As pesquisas têm como critério metodológico de representação demográfica também o sexo? Ou é apenas incidental? Isso é, pode ser que, de acordo com o padrão das pesquisas, calhe de pesquisar uma população desproporcionalmente maior de homens ou mulheres, ou será necessariamente algo que bate com o número de eleitores?
Normalmente a escolha é "aleatória"(*) com amostra definida por um número de entrevistas que é representativo do universo investigado. Se uma cidade tem mais mulheres do que homens, o perfil da amostra deve espelhar estatisticamente essa realidade quando se escolheu aleatoriamente os entrevistados.
(*) Na prática, por exemplo na rua, o entrevistador escolhe alguém e entrevista a quinta (ou qualquer outro número) pessoa que passa depois dele para ser abordada. Então faz um questionário de perfil com escolaridade, idade, sexo, bairro, etc.... Um supervisor monitora esse processo.
Quando se joga os dados no computador o software (normalmente algo do tipo SPSS) faz todos os cruzamentos. Com possibilidade de sair coisas do tipo: % de mulheres, acima de 45 anos, casadas, com curso superior que jamais votariam no Bolsonaro mas só se divulga o que o cliente paga de acordo com os objetivos da pesquisa.
Óbvio que essa metodologia pode variar. Falo pela minha experiência de pesquisa de mercado.
Você está dizendo que é então incidental? Que o principal é atingir apenas o número N.000 entrevistados(as) dado como representativo (e com 2% de margem de erro e etc), independente da composição desse número também ser proporcional, apenas esperando-se que calhe de ser, por aleatoriedade?
Eu me pergunto se não haveria fatores sociais que acabassem fazendo com que, apesar do número necessário de entrevistados ser atingido, houvesse ainda alguma distorção de sexo (ou idade), não sendo representativo da composição da população (apesar do número absoluto ser satisfeito). E isso ser negligenciado por naõ ser tão óbvia a distorção. Palpito, talvez por normalmente darem maior prioridade a classe social para conseguir representatividade, negligenciando os demais como inerentemente insignificantes, improváveis de desvio significativo acidental.
A eleição é no fim de semana e a pesquisa é recente.
Se o cara tem 10% e nem vai chegar ao segundo não tem como vencer o cara que está com 30% ou seria ele no lugar do Caghada.
Teriam porque os eleitores do Haddad o preferem a Ciro Gomes, mas mais pessoas que agora votam em Meirelles, Daciolo, Marina, Alckmin, Amoêdo, Jango Jr, e a Vera Lúcia pessoalmente preferem Cigo Gomes como segunda opção.
É um problema clássico desses sistemas de votação.
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Paradoxo do Voto
Esse é o paradoxo do voto: o estacionamento venceu a estrada e a ponte venceu o estacionamento, mas a estrada venceria a ponte. O paradoxo do voto mostra que, existindo mais de duas alternativas, a escolha entre pares de opções não assegura que alguma das opções descartada não seja preferida pela maioria àquela que foi finalmente escolhida utilizando a regra da maioria.
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https://slideplayer.com.br/slide/46591/
Isso começa a ser eliminado com sistemas de votação onde você ordenaria as opções por preferência, ou dando "notas" a cada uma das opções. Num sistema desses era capaz de ser eleito alguém de menor rejeição, como Meirelles, Amoêdo, ou Marina. Se a sua opção não-preferida "perde", você ainda tem "outro voto" no segundo ou terceiro melhor e etc.
Não encontro sobre isso em português no YT. Vai em português todo errado mesmo:
https://www.youtube.com/v/buj-UrO10goTalvez seja melhor a legenda em português do
original em inglês...