Autor Tópico: Liberalismo  (Lida 25264 vezes)

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Offline Sergiomgbr

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Re:Liberalismo
« Resposta #550 Online: 16 de Maio de 2019, 13:56:16 »
JJ, o fato de você trazer este conteúdo como proposta de contra argumentar, além de ser bastante mais prolixo que sua própria média ainda trazer essa resposta para outro tópico francamente faz a gente duvidar se a entropia não é uma entidade com vida própria, algo como um Djin, ou um Leprechaun, ou um Demiurgo ou coisa do tipo.
« Última modificação: 16 de Maio de 2019, 15:16:10 por Sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline JJ

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Re:Liberalismo
« Resposta #551 Online: 17 de Maio de 2019, 09:01:39 »
 
JJ, o fato de você trazer este conteúdo como proposta de contra argumentar, além de ser bastante mais prolixo que sua própria média ainda trazer essa resposta para outro tópico francamente faz a gente duvidar se a entropia não é uma entidade com vida própria, algo como um Djin, ou um Leprechaun, ou um Demiurgo ou coisa do tipo.


Ok   :ok:


Mas, você percebeu que  pode ser muito muito vantajoso para quem for proprietário de meio de produção (mesmo que um pequeno meio, quanto mais para um médio ou grande)?


No meu exemplo eu coloquei uma economia e ganho,  perfeitamente possível, para um burguês liberal, de US 425,00 - US$ 80,00 = US$ 345,00 por mês  por um único empregado. Isto valeria para um pequeno empregador. Podemos pensar num empregador maior que empregue dez empregados, neste caso o ganho/vantagem do empregador será:


345 x 10 = US$ 3.450,00  ,  três mil e  quatrocentos e cinquenta dólares por mês a mais no bolso do proprietário de meio de produção, no ano isso dará:

 13 x 3.450 =  US$ 44.850,00 ( quarenta e quatro mil e oitocentos e cinquenta dólares)  a mais no bolso do propritário do meio de produção,  ou

44.850 x 4 = R$ 313.950,00 (trezentos e treze mil e novecentos e cinquenta reais) de ganho/vantagem para o proprietário do meio de produção por ano.



Percebe então que é algo bastante vantajoso para os proprietários de meios de produção, e que portanto é irracional um proprietário de meio de produção ficar contra a livre imigração de pobres de outros países conjugada com a liberalização completa da relação trabalhista aplicada a estes imigrantes (e conjugada preferencialmente  também com a não extensão de qualquer tipo de benesse estatal para esses imigrantes).



« Última modificação: 17 de Maio de 2019, 10:28:17 por JJ »

Offline Cinzu

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Re:Liberalismo
« Resposta #552 Online: 17 de Maio de 2019, 09:40:15 »
Bolsominion defendendo protecionismo e esquerda defendendo liberalismo? Que inversão de valores é essa?
"Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar"

Offline JJ

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Re:Liberalismo
« Resposta #553 Online: 17 de Maio de 2019, 09:58:32 »
Bolsominion defendendo protecionismo e esquerda defendendo liberalismo? Que inversão de valores é essa?



O  Sergiomgbr parece que não tinha percebido essa clara vantagem de aplicar o liberalismo nessa questão de imigração. Provavelmente isso se deve ao fanboyzismo dele pelo Bolso e Trump, que o leva a defender  bobagens anti liberais que originalmente  foram e são defendidas por gente como o Bannom, e que são papagaiadas pelo "chanceler"  filho do Bô, e pelo Bô que papagaia o que o filho dele papagaia.


O engraçado é que nesse ponto o filho "chanceler" do Bô e o Bô  estão do mesmo lado dos interesses de sindicalistas  ( e outros tipos semelhantes de esquerdistas "comunistas" )  e nem se dão conta disso.   :biglol:


É no que dá ficar papagaiando ideias de outros, sem que se faça uma adequada reflexão sobre o problema.


 8-)


« Última modificação: 17 de Maio de 2019, 10:11:45 por JJ »

Offline JJ

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Re:Liberalismo
« Resposta #554 Online: 22 de Maio de 2019, 09:25:09 »
Antes de Trump, Bush e Obama também elevaram algumas tarifas de importação. Eis as consequências



Para quem entende de economia, nenhuma surpresa


Um fabricante nacional de roupas quer vender um terno por $200. Mas ele não consegue vender por esse preço porque os consumidores podem comprar um terno praticamente idêntico produzido por uma manufatura estrangeira por $160.

Sendo assim, ele tem duas opções: ou ele aprimora seu processo de produção, cortando custos e aumentando sua eficiência, ou ele recorre ao governo e faz lobby para encarecer artificialmente o preço do terno estrangeiro.

A segunda opção é sempre a mais fácil e, logo, a preferida.

Ato contínuo, o governo, muito comovido com a situação deste fabricante nacional, impõe uma tarifa de 35% sobre os ternos estrangeiros, o que eleva seu preço para $216.

O que acontecerá com suas chances de agora conseguir vender seu terno por $ 200? Exato, aumentarão enormemente.

Mais: quem realmente arcará com o fardo da tarifa? Correto de novo: o consumidor, que agora pagará $40 a mais por um terno. (Encarecimento de 25%).

Pior ainda: gastando mais com ternos, estes consumidores terão menos dinheiro para gastar em outras áreas da economia. O que acontecerá com as receitas destes setores? E com os empregos? Isso mesmo, acertou de novo.

O aço de Trump

Na quinta-feira, 1º de março, o governo Trump anunciou planos de impor uma tarifa de importação de 25% sobre o aço e outra de 10% sobre o alumínio.

Obviamente, o efeito mais imediato destas tarifas — aliás, esta é exatamente a intenção — é encarecer artificialmente o preço do aço e do alumínio importados, tornando assim o produto nacional mais competitivo.

Isso, em tese, seria bom para as indústrias americanas produtoras de aço e alumínio, que agora voltariam a ter uma fatia de mercado. Igualmente, os trabalhadores deste setor, agora protegidos da concorrência externa, também poderão manter seus empregos.

Mas aí surge o primeiro problema: há aproximadamente 200.000 de trabalhadores nas indústrias de aço, alumínio e ferro. E há nada menos que 6,5 milhões de trabalhadores empregados em indústrias que utilizam aço e alumínio como matéria-prima para seus produtos — empresas que fabricam de tudo, desde caminhões, automóveis e maquinários pesados até latas de cerveja e aramados para galinheiro.

Essas empresas terão de arcar com preços maiores para suas matérias-primas, o que obviamente afetará sua lucratividade e, consequentemente, o próprio emprego de seus trabalhadores.

Acima de tudo, os 154 milhões de americanos que trabalham e consomem serão os grandes atingidos, pois agora todos os produtos que utilizam aço e alumínio em sua composição terão sua produção encarecida, o que significa que ao menos uma parte deste encarecimento será repassada aos preços.

Portanto, logo de partida, já se vê que a ideia de aumentar tarifas para proteger empregos em um setor específico irá, inevitavelmente, afetar empregos em vários outros setores, além do próprio bem-estar de toda a população. Serão 200.000 beneficiados contra 154 milhões prejudicados. O público verá as pessoas empregadas nas siderúrgicas graças às tarifas de importação, mas não verá as pessoas demitidas (ou que não mais conseguirão empregos) em todas as outras indústrias que utilizam aço e alumínio como matéria-prima.

No final, uma tarifa de importação nada mais é do que uma política intervencionista cujo objetivo supremo é criar escassez artificial com o objetivo de beneficiar exclusivamente uma ínfima minoria de empresários e empregados de um setor específico em detrimento de todo o resto da população empreendedora e consumidora.

Nada de novo - Bush e Obama já estiveram lá

Em março de 2002, o então presidente George W. Bush impôs uma tarifa de 30% sobre o aço chinês. O objetivo, obviamente, era proteger empregos no setor siderúrgico.

Só que havia um problema: o número de trabalhadores que utilizam aço como matéria-prima é muito maior do que aqueles que produzem aço.

Os resultados dessa tarifa foram caóticos, embora totalmente previsíveis pela teoria econômica.

Segundo uma extensa pesquisa realizada por um conglomerado de indústrias de bens de consumo, as tarifas contra a China aumentaram os preços do aço (óbvio) e, como consequência, eliminaram 200.000 empregos naqueles setores que compram aço para usar em seus processos de produção.

À época, esses 200.000 empregos eliminados da economia eram mais do que o número total de pessoas que trabalhavam nas siderúrgicas, e representaram US$ 4 bilhões em salários perdidos.

Eis as conclusões do estudo:

 200.000 americanos perderam seus empregos em decorrência do aumento dos preços do aço em 2002. Esses empregos perdidos representaram aproximadamente US$ 4 bilhões (US$ 5,5 bilhões em valores atualizados) em salários perdidos de fevereiro a novembro de 2002.

 Um em cada quatro (50.000) destes empregos perdidos foi nos setores de produção de metais, de maquinários, de equipamentos e de transportes, bem como no de peças de reposição.
 O número de empregos eliminados cresceu continuamente ao longo de 2002, chegando a um pico de 202.000 empregos em novembro.

 O número de americanos que perderam seus empregos em 2002 em decorrência do encarecimento do aço foi maior que o número total de empregos nas próprias siderúrgicas (187.500 americanos estavam empregados nas siderurgias americanas em dezembro de 2002).

