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Você acha que o comércio de armas deve ser proíbido no Brasil?

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enquete encerrada: 01 de Outubro de 2005, 09:25:55

Autor Tópico: Desarmamento.  (Lida 11854 vezes)

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Offline Agnostic

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Desarmamento.
« Resposta #150 Online: 20 de Outubro de 2005, 15:44:48 »
Citação de: Danniel
Tem certeza disso mesmo, Agnostic? Por "este dispositivo" se referem realmente ao artigo 35 apenas?


Sim. Está muito claro na Lei. E o parágrafo sempre refere-se ao próprio artigo, obviamente. ;-)
No entanto, isso fará certa diferença. Aprovando este artigo estará sendo aprovada a proibição de comercialização de arma de fogo e munição no país para todos os cidadãos comuns, que em tese até agora podem comprar arma, desde que comprovem a necessidade por risco à integridade física, não possuam antecendentes criminais, passem por teste psicológico, curso de tiro etc, paguem as diversas taxas e apresentem um calhamaço de documentos.

Citar
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6o desta Lei.

§ 1o Este dispositivo[ou seja, o disposto neste artigo], para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo popular, a ser realizado em outubro de 2005.

§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em vigor na data de publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

(Comentário meu entre colchetes)
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Offline Buckaroo Banzai

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Re.: Desarmamento.
« Resposta #151 Online: 20 de Outubro de 2005, 15:45:34 »
Eu não me vejo exatamente defendendo que possamos ter armas com o motivo de se defender dos bandidos..... eu acho que se alguém não é criminoso, e é considerado psicológicamete apto a ter uma arma, aí então é que deveria ter um motivo para ser impedido de ter uma arma. Se é "tu quoque", o motivo dele ter uma arma, acho que não importa. E nem é exatamente, acho que seria mais se ele quisesse fazer exatamente o mesmo que o bandido, ou ter uma arma ilegal, enquanto na verdade, quer apenas se defender.


eu acho que a sensação de segurança de se ter um vizinho desarmado pode ser tão falsa quanto a de se sentir seguro por ter uma arma. Sobre as armas serem projetadas exclusivamente para matar, é verdade, mas não significa que por isso sejam mais perigosas que instalações elétricas mal feitas, cigarros, carros ou botijões de gás. Esses podem oferecer muito mais insegurança aos vizinhos do que a posse de uma arma. Apesar de serem, com certeza, muito mais necessários. Ou ao menos, tradicionalmente necessários.

E lanças de portão? Não são projetadas para que um invasor que tente pular o portão seja cruelmente perfurado pelas lanças, morrendo agoniosamente, ou no mínimo ser gravemente ferido? Mas ninguém quer de fato que isso aconteça, a verdadeira função é dificultar para o invasor e proteger a casa, não necessariamente matar. A mesma coisa com cães de guarda (se bem que há quem cogite proibí-los também).

Offline Rodion

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Re.: Desarmamento.
« Resposta #152 Online: 20 de Outubro de 2005, 15:51:18 »
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E lanças de portão? Não são projetadas para que um invasor que tente pular o portão seja cruelmente perfurado pelas lanças, morrendo agoniosamente, ou no mínimo ser gravemente ferido? Mas ninguém quer de fato que isso aconteça, a verdadeira função é dificultar para o invasor e proteger a casa, não necessariamente matar. A mesma coisa com cães de guarda (se bem que há quem cogite proibí-los também).

enfim uma boa analogia...
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Agnostic

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #153 Online: 20 de Outubro de 2005, 16:14:24 »
Citação de: Atheist
Citação de: Danniel
Citação de: Rockeiro
Eu só acho que todos que Votam deveriam Pensar muito sobre essa visão de defender "SEUS" direitos, pois devemos lembrar que vivemos em sociedade e muitas pessoas não gostariam de saber que o vizinho possa ter uma arma que poderá colocar a vida dele em risco.

Ele também tem fiação elétrica, anda de carro, e tem pelo menos um botijão de gás na casa dele, para nao falar de dezenas de objetos pontiagudos na cozinha... sem falar na alimentação.... e cigarros, que além de matarem lentamente, são uma das maiores causas de incêndios acidentais.


Pois é, mas nenhum destes casos que você cita são fabricados com a exclusiva intenção de causar danos pessoais (ferir ou matar), como as armas.

Vamos falar sério... Dizer que devemos poder ter armas pois temos que nos defender dos bandidos que têm armas não é um "tu quoque"?

Uma das maneiras de acabar com a violência é eliminar as armas. Se bandido vai conseguir arma no mercado paralelo, paciência, a polícia deve se virar com isso. Não vi em nenhum lugar que a segurança pública vai ser menor do que já é se não tiver comércio de arma.

Eu tenho o direito de viver em um local seguro, sem armas. Ou não? Será que este direito não é superior ao da falsa segurança que uma arma promove?


