Autor Tópico: A verdadeira face do aborto  (Lida 58969 vezes)

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Offline West

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #550 Online: 22 de Outubro de 2007, 02:57:07 »
Na minha opinião deve ficar como tá: somente é permitido em caso de estupro ou perigo de vida para a mãe. Se legalizar banaliza, vira comércio. Veja o exemplo dos EUA. Aborto tardio é realmente um ato mustruoso e vil. Não se trata de moralismo religioso, que pra mim não passa de hipocresia barata, é questão de humanidade.
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
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Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #551 Online: 25 de Outubro de 2007, 00:32:54 »
Nos EUA também ocorreu algo interessante: acho que uns 15 anos anos após a legalização do aborto, ocorreu uma diminuição da criminalidade nesses estados.

Hipotetiza-se possa ser em boa parte o resultado de menos crianças indesejadas pelos pais, sendo abandonadas, ou simplesmente maltratadas pelos próprios pais (ou pais adotivos), ou mesmo indesejadas sem maus-tratos mais drásticos, afetando mesmo assim a personalidade delas. Some-se isso ao lado sócio-econômico também, de como abortos poderiam representar menor pobreza, e como a pobreza estatisticamente torna a criminalidade mais provável.


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THE IMPACT OF LEGALIZED ABORTION ON CRIME*
JOHN J. DONOHUE III AND STEVEN D. LEVITT
We offer evidence that legalized abortion has contributed signiŽcantly to
recent crime reductions. Crime began to fall roughly eighteen years after abortion
legalization. The Žve states that allowed abortion in 1970 experienced declines
earlier than the rest of the nation, which legalized in 1973 with Roe v. Wade.
States with high abortion rates in the 1970s and 1980s experienced greater crime
reductions in the 1990s. In high abortion states, only arrests of those born after
abortion legalization fall relative to low abortion states. Legalized abortion appears
to account for as much as 50 percent of the recent drop in crime.



Não acho que tenha como "virar comércio" aborto, nunca. Nunca vai ser como "fazer uma lipo" (já pensou? "amiga, esse ano já fiz dois abos"; "tá podendo hein? eu só fiz um, o ano passado!"), uma coisa "da moda". Ao mesmo tempo em que também não sou a favor da legalização de aborto tardio (exceto em caso de risco de vida para a mãe), também acho que a legalização irrestrita é uma questão de direitos humanos.

Offline Spitfire

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #552 Online: 25 de Outubro de 2007, 00:59:53 »
A verdadeira face do aborto...

A verdadeira face do ateísmo...

Binário... muito binário.
O mundo (e as razões) são muito mais do que 1 ou 0... branco ou preto... tem matizes!  :wink:

Offline RickRJ

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #553 Online: 25 de Outubro de 2007, 01:23:27 »
O livro 'Freakonomics' aborda o lado bom do aborto - se é que se pode falar desta maneira - e faz uma análise fria do impacto da legalização do aborto a longo prazo.
E essa maneira do Spitfire se expressar, eu li no livro de introdução à Economia, do Mankiw(?).Ele fala justamente dessa coisa do preto e branco na sociedade.Você deve enxergar sempre o cinza!
Então tudo bem! Aborto só em caso de estupro e risco de vida à mãe.E as clínicas clandestinas lucrando do mesmo jeito com as 'filhas' das classes A e B, e as restantes comprando o Cytotec no ambulante e indo parar no hospital.Passando por uma situação vexatória.
O Ministro da Saúde foi brilhante ao dizer que o aborto é uma questão de saúde pública.E é, pois o SUS prega a eqüidade.
"Allah é a Luz dos Céus e da Terra..." Qur'an (24:35)

Offline West

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #554 Online: 11 de Novembro de 2007, 16:09:34 »
Então tudo bem! Aborto só em caso de estupro e risco de vida à mãe.E as clínicas clandestinas lucrando do mesmo jeito com as 'filhas' das classes A e B, e as restantes comprando o Cytotec no ambulante e indo parar no hospital.Passando por uma situação vexatória.
O Ministro da Saúde foi brilhante ao dizer que o aborto é uma questão de saúde pública.E é, pois o SUS prega a eqüidade.