Clientes que consumiam produtos fabricados com aço americano trocaram de produtos e passaram a consumir mais estrangeiros, uma vez que o aço americano, protegido da concorrência, tornou esses produtos menos confiáveis e mais caros. Algumas empresas, incapazes de aumentar seus preços em decorrência do maior custo do aço, tiveram elas próprias de absorver todo o aumento de custos de produção, o que as deixou em situação financeira precária.

Felizmente, em dezembro de 2003, Bush teve um lampejo de bom senso e aboliu essa tarifa, a qual só causou estragos à economia. Não coincidentemente, a recuperação econômica veio em 2004.

Entra em cena Obama, que aparentemente não aprendeu nada com seu antecessor.

Em 2009, ele impôs uma tarifa de 35% sobre pneus chineses. O motivo foi o mesmo de sempre: as fabricantes americanas estavam reclamando de "concorrência desleal" dos chineses.

Em janeiro de 2012, o próprio Obama se gabou dizendo que "mais de 1.000 americanos têm um emprego hoje porque interrompemos esse surto de pneus chineses". Estima-se que 1.200 empregos na indústria americana de pneus foram protegidos por essa tarifa.

Mas, como sempre na economia, há o que se vê e o que não se vê.

De acordo com este completo e aprofundado estudo do Peterson Institute for International Economics (reconhecido até mesmo por fontes de esquerda), essas tarifas obrigaram os americanos a pagar US$ 1,1 bilhão a mais por pneus americanos.

Ou seja: embora 1.200 empregos tenham sido protegidos na indústria americana de pneus, o custo por emprego mantido foi de impressionantes US$ 900.000 naquele ano.

Mais ainda: segundo o Bureau of Labor Statistics [o IBGE americano], o salário médio anual de pessoas que trabalhavam na indústria de pneus era de US$ 40.070.

E piora: como os consumidores americanos tiveram de pagar US$ 1,1 bilhão a mais em pneus, eles não puderam usar esse dinheiro para comprar bens e serviços de outros setores. Consequência? Aproximadamente 4.000 americanos (3.731, para ser mais exato) perderam seus empregos nestes setores.

Ou seja: 1.200 empregos salvos a um astronômico custo de US$ 900.000 por emprego versus 3.731 empregos destruídos pela tarifa.

E um adendo: a maior parte do US$ 1,1 bilhão a mais que os americanos pagaram em decorrência dos pneus mais caros não se traduziu em aumentos salariais para os trabalhadores da indústria de pneus. Segundo o estudo do Peterson Institute, apenas 5% deste valor foi para o bolso dos empregados. Os 95% restantes viraram bônus corporativos.

Tarifas servem para isso mesmo.

Assim com Bush, Obama também acabou tendo um lampejo de bom senso, e seu governo aboliu a tarifa em 2012.

Conclusão

Tentar salvar empregos impondo tarifas e limitando as escolhas dos consumidores acaba simplesmente destruindo ainda mais empregos. O resto da população paga preços maiores por tudo, e empregos são perdidos em outros setores.

E se você levar em consideração que outros países podem, em retaliação, impor tarifas sobre todos os seus produtos, o desemprego tenderá a ser várias vezes maior.

Encarecer artificialmente os bens importados de outro país nada mais é do que um presente para lobistas poderosos, à custa de toda a população.

No final, tarifas de importação fazem exatamente o que prometem: protegem os produtores domésticos (uma ínfima minoria), blindando-os da concorrência e permitindo que eles elevem preços e sejam mais ineficientes sem serem punidos pelos consumidores, que agora não mais podem recorrer à concorrência estrangeira.

Como diz o ditado: sim, tarifas protecionistas protegem as empresas nacionais. Protegem de quem? Dos consumidores.



https://mises.org.br/Article.aspx?id=2854


« Última modificação: 22 de Maio de 2019, 09:28:06 por JJ »

Offline JJ

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Re:Liberalismo
« Resposta #555 Online: 22 de Maio de 2019, 09:31:59 »


O racional em termos liberais é atacar as causas dos maiores custos internos, ao invés  de aumentar tributos sobre a importação de produtos de outro país.




Offline Buckaroo Banzai

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« Resposta #556 Online: 24 de Maio de 2019, 13:02:35 »
Cingapura não é, conforme abordado anteriormente, o modelo de liberalismo econômico que certas fontes podem dizer ser, como também é consderavelmente restrita em liberdades individuais:

<a href="https://www.youtube.com/v/1iPl2ZxH2DA" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/1iPl2ZxH2DA</a>

Offline JJ

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Re:Liberalismo
« Resposta #557 Online: 26 de Maio de 2019, 14:07:33 »

Economia da Alemanha nazista


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



Nota de 20 Reichsmark.


Adolf Hitler numa cerimônia de construção das Autobahn, em setembro de 1933.


Nos primeiros anos do regime nazista ou nazi, a economia da Alemanha recuperou-se e cresceu de maneira extremamente rápida, o que foi considerado "um milagre" por muitos economistas. O desemprego de 1920 e do início de 1930 foi reduzido de seis milhões de desempregados em 1932 para menos de um milhão em 1936. A produção nacional cresceu 102%, de 1932 a 1937, e a renda nacional dobrou. Em 1933 a política econômica nazista ditada pelo Ministro da Economia Dr. Hjalmar Schacht — uma vez que Hitler despreza economia — queria diminuir o desemprego por meio da expansão de obras públicas[1] e do estímulo a empresas privadas. O crédito governamental foi fornecido pela criação de fundos especiais de desemprego, concedeu-se isenção de impostos às empresas que aumentassem o emprego e seus gastos de capital em 1935, 1936, 1937 e 1938 o PIB alemão cresceu a uma taxa de 9% ao ano atingindo um crescimento de 11% em 1939.[2] O governo alemão se declarava na época um defensor da livre iniciativa e da propriedade privada.[3][4]


Uma das principais bases da recuperação alemã foi o rearmamento, para o qual o regime nazista dirigiu sua força econômica, a indústria e o trabalho a partir de 1934. Sendo conhecido como Wehrwirtschaft (economia de defesa), que devia funcionar em tempos de paz e guerra e no período que antecede a guerra.[5]

[...]




https://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_da_Alemanha_nazista

Offline JJ

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Re:Liberalismo
« Resposta #558 Online: 29 de Maio de 2019, 13:12:12 »


31/05/2016 17h59 - Atualizado em 31/05/2016 18h11


FMI diz que políticas neoliberais aumentaram desigualdade


Artigo defende que programas de austeridade não geraram crescimento. Documento aponta 'efeitos nocivos de longo prazo' na doutrina econômica.


Do G1, em São Paulo, com agências


O neoliberalismo, doutrina econômica combatida pela esquerda, recebeu críticas de um de seus maiores defensores, o Fundo Monetário Internacional (FMI), em artigo publicado por três economistas da instituição.
O documento sugere que o receituário neoliberal, prescrito pelo próprio FMI para o crescimento econômico sustentável em países em desenvolvimento, pode ter efeitos nocivos de longo prazo.


A nova consideração dá suporte a uma legião de críticas em países como Portugal e Grécia, que têm se submetido a políticas de austeridade (contenção de gastos e aumento de impostos) previstas pelo FMI, diz a AFP.
"Os benefícios de algumas políticas que são uma parte importante da agenda neoliberal parecem ter sido um pouco exagerados", disseram os economistas no artigo, na edição de junho da revista Finance & Development.


PIB do Brasil terá 2º pior desempenho do mundo em 2016

FMI mostra preocupação com 'ventos frios' que sopram no Brasil

Brasil só voltará a ter superávit primário em 2020, prevê FMI

"Em vez de gerar crescimento, algumas políticas neoliberais aumentaram a desigualdade, colocando em risco uma expansão duradoura",
argumentaram.

Os autores, três membros do departamento de pesquisa do FMI, disseram que a abordagem tradicional para ajudar os países a reconstruir suas economias através de corte de gastos do governo, privatização, livre comércio e abertura de capital podem ter custos "significativos" em termos de maior desigualdade.


"O aumento da desigualdade prejudica o nível e a sustentabilidade do crescimento", disseram. "Mesmo que o crescimento seja o único ou
principal objetivo da agenda neoliberal, os defensores dessa agenda devem prestar atenção nos efeitos de distribuição".


Rigidez orçamentária

Embora os três economistas reconheçam pontos positivos na agenda neoliberal, eles destacam dois grandes problemas: a remoção de todas as restrições ao fluxo de capital e a rigidez orçamentária dos governos.
Os economistas reconhecem as vantagens da abertura de capital em países em desenvolvimento, mas dizem que o fluxo pode ser de um capital de curto prazo, causando grande volatilidade nos mercados e aumentando as chances de quebra.

Segundo os autores, de 150 casos desde a década de 1980 de economias emergentes que tiveram um forte aumento dos fluxos de capital, 20% resultaram em crise financeira. Além disso, a abertura financeira gera um aumento considerável da desigualdade na população do país, alertaram.

As políticas de austeridade, que frequentemente reduzem o tamanho do Estado, não somente "gera custos sociais substanciais" mas também "prejudica a demanda", além de aprofundar o desemprego.


http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/05/fmi-diz-que-politicas-neoliberais-aumentaram-desigualdade.html



Offline -Huxley-

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Re:Liberalismo
« Resposta #559 Online: 29 de Maio de 2019, 14:01:52 »
Agora, fazer a esbórnia fiscal socialista que a Grécia fez e que virou o gatilho do início da crise é "neoliberalismo". E centralização socialista monetária do Euro, que multiplicou a crise grega, virou "neoliberalismo".