Acho melhor prestar muita atenção ao artigo em questão que citei acima. É somente sobre o conteúdo dele que estaremos votando.

Nele NÃO consta que:

1. O Estado vai dispensar mais recursos com a segurança.
2. O Estado vai promover ação ostensiva para desarmar os bandidos.
3. A polícia vai ser "reaparelhada", "recapacitada" e nem que vai receber mais integrantes em seus quadros efetivos.

O artigo 35 apenas diz, interpretando seu conteúdo, que:

O cidadão de bem (sem antecedentes criminais, psicologicamente saudável e exercendo atividade produtiva) não poderá mais usar arma de fogo como opção de se defender e o artigo não oferece outra compensação em troca.

Assim, na minha opinião pessoal, esse artigo é o mesmo de perguntar: "Vocês são trouxas e querem mesmo se danarem?"

Citação de: Atheist
Uma das maneiras de acabar com a violência é eliminar as armas.


Sim, seria maravilhoso se ninguém precisasse usar armas. Infelizmente a humanidade ainda não atingiu esse estágio.

Citação de: Atheist
Se bandido vai conseguir arma no mercado paralelo, paciência, a polícia deve se virar com isso.


Da mesma forma se o cidadão com porte usar a arma em situação que não seja legitimada pela lei, paciência, a polícia deve se virar com isso e ele sofrerá conseqüências penais, incluindo a perda do porte. ;-)
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Offline Perseus

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Re.: Desarmamento.
« Resposta #154 Online: 20 de Outubro de 2005, 17:32:05 »
Eu ja passei por 3 fases em relação a minha posição sobre o referendo:
- Primeiro era favorável ao 'Sim'.
- Depois me tornei favoravel ao 'Não'
- Após começar a ler tópicos em que o pessoal coloca as leis, estatutos e etc. me convenci de que esse referendo não serve para absolutamente porcaria nenhuma...Não passa de uma bobagem.
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Re.: Desarmamento.
« Resposta #155 Online: 20 de Outubro de 2005, 18:06:17 »
Exatamente, Perseus

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #156 Online: 20 de Outubro de 2005, 19:22:18 »
Citação de: Agnostic
Acho melhor prestar muita atenção ao artigo em questão que citei acima. É somente sobre o conteúdo dele que estaremos votando.

Nele NÃO consta que:

1. O Estado vai dispensar mais recursos com a segurança.


E não consta que vai dispensar menos, como muitos afirmam...

Citação de: Agnostic
2. O Estado vai promover ação ostensiva para desarmar os bandidos.


Que eu saiba isso já acontece, talvez não de forma tão ostensiva quanto gostaríamos. Mas este também é dever da polícia.

Citação de: Agnostic
3. A polícia vai ser "reaparelhada", "recapacitada" e nem que vai receber mais integrantes em seus quadros efetivos.


E não consta que será o contrário, como muitos fazem parecer.

Citação de: Agnostic
O artigo 35 apenas diz, interpretando seu conteúdo, que:

O cidadão de bem (sem antecedentes criminais, psicologicamente saudável e exercendo atividade produtiva) não poderá mais usar arma de fogo como opção de se defender e o artigo não oferece outra compensação em troca.

Assim, na minha opinião pessoal, esse artigo é o mesmo de perguntar: "Vocês são trouxas e querem mesmo se danarem?"


Isso faz parecer que arma dá segurança. Onde estão os dados que comprovam isso?

Citação de: Agnostic
Sim, seria maravilhoso se ninguém precisasse usar armas. Infelizmente a humanidade ainda não atingiu esse estágio.


Que tal começar?

Citação de: Agnostic
Da mesma forma se o cidadão com porte usar a arma em situação que não seja legitimada pela lei, paciência, a polícia deve se virar com isso e ele sofrerá conseqüências penais, incluindo a perda do porte. ;-)


Leia o outro texto, o que ele fala sobre legítima defesa. Não há legítima defesa de patrimônio.

Eu já comentei. Usar o argumento de que bandido poderá usar arma e "cidadão de bem" não, é tu quoque.

Atheist

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #157 Online: 20 de Outubro de 2005, 19:24:26 »
Citação de: Perseus
Eu ja passei por 3 fases em relação a minha posição sobre o referendo:
- Primeiro era favorável ao 'Sim'.
- Depois me tornei favoravel ao 'Não'
- Após começar a ler tópicos em que o pessoal coloca as leis, estatutos e etc. me convenci de que esse referendo não serve para absolutamente porcaria nenhuma...Não passa de uma bobagem.


Eu não tinha opinião formada... depois ouvi uma ou outra propaganda e suas falácias (de ambos os lados, óbvio) e me inclino atualmente pelo sim.

