Acho melhor prestar muita atenção ao artigo em questão que citei acima. É somente sobre o conteúdo dele que estaremos votando.
Nele NÃO consta que:
1. O Estado vai dispensar mais recursos com a segurança.
E não consta que vai dispensar menos, como muitos afirmam...
Continua não oferecendo uma compensação pela perda do direito de comprar (e portar) arma para se defender.
Então devemos fazer algo que ideologicamente é bom, apenas se tivermos compensação? Toma lá dá cá?
Eu não considero ideologicamente bom tirar o direito do cidadão de bem se defender. Assim, com o Estado tirando um direito meu, seria de se esperar que ele propusesse uma compensação. Isso que você disse é uma falácia.
Então que se faça isso antes de realizar o desarmamento da população com um todo, ou que pelo menos as taxas de criminalidade atinjam níveis aceitáveis, a ponto de podermos confiar nossa segurança totalmente às instituições estatais encarregadas disso.
Não será um desarmamento como um todo. Isso é uma falácia.
Espantalho.
É lógico que estou me referindo à população civil e que não se enquadra no artigo 6. É sempre necessário explicar tudo mastigadinho? Estou me cansando disso.
Não há dados que atestem que ter arma aumenta a segurança.
Isso é uma falácia se for para justificar o SIM.
Continua não oferecendo uma compensação pela perda do direito de comprar (e portar) arma para se defender.
Pois é. Volto à questão que às vezes precisamos dispor de algo para ter mais poder para exigir atitudes do governo.
Ninguém me convenceu ainda que ter arma é seguro. Essa coisa de que as pessoas "psicologicamente aptas" poderiam ter armas é complexa. Não há dados que demonstrem que apenas pessoas que já eram (ou seriam) consideradas psicologicamente inaptas antes de ter uma arma que cometem crimes. Muitas situações podem tornar uma pessoa apta em inapta.
Isso é uma falácia.
O Brasil é um dos países que possuem o menor número de armas em domicílios privados. Só 3,5% de seus habitantes têm armas de fogo legalmente. Nos Estados Unidos, a cifra sobe para 52%, no Canadá para 30%, na Itália para 17%, na França para 24,5%, na Suécia para 15% e na Suíça para 35%. Nas mesmas estatísticas podemos observar o número de homicídios por 100 mil habitantes: nos Estados Unidos, apenas 6, no Canadá 3, na Itália 2, na França 1,5, na Suécia 1,5 e na Suécia 1, e para não dar espaço ao argumento de que esses exemplos de países de primeiro-mundo não representam a realidade brasileira, cito a Argentina, onde essa taxa é de apenas 4,3 para cada 100 mil, e onde cerca de 20% de domicílios possuem armas de fogo, praticamente 6 vezes mais que aqui. No Brasil, todavia, em que apenas 3,5% dos domicílios têm armas legais, o número de homicídios sobe para incríveis 27 assassinatos por cada 100 mil habitantes, ou seja, mais de 6 vezes do que na Argentina, 4 vezes e meia mais do que nos Estados Unidos, 9 vezes mais do que no Canadá, 13 vezes e meia mais do que na Itália, 18 vezes mais do que na França e Suécia e 27 vezes mais do que na Suíça. Todos esses países possuem no mínimo 5 vezes até 15 vezes mais armas de fogo, proporcionalmente, do que o Brasil e apresentam índices de homícidio igualmente proporcionalmente de 4 até 27 vezes inferiores aos do Brasil. Fonte 1 e Fonte 2
Eu concluo com isso que o fato de haver comércio de armas para o "cidadão de bem" e conseqüentemente muitas residências com armas de fogo, que definitivamente não é o caso do Brasil, não está relacionado à alta incidência de homicídios, sendo mostrado inclusive o contrário.
Eu já comentei isso com o Appalachian. A questão é histórica e cultural. Comparar com outros países onde a tradição histórica e de colonização foi diferente é inútil. É ignorar um aspecto extremamente importante.
Citei o exemplo da Argentina, mas há mais exemplos de países com história de colonização semelhante à brasileira.
A matemática engana, quando quer enganar.
Isso é uma falácia.
Sim, claro, mas começando pelos bandidos. Quando comprovadamente eles estiverem desarmados eu abro mão do meu direito de comprar arma para defender minha integridade física.