Verdade amigo. Essa, apesar de dura, é infelizmente a realidade. Mas não podemos isentar essas pessoas de sua responsabilidade para consigo, com um eventual filho e para como a sociedade. Se não querem ter filhos que tomem os cuidados necessários e não ajam irresponsavelmente. Meios contraceptivos não faltam. Cada indivíduo deve arcar com as consequências de seus atos, principalmente quando são eles frutos de algum comportamento inconsequente.

Devemos ainda lembrar que aborto é crime e o simples ato de defendê-lo também caracteriza outro crime que é o de "apologia ao crime". Realmente esse é um tema muito complicado de ser tratado.

Na mesma linha de raciocínio, a Constituição Federal proteje o direito à vida, ao qualificá-lo como direito fundamental de primeira geração. É ele portanto, cláusula pétrea. Dessa forma é impossível que o aborto seja liberado no atual contexto jurídico. Somente com a feitura de uma nova Constituição isso poderia ocorrer.
« Última modificação: 12 de Novembro de 2007, 14:13:45 por wstEagle »
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #555 Online: 11 de Novembro de 2007, 19:00:49 »
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Devemos ainda lembrar que aborto é crime e o simples ato de defendê-lo também caracteriza outro crime que é o de "apologia ao crime". Realmente esse é um tema muito complicado de ser tratado.

Acho que só seria se eu dissesse que as pessoas DEVEM abortar, mesmo sendo ilegal, o que não é o que eu vejo ninguém sugerir, geralmente. O que se sugere, é que não devesse ser crime. Nem se sugere que se DEVESSE abortar, mesmo SE FOSSE legal.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #556 Online: 11 de Novembro de 2007, 19:03:16 »
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Na mesma linha de raciocínio, a Constituição Federal proteje o direito à vida, ao qualificá-lo como direito fundamental de primeira geração. É ele portanto, cláusula pétrea. Dessa forma é impossível que o aborto seja liberado no atual contexto jurídico. Somente com a feitura de uma nova Constituição isso poderia ocorrer.

Creio que a constituição tenha qualquer coisa quanto a pena de morte, não sobre algo mais nebuloso como "direito a vida". O código civil dá o "direito a vida" desde a concepção.

Offline West

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #557 Online: 11 de Novembro de 2007, 19:29:53 »
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Devemos ainda lembrar que aborto é crime e o simples ato de defendê-lo também caracteriza outro crime que é o de "apologia ao crime". Realmente esse é um tema muito complicado de ser tratado.

Acho que só seria se eu dissesse que as pessoas DEVEM abortar, mesmo sendo ilegal, o que não é o que eu vejo ninguém sugerir, geralmente. O que se sugere, é que não devesse ser crime. Nem se sugere que se DEVESSE abortar, mesmo SE FOSSE legal.

O problema é que as pessoas, ao defenderem  posição favorável ao aborto, as vezes acabam ultrapassando esse limite. Aqui na minha cidade os integrantes de uma ONG chamada Marcha Mundial das Mulheres (MMM) picharam vários prédios públicos e igrejas com os dizeres "ABORTO JÁ".

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Creio que a constituição tenha qualquer coisa quanto a pena de morte, não sobre algo mais nebuloso como "direito a vida". O código civil dá o "direito a vida" desde a concepção.

A vedação da pena de morte é simples corolário do direito à vida. Veja o que diz o art. 5°, caput, da Constituição Federal, que está inserta no título II - dos direitos e garantias fundamentais:

"art. 5°. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos extrangeiros residentes no país a inviolabilidade do DIREITO À VIDA, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade nos termos seguintes;" (destaque nosso)

Mesmo sendo o direiro à vida um direito fundamental, presente nas Constituição de todos os Estados, desde de a Declaração de Direitos da Vigínia de 1776, ele (como todo direito) não é absoluto. Por isso a ordem jurídica autoriza, em situações excepcionais, sua violação, como é o caso da legítima defesa, exercício regular de direito, estado de necessidade, aborto.

