De algum tempo, por influência de dois irmãos espíritas atuantes, tenho estudado essa doutrina e confesso, me encantado.
Li quase todos os debates que ocorreram aqui, sobre este assunto. Em princípio tentando descobrir alguma falha naquilo que já considerava conceitualmente sólido e racional - um parêntesis; o que é racional também é relativo, será para uns, e não para outros.
Os debates não fogem muito do velho "ponto de vista".
Curiosamente o tópico de Saint-Martin acendeu uma luzinha de alerta, para boa reflexão. É que me fez refletir sobre o fato de que, em tese, mesmo pessoas cultas e sensíveis podem tender a julgamentos preconceituosos.
Laboram belos argumentos sem justificá-los na essência, pois nota-se, são meros pontos de vista.
Aprendi com a experiência: o Espiritismo atrai adeptos e contraditores ferrenhos, e pelas mesmas razões, quando se apresenta como:
Filosofia - todas as religiões assim como a Filosofia, se embasam em conjecturas que propõem o conhecimento do homem, da vida, e da realidade, objetiva e subjetiva.
Apenas que a religião se apoia quase exclusivamente em dogmas sobre suas divindades e o salvacionismo, além de uma hierarquia com rituais e liturgias. O que o Espiritismo absolutamente não tem..
Por esta razão o Espiritismo, em última análise, é uma filosofia que apresenta um viés religioso e não o contrário.
Ciência - aqui os contraditores se confundem, todos, por contágio epidêmico.
A Ciência a que se refere é a do Espírito. Sua origem, conceituação, finalidade, e até mesmo a particular estrutura de que se compõe.
Quando falamos de Biologia, Química, Física, etc, estamos falando de conceituações, epistemologia, métodos e objetivos específicos de dada Ciência, que em si mesma, é uma generalização de todos os conhecimentos que formam a história do homem, com suas incansáveis buscas e pesquisas.
A diferença curial está nos objetivos de um e de outro, pois a ciência lida com a realidade física e observável e o Espiritismo busca explicar a essência da natureza humano, ou seja, seu Espírito.
Mas ainda assim, quando Kardec afirma que se algo no Espiritismo for desmentido pela Ciência, este voltaria atrás.
Desmentido, no sentido de comprovado, jamais ocorreu, por óbvio.
Outro ponto que Saint-Martin destaca é sobre o aspecto místico-esotérico, ao qual o Espiritismo não faz a menor questão de se dedicar, melhor dizendo, se afasta com larga prudência.