Não acho o referendo bobagem. Melhor assim do que deixar apenas nas mãos de nossos representantes...  :lol:

Offline Südenbauer

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #158 Online: 20 de Outubro de 2005, 19:46:59 »
Citação de: Perseus
Eu ja passei por 3 fases em relação a minha posição sobre o referendo:
- Primeiro era favorável ao 'Sim'.
- Depois me tornei favoravel ao 'Não'
- Após começar a ler tópicos em que o pessoal coloca as leis, estatutos e etc. me convenci de que esse referendo não serve para absolutamente porcaria nenhuma...Não passa de uma bobagem.

Idem.

Offline Carlos Capuchinho

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #159 Online: 20 de Outubro de 2005, 19:54:59 »
Citação de: Perseus
Eu ja passei por 3 fases em relação a minha posição sobre o referendo:
- Primeiro era favorável ao 'Sim'.
- Depois me tornei favoravel ao 'Não'
- Após começar a ler tópicos em que o pessoal coloca as leis, estatutos e etc. me convenci de que esse referendo não serve para absolutamente porcaria nenhuma...Não passa de uma bobagem.



É meu caso também depois que eu comecei ler mais sobre o estatuto.

dia 23 vote 3.  :wink:
“A idéia de que Deus é um gigante barbudo de pele branca sentado no céu é ridícula. Mas se, com esse conceito, você se referir a um conjunto de leis físicas que regem o Universo, então claramente existe um Deus. Só que Ele é emocionalmente frustrante: afinal, não faz muito sentido rezar para a lei da gravidade!”
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Offline Roberto

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #160 Online: 21 de Outubro de 2005, 09:46:12 »
Citação de: Atheist
Não acho o referendo bobagem. Melhor assim do que deixar apenas nas mãos de nossos representantes...  :lol:


É bobagem justamente por isso: o crucial, que era o Estatuto do Desarmamento, eles, "nossos" representantes, é que decidiram pela sua aprovação. Agora, dia 23, vão ser gastos zilhões de reais para que o povão, via esse referendo idiota, decida uma questão secundária, que é a proibição do comércio de armas e munições.

Se o SIM ganhar, o que muda é que algumas centenas (não sei se chega ao milhar) de estabelecimentos comerciais (as lojas de armas e munições) vão fechar as portas imediatamente. Se o NÃO ganhar, a maioria desses estabelecimentos vai fechar as portas nos próximos meses ou anos, já que teve sua clientela drasticamente reduzida pelo Estatuto do Desarmamento (que, reitero, foram "nossos" representantes que votaram).

É uma pena que não dá mais pra fazer campanha pro voto no 3. Poderíamos ter eleito o 3 como um voto de protesto contra esse desperdício todo.
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Offline Buckaroo Banzai

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Re.: Desarmamento.
« Resposta #161 Online: 21 de Outubro de 2005, 10:08:53 »
a primeira vez que ouvi sobre essa proposta foi ainda nas eleições presidencias que o Lula venceu..... lá eu ainda seria "sim", mas nem sabia sobre se haveria ou não um referendo, parecia que poderia ser algo de decisão mais arbitrária mesmo, se o candidato eleito fosse "sim" ou "não", essa opção ganharia juntamente com ele

Offline Südenbauer

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Re.: Desarmamento.
« Resposta #162 Online: 21 de Outubro de 2005, 12:06:37 »
Perguntam nas escolas: Você vai votar no SIM ou no NÃO ?

Deveriam perguntar: Alguém aqui já leu o Estatuto do Desarmamento?

Offline Perseus

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #163 Online: 21 de Outubro de 2005, 16:03:27 »
Citação de: Atheist

Não acho o referendo bobagem. Melhor assim do que deixar apenas nas mãos de nossos representantes...  :lol:


Digo que é uma bobagem, por dois motivos principais:

1- Desinformação generalizada. Muita gente está com a ilusão de que irá haver desarmamento, o que está errado. Quem tem arma, continuará a ter arma.

2- O preço. Apesar de o Estatuto ter sido feito ainda no governo do FHCollor e ja estar marcado desde então, acho que 500 Milhões é um preço muito caro a se pagar para fazer o povo responder se é idiota ou não. Com todo o respeito ao pessoal do 'Sim' (ou com toda a ausência dele... enfim..)



É besteira fazer um referendo desses em um país como o nosso.
Nossos deputados por exemplo, roubam absurdamente, depois vão la no plenário renunciar ao mandato e depois voltam no pleito...
Jader Barbalho? ACM?
Pois é...

Em um país que sequer tem capacidade de controlar este tipo de palhaçada, duvido muito que terá condições de fazer valer um Estatuto como este do Pseudo-Desarmamento que ja está em voga, desde 2003.
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Poindexter

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #164 Online: 21 de Outubro de 2005, 16:30:41 »
Citação de: Roberto
Citação de: Atheist
Não acho o referendo bobagem. Melhor assim do que deixar apenas nas mãos de nossos representantes...  :lol:


É bobagem justamente por isso: o crucial, que era o Estatuto do Desarmamento, eles, "nossos" representantes, é que decidiram pela sua aprovação. Agora, dia 23, vão ser gastos zilhões de reais para que o povão, via esse referendo idiota, decida uma questão secundária, que é a proibição do comércio de armas e munições.

