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Você acha que o comércio de armas deve ser proíbido no Brasil?

Votos Totais: 20

enquete encerrada: 01 de Outubro de 2005, 09:25:55

Autor Tópico: Desarmamento.  (Lida 11855 vezes)

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Poindexter

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Re.: Desarmamento.
« Resposta #175 Online: 22 de Outubro de 2005, 17:13:39 »
Bem no último dia antes da eleição...

Coincidência?

Offline Buckaroo Banzai

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Re.: Desarmamento.
« Resposta #176 Online: 22 de Outubro de 2005, 17:40:36 »
uns dias atrás aconteceu algo numa escola.... os alunos discutiam sobre o referendo e uma arma disparou acidentalmente, matando alguém..... não me lembro em que escola, e onde era

Offline Perseus

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Re.: Desarmamento.
« Resposta #177 Online: 22 de Outubro de 2005, 20:31:03 »
Normalmente eu tento ler ao menos 3 jornais todo final de semana, além das revistas semanais...

Apesar da vitória quase certa do 'Não', me chamou muito a atenção a atitude de dois, dentre os maiores jornais de circulação: a Folha de Sp e o Globo, ambos a favor do 'Sim'

A Folha apesar de ter feito um otimo editorial explicitando sua posição, não teve boi... fez questão de dar destaque exagerado a noticias de crianças morrendo por causa de tiros.
Ja o Globo foi patético... Só escreveu merda em seus editoriais (principalmente no de hoje que usa simplesmente o argumento mais estúpido que eu ja vi usarem até agora) e também não quis saber de muita isenção em suas matérias.

Apesar de este referendo ser de muita importância para nossa democracia, nota zero para nossos jornais.

Não posso comentar os comerciais de Tv porque não posso ter crises de hipertensão no final de semana...
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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #178 Online: 23 de Outubro de 2005, 03:22:13 »
Citação de: Poindexter
Bem no último dia antes da eleição...

Coincidência?


[modo irônico on]Deve ter sido encenação para o povo mudar de idéia...[modo irônico off]

Atheist

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #179 Online: 23 de Outubro de 2005, 03:22:59 »
Citação de: Danniel
uns dias atrás aconteceu algo numa escola.... os alunos discutiam sobre o referendo e uma arma disparou acidentalmente, matando alguém..... não me lembro em que escola, e onde era


Foi aqui em São Paulo, esta semana. A notícia perdeu-se no meio dos mortos por causa de futebol...

Offline Agnostic

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Desarmamento.
« Resposta #180 Online: 23 de Outubro de 2005, 05:27:49 »
Citação de: Atheist
Citação de: Agnostic
Citação de: Atheist
Citação de: Agnostic
Acho melhor prestar muita atenção ao artigo em questão que citei acima. É somente sobre o conteúdo dele que estaremos votando.

Nele NÃO consta que:

1. O Estado vai dispensar mais recursos com a segurança.


E não consta que vai dispensar menos, como muitos afirmam...


Continua não oferecendo uma compensação pela perda do direito de comprar (e portar) arma para se defender.


Então devemos fazer algo que ideologicamente é bom, apenas se tivermos compensação? Toma lá dá cá?


Eu não considero ideologicamente bom tirar o direito do cidadão de bem se defender. Assim, com o Estado tirando um direito meu, seria de se esperar que ele propusesse uma compensação. Isso que você disse é uma falácia.

Citação de: Atheist
Citação de: Agnostic
Então que se faça isso antes de realizar o desarmamento da população com um todo, ou que pelo menos as taxas de criminalidade atinjam níveis aceitáveis, a ponto de podermos confiar nossa segurança totalmente às instituições estatais encarregadas disso.


Não será um desarmamento como um todo. Isso é uma falácia.


Espantalho.

É lógico que estou me referindo à população civil e que não se enquadra no artigo 6. É sempre necessário explicar tudo mastigadinho? Estou me cansando disso. :roll:

Citação de: Atheist
Não há dados que atestem que ter arma aumenta a segurança.


Isso é uma falácia se for para justificar o SIM.