O código civil, como norma infraconstitucional que é, não pode ir contra às disposições constitucionais. Na verdade você se referiu aos direitos do nascituro que são assegurados desde a concepçao. Veja o que diz o Código Civil:

"art. 2°. a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção os direitos do nascituro."

Na verdade o que o nascituro tem é apenas "expectativa de direitos", já que a personalidade civil (condição necessária à titularidade de qualquer direito) apenas surge com o nascimento com vida, entendido esse quando a criança respira. Assim, por exemplo, o nascituro pode ser legatário,ficando o cumprimento do legado sujeito ao nascimento com vida, mas não pode ser herdeiro, por ainda não possuir personalidade civil.
« Última modificação: 11 de Novembro de 2007, 20:01:16 por wstEagle »
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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #558 Online: 12 de Novembro de 2007, 14:04:25 »
Amigo,

Minha resposta foi incompleta. Acho que entendi agora sua pergunda: você quis dizer que, como não há proibição expressão ao aborto, contrariamente ao que ocorre com a pena de morte, seria possível sua ampliação. Acho que é isso.

É possível sim uma argumentação nesse sentido, porém é muito difícil que ela seja aceita, e eu foi esclarecer porque.

Sempre que ocorre algum conflito entre um direito fundamental (como o direito a vida, p.ex.) e outro qualquer, o instrumento a ser utilizado para a soluçao desse conflito é a aplicação dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Explico.

Imagina uma situação que envolva a necessidade de interceptação telefônica. De um lado temos o direito à inviolabilidade desse tipo de comunicação ( que é, em última análise, corolária do direito à privacidade) e, do outro, temos o direito da coletividade à segurança (violada pelos interlocutores criminosos). Nesse caso, qual dos direitos deve prevalecer? Temos aí uma situação conflitante a ser solucionada. Então como proceder? O bom sendo diz que não é razoável que alguém faça uso, como escudo, de um direito que lhe é assegurado para praticar ilicitudes e ficar impune. Imagine um assaltante alegando o direito de libertade para não ser preso. Nisso consiste (basicamente) o princípio da razoabilidade.

Agora, voltando para o caso do aborto, temos em jogo, de um lado o direito à vida do nascituro, que embora potencial é protegido pela Constituição. Do outro, temos os eventuais direitos conflitantes cuja mãe é titular, como o também direito à vida (no caso de uma gravidez de alto risco), ou ao de não ser submetida a uma situação de grande sofrimento psíquico (no caso de estupro), por exemplo.

Os dois casos exemplificados são os qua atualmente autorizam o aborto. Diante deles poderíamos perguntar: é razoável que a mãe ponha em risco a sua própria vida, como também a do nascituro, levando até o fim uma gravidez desse tipo, ou, nessa situação, é mais razoável se permitir o aborto? Poderíamos fazer semelhante pergunta para o caso de estupro. Acho que, nessas duas situações, qualquer pessoa, em condições normais (isentas de qualquer ideologia religiosa contrária ou psicopatia) aprovaria o aborto.

Todavia, é muito difícil se aceitar, de forma isenta, o aborto sobre outras alegações, como, p. ex., por questões sociais (falta de condições materias dos pais, possível marginalização, insuficiência do sistema de saúde, etc.). Esses problemas podem ser solucionados por vários outros meios. Nesses casos o aborto não é razoável. Seria semelhante à legalização do extermínio das populações pobres marginalizadas, grosso modo.

Fique a vontade para discordar e expor outros pontos de vista.

Valeu!
     
« Última modificação: 12 de Novembro de 2007, 14:10:23 por wstEagle »
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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #559 Online: 13 de Novembro de 2007, 14:10:36 »
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Assim, por exemplo, o nascituro pode ser legatário,ficando o cumprimento do legado sujeito ao nascimento com vida, mas não pode ser herdeiro, por ainda não possuir personalidade civil.