Se o SIM ganhar, o que muda é que algumas centenas (não sei se chega ao milhar) de estabelecimentos comerciais (as lojas de armas e munições) vão fechar as portas imediatamente. Se o NÃO ganhar, a maioria desses estabelecimentos vai fechar as portas nos próximos meses ou anos, já que teve sua clientela drasticamente reduzida pelo Estatuto do Desarmamento (que, reitero, foram "nossos" representantes que votaram).

É uma pena que não dá mais pra fazer campanha pro voto no 3. Poderíamos ter eleito o 3 como um voto de protesto contra esse desperdício todo.


Eles são nossos representantes sim, sem aspas.

Offline Roberto

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Desarmamento.
« Resposta #165 Online: 21 de Outubro de 2005, 16:47:21 »
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Notícias Sexta-Feira, 21 de outubro de 2005
 
JC e-mail 2879, de 20 de Outubro de 2005.  
Desarmamento e violência, artigo de Marco Maciel  
   
A educação liberta o cidadão, cria condições para seu acesso ao mercado de trabalho, para que se realize na comunidade em que vive e para que ascenda socialmente num país ainda marcado não somente pela pobreza, mas também por muitas formas de desigualdades

Marco Maciel é senador e membro da Academia Brasileira de Letras. Artigo publicado no “Estado de SP”:

O Brasil caracteriza-se hoje, infelizmente, como um país que integra o ranking das nações com alto nível de violência. É constrangedor constatar que, em que pesem as medidas adotadas ao longo dos anos, a violência continua a atormentar a população e a desafiar as autoridades.

A aprovação pelo Congresso Nacional do chamado Estatuto do Desarmamento é o resultado de um esforço para melhorar o desempenho de nossas instituições, sobretudo as ligadas à segurança pública, oferecendo ao país um conjunto de medidas voltadas para a redução da criminalidade.

Evitar o porte de armas de fogo, promover o desarmamento da população e desestimular a fabricação de tais armas são providências que concorrem para reduzir os níveis de violência, razão por que, no referendo deste domingo, meu voto será o "sim".

Não podemos, contudo, gerar a vã expectativa de que somente com essa medida vamos, num passe de mágica, resolver o problema. Faço essas ponderações para que não haja, por parte da sociedade, uma reversão de expectativa - para usar uma expressão de Roberto Campos.

A violência não será drasticamente reduzida sem que causas mais profundas sejam atacadas, entre elas a desagregação familiar e a necessidade de maiores investimentos em educação.

A educação liberta o cidadão, cria condições para seu acesso ao mercado de trabalho, para que se realize na comunidade em que vive e para que ascenda socialmente num país ainda marcado não somente pela pobreza, mas também por muitas formas de desigualdades.

Uma pessoa inserida na sociedade e que participa dela ativamente certamente não vai encontrar na violência uma saída ou uma solução para seus conflitos internos.

Da mesma forma, convém investir na área de saúde e buscar executar, prioritariamente, políticas de inclusão social, voltadas, sobretudo, para a geração de empregos e a melhoria da renda.

É certo que não se pode atribuir a violência exclusivamente ao desemprego, mas é evidente que, se trabalhássemos mais essa questão, certamente teríamos resultados expressivos.

É necessário, também, um esforço dos governos, das instituições intermediárias e da sociedade como um todo para que se aumente a coesão social de nosso povo.

De outro lado, medidas de caráter policial e provindas do aparelho judicial do Estado vão colaborar para minimizar o problema, na proporção em que se consiga evitar a impunidade.

A ocasião em que nos preparamos para a realização desse referendo serve também para insistirmos num alerta com relação à prática da democracia participativa, ou seja, do recurso à soberania popular: não deve haver uma banalização desse instituto, mesmo porque a sua utilização excessiva pode levar, como ocorre em alguns países, a uma certa apatia do eleitor.

Se é verdade que o uso do referendo reflete a história e as tradições de cada país, ao analisarmos a história do Brasil vamos verificar que, ao longo dos 116 anos de toda nossa vida republicana, somente em duas oportunidades recorremos à realização desse tipo de consulta popular: em janeiro de 1963 e abril de 1993.

A primeira vez, quando o País vivia uma grande crise institucional decorrente da renúncia de Jânio Quadros e da posterior posse de João Goulart.

Na ocasião, realizou-se um plebiscito para que o eleitor opinasse sobre a manutenção ou não do sistema de governo em vigor - um pseudoparlamentarismo, aliás.

A segunda, em função de determinação contida na Carta Constitucional de 1988 (artigo 2º das Disposições Constitucionais Transitórias, alterado pela Emenda Constitucional nº 2, de 1992).