Citação de: Atheist
Citação de: Agnostic
Continua não oferecendo uma compensação pela perda do direito de comprar (e portar) arma para se defender.


Pois é. Volto à questão que às vezes precisamos dispor de algo para ter mais poder para exigir atitudes do governo.

Ninguém me convenceu ainda que ter arma é seguro. Essa coisa de que as pessoas "psicologicamente aptas" poderiam ter armas é complexa. Não há dados que demonstrem que apenas pessoas que já eram (ou seriam) consideradas psicologicamente inaptas antes de ter uma arma que cometem crimes. Muitas situações podem tornar uma pessoa apta em inapta.


Isso é uma falácia.

Citação de: Atheist
Citação de: Agnostic
O Brasil é um dos países que possuem o menor número de armas em domicílios privados. Só 3,5% de seus habitantes têm armas de fogo legalmente. Nos Estados Unidos, a cifra sobe para 52%, no Canadá para 30%, na Itália para 17%, na França para 24,5%, na Suécia para 15% e na Suíça para 35%. Nas mesmas  estatísticas podemos observar o número de homicídios por 100 mil habitantes: nos Estados Unidos, apenas 6, no Canadá 3, na Itália 2, na França 1,5, na Suécia 1,5 e na Suécia 1, e para não dar espaço ao argumento de que esses exemplos de países de primeiro-mundo não representam a realidade brasileira, cito a Argentina, onde essa taxa é de apenas 4,3 para cada 100 mil, e onde cerca de 20% de domicílios possuem armas de fogo, praticamente 6 vezes mais que aqui. No Brasil, todavia, em que apenas 3,5% dos domicílios têm armas legais, o número de homicídios sobe para incríveis 27 assassinatos por cada 100 mil habitantes, ou seja, mais de 6 vezes do que na Argentina, 4 vezes e meia mais do que nos Estados Unidos, 9 vezes mais do que no Canadá, 13 vezes e meia mais do que na Itália, 18 vezes mais do que na França e Suécia e 27 vezes mais do que na Suíça. Todos esses países possuem no mínimo 5 vezes até 15 vezes mais armas de fogo, proporcionalmente, do que o Brasil e apresentam índices de homícidio igualmente proporcionalmente de 4 até 27 vezes inferiores aos do Brasil. Fonte 1 e Fonte 2

Eu concluo com isso que o fato de haver comércio de armas para o "cidadão de bem" e conseqüentemente muitas residências com armas de fogo, que definitivamente não é o caso do Brasil, não está relacionado à alta incidência de homicídios, sendo mostrado inclusive o contrário.


Eu já comentei isso com o Appalachian. A questão é histórica e cultural. Comparar com outros países onde a tradição histórica e de colonização foi diferente é inútil. É ignorar um aspecto extremamente importante.


Citei o exemplo da Argentina, mas há mais exemplos de países com história de colonização semelhante à brasileira.  

Citação de: Atheist
A matemática engana, quando quer enganar.


Isso é uma falácia.

Citação de: Atheist
Citação de: Agnostic
Sim, claro, mas começando pelos bandidos. Quando comprovadamente eles estiverem  desarmados eu abro mão do meu direito de comprar arma para defender minha integridade física.


Mas onde está escrito que os bandidos são permitidos usarem armas?

O que você está fazendo é um "tu quoque". Porque o bandido tem armas eu também posso ter. Então tenha uma ilegal, assim como eles.


Isso é claramente uma falácia! A Constituição assegura o direito de auto-defesa na proporção da ameaça. Isso é bem claro. Porque o bandido pode se defender então eu não posso? Qual o problema com o "tu quoque"? (aliás, eu vejo muito uso equivocado do "tu quoque", pois esta expressão latina significa "tu também" e nada mais do que isso)

Citação de: Atheist
Citação de: Agnostic
Pelo Estatuto do Desarmento, embora não haja exatamente o termo "Cidadão de Bem", o cidadão que pode portar uma arma deve possuir as características: não possuir antecendentes criminais, não estar respondendo a processo, não fazer uso de substâncias químicas que possam interferir no juízo de suas ações, possuir capacidade psicológica e física para utilizar uma arma e exercer atividade produtiva para a sociedade, entre outros requisitos, ou seja, há uma distinção muito clara entre o "cidadão de bem"(ou melhor: o cidadão que pode portar uma arma) e o bandido regular.