Espera que estou com uma dor de barriga agora. Esse "neoliberalismo" desgraçado!
« Última modificação: 29 de Maio de 2019, 22:42:38 por -Huxley- »

Offline Sergiomgbr

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Re:Liberalismo
« Resposta #560 Online: 29 de Maio de 2019, 14:05:25 »
Neo liberal x Matrix...
Até onde eu sei eu não sei.

Offline JJ

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Re:Liberalismo
« Resposta #561 Online: 30 de Maio de 2019, 09:22:16 »
Prefeitura de São Paulo apreende patinetes elétricos no primeiro dia de fiscalização



Centenas de patinetes foram recolhidos na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em Pinheiros. Prefeitura de SP diz que
557 patinetes foram confiscados. Empresa diz que ao menos 400 patinetes foram danificados pela Prefeitura.
Por Marcel Lopes e Rikardy Tooge, TV Globo e G1 SP


29/05/2019 17h28 · Atualizado

Prefeitura de São Paulo começa a multar empresas de patinete elétrico
há uma hora



No dia que a Prefeitura de São Paulo começou a fiscalizar e multar empresas de patinetes elétricos, agentes da
Subprefeitura de Pinheiros recolheram 557 patinetes. A blitz foi concentrada ao longo da Avenida Brigadeiro Faria
Lima, , na Zona Oeste da capital. A Grow, empresa dona dos patinetes Grin e Yellow, informou que pelo menos 400
de seus patinetes foram apreendidos e danificados pela Prefeitura de São Paulo.


Durante a fiscalização flagrada pelo G1, vários usuários de patinetes andavam ao longo da ciclovia sem capacetes e
nenhum deles foi abordado pelos agentes da Prefeitura. Em vez disso, os funcionários recolheram todos os
equipamentos que viam pela frente.



Onde tinha patinetes, independentemente de estarem na ciclovia, na calçada ou até em áreas particulares, os
agentes recolhiam e os colocavam em um caminhão. Todos os equipamentos apreendidos foram levados para
Subprefeitura de Pinheiros.


A operação foi acompanhada pelo subprefeito de Pinheiros, João Vestim Grande, e pelo Secretário de Coordenação
das Subprefeituras, Alexandre Modonezi de Andrade, que não quiseram falar sobre a blitz


A Prefeitura de São Paulo disse que 557 patinetes foram recolhidos no primeiro dia de fiscalização. "As empresas de
locação de patinetes não realizaram o credenciamento previsto na legislação e, portanto, operam sem autorização da administração. As penalidades para as empresas vão do recolhimento dos equipamentos até a multa de R$ 20 mil", disse em nota


O que diz a lei


A lei sancionada pelo prefeito Bruno Covas prevê no item VI do artigo 3º a apreensão dos patinetes estacionados irregularmente: "São obrigações das empresas responsáveis pelo fornecimento do serviço de compartilhamento de equipamentos individuais auto propelidos como patinetes, ciclos e outros equipamentos, elétricos ou não:




I - promover campanhas educativas a respeito do correto uso e circulação dos equipamentos de mobilidade
individual nas vias e logradouros públicos;
·
II - fornecer aos usuários ou condutores aplicativo/programa (software) para celulares com finalidade de utilizar o
serviço;
·
III - fornecer pontos de locação fixos e móveis que poderão ser identificados por meio do aplicativo ou sítio
eletrônico;
·
IV - disponibilizar no aplicativo oferecido ao usuário, manual de condução defensiva, contendo informações sobre
a condução segura dos veículos;
·
V - comprovar a contratação de seguro de responsabilidade civil para cobrir eventuais danos causados a terceiros
ou ao patrimônio público decorrentes do uso dos equipamentos de mobilidade individual;
·
VI - recolher os equipamentos de mobilidade individual que estiverem estacionados irregularmente, sob
pena de apreensão por agentes da Subprefeitura


VII - arcar com todos os danos decorrentes da prestação do serviço, ainda que gerados por caso fortuito, força
maior, dolo ou culpa de usuários;
·
VIII - manter a confidencialidade dos dados dos usuários; ·
IX - fornecer os dados dos usuários/condutores aos órgãos municipais ou de segurança pública, sempre que
solicitados em virtude de questões envolvendo crimes, contravenções ou acidentes;
·
X - compartilhar os dados de geolocalização dos equipamentos com as Secretarias Municipais de Mobilidade e
Transportes e das Subprefeituras;
·
XI - informar à Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes, mensalmente, o número de acidentes
registrados no sistema



Pela manhã, guardas-civis metropolitanos e funcionários de empresas responsáveis pelo transporte alternativo
foram vistos orientando usuários na ciclovia.

As multas em caso de descumprimento podem variar de R$ 100 a R$ 20 mil. Sendo:
Guardas-civis metropolitanos (GCMs) e um agente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) afirmaram ao G1
que não receberam informações da Prefeitura sobre como proceder e que nem existem talões ou sistema
específico para aplicar a punição.



Por enquanto, segundo eles, o dia foi tirado para orientar os usuários sobre as regras. O G1 procurou a Prefeitura
para saber se multas já foram aplicadas, mas, até o fechamento desta reportagem, ela não havia se posicionado.
Usuários sem capacete foram abordados pelo G1 e afirmaram saber das regras e que, inclusive, receberam
orientação de funcionários da empresa que reúne as marcar Grin e Yellow. Alguns disseram que esqueceram o
capacete no escritório.


À reportagem, empregados da companhia disseram que só orientavam quem pedia informações e que a função
principal era organizar os equipamentos. Sobre guardas aplicarem multas, os usuários irregulares disseram que não
viram nenhuma abordagem



https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/05/29/prefeitura-de-sao-paulo-apreende-patinetes-eletricos-no-primeiro-dia-de-fiscalizacao.ghtml


« Última modificação: 30 de Maio de 2019, 09:28:02 por JJ »

Offline JJ

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Re:Liberalismo
« Resposta #562 Online: 30 de Maio de 2019, 10:19:21 »
Por que obedecemos ordens?


Fidelidade, devoção afetiva e respeito à hierarquia são alguns dos principais motivos por trás de uma dominação estável

agosto de 2016



Obedecemos, seguimos e damos ordens muitas vezes até sem perceber. Há leis, regras de trânsito, conselhos morais e espirituais, determinações do chefe e tantas outras situações em que prevalece mando e obediência. Numa dessas relações é fácil imaginar motivos para alguém desejar comandar – como sede de status, vantagens materiais ou satisfação da vaidade. Pode ser mais interessante, contudo, pensar no que leva alguém a obedecer sem fazer questionamentos – ou pelo menos estranhar essa conjuntura. O sociólogo alemão Max Weber deu algumas respostas a essa questão. No início do século 20 ele estudou as relações de dominação, a qual definiu como “probabilidade de encontrar obediência a determinada ordem”. O que mais lhe interessava nessas relações era o sentido dado à ação de obedecer por aqueles que se submetiam às ordens.



Podem existir motivações para a obediência com base no medo, no afeto, num costume arraigado ou no cálculo das vantagens de ser conivente com o dominador. Mas a dominação construída sobre esses alicerces pode ser instável. De acordo com Weber, as relações de mando-obediência tornam-se mais estáveis quando o sujeito que segue as determinações alheias o faz por acreditar que esta é a coisa certa a fazer. Em outras palavras, a dominação é mais estável quando o dominado acredita na legitimidade do motivo de sua obediência. Três fundamentos são identificados pelo sociólogo para a dominação ser considerada legítima por aqueles que acatam e cumprem as ordens.


Existem os casos em que a motivação é a crença na legitimidade das ordenações e dos poderes senhoriais existentes há muito tempo. Obedece-se por fidelidade, sem questionamentos, porque se acredita que o estado das coisas foi daquele jeito desde sempre. Mas as ordens não podem ser aleatórias. Seu conteúdo está “santificado” pela tradição, embora haja um limite nas ações de quem manda, entre as partes determinadas pela tradição, pelo seu arbítrio e graça, podendo esta última ser influenciada por simpatias pessoais. Exemplo desse tipo de relação, chamada de dominação tradicional, é a autoridade dos pais de família nas relações patriarcais.


Outra razão para  considerar as ordens de uma pessoa como legítimas é a devoção afetiva a ela ou a crença em seus dons (como faculdades mágicas, abertura para revelações místicas, demonstrações de heroísmo, poder intelectual ou alta capacidade de convencimento pelo discurso). Encontramos esse tipo de relação entre grandes oradores, guerreiros ou líderes religiosos e seus séquitos. Mas a dominação embasada no carisma é tão extracotidiana que dificilmente se mantém sozinha por muito tempo.


Mais estável é a chamada dominação legal. Nela, uma pessoa não é obedecida por uma qualidade sua, mas pelo cargo que ocupa. Na verdade, o que realmente é obedecido é uma regra estatuída. A ideia básica, nesse tipo de relação, é que qualquer direito pode ser criado ou modificado mediante um estatuto correto. Correspondem a esse tipo de dominação a estrutura do Estado, as empresas capitalistas e toda associação moderna que dispõe de um numeroso e hierarquizado quadro de funcionários (os burocratas). Mas nenhum desses tipos de dominação existe de forma isolada dos demais. Hitler, por exemplo, era aprovado por boa parte dos alemães por causa de seu discurso carismático, mas comandou uma burocracia que a muitos parecia legítima por ter sido criada legalmente e de modo racional; mas também era obedecido porque havia mecanismos de violência para reprimir quem o contrariasse.


