêmico na AL que se recusa a ir embora
Basta ver Órgãos "Democráticos" violando direitos básicos utilizando a lei do "Estado democrático de direito" vide STF
Esse mesmo orgão ignorando a realidade ao soltar presos, independentemente dos crimes que cometeram, sob a desculpa de seguir o texto constitucional do estado democrático de Direito.
Ou a polícia espanhola descendo o cacete em manifestantes que apenas querem independência

Apesar disso, continuamos defendendo esse modelo, por acreditarmos que esse é o melhor que possuímos, mas não podemos simplesmente supor que outros não podem existir, porque não existem agora.

Não sei como diferentes idéias ou propostas foram avaliadas originalmente em diferentes contextos políticos, não me parece imediatamente relevante para a percepção de que essas ideologias são extremamente alienadas da realidade, e não "só" por divergirem de social-democracia republicana, ainda que mesmo isso já seja um tremendo de um problema (no questionamento aos ideais mais fundamentais, não no questionamento das instituições).

Numa síntese caricatural e psicanalistóide, ambas são anarquistas, e parecem fundamentalmente uma espécie de birra adolescente contra o estado visto como um pai cerceador de liberdades. Só muda o tom do que deriva a partir disso, provavelmente de acordo com como a pessoa se enxerga na pirâmide social, aqueles se enxergando como ou empatizando com aqueles mais abaixo, se revoltando contra o estado burguês opressor que espreme tudo aquilo que pode do pobre e limita o potencial de todos ficarem de boa, e os que se enxergam mais acima ou com potencial de subir, se revoltando contra o estado assistencialista-populista opressor que limita o seu potencial de ser rico e famoso. Solução comum: fim do estado.

A social democracia republicana também seria considerada "alienada da realidade" quando foi proposta em um tempo de monarquias, simplesmente porque nunca foi tentada, e poderia-se construir vários argumentos pra tentar justificar a "realidade monárquica", como por exemplo, a necessidade de um lider forte e com poder e mandato de deus para inspirar a populacao etc etc.

Eu concordo que o comunismo seja algo fora da realidade pois já foi tentado e, além disso, possui vários furos mesmo na sua própria teoria. O que não significa que outros tipos de anarquia não possam existir, como o ancap. E insinuar que quem pensa assim é lunático, ou adolescente birrento é apenas opinião mesmo.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #612 Online: 28 de Outubro de 2019, 19:15:27 »
Ideologias que comumente batem de frente com "fatos comprovados" naquilo que esperam da realidade.

Mas a própria social democracia também leva nabos da realidade.
Basta ver o Populismo quase que epidêmico na AL que se recusa a ir embora
Basta ver Órgãos "Democráticos" violando direitos básicos utilizando a lei do "Estado democrático de direito" vide STF

"Leva nabos da realidade" essencialmente da mesma maneira que o "policialismo" "leva labos da realidade" por existir crime.

Mas enxergar a necessidade de polícia não tem a assunção, "uma vez que formarmos a polícia, todo o crime vai acabar, e viveremos felizes para sempre."

Enquanto o "apolicismo" é "tudo será melhor sem a polícia, ela é a origem de todos os problemas." Uns achando que tudo correrá melhor graças a trocas individuais voluntárias intermediadas por artefatos simbolizando valores subjetivos dos objetos, e outros achando que isso é dispensável, que a camaradagem/reciprocidade mais espontânea e não calculada é o ideal.

"Republicanismo" é alguns degraus acima do "policialismo." Não tem em si uma "fórmula do sucesso garantido," é apenas a admissão de ser necessária/ideal uma organização social tentando formar um "consenso pacífico."

Talvez nem anarquistas divirjam nisso colocado dessa maneira, mas então precisam ficar matutando sobre como as organizações sociais ideais ainda assim não constituiriam algo muito próximo do estado nos moldes de Montesquieu, ou, como divergiriam fundamentalmente em algum ponto crítico.

Provavelmente há vastas discussões nessas linhas, possivelmente havendo uma boa parte que se aproveite (mesmo que a conclusão anarquista não seja necessária ou mesmo inválida), mas 99% do tempo as coisas com que se esbarra na internet não têm profundidade muito maior do que  "morte ao estado" e/ou "morte ao capital."