Mas onde está escrito que os bandidos são permitidos usarem armas?
O que você está fazendo é um "tu quoque". Porque o bandido tem armas eu também posso ter. Então tenha uma ilegal, assim como eles.
Isso é
claramente uma falácia! A Constituição assegura o direito de auto-defesa na proporção da ameaça. Isso é bem claro. Porque o bandido pode se defender então eu não posso? Qual o problema com o "tu quoque"? (aliás, eu vejo muito uso equivocado do "tu quoque", pois esta expressão latina significa "tu também" e nada mais do que isso)
Pelo Estatuto do Desarmento, embora não haja exatamente o termo "Cidadão de Bem", o cidadão que pode portar uma arma deve possuir as características: não possuir antecendentes criminais, não estar respondendo a processo, não fazer uso de substâncias químicas que possam interferir no juízo de suas ações, possuir capacidade psicológica e física para utilizar uma arma e exercer atividade produtiva para a sociedade, entre outros requisitos, ou seja, há uma distinção muito clara entre o "cidadão de bem"(ou melhor: o cidadão que pode portar uma arma) e o bandido regular.
Quantos crimes são cometidos por cidadãos que não tinham antecedentes criminais antes? Há dados que demonstram que todos os crimes (ou a grande maioria) é realizado por reincidentes?
Essa da capacidade psicológica é complicada, como já comentei. A questão de fazer ou não uso de substâncias químicas que possam interferir no juízo de suas ações é mais cômica ainda - apenas quem conseguir um atestado laboratorial extremamente bem feito (não sei nem se isso é possível, talvez o Dr. Stéfano nos dê uma luz) dizendo que não bebe nada alcoólico, poderia ter uma arma.
Isso é uma falácia.
Assim, diante do que escrevi acima, não é "tu quoque", ao menos se você achar que todo mundo é bandido, que pelo menos até agora isso é exceção entre a população, felizmente. Ainda assim, se persistir na linha do "tu quoque" as forças estatais então também deveriam se desarmar, fato este que pela simples observação da realidade sabemos se tratar de uma idéia totalmente irracional.
A polícia tem uma função específica e deve andar armada. Se você não é segurança, policial ou algo do tipo, não deve ter armas. Isso inclui os bandidos. Se isso é enquadrar todos em bandidos, que seja, mas não é. Todos podem sofrer uma situação onde ficará psicologicamente abalado ou utilizará produtos químicos que lhe alterem o juízo da razão. Todos podem estar em algum momento nesta situação e serem incapazes de utilizar uma arma, de acordo com o próprio estatuto.
Polícia tem poder de polícia.
Isso é uma falácia.
Finalizando, sabendo que a Constituição não dá amplo respaldo para a "legítima defesa", votar "NÃO" já seria um primeiro passo para essa situação possivelmente mudar futuramente, o que espero realmente acontecer, como um gesto de repúdio à lei atual. Votando "SIM" estaremos apenas abrindo mão de mais um direito, sem contrapartida do governo, e sem qualquer garantia de que sem esse direito estaremos mais seguros.
Você já leu o texto do Hélio Schwartsmann?
Ele tem um exemplo bem interessante do que este tipo de pensamento pode levar. Por que eu não tenho direito a ter uma bomba atômica?
Você não pode ter, mas o país pode. Isso que você disse é uma falácia. A idéia do texto dele é falaciosa.
Ainda pessoalmente imagino a criminalidade aumentando substancialmente caso o "SIM" vença.
Isso não é um declive escorregadio?
Se for, me explique o porquê.
Isso para mim é muito claro! Eu mesmo, se fosse assaltante, me sentiria muito mais seguro para agir se o "SIM" ganhar. Por respeito à vida e à civilidade eu voto NÃO.
Ué.... Mas se o bandido pode ter uma arma ilegal, qualquer cidadão pode ter também. Ele nunca irá saber quem tem ou quem não tem. Esta alegação não é lógica. E não venha dizer que as pessoas de bem nunca teriam armas ilegais...
Isso é claramente uma falácia. É óbvio que se o SIM ganhar a comercialização de armas vai ser proibida para cidadão comum que não se enquadra no artigo 6 (está bem explicado agora?), e ele não poderá ter acesso às armas de maneira alguma. Se ele adquirir arma ilegalmente será tecnicamente um criminoso, sujeito às penalidades previstas em lei.