Leia mais:

O medo de ser uma farsa

A síndrome do impostor, que aparece de forma mais intensa no ambiente profissional, pode estar associada ao risco de depressão

Administrando as emoções de seus interlocutores

Prestar atenção a demonstrações de ansiedade, irritação, empolgação, decepção ou pesar – nossas e, principalmente, dos outros – pode ser um grande diferencial para o sucesso de acordos



https://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/por_que_obedecemos_ordens_.html


Offline JJ

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« Resposta #563 Online: 30 de Maio de 2019, 10:27:51 »

OS TIPOS DE DOMINAÇÃO SEGUNDO MAX WEBER

SOCIOLOGIA

Definição do tipos de dominação, dominação legal, dominação tradicional, dominação carismática...




No cerne de relações sociais, moldadas pelas lutas, Max Weber percebe de fato a dominação, dominação esta, assentada em uma verdadeira constelação de interesses, monopólios econômicos, dominação estabelecida na autoridade, ou seja o poder de dar ordens, por isso ele acrescenta a cada tipo de atividade tradicional, afetiva ou racional um tipo de dominação particular.Weber definiu as dominações como a oportunidade de encontrar uma pessoa determinada pronta a obedecer a uma ordem de conteúdo determinado.


Dominação Legal (onde qualquer direito pode ser criado e modificado através de um estatuto sancionado corretamente), tendo a “burocracia” como sendo o tipo mais puro desta dominação. Os princípios fundamentais da burocracia, segundo o autor são a Hierarquia Funcional, a Administração baseada em Documentos, a Demanda pela Aprendizagem Profissional, as Atribuições são oficializadas e há uma Exigência de todo o Rendimento do Profissional. A obediência se presta não à pessoa, em virtude de direito próprio, mas à regra, que se conhece competente para designar a quem e em que extensão se há de obedecer. Weber classifica este tipo de dominação como sendo estável, uma vez que é baseada em normas que, como foi dito anteriormente, são criadas e modificadas através de um estatuto sancionado corretamente. Ou seja, o poder de autoridade é legalmente assegurado.


Dominação Tradicional (onde a autoridade é, pura e simplesmente, suportada pela existência de uma fidelidade tradicional); o governante é o patriarca ou senhor, os dominados são os súditos e o funcionário é o servidor. O patriarcalismo é o tipo mais puro desta dominação. Presta-se obediência à pessoa por respeito, em virtude da tradição de uma dignidade pessoal que se julga sagrada. Todo o comando se prende intrinsecamente a normas tradicionais (não legais) ao meu ver seria um tipo de “lei moral”. A criação de um novo direito é, em princípio, impossível, em virtude das normas oriundas da tradição. Também é classificado, por Weber, como sendo uma dominação estável, devido à solidez e estabilidade do meio social, que se acha sob a dependência direta e imediata do aprofundamento da tradição na consciência coletiva.


Dominação Carismática (onde a autoridade é suportada, graças a uma devoção afetiva por parte dos dominados). Ela assenta sobre as “crenças” transmitidas por profetas, sobre o “reconhecimento” que pessoalmente alcançam os heróis e os demagogos, durante as guerras e revoluções, nas ruas e nas tribunas, convertendo a fé e o reconhecimento em deveres invioláveis que lhes são devidos pelos governados. A obediência a uma pessoa se dá devido às suas qualidades pessoais. Não apresenta nenhum procedimento ordenado para a nomeação e substituição. Não há carreiras e não é requerida formação profissional por parte do “portador” do carisma e de seus ajudantes. Weber coloca que a forma mais pura de dominação carismática é o caráter autoritário e imperativo. Contudo, Weber classifica a Dominação Carismática como sendo instável, pois nada há que assegure a perpetuidade da devoção afetiva ao dominador, por parte dos dominados.


Max Weber observa que o poder racional ou legal cria em suas manifestações de legitimidade a noção de competência, o poder tradicional a de privilégio e o carismático dilata a legitimação até onde alcance a missão do “chefe”, na medida de seus atributos carismáticos pessoais.


Referências:


WEBER, Max. Ensaios de Sociologia. Ed. Guanabara: Rio de Janeiro, 1981.

COSTA, Cristina. “Sociologia alemã: a contribuição de Max Weber”, in: Sociologia – Introdução à ciência da sociedade. (2a ed). São Paulo: Moderna, 2001 (pp. 70-77).

FERREIRA, Delson. Manual de sociologia: dos clássicos à sociedade da Informação. São Paulo: Atlas, 2001.

Bianca Wild.
Cientista social (Socióloga)
Bolsista do CNPq AT-NS


https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/sociologia/os-tipos-dominacao-segundo-max-weber.htm



Offline JJ

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Re:Liberalismo
« Resposta #564 Online: 30 de Maio de 2019, 10:56:57 »


A psicologia da obediência e a virtude da desobediência


Pensar Contemporâneo

Por Pensar Contemporâneo

Filosofia  Sociologia e Política





“O cidadão deve, por um momento, ou no mínimo grau, renunciar a sua consciência ao legislador? Por que todo homem tem consciência então? Acho que devemos ser homens primeiro e sujeitos depois. . A única obrigação que tenho o direito de assumir é fazer, a qualquer momento, o que acho certo. ” (Henry David Thoreau, Desobediência Civil)

Essas palavras, escritas por Henry David Thoreau em sua grande obra Desobediência Civil , expressam um sentimento quase imperceptível para a maioria das pessoas hoje em dia. Na esfera privada, é normal que as pessoas usem sua consciência para avaliar a moralidade de uma ação, mas quando se trata das coisas que lhes são exigidas por seu governo, obediência inquestionável, com pouca atenção quanto ao certo ou errado da ação.

Neste artigo, vamos examinar a psicologia da obediência, prestando especial atenção ao motivo pelo qual as pessoas obedecem àquelas que estão no poder, mesmo que isso signifique realizar ações que, em qualquer outra situação, considerariam imorais. Também examinaremos a desobediência e como ela age como uma contra-força crucial para o surgimento de um governo opressivo.


 
A obediência pode ser definida como a realização de uma ação não por causa de um desejo ou motivo pessoal, mas porque alguém é ordenado a fazê-lo por alguém em posição de autoridade. A obediência pode ser extremamente benéfica em certas circunstâncias, como no relacionamento entre uma criança e os pais, ou na adesão a leis que impedem ações agressivas, como agressão, roubo ou assassinato. No entanto, em outros casos, a obediência pode  causar os resultados mais brutais:

“. . .Até mesmo um olhar superficial sobre a história ”, escreveu Arthur Koestler,“ deve convencer alguém de que crimes individuais cometidos por motivos egoístas desempenham um papel insignificante na tragédia humana, comparados aos números massacrados na lealdade altruísta a uma tribo, nação, dinastia, igreja, ou ideologia política. . . ” (Arthur Koestler, Janus: Um resumo)

O que esse triste fato da história sugere é que os humanos têm uma forte tendência a obedecer àqueles em posições de poder. Sigmund Freud reconheceu esta afirmação de que nunca devemos “subestimar o poder da necessidade de obedecer”. Como a maioria de nossas características definidoras, essa necessidade de obedecer, é em parte instintiva.

Estendendo-se profundamente em nosso passado evolucionário, muitos dos ancestrais do homo sapiens se organizavam de acordo com sistemas de classificação ou o que são chamados hierarquias de dominância. Sobrevivência em uma hierarquia de dominância requer a habilidade de fazer distinções entre hierarquia e reconhecimento das ações permitidas e proibidas com base em sua classificação. A falha em qualquer um desses aspectos pode levar à morte ou ser expulso do grupo de alguém e, portanto, aqueles que exibem tais características têm maior probabilidade de sobreviver e transmitir seus genes.


 
Mas enquanto a influência das hierarquias de dominância em nossa história evolutiva pode ajudar a explicar a tendência humana de obedecer, ela não explica completamente por que as pessoas obedecem, mesmo quando as ações exigidas delas são claramente imorais ou em detrimento de sua própria sobrevivência. Por exemplo, olhando para o reinado brutal de Stalin na Rússia ou no Khmer Vermelho no Camboja , por que aqueles que viveram durante esses períodos permanecem obedientes a ponto de cometer as mais brutais ações, incluindo o assassinato em massa e a tortura de pessoas completamente inocentes?