Citar
Apesar disso, continuamos defendendo esse modelo, por acreditarmos que esse é o melhor que possuímos, mas não podemos simplesmente supor que outros não podem existir, porque não existem agora.

O que descreveu seria mais o "legalismo" do que "social democracia" especificamente, ou mesmo republicanismo. Faz-se essas coisas porque as instituições sociais têm como dever assumido manter a lei mesmo que esta seja argumentavelmente desfavorável, em desacordo com o que pensa uma substancial parte ou a maioria da população. Isso poderia ocorrer em qualquer outro sistema mais tradicional, como monarquia absolutista ou ditadura civil/militar.

Basta que as instituições tenham a função de impor a lei, sem que haja mecanismos de revisão mais "instantânea" dela, de alguma forma capturando a "realidade democrática" mais fielmente e mais perto de "tempo real."

Num hipotético omni-ermitismo, onde cada homem faz sua própria lei, provavelmente não se observaria nada disso, mas tal cenário é improvável dada a alta probabilidade de alianças entre os eremitas e estas suscitarem também conflitos de interesses entre diferentes grupos ou subgrupos, ou mesmo indivíduos.




A social democracia republicana também seria considerada "alienada da realidade" quando foi proposta em um tempo de monarquias, simplesmente porque nunca foi tentada, e poderia-se construir vários argumentos pra tentar justificar a "realidade monárquica", como por exemplo, a necessidade de um lider forte e com poder e mandato de deus para inspirar a populacao etc etc.

Direito divino do sangue real e o escambau. Sim, é perfeitamente possível ou mesmo provável que fosse haver todo tipo de contestação intelectualóide do que quer que hoje se tenha como melhor, no passado. E provavelmente hoje rejeitaríamos similarmente algo que aprenderemos no futuro. Talvez até algo que seja praticamente tautológico, como um "ideal" na organização social buscando consenso pacífico.



Citar
Eu concordo que o comunismo seja algo fora da realidade pois já foi tentado e, além disso, possui vários furos mesmo na sua própria teoria. O que não significa que outros tipos de anarquia não possam existir, como o ancap. E insinuar que quem pensa assim é lunático, ou adolescente birrento é apenas opinião mesmo.

Na verdade, existe, em prática, mais comunismo do que "anarco-capitalismo". A menos talvez que se considere diversas transações ilegais e a Somália como anarco-capitalismo, o que é geralmente rejeitado pelos defensores, ao menos no que tange as transações ilegais mais universalmente moralmente repugnantes. Que de alguma forma as mesmas forças comerciais que as instituem, as preveniriam mais eficazmente que os estados bobões e feios.

Offline Agnoscetico

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.417
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #613 Online: 28 de Outubro de 2019, 19:29:36 »


E o chamado comunismo real da URSS deu errado pode ser questionado por ter sido falseável, já anarco-capitalismo ta no mesmo nível dos Cristianismo, enquanto não for posto em prática (me refiro a aplicação da utopia), os seguidores vão usar desculpas pra dizer que isso não pode ser refutado.
Seria algo tipo, ex:

- O cristianismo não pode ser refutado pois não se pode provar a inexistência de Jesus e Jeová;

- o Anarcocapitalismo de "verdade" não pode ser refutado pois nunca foi posto em prática; já o comunismo pode, pois foi posto em prática e falhou. (Mesmo que os comunistas digam que URSS não foi comunismo de verdade ou algo assim)



 

Offline JJ

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.747
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #614 Online: 29 de Outubro de 2019, 01:40:19 »


E o chamado comunismo real da URSS deu errado pode ser questionado por ter sido falseável, já anarco-capitalismo ta no mesmo nível dos Cristianismo, enquanto não for posto em prática (me refiro a aplicação da utopia), os seguidores vão usar desculpas pra dizer que isso não pode ser refutado.
Seria algo tipo, ex:

- O cristianismo não pode ser refutado pois não se pode provar a inexistência de Jesus e Jeová;

