Autor Tópico: A segurança do voto na urna brasileira  (Lida 40981 vezes)

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Offline Derfel

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #175 Online: 18 de Abril de 2010, 22:49:50 »
:susto: A urna eletrônica não é segura? :susto: :susto: Mas tanta gente falava isso na televisão? A Tv mentiu pra mim?  :|   :(   :chorao:

É segura até certo ponto. E existem algumas brechas como dificuldade em auditar, a não ser por autenticação digital.

Offline Pandora

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #176 Online: 18 de Abril de 2010, 23:53:42 »
Eu sei, só estou brincando com o fato de que a propaganda dá a entender que é 100% seguro, que até países desenvolvidos vieram conhecer o sistema (só não mencionaram que não levaram). A tv, o grande oráculo do brasileiro está nos iludindo... :ok:

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #177 Online: 19 de Abril de 2010, 05:25:05 »
:susto: A urna eletrônica não é segura? :susto: :susto: Mas tanta gente falava isso na televisão? A Tv mentiu pra mim?  :|   :(   :chorao:

É segura até certo ponto. E existem algumas brechas como dificuldade em auditar, a não ser por autenticação digital.

Algumas brechas?

Postei um monte de notícias de fraudes em urnas eletrônicas que vão desde eleitor fantasma até a desligamento de urna durante votação, número de votos registrados maior que número de eleitores registrados e uma cidade do nordeste onde 93% (NOVENTA E TRÊS) TINHAM INDÍCIOS DE FRAUDE.

Não são "algumas brechas" o que acontece hoje é uma fraude generalizada.

Temma

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #178 Online: 19 de Abril de 2010, 14:01:23 »
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Mas e com a urna eletrônica em que não sei se meu voto vai mesmo para o candidato que aparece na foto, não tenho qualquer meio de confirmar se meu voto não foi alterado[...]?

E quem garante que o papelzinho com um X que você coloca numa Urna convencional não pode ser substituido? Ou mesmo a contagem dos votos ser fraudada.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #179 Online: 19 de Abril de 2010, 16:02:14 »
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Mas e com a urna eletrônica em que não sei se meu voto vai mesmo para o candidato que aparece na foto, não tenho qualquer meio de confirmar se meu voto não foi alterado[...]?

E quem garante que o papelzinho com um X que você coloca numa Urna convencional não pode ser substituido? Ou mesmo a contagem dos votos ser fraudada.

Quantas pessoas seriam necessárias para alterar o resultado de uma eleição fraudando cédulas assinadas por mesários uma a uma?

E quantas urnas poderiam ser fraudadas ao mesmo tempo com um programa?

O caso é que desde 2002 estão aparecendo notícias de urnas falsas apreendidas, irregularidades, fraudes de todo tipo.

Digite no buscador "urna eletrônica fraude" e veja do que estou falando.

Temma

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #180 Online: 19 de Abril de 2010, 16:56:10 »
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Mas e com a urna eletrônica em que não sei se meu voto vai mesmo para o candidato que aparece na foto, não tenho qualquer meio de confirmar se meu voto não foi alterado[...]?

E quem garante que o papelzinho com um X que você coloca numa Urna convencional não pode ser substituido? Ou mesmo a contagem dos votos ser fraudada.

Quantas pessoas seriam necessárias para alterar o resultado de uma eleição fraudando cédulas assinadas por mesários uma a uma?


E quantas urnas poderiam ser fraudadas ao mesmo tempo com um programa?

A quantidade de pessoas envolvidas não representa o único empecilho para a fraude nos dois processos. é muito mais fácil simplesmente substituir um saco com cédulas originais por outro com cédulas forjadas do que hackear o software da urna eletrônica. O primeiro, até um analfabeto é capaz de fazer.


Depois, você se esquece que, tanto no caso da urna eletrônica quanto da convencional, os dois sistemas não são "transparentes" aos eleitores. Em ambos os casos os resultados podem ser alterados ao bel-prazer, quando você parte do princípio de que o processo não é confiável. Assinaturas não representam muita coisa, pois é totalmente inviável um tipo de perícia em todas as cédulas para verificação de autenticidade. A diferença entre os dois processos é que em vez de se confiar no software, na urna convencional se "confia" nas pessoas que realizam a contagem dos votos, e depois nas pessoas que somam essas contagens chegando a uma apuração local, e assim por diante, até que se tenha o resultado Global. E quanto mais se sobe nessa hierarquia, mais a fraude se torna simples, nos dois processos



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O caso é que desde 2002 estão aparecendo notícias de urnas falsas apreendidas, irregularidades, fraudes de todo tipo.