O eleitorado, pela sua imensa maioria, manteve a República - uma atitude coerente com a "Constituição cidadã" - e o presidencialismo como sistema de governo.

Favorável a medidas destinadas a ampliar a participação popular, tendo inclusive apresentado projeto regulamentando o artigo 14 da Constituição, que dispõe sobre o assunto, entendo que esses mecanismos só devem ser exercitados quando nos encontramos diante de problemas de grande expressão que justifiquem o recurso ao sufrágio popular.

A proibição da comercialização de armas de fogo e munição é, a meu ver, uma matéria que cabia privativamente ao Congresso Nacional dispor, no exercício de sua prerrogativa de legislar, conforme afirmei na ocasião em que o Estatuto do Desarmamento foi discutido no Senado.

De mais a mais, sabemos que a consulta popular, além de seu elevado custo financeiro, deixa ao cidadão apenas o "sim" ou o "não" - algo que elide o debate do assunto em toda a sua complexidade.


Umberto Eco, em artigo intitulado Votação no ciberespaço - publicado neste jornal na edição de 6/7/1997, quando se discutiam os passos e os avanços que a União Européia vem adotando -, refere-se a uma "noção idealizada da democracia ateniense" como paradigma de democracia direta e traça um paralelo com os anseios da sociedade moderna ao destacar o papel do referendo como instrumento de participação política: "O que traz o referendo para as discussões é a possibilidade de interpelar todos os cidadãos sobre algumas questões excepcionais, nas quais o juiz supremo deve ser o senso comum (...), mas não sobre problemas que exigem competência específica e, muitas vezes, técnica."

Ilustrativamente, Umberto Eco reporta-se à capacidade limitada de o cidadão formar opinião questionando a si mesmo: "Por que não consegui formar uma opinião a esse respeito, mesmo sendo uma pessoa culta?"

E em seguida responde: "Porque tenho capacidade de adquirir informações em certos setores, mas não em outros. (...) Eles (os parlamentares) têm tempo para formar uma idéia competente sobre essas questões - e também o dever de fazê-lo."
(O Estado de SP, 20/10)

 
Grifo meu.
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Offline Roberto

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #166 Online: 21 de Outubro de 2005, 16:50:48 »
Citação de: Poindexter
Eles são nossos representantes sim, sem aspas.


Representantes dos interesses maiores do país e da sua população a maioria definitivamente não é.
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Poindexter

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #167 Online: 21 de Outubro de 2005, 19:24:08 »
Citação de: Roberto

Representantes dos interesses maiores do país e da sua população a maioria definitivamente não é.


De qualquer forma, são representantes da população, pois foram eleitos por esta, de forma democrática.

A população poderia eleger outros candidatos, formar outros partidos e formar outros candidatos, mas resolveu escolher os nossos atuais representantes.

Offline Agnostic

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Desarmamento.
« Resposta #168 Online: 21 de Outubro de 2005, 19:28:06 »
Citação de: Atheist
Citação de: Agnostic
Acho melhor prestar muita atenção ao artigo em questão que citei acima. É somente sobre o conteúdo dele que estaremos votando.

Nele NÃO consta que:

1. O Estado vai dispensar mais recursos com a segurança.


E não consta que vai dispensar menos, como muitos afirmam...


Continua não oferecendo uma compensação pela perda do direito de comprar (e portar) arma para se defender.

Citação de: Atheist
Citação de: Agnostic
2. O Estado vai promover ação ostensiva para desarmar os bandidos.


Que eu saiba isso já acontece, talvez não de forma tão ostensiva quanto gostaríamos. Mas este também é dever da polícia.


Então que se faça isso antes de realizar o desarmamento da população com um todo, ou que pelo menos as taxas de criminalidade atinjam níveis aceitáveis, a ponto de podermos confiar nossa segurança totalmente às instituições estatais encarregadas disso.

Citação de: Atheist
Citação de: Agnostic
3. A polícia vai ser "reaparelhada", "recapacitada" e nem que vai receber mais integrantes em seus quadros efetivos.


E não consta que será o contrário, como muitos fazem parecer.


Continua não oferecendo uma compensação pela perda do direito de comprar (e portar) arma para se defender.

Citação de: Atheist
Citação de: Agnostic
O artigo 35 apenas diz, interpretando seu conteúdo, que:

O cidadão de bem (sem antecedentes criminais, psicologicamente saudável e exercendo atividade produtiva) não poderá mais usar arma de fogo como opção de se defender e o artigo não oferece outra compensação em troca.

Assim, na minha opinião pessoal, esse artigo é o mesmo de perguntar: "Vocês são trouxas e querem mesmo se danarem?"


Isso faz parecer que arma dá segurança. Onde estão os dados que comprovam isso?