- o Anarcocapitalismo de "verdade" não pode ser refutado pois nunca foi posto em prática; já o comunismo pode, pois foi posto em prática e falhou. (Mesmo que os comunistas digam que URSS não foi comunismo de verdade ou algo assim)
 


1) Comunismo é uma forma de anarquismo,  comunismo na concepção de Marx,  seria um estágio posterior ao socialismo e no qual não haveria Estado.  Aqui vai um texto que explica isso corretamente:

Comunismo (do latim communis - comum, universal) é uma ideologia política e socioeconômica, que pretende promover o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem classes sociais e apátrida, baseada na propriedade comum dos meios de produção.[1][2][3]

Um dos seus principais mentores filosóficos, Karl Marx, postulou que o comunismo seria a fase final do desenvolvimento da sociedade humana e que isso seria alcançado através de uma revolução proletária, isto é, uma revolução encabeçada pelos trabalhadores das cidades e do campo.[4] O "comunismo puro", no sentido marxista, refere-se a uma sociedade sem classes (sociedade regulada), sem Estado (ácrata ou apátrida) e livre de quaisquer tipos de opressão,[5] onde as decisões sobre o que produzir e quais as políticas devem prosseguir são tomadas democraticamente e permitindo dessa maneira que cada membro da sociedade organizada possa participar do processo, tanto na esfera política e econômica da vida pública e/ou privada. Marx nunca forneceu uma descrição detalhada de como o comunismo poderia funcionar como um sistema econômico (tal foi feito, por Lenin),[6] mas subentende-se que uma economia comunista consistiria de propriedade comum dos meios de produção, culminando com a negação do conceito de propriedade privada do capital, que se refere aos meios de produção na terminologia marxista.[7] No uso moderno, o comunismo é, muitas vezes, usado para se referir ao bolchevismo, na Rússia. Como um movimento político, o sistema comunista teve governos, em regra, com uma preocupação de fundo para com o bem-estar do proletariado,[8] segundo o princípio "de cada um segundo as suas capacidades, a cada um segundo as suas necessidades".[9]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Comunismo


E

2) Além de não ter havido o estágio de comunismo na URSS, pois não houve uma ausência de Estado na URSS, muito pelo contrário, houve forte presença do Estado, não faz sentido dizer que falhou, pois o que houve foi uma dissolução da URSS em razão primordial de que o Gorbachev  LIBERALIZOU  a prática política,  foi justamente a adoção de um liberalismo político que levou a URSS a dissolução.

A dissolução da URSS foi causada primordialmente pelo liberalismo político de Gorbachev.  Sem o liberalismo político ingênuo e tonto do Gorbachev até hoje a URSS existiria.

« Última modificação: 29 de Outubro de 2019, 02:08:30 por JJ »

Offline JJ

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.747
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #615 Online: 05 de Novembro de 2019, 10:51:52 »

E o chamado comunismo real da URSS deu errado pode ser questionado por ter sido falseável, já anarco-capitalismo ta no mesmo nível dos Cristianismo, enquanto não for posto em prática (me refiro a aplicação da utopia), os seguidores vão usar desculpas pra dizer que isso não pode ser refutado.
Seria algo tipo, ex:
 

1) Nunca existiu comunismo real da URSS , a expressão que normalmente se usa é socialismo real, que é algo muito diferente;


2) Parece que você acredita que a tal refutação que muitos  debil e loides da internet ficam ficam falando ou escrevendo, em relação à política e economia, tem algum sentido  de conhecimento absoluto.   Isso é no mínimo uma ingenuidade gigantesca.

A) Proposições sobre política normalmente  são infestadas de juízos de valores (e normalmente também muitas vezes temos infestação de juízos de valores em proposições relativas à economia).


B) Nem sequer na Física que é a mais Hard e Brutal das ciências nós podemos falar em conhecimento absoluto, o que podemos corretamente falar é que temos a melhor teoria possível até o momento, e podemos falar também que temos teorias muito bem testadas. Mas, mesmo as bem testadas teorias podem vir a mudar  e serem superadas por outras.