Digite no buscador "urna eletrônica fraude" e veja do que estou falando.

à época das eleições com urnas convencionais não existia o google.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #181 Online: 19 de Abril de 2010, 18:47:34 »
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A quantidade de pessoas envolvidas não representa o único empecilho para a fraude nos dois processos. é muito mais fácil simplesmente substituir um saco com cédulas originais por outro com cédulas forjadas do que hackear o software da urna eletrônica. O primeiro, até um analfabeto é capaz de fazer.


Só que no caso de uma eleição para presidente, precisariam substituir milhões de cédulas para justificar uma vitória, não apenas um saco de cédulas.

E o software da urna foi criado por alguém, portanto sempre existirá quem sabe exatamente como funciona e onde se pode mexer, então acho que não foi recusada em um monte de países sem um motivo real.

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à época das eleições com urnas convencionais não existia o google.

Hoje existe e continuam usando cédulas de papel em um monte de países.

Temma

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #182 Online: 19 de Abril de 2010, 18:58:33 »
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A quantidade de pessoas envolvidas não representa o único empecilho para a fraude nos dois processos. é muito mais fácil simplesmente substituir um saco com cédulas originais por outro com cédulas forjadas do que hackear o software da urna eletrônica. O primeiro, até um analfabeto é capaz de fazer.


Só que no caso de uma eleição para presidente, precisariam substituir milhões de cédulas para justificar uma vitória, não apenas um saco de cédulas.

E o software da urna foi criado por alguém, portanto sempre existirá quem sabe exatamente como funciona e onde se pode mexer, então acho que não foi recusada em um monte de países sem um motivo real.

A conferência não é feita sob nossos olhos. Pode ser que o que seja divulgado simplesmente não corresponda ao que está nas cédulas. Não seria nem preciso alterá-las.


E um software é gerado através de um código-fonte, que pode ser facilmente auditado. Não é uma caixa-preta como se quer fazer parecer. Modificações no "executável" podem ser percebidas através de uma simples geração de MD5 do código original, ou outra verificação de integridade, comum até mesmo nos downloads do nosso dia-a-dia.


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à época das eleições com urnas convencionais não existia o google.

Hoje existe e continuam usando cédulas de papel em um monte de países.
[/quote]

A razão de "um monte de países" não adotarem o sistema pode ser outra, que não a maior segurança do voto em papel.

Na verdade, creio que em razão é mais simples. Intuitivamente achamos que por algo não se manifestar "fisicamente", ele estaria mais sujeito à fraude. Isso claro não tem nada a ver com a segurança dos dois sistemas em si, mas com nossa percepção. Creio que em nosso país essa tecnologia foi mais facilmente aceita apenas porque nunca vimos o Estado com a desconfiança Orwelliana que existe em outros países. O Estado sempre foi "paizão"
« Última modificação: 19 de Abril de 2010, 19:12:34 por Temma »

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #183 Online: 19 de Abril de 2010, 21:31:02 »
Aqui tem uma matéria meio longa (De 2001) explicando o motivo da urna eletrônica não ser aceita, acho que vale a pena vcs lerem:

http://jus2.uol.com.br/DOUTRINA/texto.asp?id=5596

(Cláudio Andrade Rêgo, perito judicial em Informática)

"O fato das Urnas não estarem ligadas em Rede é falacioso, pois, ainda que não haja cabos interconectando-as fisicamente, todas foram "alimentadas" com o mesmo software, ou seja, executarão as mesmas instruções básicas, salvo se sofrerem alteração posterior. Assim, se houver um erro de programação, todas as urnas executarão a falha; se tiver havido um ataque, interno ou externo, ao programa dentro do TSE, este será propagado para todas as Urnas quando do carregamento delas."

"É impossível que uma máquina, dita tão revolucionária, seja admirada apenas dentro de sua própria casa, não sendo respaldada por qualquer outro técnico ou Instituição Auditora independente, além de ter sido vergonhosamente recusada por todos os governos dos mais de 45 (Quarenta e Cinco) países democráticos, aos quais unidades foram demonstradas, e até cedidas para avaliação, desde 1996."



Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #184 Online: 27 de Abril de 2010, 19:25:04 »
A prova de que a urna é facilmente manipulada:

<a href="http://www.youtube.com/v/AY6nefQTf5A" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/AY6nefQTf5A</a>

Offline DDV

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #185 Online: 27 de Abril de 2010, 19:42:58 »
Ainda não me conformei com o fato dos EUA e outros países, que são democráticos de longuíssima data e são da vanguarda tecnológica, não usem votação eletrônica virtual como aqui.