Pode ser tentador sugerir que a maioria das pessoas é cúmplice de tirania devido ao medo. No entanto, embora isso seja verdade até certo ponto, o medo sozinho não pode explicar o fato de que muitas pessoas não reconhecem  a injustiça de seu próprio governo, mesmo quando estão vivendo sob tirania. Como Don Mixon em seu livro Obediência e Civilização explica:

“Podemos estar genuinamente confusos sobre como as pessoas podem obedecer a comandos que parecem tanto sanguinários quanto estúpidos. A perplexidade pode desaparecer quando percebemos que, aos olhos de seus perpetradores, os crimes hediondos da história não são crimes hediondos, mas atos de lealdade, patriotismo e dever. Do ponto de vista do presente, podemos vê-los como crimes hediondos, mas, ordinariamente, do mesmo ponto de vista, não podemos ver os crimes de nossos próprios governos como hediondos ou mesmo como crimes. ” (Don Mixon, Obediência e Civilização)

Michael Huemer, em seu livro O problema da autoridade política , sugere que a existência de certos vieses cognitivos pode ajudar a explicar essa incapacidade de reconhecer a injustiça do próprio governo. Um dos mais prevalentes desses vieses é o fenômeno psicológico conhecido como dissonância cognitiva. Como Huemer explica:


 
“De acordo com essa teoria amplamente aceita … vivenciamos um estado desconfortável, conhecido como ‘dissonância cognitiva’, quando temos duas ou mais cognições que estão em conflito ou tensão uma com a outra – e particularmente quando nosso comportamento ou outras reações parecem conflito com a nossa auto-imagem. Então, tendemos a alterar nossas crenças ou reações para reduzir a dissonância. Por exemplo, uma pessoa que se vê como compassiva e se vê infligindo dor aos outros experimentará dissonância cognitiva. Ele pode reduzir essa dissonância deixando de infligir dor, mudando sua imagem de si mesmo ou adotando crenças auxiliares para explicar por que uma pessoa compassiva pode infligir dor nessa situação. ” (Michael Huemer, O Problema da Autoridade Política)

A existência de um governo opressor produz muitas situações em que a dissonância pode surgir, já que as pessoas são freqüentemente obrigadas a tomar ações que conflitam com suas crenças pessoais de certo e errado e suas imagens de si mesmas como um bom povo. Um gatilho extremamente comum para a dissonância nos dias de hoje surge da exigência de pagar impostos para financiar atividades governamentais que envolvem coisas que se consideram antiéticas – exemplos podem incluir a prisão de usuários de drogas, o resgate de capitalistas de barganhas, a luta de guerras, ou a vigilância em massa da própria cidadania.

Em outras palavras, o pagamento de impostos, juntamente com o conhecimento de que esse dinheiro está sendo usado para financiar programas e atividades que se vê como imorais, pode gerar dissonância cognitiva. Para lidar com essa dissonância, algumas pessoas mudarão suas crenças em relação à beneficência e à necessidade de um estado centralizado. Mas uma maneira mais comum de acabar com essa dissonância é adotar justificativas para desculpar essas ações do governo ou para evitar fontes de informação que estimulem a consciência da imoralidade decorrente de seu próprio governo.

Além da dissonância cognitiva, outro viés psicológico que contribui para a disposição humana de obedecer até mesmo a um governo tirânico é o viés do status quo que é a “poderosa tendência de ver as crenças da própria sociedade como obviamente verdadeiras e as práticas como certa e boas – independentemente do que essas crenças e práticas são. ”(Michael Huemer, O Problema da Autoridade Política)


 
A necessidade de ser aceito, o poderoso impulso para se conformar, bem como as pesadas doses de doutrinação, promovem o viés do status quo. Como Huemer explica:

“O governo é uma característica extremamente proeminente e fundamental da estrutura de nossa sociedade. Sabemos que as pessoas tendem a ter um viés poderoso em favor dos arranjos existentes em suas próprias sociedades. Portanto, é lógico que, independentemente de qualquer governo ser ou não legítimo, a maioria de nós teria uma forte tendência a acreditar que alguns governos são legítimos, especialmente os nossos e outros semelhantes. ” (Michael Huemer, O Problema da Autoridade Política)

Não é de surpreender, portanto, que tantas pessoas obedeçam inquestionavelmente aos comandos do governo, por mais opressivos ou tirânicos que se tornem, quando se consideram os vieses cognitivos e as tendências evoluídas do homem. Na verdade, Don Mixon chegou ao ponto de escrever:

“Obediência que ocorre em uma estrutura social hierárquica. .. não precisa de uma explicação especial. No entanto, a desobediência nas mesmas circunstâncias precisa ser explicada. ”(Don Mixon, Obediência e Civilização)

No restante deste artigo, veremos o que promove a probabilidade de desobediência em resposta à tirania. A primeira coisa a notar é que claramente as pessoas não se recusarão a cometer atos imorais, a menos que superem os preconceitos que promovem a obediência inquestionável ao Estado. A auto-educação e livrar-se das falsas crenças que resultam de anos de doutrinação e propaganda excessiva é crucial. Somente fazendo isso podemos afrouxar o domínio que as ideologias perniciosas têm em nossas mentes e, em vez disso, como Thoreau recomendou, usar nossa própria consciência para avaliar o certo ou o errado de uma ação.


 
As pessoas também são mais propensas a desobedecer aos comandos tirânicos dos que estão no poder se perderem a confiança na capacidade de seus governantes. Isso poderia acontecer se um número crescente de pessoas percebesse que as sociedades são complexas demais para que o controle centralizado do governo seja eficaz. No entanto, a perda de confiança é mais provável de surgir devido à inépcia dos políticos, o que torna cada vez mais difícil para as pessoas depositarem fé nas instituições governamentais existentes.

Um fator adicional, especialmente relevante atualmente, que afeta a desobediência, está relacionado ao grau de vigilância em uma sociedade. Em Desobediência e Civilização, Don Mixon aponta que a vigilância em massa diminui enormemente a probabilidade de desobediência, pois cria uma situação análoga àquela enfrentada por um crente religioso devoto que censura seus pensamentos e comportamentos devido ao olho que tudo vê de Deus:

Os deuses, é claro, são freqüentemente descritos como sendo oniscientes e onipotentes. E não é difícil perceber porquê. Se os crentes puderem realmente acreditar que seu Deus pode enxergar em suas mentes e corações e acreditar que Ele os castigará severamente se vislumbrar a menor deslealdade, eles poderão ser persuadidos a mudar seu modo de pensar e sentir e tornar-se, internamente e externamente, mais complacente e mais obediente. Pois o que deve ser superado, o principal obstáculo no caminho das hierarquias de comando, atingindo sua forma típica ideal, é o poder humano de mentir, fingir e assimilar. Cidadãos que têm a capacidade de fingir lealdade e amor enquanto planejam a desobediência e a traição são sérias ameaças à segurança de qualquer poder que seja. Somente se as pessoas puderem ser persuadidas de que seus esforços para mentir e fingir se tornam infrutíferas por um olho que tudo vê, podem. . .obediência se torne assegurada. ”(Don Mixon, Obediência e Civilização)

Sociedades que aceitam a necessidade de vigilância em massa, ou permitem que ela se espalhe pela não-ação e pela conformidade, são sociedades que se tornam cada vez mais incapazes de resistir à tirania. Os regimes totalitários do século XX reconheciam claramente isso, pois todos eles instituíam formas de vigilância em massa sobre seus cidadãos. No entanto, a tecnologia moderna criou capacidades de vigilância que ditadores, como Hitler e Stalin, só poderiam sonhar. Conforme essas tecnologias são usadas, uma prisão da mente, por assim dizer, será construída. Percebendo que grande parte da vida de alguém está sendo monitorada, as capacidades de vigilância dos governos, como um olho de Deus que tudo vê, farão com que pensamentos e comportamentos favoreçam a conformidade e a norma.

Enquanto a tendência a obedecer é certamente uma característica proeminente do homem, há sempre alguns bravos que, diante do poder corrupto, estão dispostos a se levantar e recusar. Aqueles com a coragem de desobedecer não são apenas protetores da liberdade, mas, como Erich Fromm sugeriu, indivíduos que movem uma sociedade para frente:

“O homem continuou a evoluir por atos de desobediência. Seu desenvolvimento espiritual não só era possível porque havia homens que ousavam dizer não aos poderes em nome de sua consciência ou de sua fé, mas também seu desenvolvimento intelectual dependia da capacidade de ser desobediente, desobediente às autoridades que tentaram amordaçar novos pensamentos e a autoridade de opiniões estabelecidas que declaravam uma mudança absurda. ” (Erich Fromm, On Disobedience and Other Essays)

 

Esse artigo foi copilado e traduzido do vídeo The Psychology of Obedience and The Virtue of Disobedience


https://www.pensarcontemporaneo.com/psicologia-da-obediencia-e-virtude-da-desobediencia/

Offline Sergiomgbr

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Re:Liberalismo
« Resposta #565 Online: 30 de Maio de 2019, 11:35:25 »
Testões. Quanto maiores, mais probabilidade de serem conteúdos enviesados, ou mesmo meramente blábláblá inutiu filhosofico.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline JJ

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Re:Liberalismo
« Resposta #566 Online: 01 de Junho de 2019, 10:10:54 »

Os problemas de venerar e obedecer “as leis”


Grande parte da imoralidade à sua volta foi intencionalmente criada pela legislação



Nota do editor

O artigo abaixo é uma adaptação de um discurso proferido no Fórum da Liberdade ocorrido em Porto Alegre em abril de 2018. Daí seu tom mais coloquial.

______________________________________________

Acreditamos que a lei deve ser justa, deve fazer o bem, e deve evitar e punir o mal.

Acreditamos que os problemas surgem quando a lei é desrespeitada, corrompida, e não aplicada.

E, óbvio, o que todos nós queremos é estado de direito (e não estado de exceção), segurança jurídica, império da lei, e governo das leis (e não o governo dos homens).

Mas há um problema: a lei é feita por homens.