Quantos crimes são cometidos por cidadãos que não tinham antecedentes criminais antes? Há dados que demonstram que todos os crimes (ou a grande maioria) é realizado por reincidentes?

Essa da capacidade psicológica é complicada, como já comentei. A questão de fazer ou não uso de substâncias químicas que possam interferir no juízo de suas ações é mais cômica ainda - apenas quem conseguir um atestado laboratorial extremamente bem feito (não sei nem se isso é possível, talvez o Dr. Stéfano nos dê uma luz) dizendo que não bebe nada alcoólico, poderia ter uma arma.


Isso é uma falácia.

Citação de: Atheist
Citação de: Agnostic
Assim, diante do que escrevi acima, não é "tu quoque", ao menos se você achar que todo mundo é bandido, que pelo menos até agora isso é exceção entre a população, felizmente. Ainda assim, se persistir na linha do "tu quoque" as forças estatais então também deveriam se desarmar, fato este que pela simples observação da realidade sabemos se tratar de uma idéia totalmente irracional.


A polícia tem uma função específica e deve andar armada. Se você não é segurança, policial ou algo do tipo, não deve ter armas. Isso inclui os bandidos. Se isso é enquadrar todos em bandidos, que seja, mas não é. Todos podem sofrer uma situação onde ficará psicologicamente abalado ou utilizará produtos químicos que lhe alterem o juízo da razão. Todos podem estar em algum momento nesta situação e serem incapazes de utilizar uma arma, de acordo com o próprio estatuto.

Polícia tem poder de polícia.


Isso é uma falácia.


Citação de: Atheist
Citação de: Agnostic
Finalizando,  sabendo que a Constituição não dá amplo respaldo para a "legítima defesa", votar "NÃO" já seria um primeiro passo para essa situação possivelmente mudar futuramente, o que espero realmente acontecer, como um gesto de repúdio à lei atual. Votando "SIM" estaremos apenas abrindo mão de mais um direito, sem contrapartida do governo, e sem qualquer garantia de que sem esse direito estaremos mais seguros.


Você já leu o texto do Hélio Schwartsmann?

Ele tem um exemplo bem interessante do que este tipo de pensamento pode levar. Por que eu não tenho direito a ter uma bomba atômica?


Você não pode ter, mas o país pode. Isso que você disse é uma falácia. A idéia do texto dele é falaciosa.

Citação de: Atheist
Citação de: Agnostic
Ainda pessoalmente imagino a criminalidade aumentando substancialmente caso o "SIM" vença.


Isso não é um declive escorregadio?


Se for, me explique o porquê.

Citação de: Atheist
Citação de: Agnostic
Isso para mim é muito claro! Eu mesmo, se fosse assaltante, me sentiria muito mais seguro para agir se o "SIM" ganhar. Por respeito à vida e à civilidade eu voto NÃO.


Ué.... Mas se o bandido pode ter uma arma ilegal, qualquer cidadão pode ter também. Ele nunca irá saber quem tem ou quem não tem. Esta alegação não é lógica. E não venha dizer que as pessoas de bem nunca teriam armas ilegais...


Isso é claramente uma falácia. É óbvio que se o SIM ganhar a comercialização de armas vai ser proibida para cidadão comum que não se enquadra no artigo 6 (está bem explicado agora?), e ele não poderá ter acesso às armas de maneira alguma. Se ele adquirir arma ilegalmente será tecnicamente um criminoso, sujeito às penalidades previstas em lei.
Who cares?

Atheist

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Re.: Desarmamento.
« Resposta #181 Online: 23 de Outubro de 2005, 05:53:42 »
Agnostic, seria bom você apontar a falácia e dizer de que tipo é, pois não me parecem falácias (se forem, revejo o argumento).

Embora você não tenha respondido nada (dizer que tudo é falácia é muito fácil), vou postar o último texto de Hélio Schwartsman (é possível que já tenha sido postado aqui, mas pelo visto não foi lido), uma vez que ele, como filósofo, provavelmente cometa menos falácias do que eu...