O Brasil é um dos países que possuem o menor número de armas em domicílios privados. Só 3,5% de seus habitantes têm armas de fogo legalmente. Nos Estados Unidos, a cifra sobe para 52%, no Canadá para 30%, na Itália para 17%, na França para 24,5%, na Suécia para 15% e na Suíça para 35%. Nas mesmas  estatísticas podemos observar o número de homicídios por 100 mil habitantes: nos Estados Unidos, apenas 6, no Canadá 3, na Itália 2, na França 1,5, na Suécia 1,5 e na Suécia 1, e para não dar espaço ao argumento de que esses exemplos de países de primeiro-mundo não representam a realidade brasileira, cito a Argentina, onde essa taxa é de apenas 4,3 para cada 100 mil, e onde cerca de 20% de domicílios possuem armas de fogo, praticamente 6 vezes mais que aqui. No Brasil, todavia, em que apenas 3,5% dos domicílios têm armas legais, o número de homicídios sobe para incríveis 27 assassinatos por cada 100 mil habitantes, ou seja, mais de 6 vezes do que na Argentina, 4 vezes e meia mais do que nos Estados Unidos, 9 vezes mais do que no Canadá, 13 vezes e meia mais do que na Itália, 18 vezes mais do que na França e Suécia e 27 vezes mais do que na Suíça. Todos esses países possuem no mínimo 5 vezes até 15 vezes mais armas de fogo, proporcionalmente, do que o Brasil e apresentam índices de homícidio igualmente proporcionalmente de 4 até 27 vezes inferiores aos do Brasil. Fonte 1 e Fonte 2

Eu concluo com isso que o fato de haver comércio de armas para o "cidadão de bem" e conseqüentemente muitas residências com armas de fogo, que definitivamente não é o caso do Brasil, não está relacionado à alta incidência de homicídios, sendo mostrado inclusive o contrário.

Citação de: Atheist
Citação de: Agnostic
Sim, seria maravilhoso se ninguém precisasse usar armas. Infelizmente a humanidade ainda não atingiu esse estágio.


Que tal começar?


Sim, claro, mas começando pelos bandidos. Quando comprovadamente eles estiverem  desarmados eu abro mão do meu direito de comprar arma para defender minha integridade física.

Citação de: Atheist
Citação de: Agnostic
Da mesma forma se o cidadão com porte usar a arma em situação que não seja legitimada pela lei, paciência, a polícia deve se virar com isso e ele sofrerá conseqüências penais, incluindo a perda do porte. ;-)


Leia o outro texto, o que ele fala sobre legítima defesa. Não há legítima defesa de patrimônio.

Eu já comentei. Usar o argumento de que bandido poderá usar arma e "cidadão de bem" não, é tu quoque.


Pelo Estatuto do Desarmento, embora não haja exatamente o termo "Cidadão de Bem", o cidadão que pode portar uma arma deve possuir as características: não possuir antecendentes criminais, não estar respondendo a processo, não fazer uso de substâncias químicas que possam interferir no juízo de suas ações, possuir capacidade psicológica e física para utilizar uma arma e exercer atividade produtiva para a sociedade, entre outros requisitos, ou seja, há uma distinção muito clara entre o "cidadão de bem"(ou melhor: o cidadão que pode portar uma arma) e o bandido regular.

Assim, diante do que escrevi acima, não é "tu quoque", ao menos se você achar que todo mundo é bandido, que pelo menos até agora isso é exceção entre a população, felizmente. Ainda assim, se persistir na linha do "tu quoque" as forças estatais então também deveriam se desarmar, fato este que pela simples observação da realidade sabemos se tratar de uma idéia totalmente irracional.

Finalizando,  sabendo que a Constituição não dá amplo respaldo para a "legítima defesa", votar "NÃO" já seria um primeiro passo para essa situação possivelmente mudar futuramente, o que espero realmente acontecer, como um gesto de repúdio à lei atual. Votando "SIM" estaremos apenas abrindo mão de mais um direito, sem contrapartida do governo, e sem qualquer garantia de que sem esse direito estaremos mais seguros. Ainda pessoalmente imagino a criminalidade aumentando substancialmente caso o "SIM" vença. Isso para mim é muito claro! Eu mesmo, se fosse assaltante, me sentiria muito mais seguro para agir se o "SIM" ganhar. Por respeito à vida e à civilidade eu voto NÃO.
Who cares?

Atheist

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Desarmamento.
« Resposta #169 Online: 22 de Outubro de 2005, 13:31:12 »
Citação de: Agnostic
Citação de: Atheist
Citação de: Agnostic
Acho melhor prestar muita atenção ao artigo em questão que citei acima. É somente sobre o conteúdo dele que estaremos votando.

Nele NÃO consta que:

1. O Estado vai dispensar mais recursos com a segurança.


E não consta que vai dispensar menos, como muitos afirmam...


Continua não oferecendo uma compensação pela perda do direito de comprar (e portar) arma para se defender.