Consequentemente, essa mesma lei que queremos ver sendo cumprida e aplicada pode também ser injusta, ineficiente e geradora de corrupção. Mais ainda: pode se tornar ferramenta de poder, de pilhagem e de controle social.

Eis alguns exemplos.

1) Acreditamos que deveríamos ser todos iguais perante a lei. Este é o princípio da isonomia e da igualdade formal e jurídica.

Mas é a própria lei que, às vezes, cria diferenças.

É a lei que cria diferenças entre quem tem foro privilegiado e quem tem a justiça comum.

Entre terra privada e terra estatal — na terra privada, alguém pode exigir o usucapião; na terra estatal, nunca.

Entre trabalhadores privados que pagam impostos e burocratas estatais que recebem impostos e salários acima do de mercado.

É a lei que cria diferenças entre quem pode e quem não pode. Entre quem pode tudo e quem nada pode.

2) Acreditamos que o estado deveria aplicar a lei.

Mas são os entes do estado os primeiros a não respeitarem a lei.

Quando, por exemplo, fazem o impeachment de um(a) presidente, mas não retiram seus direitos políticos.

Quando confiscam depósitos judiciais de terceiros para pagar os rombos nas contas estatais, que eles próprios fizeram.

São eles que não respeitam as leis, com encontros fora da agenda e com salários acima do teto.

3) Acreditamos que a lei deveria limitar o poder.

Mas é a própria lei que dá poder, ao ponto de muitos quererem virar juristas e advogados exatamente para ter poder, favores, privilégios e dar "carteiradas".

É a lei que concede privilégios como carros oficiais com motoristas, auxílio-moradia, auxílio-transporte, auxílio-creche, auxílio-educação, auxílio-funeral, auxílio plano de saúde, reembolso por despesas médicas e odontológicas não cobertas pelo plano de saúde, além de cafezinho, vale-terno e sofá no gabinete.

Todas essas leis estão na Constituição — a qual, não por acaso, é a terceira mais longa do planeta—, e são elas que dão poder ao estado e oneram o STF.

A vagueza da lei sempre deixa alguma margem de interpretação e muita margem de poder.

Como já dizia a máxima, "aos amigos, os favores; aos inimigos, a lei".

4) Acreditamos que a lei deve ser moral. E até acreditamos que ela é moral.

Mas esquecemos que a escravidão foi legal, que os campos de concentração foram legais, que o apartheid foi legal, que o fundo eleitoral é legal, que as desapropriações nas favelas e nas periferias são legais, que ambulantes e mendigos são legalmente retirados todos os dias das calçadas "com a força de lei".

Esquecemos de que o BNDES, legalmente, retira 9% do PIB e redistribui dos pobres para as grandes empresas.

A verdade é que a lei acaba com a moralidade.

Quando, por exemplo, o estado finge que está redistribuindo recursos para os pobres, isso gera uma consequência nefasta: as pessoas deixam de ajudar os desvalidos, pois pensam: "Eu já fiz a minha parte; já paguei impostos."

Ou quando o estado institui, por exemplo, prioridades nos caixas e nos ônibus. A consequência natural é que, quando chega uma gestante ou um idoso a um caixa normal ou a um assento normal, as pessoas não os deixam passar, pois pensam que, afinal, há o caixa e o assento específicos para eles.

Confundimos lei com moralidade e, consequentemente, acabamos nos tornando meros robôs obedientes e amorais.

5) Acreditamos que a lei deve promover um ambiente econômico eficiente.

Mas é a própria lei que gera ineficiências, quando torra, por exemplo, bilhões de dinheiro de impostos com Copa do Mundo, Olimpíadas e estádios (elefantes brancos) em Manaus e Brasília.

Foi por lei que se instituiu e que se administra o BNDES, o maior banco de desenvolvimento do mundo (maior que o Banco Mundial), o qual não gera desenvolvimento nenhum. Deveria se chamar BNSUB: Banco Nacional do Subdesenvolvimento.

É por lei que se faz protecionismo, o qual prejudica o pobre e premia o rico bem conectado ao governo. Foi assim que o Brasil virou uma das economias mais fechadas do planeta.

É por lei que se exigem autorizações, concessões, alvarás, cartórios, filas, licenças e variados carimbos, ao ponto de o Brasil estar nos últimos lugares nos rankings de liberdade econômica do planeta (posição 153 em 180, um pouco antes de Cuba, Venezuela e Coreia do Norte).

Este não é um estado que redistribui dos ricos para os pobres; é um estado que impede os pobres de ficarem ricos.

6) É por lei que, diariamente, hiper-regulamentam a nossa vida.

Eis alguns casos mais recentes: rádio obrigatório nos celulares, regulação do esporte eletrônico, proibição de descontos para mulheres em bares e boates, segunda-feira sem carne, revisão obrigatória do ar condicionado, kit anti-incêndio nos carros, proibição do sal na mesa, proibição de cobrança para orçamentos (não existe orçamento grátis!), proibição de cobrar para se sentar na mesa do bar.

Já houve até uma lei para decidir se a espuma do chope podia ser considerada parte do chope (!).

Recentemente, foi instituído o "Dia nacional do desafio" — em todas as últimas quartas-feiras de maio, todas as empresas devem fazer 15 minutos de ginástica. (Como o sábado fascista de Mussolini, quando as pessoas eram obrigadas a fazer ginástica em Praça pública)

Desde 1988, foram aprovados 5,4 milhões de dispositivos legislativos (769 por dia). Só em nível federal foram 15,96 por dia. Considerando os três entes federativos, tem-se uma média de 217 mil leis em cima de cada um de nós.

7) E, ainda assim, muitos repetem que "o Brasil tem boas leis; o problema é que não são aplicadas".

Errado. O Brasil tem leis demais. Se todas fossem aplicadas perfeitamente, o país simplesmente pararia — exatamente como já ocorre com o mercado de trabalho, estagnado pelas leis trabalhistas.

É esta visão fantástica das leis que faz com que, em todas as universidades do país, seja ensinada a visão do "direito como ferramenta de mudança social" — isto é, a ideia de utilizar o direito para plasmar e moldar a sociedade segundo os próprios caprichos. E geralmente com idéias socialistas mascaradas.

Trata-se de pura engenharia social, puro coletivismo, puro totalitarismo jurídico.

Ao passo que, no resto do mundo, o direito é um simples "método de resolução de conflitos", aqui no Brasil a regra é criar mais conflitos por meio da "judicialização das relações sociais", algo que muitos até celebram. E os advogados agradecem — afinal, a indústria do dano moral gera milhões de causas lucrativas.

É esta visão da lei que cria o fenômeno do fiscal "que se acha importante e 'empoderado'", com um crachá a marcar seu status. Segundo ele, "o Brasil não dá certo porque a lei não é aplicada; se fosse, seríamos uma Suíça!".

E, finalmente, é ainda por causa desta visão que as pessoas chegam até a delatar o próprio vizinho porque ousou cortar uma arvore na própria propriedade ou porque deu um tapa no filho. Delatar o próximo ao Príncipe é uma mentalidade típica da SS nazista. Mas, para o estado, é perfeito, pois isso, além de representar uma terceirização da fiscalização, joga as pessoas umas contra as outras, consolidando ainda mais seu poder.

8) E, com tudo isso, as pessoas ainda repetem que "falta fiscalização!"

Mas o que acontece de fato é o seguinte: a grande empresa corrompe diretamente o legislador para fazer uma  regulação que irá encarecer os processos de produção de todo o setor em que atua. Por que ela faz isso? Porque, ao encarecer artificialmente o empreendimento neste setor, está criando dificuldades para os concorrentes menores, bem como impedindo a entrada de novos concorrentes. A grande empresa, rica, consegue bancar tranquilamente esse aumento artificial dos custos. A pequena, não.

Como consequência, quando o fiscal vai "fazer seu trabalho de fiscalização" e flagra o pequeno comerciante em desacordo com esta lei corrupta, ao comerciante não resta alternativa senão pagar a multa ou pagar o fiscal.

Só que a lei é feita exatamente para gerar essa situação.

9) Acreditamos que a lei deva evitar e punir a corrupção. Afinal, a corrupção é exatamente desviar do fim oficial e mais nobre da lei,  e desviar recursos e dinheiro.

Mas é a própria lei a gerar corrupção.

Empresas estatais e bancos estatais servem para ser (legalmente) aparelhados e ter seus cargos loteados por políticos e seus apadrinhados. Servem também para (legalmente) fazer licitações para obras em que as empresas amigas serão as ganhadoras.

A hiper-burocracia reinante em nossos portos, os mais lentos do mundo, serve exatamente para que, em um determinado momento, um empregado do porto apareça e apresente uma "alternativa", um "jeitinho" para despachar ou desembarcar a mercadoria mais rapidamente

O superfaturamento das obras de infraestrutura não é um "erro", não é uma "falta de planejamento". Ao contrário: é um planejamento extremamente esperto. A obra para se construir uma ponte é contratada exatamente para se desviar dinheiro: a empreiteira selecionada é amiga do político responsável pela estatal ou pelo ministério, e irá cobrar um preço superfaturado em troca da propina que pagou ao político para ser a escolhida. O dinheiro da obra vem dos nossos impostos. E a construção efetiva da ponte representa o custo legal para se fazer esse desvio.

Ou seja: há um custo para o dinheiro ser legalmente desviado, e esse custo é a ponte.