Portanto seja mais crítico em relação as coisas que são faladas e escritas sobre política e economia, principalmente se forem faladas por pessoas que não tenham significativo reconhecimento acadêmico na área. E se for falado por um mero youtuber, sem boas qualificações acadêmicas na área em que esteja falando, seja bastante cauteloso,  e seja ainda muito muito mais cauteloso e cético se o cara que não é  um grande e reconhecido especialista da área é sair dizendo que refutou alguma proposição de especialistas reconhecidos na academia, isso será coisa digna de pessoas do nível de  terraplanistas ou anti-vaxxers.
« Última modificação: 05 de Novembro de 2019, 11:01:34 por JJ »

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #616 Online: 12 de Novembro de 2019, 16:41:44 »
<a href="https://www.youtube.com/v/P8pjd1QEA0c" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/P8pjd1QEA0c</a>

Faculdades com fins lucrativos nos EUA podem ser algo medonho. Praticamente golpistas, só algo pouco acima da "Trump university." Em curso de enfermagem, a coisa mais próxima de "residência médica" feita foi uma visita a um museu da cientologia para aprender sobre psiquiatria, que a cientologia considera "indústria da morte." :o Recrutadores desistem por se sentir mal com o aspecto predatório, explorando o lado da dor psicológica por ambições de progresso frustradas, mas também praticamente roubando veteranos de guerra com problemas mentais, que nem lembram que cursos fazem.

Eu achava que todo o esquerdismo sobre dívidas estudantis nos EUA era uma esquerdice de crianças mimadas, mas está mais para uma espécie de ação coletiva contra uma indústria fraudulenta, em parte ao menos.






John Oliver teve um episódio sobre exploração de carvão, baixarias e dramas associados, pelo qual foi processado por um industrialista do carvão, como forma de censura. Então eles posteriormente fizeram ainda um episódio sobre processos frívolos usados como censura, após vencerem.

<a href="https://www.youtube.com/v/aw6RsUhw1Q8" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/aw6RsUhw1Q8</a>

O cara autor do processo declarou falência bem recentemente.  :biglol:


Offline JJ

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.747
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #617 Online: 19 de Novembro de 2019, 09:06:00 »
Sanções dos EUA congelam bilhões de dólares em ativos da Venezuela

© AP Photo / Fernando Llano
AMÉRICAS
07:45 19.11.2019(atualizado 07:53 19.11.2019)

Venezuela perdeu acesso aos seus ativos, de bilhões de dólares, nos EUA em empresas do ramo energético e turístico, conforme disse à Sputnik Félix Plasencia, ministro do Comércio Exterior de Maduro.

Desde o início do ano, os Estados Unidos têm aumentado sua pressão política e econômica contra a Venezuela. Em meio a esse contexto, ativos de empresas venezuelanas foram congelados nos EUA.

"Bilhões de dólares [que] nosso povo possui foram afetados pelas medidas coercivas e unilaterais tomadas pelo governo dos EUA, violando o Direito Internacional e tentando impor decisões unilaterais em um país livre e soberano", declarou à Sputnik Internacional Félix Plasencia, ministro do Comércio Exterior da Venezuela.
Ainda segundo a autoridade venezuelana, o congelamento dos ativos, previsto por sanções estabelecidas em agosto passado, seria uma forma dos EUA "tomarem" os bens da Venezuela.

"Nós fomos afetados pela impossibilidade de mover nossos ativos [...] Nós temos bens, como uma companhia de petróleo congelada nos EUA, que foi tirada de nós", acrescentou Plasencia.
Desta forma, as sanções americanas estariam visando o setor mais importante da economia venezuelana, a exploração e comércio de petróleo, assim como o turismo.

Em janeiro, a empresa venezuelana Citgo, baseada no estado do Texas, foi alvo de sanções que exigiam a redução de suas relações com a PDVSA, carro-chefe da exploração de hidrocarbonetos no país sul-americano.

Em resposta, o presidente Nicolás Maduro acusou os EUA de tentarem se apropriar da empresa.


