Só para esclarecer, realmente é você que deve justificar suas afirmações e não eu, Tarcisio.
E se você faz quotes demais eu não me sinto responsável por isso.
Mas vou ver se posso quebrar seu galho nos dois pedidos.
Se vamos chamar um embrião (um punhado de células indiferenciadas) de "corpo", por que não chamar um lápis, um fio de cabelo ou uma folha de árvore de corpo também?
Você inverteu a oração e está pedindo que eu justifique…
Acho que você mesmo responder qual é a diferença que percebe é o menos errado.
Você fala em "corpo" humano de uma forma não-justificada, por isso cabe a você explicar o uso dessa palavra, não a mim. Mais ainda porque aparentemente seu argumento sobre direitos de um ser humano se baseia na existência desse corpo humano, em vez de em percepção de si próprio ou existência de um sistema nervoso.
ACHO que você está valorizando a idéia de que com proteção e nutrição um zigoto ou embrião pode se tornar um ser humano completo, e por isso deve ser tratado como um ser humano em potencial. Estou certo?
Você está esperando que os outros justifiquem as suas posições, mas vá lá: seu ponto é que um espermatozóide não é humano e não precisa ser protegido, mas um embrião é humano e por isso tem direitos como indivíduo.
Isso realmente não me convence; um espermatozóide é um organismo com certa autonomia, células diferenciadas, especialização de partes; um embrião são algumas poucas células idênticas entre si, sem diferenciação de funções ou de forma.
Não há evidência de que embriões possam sentir alguma coisa ou sofrer.
Olha, não quero resumos do meu pensamento ou dos seus… quero é melhorar, e pra isso seria bom que você seguisse uma linha lógica ao invés de pedir que eu justifique seus conceitos.
Se não somos capazes de resumir nossos próprios pensamentos, isso é forte indício de que eles não podem não ter coerência lógica. E sem coerência lógica pouco se pode melhorar nossas idéias.
Além disso, eu justifico os meus conceitos. Você é que ainda não o fez com os seus próprios, não de forma clara.
Se você vê uma diferença e fala sobre, que cite; se vê algo em comum e fala sobre, que cite. Parar no meio do caminho só tira o prestígio dos seus questionamentos tornando a discussão além de infrutífera, duplamente fatigante.
Também acho, mas estamos falando de quem?
Repito: Cite essa "forma" que ambos possuem em comum, por favor.
Estávamos falando da propriedade de "ser humano" que você considera descabida para um espermatozóide, e eu argumentei que o espermatozóide não pode ser considerado menos humano do que o embrião por nenhum critério que me ocorra. Se é preciso proteger o embrião por que "é humano", então também deveríamos proteger espermatozóides.
Irão falar assim ó "Senhor Luis, não há DNA no material colhido pelo senhor, leia estas instruções sobre onde pode consegui-lo. Então… nos vemos em breve?"
Ah, você falou na PONTA do cabelo, eu não havia reparado... ainda assim, a presença de DNA no folículo ou raiz do cabelo não pode ser considerado coincidência.
(O zigoto, o embrião e o feto ...) (s)ão objetos de origem humana, que apresentam DNA humano e que em condições adequadas podem se tornar seres humanos.
Isso de que fala é o esperma que em condição adequada pode participar de uma fecundação e se tornar humano.
Esse é o seu ponto, não? Você atribui à formação do zigoto a qualidade de formação da (nova) vida humana. Já o meu ponto é que essa interpretação é fundamentada em uma possibilidade futura, não na realidade do momento em si; o zigoto não tem células diferenciadas, o embrião também não (por isso ele é embrião e não feto).
Até onde se sabe não há sensação (e portanto não há sofrimento nem desejo de sobreviver) em quem não tem um sistema nervoso, e portanto antes que existam células nervosas é legítimo duvidar dos direitos de preservação de um organismo.
E por definição zigotos e embriões não tem célula nervosa alguma.
O zigoto, o embrião e o feto, são por DNA e características, seres humanos. As condições que um zigoto, embrião e feto precisam para sobreviver são as mesmas que qualquer ser humano encontrado em outra fase, seja adulto, velho ou criança…
Isso simplesmente não é verdade. Nenhuma das duas partes. Zigotos, embriões e até mesmo fetos não tem características tipicamente humanas. Um feto humano lembra muito mais um feto de outro primata ou mesmo mamífero do que um adulto humano.
E sem dúvida o cuidado que um feto precisa para sobreviver é muito diferente do que um recém-nascido ou ser humano formado pede.
Para embriões e zigotos esses pontos são ainda mais claros.
zigoto
embrião
feto
bebê
criança
pré-adolescente
adolescente
adulto
velho
(...)
Nenhum deles tem um destino pré-estabelecido onde de uma fusão sua individualidade desaparece; nenhum deles precisa de um óvulo para tornar-se humano; nenhum deles é produzido por um único humano de forma natural.
Não entendi a importância dos dois últimos pontos, nem coisa alguma sobre o primeiro (que grifei acima).
Por quê o feto pode ser considerado um indivíduo para alguns fins e o zigoto e o embrião não são indivíduos? E por quê apenas para alguns fins?
Porque o feto tem diferenciação de células, e em estágios mais adiantados de desenvolvimento, órgãos funcionais - coração, pele, pulmões. Mas obviamente ele não é um ser humano completamente desenvolvido.
Depende dos meus interesses o quanto alguém é alguém?!
Sim, na verdade depende sim. Depende do critério e conceito que você escolhe adotar, o que por sua vez molda e é moldado pelos seus critérios éticos.
"Esse papo" é, pelo que entendo, a base da questão. Que sentido faz querer preservar os direitos de quem não tem a capacidade de sentir qualquer coisa?
Você sabia que ocasionalmente há morte espontânea de uma ou mais células do embrião - o que, para o número de células que um embrião tem, não é algo tão trivial em termos percentuais - e no entanto isso não inviabiliza o desenvolvimento normal do mesmo (dentro de certos limites, claro)?
O mesmo sentido pelo qual meu pai ficou em coma durante um mês sem sentir nada e não teve os direitos violados por isso.
Havia motivo para crer que ele poderia recuperar a noção de si próprio, não? E talvez ainda mais importante, não havia motivo para testar os limites dos direitos dele.
Depois voltou pra casa sentindo de tudo, menos o olfato… esse morreu mesmo coitado haehaeh
Fico feliz por ele ter se recuperado.
Isso que fala é interessante Luis. Eu como humano adulto reponho milhares e milhares de células mortas e isso não inviabiliza meu desenvolvimento normal, interessante semelhança que não havia notado.
Análises simplistas não esclarecem muita coisa.