Citar
Um "sim" pela razão
A defesa do "sim" no referendo sobre o desarmamento que perpetrei em minha última coluna Um "sim" filosófico gerou uma quantidade de e-mails superior à que consigo administrar, de modo que, como sempre faço nessas ocasiões, optei por não responder a ninguém individualmente como a boa educação exigiria. Peço desculpas. Como ainda temos três dias antes da votação, ensaio hoje uma réplica coletiva.

Começo tentando esclarecer alguns pontos que, a julgar pela correspondência, permanecem obscuros. Em primeiro lugar, esqueçam os bandidos. Eles têm a péssima mania de não respeitar as leis, de modo que alterá-las é algo que tende a ter pouco impacto sobre a conduta dos que não as cumprem. Nem o Estatuto do Desarmamento nem o referendo foram concebidos para controlar o crime organizado. Enfrentá-lo é algo que exige quase nenhuma reforma legal e muito trabalho policial. O máximo que as disposições da lei nº 10.826 podem fazer com o bandido é acrescentar-lhe mais alguns anos de pena pelo porte irregular de arma de fogo, o que, como fator de dissuasão, é mais ou menos a mesma coisa que nada.

O argumento, é claro, vale para os dois lados. Uma eventual vitória do "sim" tampouco vai "facilitar" a vida dos criminosos de carreira. Eles jamais terão a certeza de que todos os "cidadãos de bem" estarão desarmados e impossibilitados de reagir. Em primeiro lugar, se a minha interpretação dos textos legais é correta, ninguém precisará devolver as armas e as balas que mantenha legalmente em sua casa. E um bom número de pessoas continuará autorizado a adquirir armamentos e munição dentro da lei. Em teoria, a ação da bandidagem só seria facilitada se ela tivesse a certeza de não encontrar resistência em lugar algum, o que está longe de ser verdade. Um meliante nem precisa ter muito azar para invadir a casa de um militar, um policial, um praticante de tiro ou de qualquer integrante das várias categorias que terão permissão para porte.

Elas são tantas e tão maleáveis que não acredito que uma vitória do "sim" implique a cassação de direitos, hipótese em que eu seria o primeiro a votar "não". Quem mora no campo poderá declarar-se caçador de subsistência. Nesse caso, poderá comprar espingardas e balas.

Para os citadinos, o caminho é inscrever-se num clube de tiro. Alguns leitores me informam que, nesse caso, as autoridades só lhes dão autorização para o transporte da arma e não para o porte (a diferença é que, no primeiro caso, precisam levá-la desmuniciada). Em princípio eu acho ótimo. Quero preservar meu direito de xingar barbeiros no trânsito correndo o menor risco possível de receber um tiro como retribuição. Mas, como sou um sujeito solidário, recomendo a essas pessoas procurar um advogado. O Estatuto do Desarmamento estabelece que atiradores esportivos fazem jus ao porte de arma, sem especificar uma categoria especial. Se a regulamentação o fez, ela é contestável, pois decretos e portarias não podem criar exigências ou limitações não previstas em lei.

E, já que estamos discutindo teorias do direito, aproveito para expor a interessante tese do advogado Marcelo Carvalho Zeferino. Ele e alguns outros leitores entendem que o referendo tem caráter supraconstitucional, de modo que, se a resposta à pergunta sobre a proibição do comércio de armas for "sim", o resultado se sobreporá à "lei, à vontade política e até mesmo à Constituição". Trocando em miúdos, seríamos obrigados a levar a proscrição a ferro e fogo. Isso significaria que nem o Exército poderia adquirir armamento e projéteis dentro da lei. Em termos estritamente acadêmicos acompanho o raciocínio de Zeferino, mas não acredito que sua tese passe no critério da razoabilidade. Não dá para imaginar um dispositivo que impeça as próprias Forças Armadas do país de comprar artefatos bélicos e munição. Se o problema for levado até o Supremo Tribunal Federal, a quem caberia resolvê-lo, o bom senso sugere que prevaleceria a interpretação restritiva, a qual vincula o escopo do referendo ao artigo 35 do Estatuto do Desarmamento que o previu. De toda maneira, concordo que a pergunta apresentada _"O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?"_ foi formulada de modo enviesado e enganoso.

