Você também parece não ter idéia alguma dessas coisas.
E vou concordar com você. Ideias são conceitos, palavras, mapas. São apenas ponteiros, nunca a realidade apontada. O que tenho dessas coisas não é ideia, mas experiência. Por isso, quando falo de certos assuntos, minhas palavras e termos considerados 'estranhos' apontam para uma camada da experiência situada em uma instância mais profunda que a da consciência objetiva ordinária que, aliás, é justamente a que usa estes conceitos todos e perde tempo infinito em suas divagações e masturbações intelectuais. Em outras palavras, toda e qualquer discussão ou tentativa de convencimento já começaria frustrada, seria uma contradição intrínseca. Se passei por um processo, o qual me cultivou uma estrutura que me permite experimentar um degrau da realidade situado fora do alcance da experiência convencional, e isso me trouxe conclusões e insights, não posso repassar essas conclusões e insights diretamente para quem não passe pelo mesmo processo, pois os únicos pontos de referência que este possuirá para interpretá-los serão, senão da consciência ordinária, uma imaginação que fará acerca do outro lado do véu. Como os ponteiros, para a grande maioria das pessoas, não encontrarão o "território" em nenhum canto de sua bagagem e repertório, a mente especulará e partirá para o campo da fantasia, achando com isso que os ponteiros surgiram de maneira equivocada, como se a informação primeiramente transmitida que fosse fantasiosa. Por isso, só há uma opção - trilhar ou não uma senda.
Da mesma forma, fica contrariado quando um cético expõe a sua incapacidade de prova-las, ou no mínimo, defini-las para que outros céticos tenham condições de discuti-las no seu campo de realidade distorcida.
Mesmo se alguém aqui fingisse que me entendeu, que concordou e que conseguiu extrair algo do que falo, será autoilusão, já que o receptor de minhas mensagens não dispõe de pontes entre esses conceitos e a realidade que os origina, situada fora de seu alcance. Nesse caso, cairia em fantasia, e até mesmo por isso prefiro que abertamente neguem e contestem. A única solução, como já falei antes, é trilhar uma senda. O próprio ato de argumentar, em si, é inútil no que diz respeito à esfera de experiência que tento compartilhar. Ela não pode ser devidamente manuseada por meio de palavras, até porque começa exatamente depois do limite onde a experiência ordinária termina (e terminam, com esta, as próprias palavras e seu uso).
Você é quem demonstra viver numa realidade de quimera quando se mostra incapaz de atender aos nossos pedidos para provar aquilo que você acredita e não faz parte da nossa realidade objetiva.
Você não vai entender o meu pensamento se não partir do Idealismo, que é minha base. A mente é o fundamento da realidade, sem o qual é impossível sequer falar em "existência" ou "experiência". Entretanto, isso faz com que a própria realidade que a mente experiencia seja uma consequência de suas ondas, de seu arranjo. Esses assuntos não só não fazem parte da realidade objetiva como a própria realidade objetiva, ela inteira, é apenas uma de uma miríade de projeções, e vai apenas até certo ponto, ponto este que a Mente, fundamento da realidade, antecede e sucede.
Os céticos fazem isso o tempo todo e você já sabia disso quando veio bater à nossa porta.
Toda a razão. Por isso mesmo, seria inútil me delongar a respeito de tudo isso aqui. Poderia escrever por horas, mas o resultado seria contraprodutivo. Quem quiser, que trilhe uma senda. Quem não quiser, não trilhe. Está bem assim.
Não há como negar ou zombar de fatos reais comprovados ou evidências robustas de uma realidade desconhecida, mas é possível contrariar com a lógica fria do raciocínio crítico as fantasias mirabolantes que habitam a mente dos crentes mesmo que isso seja interpretado como uma autoafirmação cética arrogante no ambiente cético de um clube de céticos.
Certo, e isso deve ser feito mesmo. Agora, quando você tenta explicar para surdos leis de harmonia e percepção musical, realmente não tem outra opção senão aceitar e compreender profundamente que sua explicação seja tomada como fantasiosa. Entretanto, se você puder ajudá-los a ouvir, será muito mais útil do que tentar debater algo situado fora de sua esfera de experiência. Sem falar que, se ouvirem corretamente, e com a devida atenção, poderão aprender diretamente a informação anterior, com conhecimento de primeira mão. Assim sendo, não só espero que ninguém acredite nas coisas que posto aqui, como ativamente torço para que não acreditem e rejeitem mesmo. Acreditar não interessa, é apenas ilusão. Não é possível transmitir conclusões que decorrem de um estado. Chegando no receptor, essas conclusões se tornarão fantasia, por não terem assento na experiência. Portanto, a única coisa que interessa é a experiência, e, quem quiser, trilhe uma senda, e quem não quiser fique como está, sabendo que tomou voluntariamente a opção de conformar-se com o atual estado limitado de consciência.