Só esclarecendo esse ponto: O nascituro, apesar de não herdar imediatamente à morte do hereditando (do pai, por exemplo), tem esse direito assegurado e condicionado ao nascimento com vida. À primeira vista tal condição parece desnecessária, mas ela é muito importante para o direito sucessório, pois, nascendo o herdeiro com vida, mesmo que morra segundos após, ele herdará e, por via de consequência, transmitirar a herança aos seus próprios herdeiros, alterando a cadéia sucessória. Fato que não ocorreria caso tivesse nascido morto.

Veleu!
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Offline KriZ

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #560 Online: 03 de Outubro de 2008, 01:35:21 »
Não consegui ver as imagens, o link não está funcionado...

Creio que deviam legalizar, assim fica a critério da mulher, com certeza deve haver aconselhamento antes de tal procedimento.
Sem ser permitido acontece em condições terríveis, deveriam pelo menos dar a chance para quem está nessa condição e não tem recursos, de fazer "direito".

Existem pessoas que falam como que se houvesse uma legalização seria obrigatório abortar. O Estado deve dar as opções e cabe a pessoa decidir o que é melhor para sua vida, não adianta impor algo que é tão intimo.  u.u
Entorta colher,entorta colher,entorta colher.. Entorta colher! entorta colher! entorta colher!........... entorta p0##4..

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Offline Fabulous

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #561 Online: 05 de Outubro de 2008, 12:50:18 »
Sou contra o aborto nos ultimos meses, é um assassinato. Sou a favor nas primeiras semanas, quando ainda não tem o sistema nervoso desenvolvido. Anticoncepcionais e camisinhas deveriam ser distribuidas gratuitamente nos postos de saúde... deveria ser obrigação de todos utilizarem. É revoltante.
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Offline Mussain!

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #562 Online: 05 de Outubro de 2008, 21:19:43 »
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Anticoncepcionais e camisinhas deveriam ser distribuidas gratuitamente nos postos de saúde...
Isso já acontece. Basta se cadastrar e assistir as palestras.

Acho que deveriam facilitar ao máximo a vasectomia e ligação de trompas. Mas claro, com excelente qualidade.


(Falando nisso, quanto é que ta uma em média....? Vou fazer esse troço esse ano. Queria fazer com 17, mas a mamãe né... Sabe como é... E fui burro. Deveria ter feito isso há tempos)
« Última modificação: 05 de Outubro de 2008, 21:22:06 por Mussolim Bucetê »

Offline Lua

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #563 Online: 11 de Outubro de 2008, 22:32:14 »
Creio que deviam legalizar, assim fica a critério da mulher, com certeza deve haver aconselhamento antes de tal procedimento.
Sem ser permitido acontece em condições terríveis, deveriam pelo menos dar a chance para quem está nessa condição e não tem recursos, de fazer "direito".

Infelizmente a legislação está há anos luz da realidade (em alguns aspectos sociais). Com já foi dito mais acima, a questão do aborto deveria ser inserida na temática 'saúde pública', uma vez que milhares de mulheres buscam apoio médico após tentativas mal sucedidas de resolverem um problema que, a princípio, é unicamente delas.
O grande problema é: as religiões ainda imperam quando se trata de elaborar leis e conceder direitos a quem de fato os detém (é o mesmo caso dos homossexuais e suas tentativas incansáveis em legalizar suas uniões estáveis ou casarem).
Psicologicamente falando, uma mulher que se descobre grávida e sem condições de colocar uma criança no mundo entra em parafuso. Como vai criar? Como vai manter? Como vai dar o melhor? Em que circunstâncias aquela criança nascerá? Por mais que exista uma tipificação do aborto como crime, poucas mulheres lembram disso na hora do desespero. E por essa razão, muitas recorrem a métodos destrutivos para se livrar de algo que, a princípio, é altamente prejudicial para suas vidas. Diante desse quadro, cabe à legislação e ao SUS se adequarem à uma realidade que tem tirado a vida de milhares de mulheres todos os anos.