Alguns outros leitores reclamaram de eu ter me utilizado dos dados de redução de mortes por arma de fogo apresentados pelo Ministério da Saúde. Afirmam que os dados não são confiáveis. É claro que existe a possibilidade teórica de eles terem sido fraudados, mas não acredito. O governo, embora apóie o "sim", não é tão coeso, obediente ou organizado assim. São grandes as chances de que uma eventual ordem do Ministério da Justiça, o principal interessado no "sim", para maquiar números do Datasus, ligado ao Ministério da Saúde, jamais chegasse a seu destino. Ainda que chegasse, muito provavelmente não seria cumprida, pois existem na pasta técnicos sérios que não compactuariam com a fraude. Teriam pelo menos segredado a manobra a algum jornalista. A rigor, a suspeita de que o governo pode ter falseado números porque é parte interessada se aplica a toda e qualquer estatística oficial. Seria, contudo, um despropósito as desprezarmos todas devido a essa possibilidade.

Quanto à acusação que me foi feita de tentar apresentar como causa uma mera correlação, devo dizer que ela me ofende. Estudei um pouco de lógica. Em meu texto, deixei mais do que claro que estava falando de uma correlação. Na verdade, como tentei explicar, temos uma dupla correlação, pois os homicídios não apenas caíram na vigência da campanha do desarmamento como caíram mais nos lugares onde se recolheram mais armas. Isso "prova" alguma coisa? No sentido forte, não. Mas é evidência suficiente de que os fenômenos podem estar ligados numa relação de causalidade, ou, pelo menos, de co-fatorialidade. Em ciências sociais, dificilmente se tem a oportunidade de trabalhar com indícios mais fortes do que uma dupla correlação.

A pergunta que fica é: para que serve então o referendo? E a resposta é, como tentei mostrar no texto anterior: para quase nada. Na prática, imagino que a principal mudança será a proibição de adquirir novas balas e armas que se aplica apenas às pessoas que não têm porte. Quem fizer muita questão de andar armado e dispuser-se a cumprir as exigências poderá fazê-lo dentro da lei. É claro que torrar algo entre R$ 250 milhões e R$ 700 milhões para promover uma consulta em torno de tão pouco beira o perdulário.

Meu "sim", como já antecipara, é filosófico. Está mais para uma declaração em favor da idéia de que não precisamos de armas para acertar nossas diferenças. A razão, como o prova a história, não é o principal guia da humanidade, mas tampouco se afigura como um apêndice inútil e obsoleto. Sob a égide das ciências, fizemos alguns progressos ao longo dos três últimos séculos. Como quase nada vai mudar seja com a vitória do "sim" ou do "não", aproveito para transformar meu voto num pequeno e quase silencioso manifesto em favor da razão.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult510u216.shtml

Offline Zibs

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #182 Online: 23 de Outubro de 2005, 07:39:13 »
Citação de: Atheist
Bom, aqui o não ganhou de lavada.

Será que vai ser assim mesmo?


Nao da para saber.O fato é que o nao vem vencendo nao só aqui, mas todos os foruns - inclusive religiosos - que andei checando por ai.Mas a verdade é que quem decidirá esta pendenga será o povao.Talvez, como a desinformacao é patente, a manipulacao da midia venha a por um contrapeso a favor do sim, D .Vamos ver, mas confesso que nao estou muito otimista quanto ao sim vencer...
A verdade, em sua essencia, se manifesta sob diferentes roupagens.Sabedoria é comunica-la usando-se da veste do seu interlocutor.

Offline Agnostic

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Re.: Desarmamento.
« Resposta #183 Online: 23 de Outubro de 2005, 16:21:03 »
Citação de: Atheist
Agnostic, seria bom você apontar a falácia e dizer de que tipo é, pois não me parecem falácias (se forem, revejo o argumento).