--------------------------------------------------------


https://br.sputniknews.com/americas/2019111914793163-sancoes-dos-eua-congelam-bilhoes-de-dolares-em-ativos-venezuelanos/



Poderoso Chefão do Norte: o Estado  exemplar que não interfere na economia e que respeita a propriedade dos outros, a terra da liberdade econômica    :histeria:

Simplesmente o Estadão que mais interfere na economia no planeta Terra.    :biglol:



« Última modificação: 19 de Novembro de 2019, 09:08:10 por JJ »

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #618 Online: 22 de Novembro de 2019, 00:51:39 »
Sanções contra aqueles que se colocam contrários à liberdade, na medida do possível, podem ser uma forma de trazer maior liberdade às populações.

Infelizmente a coisa também funciona no sentido reverso, e agora a China tem considerável poder para esse tipo de sanções, mas atuando contra a liberdade.

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
Re:Liberalismo
« Resposta #619 Online: 22 de Novembro de 2019, 16:09:06 »
Até a NBA já sofreu com isso. Um comentário do diretor geral do Houston Rockets em apoio a Hong Kong resultou em sanções que prejudicaram não só o clube como a NBA inteira.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline JJ

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.747
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #620 Online: 24 de Novembro de 2019, 11:56:36 »
Sanções contra aqueles que se colocam contrários à liberdade, na medida do possível, podem ser uma forma de trazer maior liberdade às populações.



A Arábia Saudita deve ser a terra da liberdade, pois afinal de contas é   Super  Amiga   do Super Poderoso Chefão, e não recebeu sanção econômica  do Super  Poderoso Chefão.  Se ela não fosse uma terra de liberdade, certamente o Xerifão mundial da liberdade já teria aplicado fortes sanções econômicas.



Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #621 Online: 24 de Novembro de 2019, 18:53:20 »
A tentativa de ironizar faria mais sentido se a frase citada não tivesse "na medida do possível."

A realidade é que na prática acaba tendo que se fazer concessões.

Nem por isso todos os lados são moralmente iguais, liberdade é um ideal ingênuo, e "viva o grande Putin, a quem eu pago um pau sei lá por que."

Offline JJ

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.747
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #622 Online: 04 de Dezembro de 2019, 10:30:21 »


Conheço uma pessoa que está usando algumas táticas derivadas de ideias old e/ou neo liberais propagadas por libers brazucas,  e ele tem contado que tem obtido bons resultados no  condicionamento e controle  de alguns pobres ignorantes. 

O troço é bom, funciona mesmo para condicionar e controlar pobres ignorantes.   :ok:

Está super aprovada como tática para jogos de poder.    :ok:
« Última modificação: 04 de Dezembro de 2019, 10:35:00 por JJ »

Offline JJ

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.747
  • Sexo: Masculino
Re:Liberalismo
« Resposta #623 Online: 04 de Dezembro de 2019, 12:00:09 »
Estatais representam mais de 40% do PIB da China



Embora tenha passado por um processo de reformas econômicas desde que decidiu se tornar um socialismo de mercado, no fim da década de 70, a presença do Estado ainda é um fator chave para entender a competitividade da economia local

Embora a China tenha passado por um processo de reformas econômicas desde que decidiu se tornar um socialismo de mercado, no fim da década de 70, a presença do Estado ainda é um fator chave para entender a competitividade da economia local. A China é um país com dois sistemas econômicos controlados por um único sistema político, o Partido Comunista. E o controle que o Estado exerce é maior do que em qualquer economia de mercado no mundo, segundo Joseph Dorn, sócio da King & Spalding, empresa que elaborou o estudo encomendado pela CNI.

A Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais (SASAC, na sigla em inglês) é a agência governamental mais importante para as indústrias chinesas e a maior acionista controladora do mundo, com cerca de 120 grandes companhias. A SASAC define o preço dos bens, limita exportações e indica os principais executivos das empresas estatais, que são membros do Partido Comunista. Além disso, os governos das províncias controlam mais de 100 mil empresas estatais. E mais: 75 das 100 maiores empresas de capital aberto chinesas são estatais.

A forte presença e interferência do estado Chinês na economia não seria um problema para o mundo se as estatais não fossem responsáveis por 40% da produção e seus produtos não competissem diretamente com as empresas que seguem regras de mercado. A China tem uma lista de setores que controla, como aviação civil e petroquímicos, e mantém forte influência em máquinas e equipamentos, aço e químicos, conforme mostra o estudo.

