Essa descrição dos servos de Maria é tão ridícula que torna a estorinha do fantasma do garoto menos bobinha. Aliás nunca entendi o papel da tecnologia terrena no mundo astral nem essa preocupação com a ergonomia dos corpos fluídicos.
A tecnologia no astral existe por dois motivos - primeiro, porque como o astral é um "espelho" onde se plasmam as formas que nossos pensamentos tomam, tudo que aparece aqui no plano físico já foi, anteriormente, a forma-pensamento de alguém, de forma que tudo que se cria no astral vem a existir no físico e vice-versa, estão ambos em interação constante. O segundo motivo é porque a grande maioria, ao se encontrar do outro lado, não pôde, em vida, ter a educação, treinamento e conhecimentos necessários para lidarem com as leis diferentes que regem este estado de manifestação e, por isso, ainda precisam de veículos, alimentação, tudo que "replique" o máximo possível o estado de vida com o qual estavam habituados, já que não estão prontos para funcionar nos corpos sutis e aplicar conscientemente suas funções.
Tratando-se o recém desencarnado de criatura de baixo nível moral a densidade do Perispírito torna-o susceptível a todos os incômodos que afeta o homem encarnado.
Na verdade, isso acontece unica e somente porque espera-se que o indivíduo de pequena mentalidade esteja de tal maneira identificado com sua existência corpórea que, não mais dispondo de um veículo físico, sua própria mente manifesta as sensações que sempre foram sua referência.
Sente frio/calor, dores e desconfortos i.e. exatamente como quando estava na carne.
Unicamente por não ter desenvolvido faculdades superiores ao longo da existência, então resta à mente simular o tipo de experiência ao qual se adaptou ao longo da existência terrena.
O perispírito por suas faculdades ideoplásticas pode assumir a forma que lhe convier ou que lhe seja imposta por entidades superiores com certas finalidades.
Imaginar a partir daí que o que é denominado perispírito seja, de fato, um revestimento-fluidico, gasparzinho-flutuante subjacente ao corpo, é degeneração supersticiosa. A ideoplastia se deve ao fato de que, sem um corpo, a mente experimentará a si mesma a partir da propriocepção psíquica que tenha desenvolvido. Como, para a maioria das pessoas, nunca houve uma propriocepção alternativa à da existência corporal, a mente tenta recriar o corpo, formando assim o corpo onírico que experimentamos nos sonhos ou no momento de EQM, e que espíritas, de maneira supersticiosa, tomam por um envoltório literal.