Ué, Atheist. Apenas segui seu exemplo. Seria bom você explicar os motivos das tantas falácias que você achou na minha argumentação também.  ;-)

Citação de: Atheist
Embora você não tenha respondido nada (dizer que tudo é falácia é muito fácil)


Já respondi e disse tudo nas minhas mensagens anteriores.

Se eu continuar respondendo estarei apenas repetindo tudo o que eu disse com palavras diferentes ad nauseam, e certamente não chegaremos a algum consenso produtivo.

O que ficou óbvio: temos posições claramente contrárias acerca desse assunto (desarmamento e proibição de comércio de armas de fogo e munição). Portanto encerro aqui.
Who cares?

Poindexter

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Desarmamento.
« Resposta #184 Online: 23 de Outubro de 2005, 18:49:03 »
Citação de: Atheist
A matemática engana, quando quer enganar.


Não dá nem para comentar uma observação dessas...

Negar cálculos técnicos... é este o tipo de argumento do "SIM"?

A Matemática é uma Ciência Exata. Ela não diz uma hora que o ovo é vilão na alimentação para alguns anos depois dizer que não é bem assim. Ela não diz que o bom é o Cooper para depois dizer que o bom é a caminhada. Ela não admite artigos com resultados opostos por causa da diferença da ideologia do autor, como ocorre nas Ciências Humanas.

Enfim... a Matemática é exata.

Desculpe-me, mas quando li isso me lembrei de "argumentos" criacionistas e de pessoas das Teorias Conspiratórias do tipo "A Ciência engana, quando quer enganar"...

... que, apesar de serem falaciosos, possuem um mínimo de defensabilidade devido à muitas lacunas em várias áreas das Ciências... mas na Matemática, isso não é possível. Contra a Matemática, isso é indefensável.

Poindexter

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #185 Online: 23 de Outubro de 2005, 18:50:21 »
Citação de: zibs
Vamos ver, mas confesso que nao estou muito otimista quanto ao sim vencer...


É mesmo? :twisted:

Offline Roberto

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #186 Online: 24 de Outubro de 2005, 09:12:44 »
Citação de: Atheist

Embora você não tenha respondido nada (dizer que tudo é falácia é muito fácil), vou postar o último texto de Hélio Schwartsman (é possível que já tenha sido postado aqui, mas pelo visto não foi lido), uma vez que ele, como filósofo, provavelmente cometa menos falácias do que eu...


Ele é jornalista, não?
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Offline n/a

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Re.: Desarmamento.
« Resposta #187 Online: 24 de Outubro de 2005, 20:10:11 »
Interessante. O resultado aqui foi próximo do geral no país.

Offline Roberto

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #188 Online: 24 de Outubro de 2005, 22:25:48 »
Citação de: Ricardo M
Interessante. O resultado aqui foi próximo do geral no país.


Pois é. Pelo menos tira o estigma de que o NÃO era coisa da "direita reacionária e raivosa"     .
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Offline Rodion

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #189 Online: 25 de Outubro de 2005, 10:42:09 »
Citação de: Roberto
Citação de: Ricardo M
Interessante. O resultado aqui foi próximo do geral no país.


Pois é. Pelo menos tira o estigma de que o NÃO era coisa da "direita reacionária e raivosa"     .


o engraçado foi ver algumas partes da extrema esquerda E extrema direita convergindo na questão...
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Roberto

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #190 Online: 26 de Outubro de 2005, 13:39:15 »
Citação de: bruno
o engraçado foi ver algumas partes da extrema esquerda E extrema direita convergindo na questão...


É, eu vi um cartaz do Pistú convocando o voto no NÃO.
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Offline Hendrik Van Dingenen

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Re.: Desarmamento.
« Resposta #191 Online: 23 de Novembro de 2005, 07:48:57 »
Pena que a lei não passou...

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Hendrik
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Offline Hendrik Van Dingenen

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Desarmamento.
« Resposta #192 Online: 24 de Novembro de 2005, 11:59:49 »
Risos...:

"23/11/2005
Indústria de armas bancou campanha do Não

Vitoriosa no referendo do último dia 23 de outubro, a campanha do “Não”, que se opôs à proibição do comércio de armas no país, foi financiada por dois gigantes do comércio nacional de armamentos e munições: Taurus e a CBC (Cia Brasileira de Cartuchos). Juntas, as duas empresas doaram à "Frente do Não” mais de R$ 5 milhões.