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Anticoncepcionais e camisinhas deveriam ser distribuidas gratuitamente nos postos de saúde...
Isso já acontece. Basta se cadastrar e assistir as palestras.

Acho que deveriam facilitar ao máximo a vasectomia e ligação de trompas. Mas claro, com excelente qualidade.

Infelizmente, incentivar o uso de camisinha e demais métodos contraceptivos não tem dado o resultado esperado. Por alguma razão, os jovens continuam à margem da informação ou se esquivam de segui-la. Vejo garotas de 13 anos grávidas e que me dizem que não usam camisinha 'porque tira o prazer' e que não usam anticoncepcional 'porque engorda'. Com uma mentalidade dessas, o imediatismo da satisfação momentânea acaba trazendo prejuízos a longo prazo: uma gravidez indesejada, a responsabilidade de um filho pelo resto da vida (sim, filho é para sempre) ou a tentativa arriscada de tentar colocar fim à essa responsabilidade assustadora.

E quanto à vasectomia e à ligadura... bem, são propostas interessantes, sobretudo para as classes mais baixas e que tem um filho por ano... O grande problema é: como aplicar estas propostas e abranger exatamente aqueles que não tem condições de sustentar uma criança sem precisar recorrer a programas governamentais?
« Última modificação: 11 de Outubro de 2008, 22:34:30 por Lua »
"Ajusto-me a mim, não ao mundo" Anais Nin

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Skorpios

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #564 Online: 12 de Outubro de 2008, 05:46:51 »
Creio que deviam legalizar, assim fica a critério da mulher, com certeza deve haver aconselhamento antes de tal procedimento.
Sem ser permitido acontece em condições terríveis, deveriam pelo menos dar a chance para quem está nessa condição e não tem recursos, de fazer "direito".

Infelizmente a legislação está há anos luz da realidade (em alguns aspectos sociais). Com já foi dito mais acima, a questão do aborto deveria ser inserida na temática 'saúde pública', uma vez que milhares de mulheres buscam apoio médico após tentativas mal sucedidas de resolverem um problema que, a princípio, é unicamente delas.
O grande problema é: as religiões ainda imperam quando se trata de elaborar leis e conceder direitos a quem de fato os detém (é o mesmo caso dos homossexuais e suas tentativas incansáveis em legalizar suas uniões estáveis ou casarem).
Psicologicamente falando, uma mulher que se descobre grávida e sem condições de colocar uma criança no mundo entra em parafuso. Como vai criar? Como vai manter? Como vai dar o melhor? Em que circunstâncias aquela criança nascerá? Por mais que exista uma tipificação do aborto como crime, poucas mulheres lembram disso na hora do desespero. E por essa razão, muitas recorrem a métodos destrutivos para se livrar de algo que, a princípio, é altamente prejudicial para suas vidas. Diante desse quadro, cabe à legislação e ao SUS se adequarem à uma realidade que tem tirado a vida de milhares de mulheres todos os anos.

Perefeita essa colocação.


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Infelizmente, incentivar o uso de camisinha e demais métodos contraceptivos não tem dado o resultado esperado. Por alguma razão, os jovens continuam à margem da informação ou se esquivam de segui-la. Vejo garotas de 13 anos grávidas e que me dizem que não usam camisinha 'porque tira o prazer' e que não usam anticoncepcional 'porque engorda'. Com uma mentalidade dessas, o imediatismo da satisfação momentânea acaba trazendo prejuízos a longo prazo: uma gravidez indesejada, a responsabilidade de um filho pelo resto da vida (sim, filho é para sempre) ou a tentativa arriscada de tentar colocar fim à essa responsabilidade assustadora.

E quanto à vasectomia e à ligadura... bem, são propostas interessantes, sobretudo para as classes mais baixas e que tem um filho por ano... O grande problema é: como aplicar estas propostas e abranger exatamente aqueles que não tem condições de sustentar uma criança sem precisar recorrer a programas governamentais?