Então devemos fazer algo que ideologicamente é bom, apenas se tivermos compensação? Toma lá dá cá?

Citação de: Agnostic
Então que se faça isso antes de realizar o desarmamento da população com um todo, ou que pelo menos as taxas de criminalidade atinjam níveis aceitáveis, a ponto de podermos confiar nossa segurança totalmente às instituições estatais encarregadas disso.


Não será um desarmamento como um todo. Isso é uma falácia.

Não há dados que atestem que ter arma aumenta a segurança.

Citação de: Agnostic
Continua não oferecendo uma compensação pela perda do direito de comprar (e portar) arma para se defender.


Pois é. Volto à questão que às vezes precisamos dispor de algo para ter mais poder para exigir atitudes do governo.

Ninguém me convenceu ainda que ter arma é seguro. Essa coisa de que as pessoas "psicologicamente aptas" poderiam ter armas é complexa. Não há dados que demonstrem que apenas pessoas que já eram (ou seriam) consideradas psicologicamente inaptas antes de ter uma arma que cometem crimes. Muitas situações podem tornar uma pessoa apta em inapta.

Citação de: Agnostic
O Brasil é um dos países que possuem o menor número de armas em domicílios privados. Só 3,5% de seus habitantes têm armas de fogo legalmente. Nos Estados Unidos, a cifra sobe para 52%, no Canadá para 30%, na Itália para 17%, na França para 24,5%, na Suécia para 15% e na Suíça para 35%. Nas mesmas  estatísticas podemos observar o número de homicídios por 100 mil habitantes: nos Estados Unidos, apenas 6, no Canadá 3, na Itália 2, na França 1,5, na Suécia 1,5 e na Suécia 1, e para não dar espaço ao argumento de que esses exemplos de países de primeiro-mundo não representam a realidade brasileira, cito a Argentina, onde essa taxa é de apenas 4,3 para cada 100 mil, e onde cerca de 20% de domicílios possuem armas de fogo, praticamente 6 vezes mais que aqui. No Brasil, todavia, em que apenas 3,5% dos domicílios têm armas legais, o número de homicídios sobe para incríveis 27 assassinatos por cada 100 mil habitantes, ou seja, mais de 6 vezes do que na Argentina, 4 vezes e meia mais do que nos Estados Unidos, 9 vezes mais do que no Canadá, 13 vezes e meia mais do que na Itália, 18 vezes mais do que na França e Suécia e 27 vezes mais do que na Suíça. Todos esses países possuem no mínimo 5 vezes até 15 vezes mais armas de fogo, proporcionalmente, do que o Brasil e apresentam índices de homícidio igualmente proporcionalmente de 4 até 27 vezes inferiores aos do Brasil. Fonte 1 e Fonte 2

Eu concluo com isso que o fato de haver comércio de armas para o "cidadão de bem" e conseqüentemente muitas residências com armas de fogo, que definitivamente não é o caso do Brasil, não está relacionado à alta incidência de homicídios, sendo mostrado inclusive o contrário.


Eu já comentei isso com o Appalachian. A questão é histórica e cultural. Comparar com outros países onde a tradição histórica e de colonização foi diferente é inútil. É ignorar um aspecto extremamente importante. A matemática engana, quando quer enganar.

Citação de: Agnostic
Sim, claro, mas começando pelos bandidos. Quando comprovadamente eles estiverem  desarmados eu abro mão do meu direito de comprar arma para defender minha integridade física.


Mas onde está escrito que os bandidos são permitidos usarem armas?

O que você está fazendo é um "tu quoque". Porque o bandido tem armas eu também posso ter. Então tenha uma ilegal, assim como eles.

Citação de: Agnostic
Pelo Estatuto do Desarmento, embora não haja exatamente o termo "Cidadão de Bem", o cidadão que pode portar uma arma deve possuir as características: não possuir antecendentes criminais, não estar respondendo a processo, não fazer uso de substâncias químicas que possam interferir no juízo de suas ações, possuir capacidade psicológica e física para utilizar uma arma e exercer atividade produtiva para a sociedade, entre outros requisitos, ou seja, há uma distinção muito clara entre o "cidadão de bem"(ou melhor: o cidadão que pode portar uma arma) e o bandido regular.


Quantos crimes são cometidos por cidadãos que não tinham antecedentes criminais antes? Há dados que demonstram que todos os crimes (ou a grande maioria) é realizado por reincidentes?

Essa da capacidade psicológica é complicada, como já comentei. A questão de fazer ou não uso de substâncias químicas que possam interferir no juízo de suas ações é mais cômica ainda - apenas quem conseguir um atestado laboratorial extremamente bem feito (não sei nem se isso é possível, talvez o Dr. Stéfano nos dê uma luz) dizendo que não bebe nada alcoólico, poderia ter uma arma.