Segundo o deputado Alberto Fraga (PFL-DF), presidente da “Frente do Não”, a CBC foi a campeão de doações, com cerca de R$ 2,6 milhões. A Taurus, segunda maior doadora, contribuiu com cerca de R$ 2,4 milhões. O custo total da campanha do “Não” foi de cerca R$ 5,6 milhões. Terminou no azul. Não sobrou um tostão de dívida.

A contabilidade da “Frente do Sim” exibe realidade bem diferente. Derrotada nas urnas, perdeu também no front da coleta de verbas. Angariou cerca de R$ 2,4 milhões, menos da metade do que foi arrecadado pela frente adversária. Terminou a campanha no vermelho. Amarga uma dívida de cerca de R$ 320 mil. Seus integrantes não sabem de onde vão tirar esse dinheiro.

Terminou nesta quarta-feira o prazo para a entrega da prestação de contas das duas frentes ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A deficitária “Frente do Sim” cumpriu o prazo. A superavitária “Frente do Não” pediu tempo ao tribunal. Pretende fechar a sua escrituração na próxima semana.

Ouvidos pelo blog, parlamentares que integraram as fileiras do “Não” declararam-se constrangidos ao saber que a campanha foi bancada por indústrias de armamentos. O próprio presidente da Frente, deputado Alberto Fraga (PFL-DF), disse: “Não queríamos isso. Mas o volume de dinheiro era grande e não tivemos como cobrir essas despesas com outras doações”.

Fraga acha, porém, que não se poderia esperar coisa diferente: “Quem iria pagar essa conta? Não poderia ser nem a Águas de Lindóia nem a Cervejaria Antárctica. Nossa contabilidade é transparente. Não temos caixa dois. É tudo por dentro. Graças a Deus não ficamos com dívidas.”

Secretário-geral e tesoureiro da “Frente do Sim”, o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), pensa de outro modo: “Fica comprovado que os que foram favoráveis ao comércio de armas, a pretexto de defender um direito do cidadão, estavam defendendo na verdade o lucro das empresas de armamentos. A máscara caiu.”
 
As doações à campanha do "Sim" foram mais diversificadas. Alguns exemplos de doadores: Ambev, com cerca de R$ 400 mil; CBF (Confederação Brasileira de Futebol), R$ 100 mil; e Prestadora de Serviços Estruturar, R$ 400 mil.
 
A vitoriosa “Frente do Não”, integrada por 142 parlamentares, tem reunião marcada para a próxima terça-feira no Congresso. Acompanhado do contador da campanha, Alberto Fraga apresentará os números aos colegas antes de entregar a prestação de contas ao TSE. Segundo ele, 95% do dinheiro arrecadado financiou a produção do programa televisivo da frente, comandado pelo publicitário Chico Santa Rita.

A Taurus é uma das maiores fabricantes de armas do país, com sede no Rio Grande do Sul. Está no mercado há 65 anos. Exporta para 80 países. Possui filial em Miami (EUA). Inaugurada em 1926, a CBC tem sua principal fábrica instalada em Ribeirão Pires (SP). É a maior produtora de munições da América Latina."


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Offline Buckaroo Banzai

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Re.: Desarmamento.
« Resposta #193 Online: 24 de Novembro de 2005, 13:46:02 »
eu fico impressionado com terem gasto tanto dinheiro com campanhas tão idiotas.... quanto ganhava cada um daqueles adolescentes falando "aí, mano, tirar o meu direito? Se liga...."? r$ 500,00 por tomada?

Fora isso, não me imoporto com quem financiou as campanhas, não tendo sido dinheiro do tráfico ou da máfia, está ótimo.

Mas acho um tanto estranho os fabricantes de armas terem investido tanto sendo que a vitória do SIM, tanto quanto pude entender, não significaria grandes prejuízos para eles. Ficaria exatamente como está, apenas a forma das poucas pessoas que podem ter armas teria ainda que ser discutida...

