Qual é a alternativa baseada em FÍSICA ORTODOXA para uma abordagem mais econômica (incluindo ecologicamente correta) para obsolescência de tecnologias e vida útil finita de unidades e componentes?
Alternativas totalmente dentro da física conhecida ![Neutral :|](../forum/Smileys/default/icon_neutral.gif)
Em outra mensagem você havia sugerido que o desgaste de materiais seria uma farsa capitalista...
[...] 1C) PADRONIZAÇÃO UNIVERSAL:
A Padronização Universal é um conjunto de protocolos otimizados, gerados a partir do feedback industrial de massa, de forma colaborativa, que trabalha para criar compatibilidade uniforme, universal, de todos os componentes associados a um determinado gênero de produto. Hoje, essa falta de padronização é uma fonte não só de grande desperdício, mas de grande instabilidade no funcionamento dos produtos comuns, uma vez que o ethos competitivo e a intenção de propriedade restringem a eficiência de uma maneira poderosa.
Esta prática tem sido justificada sob o pretexto de "progresso" no design, com a premissa de que as empresas concorrentes, incentivadas por ganhos financeiros, vão "superar" umas as outras e, portanto, ser mais produtivas na inovação. Embora possa haver alguma verdade nisso, o atraso, o desperdício e a instabilidade causados não justificam a prática. Além disso, tem sido, e sempre será, o compartilhamento de informações, a longo prazo, que tem provocado a inovação, tanto pessoal como social.
A criação de um banco de dados de componentes conhecidos, por indústria, com informações ativamente compartilhadas, em todo o mundo, como um ponto de referência de design e feedback, na criação de peças e produtos comuns, não é uma tarefa difícil e certamente não iria inibir o avanço tecnológico ou engenhosidade. De qualquer forma, ele apresentaria informações e perspectivas mais diversificadas e, portanto, melhores decisões poderiam ser tomadas, mais rapidamente.
Acredito que isso não é muito distante da realidade. De modo geral as coisas que usamos usam componentes (como capacitores, parafusos) comprados de diversas outras empresas, que vendem para diversas outras empresas. Eles são em geral padronizados, não feitos sob encomenda específica de critérios customizados para cada cliente.
Algumas vezes será o caso de todo o núcleo funcional de um dispositivo ser idêntico, mesmo que tenha marcas diferentes, podendo ter até os mesmos fabricantes exatos, que apenas "embalam" em um design diferente. Talvez possa haver diferenças menores, como componentes da mesma especificação, mas de diferentes fornecedores (e possivelmente níveis de qualidade). (E então a crítica ao capitalismo seria no sentido de haver em grande parte apenas uma ilusão de escolha, com diferenciação mínima e/ou indireta, até "incógnita", do produto).
1D) PROTOCOLOS INTEGRADOS DE RECICLAGEM:
Isto significa simplesmente que o estado atual da reutilização de componentes e materiais é otimizado diretamente e considerado estrategicamente, na própria concepção do produto. Novamente, isto não acontece nos dias de hoje, de qualquer forma eficaz. Um levantamento de aterros sanitários do mundo encontra muitos componentes úteis que foram descartados em conjunto com sistemas maiores (produtos). Uma vez que uma corporação normal, que produz esses itens, raramente encoraja a sua devolução para reprocessamento direto, este é o resultado inevitável.
Além disso, enquanto os sistemas de reciclagem de plástico tradicional, vidro, papel e outros estão operando com eficiência moderada, este processo é muito bruto e ineficaz em relação a regeneração direta, conectada à indústria. Em uma EBRLN, considerações de reciclagem otimizadas para reutilizar materiais, pré-formatados ou não, seria o padrão. No final, "aterros" não existiriam nesta abordagem, já que há uma maneira de reutilizar praticamente tudo o que se produz, se tivéssemos o interesse em fazê-lo.
Era sobre isso que perguntei. Queria entender os detalhes, e não apenas "isso seria resolvido porque se pensaria em como evitar e fazer de maneira mais eficiente" não diz nada.
![Question :?:](../forum/Smileys/default/icon_question.gif)
"Seu" televisor, está com defeito. O que acontece?
![Question :?:](../forum/Smileys/default/icon_question.gif)
Um modelo de televisor novo é concebido. Como/quando ele passa a ser produzido? A linha anterior permanece em produção para sempre, ou se planeja sua obsolescência?
O que eu imagino é que o ideal talvez fosse ter praticamente todos utensílios sob um regime de "aluguel", onde os fabricantes se responsabilizassem pela manutenção e até eventual "atualização" dos mesmos. Seja lá como for exatamente se dar o encerramento de uma linha (obsolescência) e o início de outra, que imagino não poder ser muito diferente, mas talvez possa até ser algo
acelerado.Isso contudo deverá ser imediatamente (continuamente) mais caro para o consumidor/sociedade do que sob o regime de consumo de ítens descartáveis, embora poupando a todos dos "juros" das externalidades implícitas no descarte massivo da produção industrial. Mas talvez a incorporação de maior reciclagem possa também abater um pouco desse custo, difícil dizer.
No que concerne ao vai-e-vem de mercadorias, como o algodão ir dos EUA à China para voltar aos EUA, acredito que isso ainda pode ser o mais eficiente no fim das contas. Uma parte do algodão americano, possivelmente a maioria, deve continuar na China para consumo próprio, além de exportação de tecidos para outros países.
A economia globalizada pode ser vista como análoga a um organismo complexo multicelular, com diferentes países e regiões sendo análogas a diferentes órgãos; o comércio internacional, rotas metabólicas. Enquanto que a tentativa de auto-suficiência tribal total é análoga a organização inferior de seres unicelulares auto-suficientes. Essa meta é em última instância impossível de ser obtida pela humanidade, por mais "mudança de valores" que houver. Sempre serão necessárias relações de interdependência entre regiões se não formos nos limitar a ser caçadores-coletores. As chances são de que as atuais sejam próximas de ser as mais econômicas/ecológicas possíveis, distorcidas, enfraquecidas, apenas justamente por nacionalismo/protecionismo econômico.