Na India, nos anos 50, houve uma campanha em que o governo dava um radio de pilha ao homem que se submetesse á vasectomia. Mas não sei se funcionou.
« Última modificação: 12 de Outubro de 2008, 05:50:04 por Skorpios »

Offline Lua

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #565 Online: 12 de Outubro de 2008, 20:11:03 »
Na India, nos anos 50, houve uma campanha em que o governo dava um radio de pilha ao homem que se submetesse á vasectomia. Mas não sei se funcionou.

Bem... O governo paga para que as pessoas tenham filhos, porque não pagar para que não tenham mais? Infelizmente, o que se percebe é a fomentação de uma política assistencial que não prepara famílias para sobreviverem com o próprio sustento ou as conscientiza das implicações de colocar uma criança no mundo (quando não têm condição para mantê-la). A curto prazo, alimenta a fome e ampara quem precisa... A longo prazo? Milhares de brasileiros despreparados para o mercado de trabalho e milhares de brasileirinhos sem expectativas com relação a educação, saúde e, futuramente, emprego... E a história se repete... ¬¬
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Offline Fabulous

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #566 Online: 12 de Outubro de 2008, 21:16:26 »
Bem... O governo paga para que as pessoas tenham filhos, porque não pagar para que não tenham

Depende da densidade populacional da região geográfica em questão.
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Offline Lua

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #567 Online: 12 de Outubro de 2008, 21:28:09 »
Bem... O governo paga para que as pessoas tenham filhos, porque não pagar para que não tenham

Depende da densidade populacional da região geográfica em questão.

Sem dúvida, Fabulous. Em razão disso, algumas regiões deveriam receber especial atenção no que toca à redução da taxa de natalidade. O nordeste, por exemplo...
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Offline VideoMaker

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #568 Online: 25 de Novembro de 2008, 16:19:25 »
Não quer morrer em um aborto mal feito e pouco higienico?
Não os convide para "entrar" e mantenha sempre os joelhos juntos.
Simples assim.
É pretensão habitual do cético ver melhor que os demais.

Offline Nina

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #569 Online: 25 de Novembro de 2008, 20:22:55 »
Como se toda gravidez estivesse nessa regra, da irresponsabilidade.

E como se a responsabilidade fosse só da mulher....
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Athena

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #570 Online: 25 de Novembro de 2008, 21:06:22 »
Como se toda gravidez estivesse nessa regra, da irresponsabilidade.

E como se a responsabilidade fosse só da mulher....

Apoiado!
Você nasce sem pedir e morre sem querer.
Aproveite o intervalo!

Offline Maeve

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #571 Online: 04 de Dezembro de 2008, 17:57:58 »
Como se toda gravidez estivesse nessa regra, da irresponsabilidade.

E como se a responsabilidade fosse só da mulher....



E pior....ninguém mede que, após o parto , se houver maus tratos, a culpa é dela também.
E que se a criança adoece, é culpa dela.
E que se a criança não tem educação , a culpa é dela.
em alguns casos, é melhor que não venha ao mundo, mesmo
"Meço o valor de um homem pela medida em que ele se liberta de seu próprio eu."

Offline FxF

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #572 Online: 04 de Dezembro de 2008, 21:58:57 »
Não os convide para "entrar" e mantenha sempre os joelhos juntos.
Simples assim.
Quanta besteira. Animais fazem sexo. A raça humana só existe hoje porque nossos antepassados fizeram sexo.

É aquela velha piada, o sujeito volta do trabalho e vê sua mulher o traindo com outro no sofá, e no dia seguinte o sujeito vende o sofá...

Offline Mussain!

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #573 Online: 04 de Dezembro de 2008, 23:33:03 »
Sobre aborto, fico com G. Carlin:

"Eles só são contra até que nasça. Depois disso, que o pivete se lasque"...

Offline Nina

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Re: A verdadeira face do aborto
« Resposta #574 Online: 05 de Dezembro de 2008, 13:31:25 »
Eu ainda quero encontrar pessoalmente um anti-aborto... vou perguntar quantas crianças de rua ele já adotou.
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

 

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