Com a merenda escolar ocorre o mesmo. Gritar "roubaram a merenda de meu filho" é algo que pode render notícias de jornal, mas, assim como a construção da ponte, o objetivo claro do programa sempre foi desviar dinheiro. E o custo de fazer esse desvio, para os envolvidos, é ter de nos dar algumas merendas.

O que nós chamamos de corrupção é, na verdade, o objetivo real dos políticos. É a função normal do estado.

Para concluir

Existe uma grande — e quase intransponível — diferença entre lei e legislação.

Isso de que estamos falando e na qual geralmente pensamos é a legislação (e não lei).

As leis são as leis da economia (como a lei da demanda e da oferta) ou as leis naturais.

A lei é um fenômeno descritivo, espontâneo, de baixo para cima, natural. Já a legislação é um fenômeno prescritivo, de cima para baixo, impositivo, um fenômeno político.

A legislação é a mera vontade do Leviatã.

Sim, temos de respeitar a lei e temos de tentar melhorar a lei. E o que estes dois grandes juízes aqui fizeram [Sérgio Moro e Antonio di Pietro participam do painel] para domar a besta é fundamental.

Mas não basta.

Temos de revirar o estado do avesso. Temos de reverter a estrutura do estado. Temos de mudar sua função. Temos de limitar o impacto de seus incentivos perversos. Temos de fazer tudo isso para que a lei seja mais poderosa que a legislação. Para que sejam eles — os membros do estado — a obedecer a nós, e não o contrario.

Temos de diluir o poder político ao máximo possível, descentralizar de Brasília para os estados, os municípios, os bairros, para que assim nós possamos fiscalizar o Príncipe. E também para que possamos ter diferentes sistemas jurídicos concorrendo entre si. Só assim poderemos experimentar e testar os melhores, emular os casos de sucesso e evitar os casos de fracasso. Métodos privados de resolução de conflitos, como a arbitragem, têm de ser ampliados para mais esferas.

E, especialmente, temos de fazer uma divisão clara e forte entre economia e política, para minimizar o conluio, os lobbies, os poderes dos grupos de interesse e, por consequência, a própria corrupção.

Temos, em suma, de tirar a política da nossa vida.

Recordo aqui um depoimento de uma senadora famosa ao TRF-4 (de Curitiba), no qual ela estava sendo perguntada se sabia sobre nomeações políticas nas empresas estatais. Ela respondeu: "Sim, claro, mas esta é a lógica da política. Assim como judiciário tem sua lógica, a política também. Vocês estão querendo criminalizar a lógica da política!"

Sim, caríssima senadora. Queremos criminalizar a lógica política porque esta lógica da política é criminosa.



https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2876



Offline Buckaroo Banzai

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« Resposta #567 Online: 01 de Junho de 2019, 15:05:02 »


31/05/2016 17h59 - Atualizado em 31/05/2016 18h11


FMI diz que políticas neoliberais aumentaram desigualdade
...


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Offline JJ

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« Resposta #568 Online: 03 de Julho de 2019, 07:56:15 »
Grandes empresas odeiam o livre mercado



Ainda há pessoas que acreditam que grandes empresas e seus capitães são defensores da economia liberal.  Sabem de nada, inocentes. Eles são os primeiros a recorrer ao estado; e têm todas as facilidades do mundo para fazê-lo.

Se há uma coisa que empresário gosta é de sair do mar revolto do mercado e boiar na piscina morna da proteção estatal. As opções do cardápio são várias: formar um cartel legal, ganhar um monopólio, assegurar uma verba, um crédito subsidiado, prestar serviços ao estado, veicular publicidade estatal, formar comitês para regular o setor, proibir a concorrência, fechar as fronteiras ao produto estrangeiro, passar políticas de preço mínimo, ser salvo da falência no último minuto, e tantas outras quanto a imaginação dos políticos permitir.

Em nosso país, uma das formas que as grandes empresas se blindam do mercado é o BNDES. Ele empresta largas somas a juros subsidiados, visando objetivos políticos do governo. A diferença entre os juros do mercado e os juros cobrados pelo BNDES são uma transferência de renda direta para as empresas fazerem o que quiserem — aplicar o dinheiro e ganhar juros maiores, por exemplo.

No ano passado, foram mais de R$ 500 bilhões em empréstimos. E não vá você pensando que o BNDES possa ajudar a todas as empresas. O mundo é cruel, os recursos são escassos; é impossível que todas as empresas lucrem ao mesmo tempo no longo prazo: todo ganho de uma é necessariamente a perda de outra.

BNDES: Desembolsos por porte de empresa (R$ bilhões)


Em outros casos, grandes empresas recebem o direito de monopólio ou de cartel. É o que ocorre com a telefonia, com companhias de luz, com os ônibus municipais. O setor é cartelizado por determinação estatal. O resultado são empresas que prestam serviços caros, de baixa qualidade e que ainda recebem R$ 1,6 bilhão todo ano do governo. Haja capitalismo!

Essas formas diretas de ajuda estatal chamam a atenção. Mas o favorecimento dos grandes se dá também de maneiras indiretas, talvez mais nocivas, via impostos e regulamentações. A mesma alíquota de imposto que incide sobre os lucros de uma grande corporação, tirando-lhe parte de seu resultado, inviabiliza a continuidade de um pequeno negócio que consegue taxas de retorno menores.

Toda regulamentação ou imposto traz custos fixos. Gastos jurídicos, contábeis, de auditoria — os quais uma grande empresa consegue diluir no seu enorme faturamento. Para uma gigante do setor alimentício, a assinatura de um ou vários nutricionistas de plantão sai barato. Também sai barato aplicar regras da Vigilância Sanitária para mais uma cozinha padronizada de McDonald's; para uma pequena lanchonete, as mesmas exigências são proibitivas.

É por isso que, quando o assunto é regulamentação, as grandes sempre estarão do lado do governo. E sempre terão a mais bela das intenções: garantir a qualidade do serviço e a segurança do consumidor.  Elas sabem que o custo extra, se existir (às vezes não existe porque é a própria prática delas que é universalizada aos demais), será compensado com o mercado cada vez mais padronizado e centralizado em suas mãos. Um mercado em que o consumidor não pode escolher a relação risco/retorno que melhor se adéqua a suas possibilidades.

Um exemplo: em 2013, implantou-se a regulamentação de carrinhos de bebê. Os produtores e vendedores de carrinhos baratos, feitos para não durar, se deram mal. Mas adivinha qual a posição oficial da Burigotto, cujos carrinhos já custam mais de R$2.000 e já vêm com todas as medidas mais exigentes de segurança? Isso mesmo.

Quando a cidade de São Paulo ameaçou proibir (numa malfadada lei que não pegou) a sacolinha de plástico nos supermercados, as grandes redes foram as primeiras a entrar na onda da sustentabilidade e oferecer lindas sacolas de pano, para eles um custo ridículo e já parte de uma jogada de marketing. Sentia-se o orgulho no ar ao oferecerem os sacolões de pano personalizados. Já os mercadinhos de esquina não ficaram tão felizes.

Das duas farmácias na minha vizinhança, em qual delas é mais comum encontrar um fiscal assediando o estabelecimento com ameaças de multa: na filial da Droga Raia — que deve ter tudo padronizado já na mesa dos arquitetos e dos advogados — ou a farmácia de bairro cuja dona, que trabalha no balcão, provavelmente não tem uma equipe jurídica e nem tempo para conhecer e seguir as infinitas regras?

Com leis trabalhistas é a mesma coisa. Os custos fixos são diluídos na extensa folha de pagamento das corporações, que contam ainda com setores jurídicos e de RH para minimizar perdas e alongar os processos. Fora que seus ganhos de escala permitem gastar a mais por funcionário do que o negócio pequeno, o qual, a bem da verdade, depende de diversos prestadores de serviço informais — e que se sofrer alguns poucos processos trabalhistas já ficará no vermelho.

Pra completar, o mero fato de ser grande concede às empresas espaço de manobra perante a justiça estatal.  Os passivos trabalhistas bilionários de grandes empresas e bancos no Brasil — um índice, na verdade, de como nossas leis são ruins — estendem-se por anos a fio, acumulando dívidas impagáveis. Mas como o governo não é burro, e não quer promover descontentamento social à toa, e gosta de ter aliados grandes e fieis, com uma ameaça na manga, o passivo continua ali. Passivos trabalhistas bem menores em pequenas empresas já apresentam custos legais inviáveis.

A grande empresa "não pode" quebrar (por que não?); a pequena pode. Megaempresários e governantes convivem num amistoso cabo de guerra. Trocam ameaças e presentes, trocam lobby, financiamentos e projetos de lei, dão e retiram apoio conforme convém. Cada parte puxa do seu lado, mas nenhuma quer que a outra solte a corda. E a corda é você.

E o estado, o que ele ganha? Mais poder sobre a sociedade, mais previsibilidade, menos dificuldade para monitorar, medir e taxar tudo o que acontece. A garantia de que tudo o que você consome e todas as suas oportunidades de trabalho estão devidamente pensadas e dadas de antemão, e que o projeto de poder de quem está no topo conta com parceiros determinados a quem é possível coagir.