Citação de: Agnostic
Assim, diante do que escrevi acima, não é "tu quoque", ao menos se você achar que todo mundo é bandido, que pelo menos até agora isso é exceção entre a população, felizmente. Ainda assim, se persistir na linha do "tu quoque" as forças estatais então também deveriam se desarmar, fato este que pela simples observação da realidade sabemos se tratar de uma idéia totalmente irracional.


A polícia tem uma função específica e deve andar armada. Se você não é segurança, policial ou algo do tipo, não deve ter armas. Isso inclui os bandidos. Se isso é enquadrar todos em bandidos, que seja, mas não é. Todos podem sofrer uma situação onde ficará psicologicamente abalado ou utilizará produtos químicos que lhe alterem o juízo da razão. Todos podem estar em algum momento nesta situação e serem incapazes de utilizar uma arma, de acordo com o próprio estatuto.

Polícia tem poder de polícia.


Citação de: Agnostic
Finalizando,  sabendo que a Constituição não dá amplo respaldo para a "legítima defesa", votar "NÃO" já seria um primeiro passo para essa situação possivelmente mudar futuramente, o que espero realmente acontecer, como um gesto de repúdio à lei atual. Votando "SIM" estaremos apenas abrindo mão de mais um direito, sem contrapartida do governo, e sem qualquer garantia de que sem esse direito estaremos mais seguros.


Você já leu o texto do Hélio Schwartsmann?

Ele tem um exemplo bem interessante do que este tipo de pensamento pode levar. Por que eu não tenho direito a ter uma bomba atômica?

Citação de: Agnostic
Ainda pessoalmente imagino a criminalidade aumentando substancialmente caso o "SIM" vença.


Isso não é um declive escorregadio?

Citação de: Agnostic
Isso para mim é muito claro! Eu mesmo, se fosse assaltante, me sentiria muito mais seguro para agir se o "SIM" ganhar. Por respeito à vida e à civilidade eu voto NÃO.


Ué.... Mas se o bandido pode ter uma arma ilegal, qualquer cidadão pode ter também. Ele nunca irá saber quem tem ou quem não tem. Esta alegação não é lógica. E não venha dizer que as pessoas de bem nunca teriam armas ilegais...

Atheist

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #170 Online: 22 de Outubro de 2005, 13:39:15 »
Citação de: Roberto
Citação de: Atheist
Não acho o referendo bobagem. Melhor assim do que deixar apenas nas mãos de nossos representantes...  :lol:


É bobagem justamente por isso: o crucial, que era o Estatuto do Desarmamento, eles, "nossos" representantes, é que decidiram pela sua aprovação. Agora, dia 23, vão ser gastos zilhões de reais para que o povão, via esse referendo idiota, decida uma questão secundária, que é a proibição do comércio de armas e munições.

Se o SIM ganhar, o que muda é que algumas centenas (não sei se chega ao milhar) de estabelecimentos comerciais (as lojas de armas e munições) vão fechar as portas imediatamente. Se o NÃO ganhar, a maioria desses estabelecimentos vai fechar as portas nos próximos meses ou anos, já que teve sua clientela drasticamente reduzida pelo Estatuto do Desarmamento (que, reitero, foram "nossos" representantes que votaram).

É uma pena que não dá mais pra fazer campanha pro voto no 3. Poderíamos ter eleito o 3 como um voto de protesto contra esse desperdício todo.


De fato, este referendo em si pode ser bobagem. O que parece é que o governo quis com isso lavar as mãos. Se o povo decidir que o comércio de armas deve ser proibido, eles não terão muito que se explicar por fechar empresas.

Outras coisas poderiam ser votadas aproveitando este referendo, como o voto obrigatório.

Mas paciência, isso já estava previsto há muito tempo.

Atheist

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Re: Re.: Desarmamento.
« Resposta #171 Online: 22 de Outubro de 2005, 13:41:45 »
Citação de: Poindexter
Citação de: Roberto

Representantes dos interesses maiores do país e da sua população a maioria definitivamente não é.


De qualquer forma, são representantes da população, pois foram eleitos por esta, de forma democrática.

A população poderia eleger outros candidatos, formar outros partidos e formar outros candidatos, mas resolveu escolher os nossos atuais representantes.


Infelizmente isso é verdade...

Mas não me sinto culpado por nada... Não votei em ninguém...  :wink:

Atheist

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Re.: Desarmamento.
« Resposta #172 Online: 22 de Outubro de 2005, 13:42:38 »
Bom, aqui o não ganhou de lavada.

Será que vai ser assim mesmo?

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Re.: Desarmamento.
« Resposta #173 Online: 22 de Outubro de 2005, 16:18:38 »
Acho que será apertado. O TSE fala que até às 20h, no horário de Brasília, o resultado será informado.

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Re.: Desarmamento.
« Resposta #174 Online: 22 de Outubro de 2005, 16:29:40 »

 

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