Não se deve confundir Teosofia com Sociedade Teosófica. A Teosofia, no ocidente, antecede e sucede a organização chamada "sociedade teosófica". O termo já era utilizado para definir a transmissão da qual fizeram parte Jakob Boehme, Swedenborg, Saint-Martin, além de antigos como Plotino. Blavatsky teve seu contato com a teosofia através de seu bisavô, que era membro do martinismo russo, e tinha uma biblioteca enorme com todos os clássicos. Lá ela encharcou sua mente com os conceitos e termos da teosofia ocidental e, com sua vida de viagens e contatos com gurus orientais, montou seu sistema de intercessões. A teosofia, em si, é o estudo e sabedoria (experiência direta) dos paralelos e intercessões místicas. O que Blavatsky fez foi ter estendido isso ao oriente, ou melhor, trazer o oriente ao ocidente, o que infelizmente, no geral, acabou degenerando ambos os sistemas ao invés de ajudar. O sistema teosófico hebraico+grego+pitagórico+neoplatônico já estava estabelecido formalmente dentro dos movimentos rosacruzes e maçônicos. O sistema sânscrito+hindu era reservado à tradição oriental. Quando houve a salada mística, se fez necessária a associação entre os termos e conceitos de um e de outro, e daí termos orientais como atma, buddhi, manas e kama rupa foram associados à logos, arché, nous, "astral" para formar um sistema esotérico único. Mas, independente do que foi feito por Blavatsky e seus comparsas, minha própria pesquisa teosófica também me levou a descobrir estes paralelos que apontam para a fonte única do conhecimento místico e experienciá-lo. Degenerações subsequentes da sociedade teosófica não podem ser confundidos ou denegrir o legado da Teosofia em si.