Se algo fugisse do esquema, então as pessoas tomariam decisões por conta própria, de forma caótica, não-direcionável; e suas escolhas nem sempre beneficiariam quem já está no topo. E não podemos permitir que isso ocorra, certo?



https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1946



Offline JJ

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Re:Liberalismo
« Resposta #569 Online: 03 de Julho de 2019, 08:04:13 »


Um indício interessante de que grandes empresas não se interessam por um real e amplo livre mercado nós temos na falta de significativa divulgação do liberalismo econômico (e também liberalismo social) pelas grandes redes de TV no Brasil,  se as grandes redes tivessem real interesse em implantar um forte e amplo liberalismo econômico no Brasil, elas fariam ampla divulgação deste, seja em programas especiais, seja em telejornais, seja num programa específico sobre isso.  Mas, elas não fazem.



Offline Buckaroo Banzai

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Re:Liberalismo
« Resposta #570 Online: 03 de Julho de 2019, 09:21:58 »
Só o fato delas terem se oposto à TV digital liberar mais canais por emissora é um indício disso.

Preferem o status quo a uma nova variável que, ainda que mantendo o status quo de modo geral, acaba colocando um coringa em jogo, uma ampliação "virtual" da concorrência.

Tenho curiosidade agora sobre como isso foi decidido, e se houve votos contrários das emissoras menores, ou se mesmo elas viram como preferível não ter isso, mas enxergando como oportunidade para as maiores consolidarem ainda mais sua posição. "Se já é difícil conseguir uma fatia da audiência da Globo, SBT, e Record, imagine de doze delas."

Offline Sergiomgbr

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Re:Liberalismo
« Resposta #571 Online: 03 de Julho de 2019, 10:00:47 »
As empresas seguem a mesma lógica biologicas de sobrevivencia dos seres vivos, como se entidades vivas fossem. Há um processo de seleção natural nas empresas também.

 Tudo é como o que ocorre na natureza então com as empresas assim como com os indivíduos, tudo depende do meio ambiente, do contexto. Se o meio em que a empresa nasce é pede relações virtuosas ou viciosas a empresa vai se adequar ao meio por que disso depende sua sobrevivência

Se há alguma providência a ser tomada para evitar que empresas tenham relações iníquas, degenerantes e predatórias entre si e em relação ao meio, essa providencia será a de adequação do meio, não da empresa. Adequar o meio para que não ocorram relações prejudiciais de forma geral.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline JJ

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Re:Liberalismo
« Resposta #572 Online: 15 de Julho de 2019, 09:54:26 »


Um grande exemplo de liberalismo econômico:


 :biglol:




Trump pressiona Reino Unido para que britânicos sigam suas políticas contra China, diz mídia


© REUTERS / Kazuhiro Nogi / Pool
ECONOMIA


03:26 15.07.2019(atualizado 05:03 15.07.2019)

A guerra comercial entre a China e os EUA está provocando uma forte pressão sobre os aliados dos norte-americanos, que devem seguir as suas políticas impostas à China.

Os EUA estão pressionando seus aliados para que sigam as políticas norte-americanas de restrição contra a empresa chinesa de telecomunicação Huawei em relação à infraestrutura da rede 5G, além da adição da empresa na "lista negra" dos EUA. Entretanto, até o momento, os britânicos permitiram o acesso da Huawei apenas a infraestruturas "não essenciais".

A administração Trump enviou uma ameaça ao Reino Unido de que um acordo comercial pós-Brexit com os EUA dependerá da vontade do Reino Unido de seguir a política comercial dos EUA em relação à Huawei.

Ao permitir o acesso da Huawei a redes e infraestrutura 5G recém-desenvolvidas, tal poderia afetar as negociações sobre um novo acordo comercial com os EUA, afirmou o jornal The Telegraph.

A declaração se baseia na suposta ameaça à segurança nacional por parte dos EUA, que alega que a tecnologia da Huawei poderia ser utilizada pelo governo chinês para espionar os utilizadores das redes 5G.


O CEO da Huawei, Ren Zhengfei, assegurou ao Reino Unido que "nunca faria nada para prejudicar qualquer outra nação". A própria Huawei também se ofereceu para assinar um acordo de "não espionagem" com os britânicos, ao contrário das empresas de tecnologia norte-americanas, como a Apple e o Google, que nunca ofereceram tal contrato.

Os relatórios das conversações comerciais entre os EUA e a China revelam que as empresas de telecomunicações acreditam que, provavelmente, as reais preocupações dos EUA estão mais relacionadas à concorrência internacional no mercado global do que à ameaça de segurança.

"Claramente [a proibição da Huawei] não está relacionada à segurança nacional", afirmou Nicholas Negroponte, especialista em tecnologia e acadêmico norte-americano.

Um funcionário do governo britânico afirmou que o Reino Unido pode ter de ceder às políticas norte-americanas contra a Huawei, já que rejeitá-las poderia ser visto como algo que iria "minar os esforços de Washington para revigorar a Organização Mundial do Comércio".

Essa não é a primeira vez que os EUA fazem declarações sobre apolítica interna britânica.

Anteriormente, o secretário de Estado, Mike Pompeo, afirmou que pressionaria o governo de Jeremy Corbyn no Reino Unido, que teria desdenhado da administração Trump.


https://br.sputniknews.com/economia/2019071514217142-trump-pressiona-reino-unido-para-que-britanicos-sigam-suas-politicas-contra-china/

Offline Brienne of Tarth

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Re:Liberalismo
« Resposta #573 Online: 15 de Julho de 2019, 17:21:49 »
"Europeus conseguem fim de tributo que Brasil criou em 1808

Navios pagam taxa de utlização de farois

Dom João 6º foi quem implantou cobrança

Acordo Mercosul-UE elimina o imposto



O acordo entre Mercosul e União Europeia celebrado no fim de junho foi o resultado de negociações diplomáticas entre os 2 blocos que pareciam mergulhadas em impasse. As discussões duraram 20 anos. Mas as divergências que se acumulavam eram bem mais antigas. Uma delas diz respeito a algo que surgiu 211 anos atrás: a TUF (taxa de utilização de faróis), criada por Dom João 6º em 1808.

Assim que a família real portuguesa mudou-se com toda a corte de Lisboa para o Rio de Janeiro, fugindo das tropas napoleônicas, os portos brasileiros foram abertos às “nações amigas”.  A corte precisava de dinheiro para pagar as contas da casa nova, então aproveitou-se a oportunidade para criar a TUF. Instituir 1 tributo no Brasil já era algo fácil. E, uma vez existindo, a tendência, como mostraram 2 séculos de história, é nunca mais acabar.
A taxa funciona como uma espécie de pedágio marítimo. Cada vez que o navio estrangeiro para no porto, paga. Se atraca em Santos depois segue a Paranaguá, o armador, dono do navio, tem de desembolsar o valor duas vezes. É algo que varia entre US$ 1.500 e US$ 3 mil, conforme o tamanho da embarcação. Para companhias que usam muito os portos brasileiros, a conta chega aos milhões de dólares anuais. Por isso a preocupação dos negociadores europeus de eliminar a cobrança.

A arrecadação anual da Receita Federal com a TUF é de cerca de R$ 120 milhões. Disso, 10% vai para a Marinha para dar conta do que a taxa reamente se propõe: a manutenção dos faróis ao longo da costa brasileira, que ainda hoje ajudam os navios a se afastar dos rochedos, sobretudo em noites de tempestade. Mesmo com os radares, a precaução extra continua sendo útil.

Os armadores europeus pagam 25% de toda a arrecadação com a TUF. Uma boa parte do trabalho dos negociadores brasileiros foi convencer a Marinha a abrir mão da receita a que têm direito. O argumento é de que isso será compensado por rearranjos no Orçamento. E também que é importante para os militares e para todo o país a assinatura de 1 acordo que irá modernizar a economia brasileira, permitindo importar mais equipamentos, por exemplo.

O acordo ainda precisa ser ratificado pelo Parlamento Europeu e pelos 4 países do Mercosul. Se for aprovado, os armadores europeus terão outra vantagem: poder fazer o comércio entre países do bloco sul-americano, algo hoje proibido.

Argentina e Uruguai não têm a a TUF. Mas, assim como o Paraguai, oneram produtos de outros países com a chamada “taxa estatística”, que varia entre 0,5% e 2,5% da mercadoria que chega ao porto. Os europeus também ficarão livres disso.  Mas os brasileiros, não.

A taxa estatística é cobrada mesmo no comércio entre países do bloco, que está longe de ser 1 mercado comum, com livre circulação de produtos, a ideia inicial. É algo a ser consertado. Em entrevista ao Poder360, o secretário especial de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, disse que o acordo com a União Europeia será a oportunidade para “dar 1 reset” no Mercosul."

Então? Será que essa é uma  boa notícia?
Menos impostos, mais desenvolvimento, é isso?
Francamente, um imposto de 200 anos? :(

Fonte: https://www.poder360.com.br/economia/europeus-conseguem-fim-de-tributo-que-brasil-criou-em-1808/
GNOSE

Offline JJ

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Re:Liberalismo
« Resposta #574 Online: 16 de Julho de 2019, 22:36:30 »


Então? Será que essa é uma  boa notícia?
Menos impostos, mais desenvolvimento, é isso?
Francamente, um imposto de 200 anos? :(



Não confunda imposto com taxa, são dois tipos tributários bem distintos, o imposto não envolve nenhuma específica contraprestação de serviço,  já a taxa envolve.  O texto faz referência à taxa de utilização de faróis.  E taxa não é imposto.  Taxa é uma forma de tributo.  Imposto é outra forma de tributo.


 

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