Talvez tenha que juntar isso com a entrada da Glock no país de alguma forma que ainda não entendi para fazer sentido....

Offline Rodion

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Re.: Desarmamento.
« Resposta #194 Online: 24 de Novembro de 2005, 13:50:58 »
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Mas acho um tanto estranho os fabricantes de armas terem investido tanto sendo que a vitória do SIM, tanto quanto pude entender, não significaria grandes prejuízos para eles. Ficaria exatamente como está, apenas a forma das poucas pessoas que podem ter armas teria ainda que ser discutida...

mudaria sim. apesar de boa parte da produção de armas ser pra exportação, acho que munição é o que sustenta o negócio.
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Offline Hold the Door

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #195 Online: 24 de Novembro de 2005, 14:06:11 »
Citação de: bruno
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Mas acho um tanto estranho os fabricantes de armas terem investido tanto sendo que a vitória do SIM, tanto quanto pude entender, não significaria grandes prejuízos para eles. Ficaria exatamente como está, apenas a forma das poucas pessoas que podem ter armas teria ainda que ser discutida...

mudaria sim. apesar de boa parte da produção de armas ser pra exportação, acho que munição é o que sustenta o negócio.


Duvido muito. A quota é de 50 balas por pessoa ao ano, sendo que a maioria não deve comprar nem isto. Não dá para fazer disto o sustento de uma indústria.
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Offline Hendrik Van Dingenen

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Re.: Desarmamento.
« Resposta #197 Online: 25 de Novembro de 2005, 02:23:11 »
Se o lucro está na exportação, um SIM tornaria ilegal o fabrico?

De qualquer jeito, dá prá entender as fábricas. Mesmo sendo insignificantes para os negócios, um SIM iria prejudicar e isso em negócios não dá. Melhor cortar o mal pela raiz enquanto a planta é pequena e não arriscar.

[]'s

Hendrik
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #198 Online: 25 de Novembro de 2005, 09:07:12 »
Citação de: Hendrik Van Dingenen
Se o lucro está na exportação, um SIM tornaria ilegal o fabrico?

Pelo que entendi, não, mas havia algo circulando na internet com esse sentido.... sobre uma lei internacional do comércio que proibia a exportação de algo que não fosse comercializado no próprio país....

mas levava jeito de ser teoria da conspiração de pessoas votando no NÃO, porque o comércio tecnicamente continuaria o mesmo..... apenas não seria mais nas lojas, tanto quanto sei....... e além disso, a Glock não estaria vindo se instalar aqui se não pudesse vender o que fabricasse.....


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De qualquer jeito, dá prá entender as fábricas. Mesmo sendo insignificantes para os negócios, um SIM iria prejudicar e isso em negócios não dá. Melhor cortar o mal pela raiz enquanto a planta é pequena e não arriscar.

O problema é que eu não vejo como iria prejudicar ainda que minimamente os negócios.... talvez só nas vendas por baixo do pano de armas e munição por parte dos logistas, que acabaria quando vigorasse o novo jeito legal de se vender armas....

O que configuraria uma FDPtice da parte deles, se querem lutar por esse dinheiro...

.... acho que vendo por esse lado, até votaria no SIM hoje, mesmo sendo teoricamente a favor do NÃO mais abrangente, de ser contra a super-restrição da posse de arma... porque se já é super-restrito mesmo, tanto faz que tenham que se virar com um novo jeito de vender para os poucos que podem ter.... e talvez evitasse  isso de vendas por baixo do pano... ou não..... sei lá se realmetne faria alguma diferença.....

Offline Roberto

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #199 Online: 25 de Novembro de 2005, 11:28:16 »
Citação de: Danniel
Mas acho um tanto estranho os fabricantes de armas terem investido tanto sendo que a vitória do SIM, tanto quanto pude entender, não significaria grandes prejuízos para eles. Ficaria exatamente como está, apenas a forma das poucas pessoas que podem ter armas teria ainda que ser discutida...


Pode-se especular que tentaram se precaver. Vai que o SIM passa e o próximo passo fosse a proibição da produção? Mas podem ter feito por princípios também, por que não?
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

 

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