Por que eles não usam? Do que eles têm medo e nós também deveríamos ter?

Mistérios...
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #186 Online: 27 de Abril de 2010, 23:05:55 »
Ainda não me conformei com o fato dos EUA e outros países, que são democráticos de longuíssima data e são da vanguarda tecnológica, não usem votação eletrônica virtual como aqui.

Por que eles não usam? Do que eles têm medo e nós também deveríamos ter?

Mistérios...

Na matéria que postei acima, listam desde a possibilidade real de identificar o voto do eleitor até a possibilidade de alterar resultados da eleição conforme comprova o vídeo acima.

Se fosse boa, não teria sido recusada em 45 países.

Offline Derfel

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #187 Online: 27 de Abril de 2010, 23:27:43 »
Ainda não me conformei com o fato dos EUA e outros países, que são democráticos de longuíssima data e são da vanguarda tecnológica, não usem votação eletrônica virtual como aqui.

Por que eles não usam? Do que eles têm medo e nós também deveríamos ter?

Mistérios...

No EUA usa-se sim, em alguns estados. Em outros não. Cada estado tem sua própria legislação e sistema de votação.

Offline _tiago

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #188 Online: 27 de Abril de 2010, 23:45:42 »
E estava eu procurando em como transferir meu título de eleitor, quando... Foi quase como uma piada!

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TSE alerta sobre e-mail falso que circula na internet
27 de abril de 2010 - 15h19
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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informa que é falso e-mail apócrifo que circula na internet, sobre suposta manipulação no sistema de votação das urnas eletrônicas. Trata-se do chamado Hoax, definição de informática para e-mails apelativos cujo objetivo é espalhar boatos, lendas ou golpes sem veracidade.

O argumento em que o texto é baseado parte de premissa falsa, de que seria possível o desenvolvimento de um software secreto malicioso para infectar as urnas eletrônicas, sem que esse fato seja detectado.

O TSE destaca que a urna eletrônica está em utilização desde 1996 e que, nesses 14 anos, o sistema de votação revelou-se absolutamente seguro e passível de ser auditado para aperfeiçoamentos. Pesquisa de opinião pública realizada pelo Instituto Nexus logo após as eleições municipais de 2008 mostrou que 97% dos eleitores confiam na urna.

Em seu discurso de posse, o novo presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, lembrou que a legitimidade dos representantes do povo tem sua raiz nas eleições e informou que, para cumprir a sua missão, a Justiça Eleitoral "conta com sofisticados mecanismos de coleta e apuração dos votos, a exemplo da urna eletrônica e da identificação biométrica dos eleitores, que dentro em breve será estendida a todos os votantes".

O ministro salientou que os mecanismos de coleta e apuração de votos têm também a vantagem de permitir a apuração da vontade popular poucas horas depois de encerrada a votação. "Trata-se de uma tecnologia pioneiramente desenvolvida em nosso País, e motivo de justo orgulho de todos os brasileiros”, ressaltou o presidente.

Em novembro de 2009, o TSE realizou, pela primeira vez, testes públicos na urna eletrônica de 2010 e demais componentes do sistema de votação. Durante quatro dias, especialistas em informática e engenharia fizeram tentativas de violação dos programas e, ao final, confirmaram que o sistema é seguro.

Todas as inscrições foram aceitas, e a Comissão Avaliadora, formada por pessoas qualificadas e independentes, selecionou para premiação os três trabalhos que apresentaram as melhores contribuições ao aperfeiçoamento da urna eletrônica.

Os testes foram realizados sob a coordenação do ministro Lewandowski, então relator de processo em que o PDT e o PT pediam ao Tribunal que tomasse essa providência. Após o plenário do TSE autorizá-los, os partidos desistiram da ação, mas o procurador-geral eleitoral, Roberto Gurgel, assumiu a autoria do processo, e a iniciativa foi viabilizada.

O Tribunal lembra que a Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições) determina a apresentação, aos partidos políticos, à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ao Ministério Público Federal (MPF), de todos os programas que são utilizados nas urnas eletrônicas e sistemas correlatos, a partir de 180 dias antes das eleições. Ao final, esses programas são compilados e lacrados em sessão pública. Todos os códigos-fonte que originam os programas que vão para as urnas – e os próprios programas compilados – são lacrados com resumos digitais e assinaturas digitais. Ao final deste processo, todos os programas, incluindo os códigos-fonte e as assinaturas digitais, são gravados em mídia não regravável, a qual é lacrada fisicamente pelos presentes (com rubricas) e armazenada no cofre do TSE.