Mas o apoio governamental se dá por outras vias que não só o controle das estatais. O estudo contratado pela CNI mostra 13 formas de presença do Estado na economia. São elas:

1. Transparência: As leis são intencionalmente vagas para serem interpretadas conforme o momento. Os incentivos são informais. É impossível saber a quantidade de empresas beneficiadas e em que grau os benefícios ocorrem.

2. Limitação à atividade estrangeira: Empresas estatais representam ainda 40% do PIB e setores estratégicos continuam sob controle absoluto do Estado. O principal órgão regulador (SASAC) é o maior acionista do mundo.

3. Limitação à atividade estrangeira: Por meio de licenças há escolhas entre empresas favorecidas. Há lista de setores em que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) é permitido ou não.

4. Escolha dos setores estratégicos: Escolha de setores em que o Estado deve ter controle absoluto (petroquímico, aço e outros produtos de indústrias de base) e outros em que deve ter "forte influência (como máquinas ou eletrônicos).

5. Acesso a insumos e controle de preços: Acesso preferencial a insumos para determinadas firmas (geralmente estatais), como bauxita, coque, silício e magnésio. Proibição de importação como no caso do algodão.

6. Programas de inovação: Direcionando para empresas chinesas. Um relatório dos EUA apontou que 40% das empresas americanas, que atuam na China, perderam negócios com esse programa de inovação e conteúdo local chinês.

7. Política antimonopólio: Proibição de compras de algumas empresas por capital estrangeiro.

8. Apoio direto à indústria: Estatais são as grandes receptoras de subsídios.

9. Empréstimos: Os quatro bancos estatais escolhem os investimentos que querem financiar a custos baixos e também determinam o perdão de dívidas.

10. Desvalorização cambial: O Peterson Institute calcula que a moeda chinesa está desvalorizada cerca de 20%, em relação aos fundamentos econômicos.

11. Imposto de Renda: Isenção de IR para empresas engajadas nas ações prioritárias do governo central.

12. Tax rebate: País usa de forma a estimular ou desestimular exportações, alterando níveis. Como fez na crise, aumentando o valor, que chegou a três vezes mais em alguns setores.

13. Compras governamentais: 45 categorias de produtos em mais de 300 bilhões de Yuans.

CAPITAL ESTRANGEIRO - No fim dos anos 70, a China iniciou o processo de abertura comercial para desenvolver sua indústria. Com uma série de incentivos, convenceu o mundo de que era hora de levar suas fábricas para o país e explorar seu enorme mercado em potencial.

Seu esforço foi bem sucedido. Em 1978, os valores de investimento estrangeiro eram insignificantes. Em 2011, a China registrou US$ 116 bilhões em investimento estrangeiro. Agora, os governantes chineses entendem que não precisam mais de capital de estrangeiro indiscriminadamente.

O governo controla a entrada de investimento estrangeiro de diversas formas, como, por exemplo, deixando-os de fora da política de compras governamentais e manipulando os preços de matérias-primas essenciais para a indústria.

Download de Arquivos

Relatório sobre a Política Industrial Chinesa (Documento .PDF em inglês)

Editorias:
• Economia • Política industrial
Tags:
#comércio exterior #china #partido comunista #sasac
Da Agência CNI de Notícias





https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/economia/estatais-representam-mais-de-40-do-pib-da-china/?fbclid=IwAR3TU8E7H2Gr3puRrv2iKAtR1aZvVRapKQrydCwyO0YWnmVWKlRM4XeKQAo




---------------------------------------







Offline -Huxley-

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 13.616
Re:Liberalismo
« Resposta #624 Online: 04 de Dezembro de 2019, 12:59:54 »
E por que, apesar disso, o crescimento econômico da China já é inferior ao da Índia?

Se a presença de empresas estatais explicam o crescimento milagroso da China, porque elas não explicam o milagre econômico de outros tigres asiáticos (Malásia, Indonésia, Hong Kong, etc.)? E por que não houve crescimento econômico ainda maior no período pré-Xiaoping, em que a estatização de empresas era ainda maior?
« Última modificação: 04 de Dezembro de 2019, 13:02:16 por -Huxley- »

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!