Aí será perda de tempo, né? Quem tem necessidade de acreditar não está nem aí para provas.
As refutações às minhas crenças me interessariam, se fossem possíveis refutações. As provas eu já sei que não são possíveis, e por isso parei há muito tempo de persegui-las.
Você foi além da possibilidade. A possibilidade da sobrevivência da alma ao corpo físico não implica necessariamente na possibilidade dela ser capaz de preservar a consciência individual, suas lembranças, etc. Colocando isso em termos estatísticos, a probabilidade final da sua afirmação inicial se reduz na multiplicação das probabilidades de sobreviver e de estar consciente e nem é preciso saber quais são essas probabilidades para concluir que a probabilidade final da sua afirmativa deve ser extremamente baixa, quase desprezível.
A alma sobreviver e não reter as suas lembranças, sua consciência individual, etc., é a mesma coisa que morrer. A quem isso interessa? Se vou me arriscar em uma hipótese incerta, ela deve vir com tudo o que é de interesse para a moralidade. É tudo ou nada.
A probabilidade não prova nada. É argumento falacioso e pode ser usado pelos dois lados da discussão. Por exemplo, o materialismo é até capaz de conceber a unidade da nossa consciência agora (até porque estamos conscientes agora), mas é incapaz de explicar como isso é possível e é incapaz de replicar isso em laboratório (dando consciência, por exemplo, a uma máquina). O materialismo é também capaz de conceber, mas incapaz de explicar o suposto mecanismo de ordenamento que existe na natureza sem apelar para uma inteligência externa. Se eu fosse apelar para a probabilidade (eu não vou fazer isso, pode ficar tranquilo, porque seria uma falácia completa do meu lado tanto quanto é do seu), eu diria que é muito provável que a alma exista (porque de outro modo como explicar a consciência na matéria?), e que Deus ou seres inteligentes existem e dão e deram ordem aos objetos naturais organizados que conhecemos (porque de outro modo, como a simples natureza poderia ser teleológica?), etc...
Então, não apela para a probabilidade porque o seu adversário também sabe jogar esse jogo também.
Ainda ninguém afirmou que é impossível, mesmo assim, do ponto de vista prático/funcional que considera todas as evidências disponíveis até o momento, como disse acima, a probabilidade de ser possível é extremamente baixa, beirando o quase impossível.
Ótimo. Então continue não afirmando, que assim se mantém nos limites do que pode dizer objetivamente. Mas pode crer, se quiser, baseado na sua "probabilidade".