Esse procedimento de lacração, tanto lógico quanto físico, assegura que todas as 500 mil urnas eletrônicas tenham exatamente a mesma versão de software. Isso permite que, antes ou depois da votação, a integridade e autenticidade dos programas instalados possam ser verificadas em qualquer urna do país.

Além disso, depois da votação, os códigos-fonte e programas compilados podem ser verificados por tempo ilimitado. A segurança é tanta que, quando há necessidade de alteração, os partidos políticos têm que ser novamente convocados para nova realização da cerimônia de lacração.

Por fim, é importante ressaltar que são 14 anos de eleições eletrônicas conduzidas pela Justiça Eleitoral sem confirmação de nenhum registro de fraude e com 97% de aprovação da população brasileira.

Offline _tiago

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Offline Geotecton

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #190 Online: 28 de Abril de 2010, 00:07:09 »
Ainda não me conformei com o fato dos EUA e outros países, que são democráticos de longuíssima data e são da vanguarda tecnológica, não usem votação eletrônica virtual como aqui.

Por que eles não usam? Do que eles têm medo e nós também deveríamos ter?

Mistérios...

No EUA usa-se sim, em alguns estados. Em outros não. Cada estado tem sua própria legislação e sistema de votação.

Na realidade a legislçaõ varia de condado para condado.

E isto se chama república (efetivamente) federativa e democrática.

Diferente da "terra brasilis".

P.S. Isto não quer dizer que o Tio Sam não tenha seus problemas eleitorais. Basta lembrar do ano de 2.000 (Gore versus Bush).
Foto USGS

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #191 Online: 28 de Abril de 2010, 05:29:27 »
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Por fim, é importante ressaltar que são 14 anos de eleições eletrônicas conduzidas pela Justiça Eleitoral sem confirmação de nenhum registro de fraude e com 97% de aprovação da população brasileira.

Não é o que o vídeo acima deixa bem claro, existem fraudes aos montes conforme se pode ver em dezenas de notícias publicadas desde 2002.

Em uma cidade do nordeste chegou-se a ter 93% das urnas com irregularidades, é comprovado.

Offline Dbohr

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #192 Online: 28 de Abril de 2010, 06:56:34 »
Me desculpem, mas isso parece conversa do velho Brizola...

A urna não é perfeita, mas nenhum sistema é -- vide o escândalo Proconsult, que envolveu o próprio Brizola. É francamente um exagero achar que a urna eletrônica é mais perigosa ou mais propensa a falhas. Concordo totalmente com o Temma.

Offline DDV

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #193 Online: 28 de Abril de 2010, 09:01:23 »
Ainda não me conformei com o fato dos EUA e outros países, que são democráticos de longuíssima data e são da vanguarda tecnológica, não usem votação eletrônica virtual como aqui.

Por que eles não usam? Do que eles têm medo e nós também deveríamos ter?

Mistérios...

No EUA usa-se sim, em alguns estados. Em outros não. Cada estado tem sua própria legislação e sistema de votação.

Se eu não me engano, nenhum voto lá é puramente "virtual". Os sistemas eletrônicos imprimem cartões perfurados, que podem ser recontados a qualquer momento.

No sistema brasileiro, se surgirem dúvidas quanto a integridade de uma urna, perde-se completamente os votos dela, e só mesmo marcando outra votação para consertar o problema.
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Offline _tiago

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #194 Online: 28 de Abril de 2010, 10:00:22 »
Me desculpem, mas isso parece conversa do velho Brizola...

A urna não é perfeita, mas nenhum sistema é -- vide o escândalo Proconsult, que envolveu o próprio Brizola. É francamente um exagero achar que a urna eletrônica é mais perigosa ou mais propensa a falhas. Concordo totalmente com o Temma.

 :ok:

E sabemos que não é necessário isso pra um Sarney, por exemplo, se eleger.

Offline Gordon Nerd

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Re: A segurança do voto na urna brasileira
« Resposta #195 Online: 30 de Abril de 2010, 10:53:52 »
é nada o brasil é segura desde os politicos aos mais ruins bandidos que existe no brasil no brasil tem fraudes todos os dias mas sao tirado para nao mostrar censuras malditas
Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter a boca fechada.

Os homens inteligentes não podem ser bons maridos, pela simples razão de que não se casam.

