Minas Gerais é o retrato do quadro eleitoral do BrasilO Jornal de todos Brasis
Minas Gerais é o retrato do quadro eleitoral do Brasil
TER, 28/08/2018 - 12:04
ATUALIZADO EM 28/08/2018 - 12:08
Levantamento histórico registrado pelo segundo maior colégio eleitoral aponta Estado como termômetro
Urna eletrônica Fernando Frazão/ Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil
Jornal GGN - Os resultados eleitorais de Minas Gerais, nas últimas competições à presidência da República, refletem o quadro nacional, levando o Estado a ser considerado o retrato eleitoral do país. O tema foi levantado em matéria do Estado de Minas, trazendo dados interessantes que reforçam a tese.
Segundo última pesquisa do Datafolha, por exemplo, em Minas o ex-presidente Lula lidera com 41% das intenções de voto, quase o dobro do segundo colocado, o deputado federal Jair Bolsonaro, com 21%. A mesma pesquisa feita em âmbito nacional, mostra Lula com 39% da preferência eleitoral, e Bolsonaro com 19%. O percentual dos demais candidatos, porém, muda significativamente. Em Minas, Marina Silva aparece com 17%, portanto, tecnicamente empatada com Bolsonaro, enquanto nacionalmente, a ex-ministra é citada por apenas 8% dos eleitores.
Vale destacar que MG é o segundo maior colégio eleitoral, concentrando 10,65% do eleitorado do país, atrás de São Paulo, com 22,4%. Entretanto, esse último estado apresenta resultados de intenção de votos pouco distantes da realidade nacional: Lula aparece com 26% das intenções, seguido por Bolsonaro, com 19% e Alckmin, com 14%.
Ainda, considerando os dois primeiros colocados, a série estatística histórica aponta que o retrato eleitoral mineiro deve ser observado com cuidado para prever o resultado das eleições nacionais. Em 1998, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) levou no segundo turno com 55,7% dos votos mineiros e 53,1% de todo o país, enquanto Lula foi votado por 28,1% do eleitorado de Minas e 31,7% em âmbito nacional. Naquele mesmo ano, Ciro Gomes teve 11,6% de votos no estado, e 11% em todo país.
Em 2014, o cenário foi semelhante. Dilma Rousseff venceu o segundo turno com 51,64% dos votos válidos em todo o país, e 52,41% dos votos válidos mineiros, enquanto Aécio Neves (PSDB) era deixado em segundo lugar com 48,36% do total de votos nacionais e 47,59% do total de votos em Minas.
Levantamentos estatísticos indicam também que as eleições presidenciais registradas nos períodos de 1994 a 2014 mostram que os resultados em Minas no primeiro turno foram os mais próximos dos registrados no Brasil. Como exemplo, em 2010, o PT teve em todo território nacional, no primeiro, turno 46,9% dos votos válidos, seguido por PSDB, 32,6%, e Marina Silva, 19,3%. Em Minas, os resultados foram, respectivamente, 47%, 30,8% e 21,2%.
O estado que teve o segundo resultado mais próximo em termos nacionais, no primeiro turno de 2010, foi o Pará: 47,9% para o PT; 37,7% para o PSDB e 13,4% para Marina. No segundo turno, no Brasil inteiro o PT teve 56,05% e o PSDB, 43,95% dos votos válidos. Em Minas, o Partido dos Trabalhadores conquistou 58,44% contra 41,55% do PSDB, entre os paraenses o PT levou 53,2% dos votos, já o PSDB, 46,8%.
Uma explicação plausível para a maneira como o eleitorado mineiro se comporta são os indicadores socioeconômicos no estado que também sintetizam os indicadores de todo o território nacional. Minas convive, historicamente, com diferenças regionais significativas, algumas localidades alcançam o indicador Humano Municipal (IDHM) equivalente ao de municípios mais carentes em outros estados como Patos (PB) e Picos (PI), já outros pontuam índices mais elevados de desenvolvimento, como os das cidades do ABC Paulista.
Provavelmente, entendendo a importância eleitoral no Estado, o PT irá lançar nesta terça-feira (28) seu plano de governo presidencial em Belo Horizonte, com a participação dos vices de Lula, ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) e da deputada federal Manuela D'Ávila (PCdoB).
O ato está marcado para às 18h na Praça Duque de Caxias, em Santa Tereza e contará com a presença da ex-presidente e candidata ao Senado pelo estado, Dilma Rousseff. O governador e candidato à reeleição, Fernando Pimentel, também agendou sua participação.
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