Offline 4 Ton Mantis

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Pensamentos sobre o voto eletrônico[seguro ???]
« Resposta #196 Online: 22 de Outubro de 2010, 09:13:03 »
http://www.votoseguro.org/


Nós criamos uma civilização global em que elementos cruciais - como as comunicações, o comércio, a educação e até a instituição democrática do voto - dependem profundamente da ciência e da tecnologia.
Também criamos uma ordem em que quase ninguém compreende a ciência e a tecnologia. É uma receita para o desastre. Podemos escapar ilesos por algum tempo, porém mais cedo ou mais tarde essa mistura inflamável de ignorância e poder vai explodir na nossa cara.

Carl Sagan
cientista, escritor e divulgador científico


================================================== =======

No Brasil, sempre houve fraude eleitoral. O que as urnas eletrônicas produziram não foi o fim das fraudes. Foi o fim da investigação das fraudes.

Pedro Dória
Jornalista e Blogueiro


================================================== ====

É até irônico que estas máquinas de votar, que supostamente deveriam resolver os problemas causados pelo sistemas eleitorais antiquados, estão simplesmente tornando os problemas invisíveis para o eleitor.


Penny M. Venetis
Professora de Direito na Rutgers University, NJ, USA


================================================== =====



O voto eletrônico é para muitos políticos o mesmo que o sexo para adolecentes.
Ambos gostam de falar sobre o tema sem saber direito do que se trata.

Sergio Angelini
Presidente da Magic Software Argentina


================================================== ======

Votar na urna eletrônica brasileira é mais menos como jogar palitinho por telefone.


Paulo Mora de Freitas, Fis.
Chefe de Informática do Laboratório Leprince-Ringuet
da Ecole Polytechnique, França
\"Deus está morto\"-Nietzsche

\"Nietzsche está morto\"-Deus

Offline Geotecton

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Re: Pensamentos sobre o voto eletrônico[seguro ???]
« Resposta #197 Online: 23 de Outubro de 2010, 00:25:57 »
Eu não confio nas urnas eletrônicas. Ao meu ver, elas podem continuar sendo usadas mas devem gerar (pelo menos) um papelete impresso e que possa ser conferido (contado) posteriormente, se for necessário.
Foto USGS

Offline Dodo

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Re:Pensamentos sobre o voto eletrônico[seguro ???]
« Resposta #198 Online: 25 de Junho de 2012, 09:39:40 »
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Professor: urna brasileira abre brecha para voto de cabresto

A equipe do professor Diego Aranha, da Universidade de Brasília (UnB), precisou de 1 hora de análise do código-fonte da urna eletrônica brasileira para identificar uma fragilidade que permitiu a violação do sigilo do voto. Com ataques não-invasivos e não-rastreáveis, o grupo foi capaz de desembaralhar o Registro Digital do Voto (RDV) e reordenar as escolhas dos eleitores durante os Testes Públicos de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação, promovidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em março. Segundo Diego, uma falha conhecida há pelo menos 17 anos abriu a brecha para que fosse derrubado o único mecanismo da urna para proteger o sigilo da votação.
"Essa vulnerabilidade advém de um erro de projeto e implementação no software e reproduz fielmente uma outra vulnerabilidade encontrada em 1995 por calouros de doutorado da Universidade de Berkeley no navegador Netscape. Ou seja, passaram-se 17 anos e os mesmos erros continuam sendo cometidos", afirma Diego.
Para embaralhar os votos, o software recorre a um gerador de números que produz uma sequência aleatória a partir de uma "semente". A fragilidade foi identificada quando a equipe constatou que a semente utilizada pela urna era uma tomada de tempo com precisão de segundos - parâmetro que, além de não ser verdadeiramente aleatório, era tornado público na "zerésima", documento emitido antes da votação para atestar que a urna está "zerada".
A semente exposta deixou a equipe à vontade para - sem sequer tocar na urna nem deixar rastros e com um programa de análise de apenas 133 linhas - recuperar com sucesso absoluto a ordem da votação em testes com 10, 16, 21 e 475 eleitores. O TSE alega que o grupo "não conseguiu quebrar o sigilo do voto, pois não conseguiu relacionar o nome dos eleitores com os votos digitados na urna".
De fato, burlar o RDV (cujo conteúdo é impresso no Boletim de Urna para fins de recontagem dos votos) não é suficiente para consumar a tarefa. Ocorre que, depois dos testes, a equipe achou nos arquivos de LOG da urna, também de acesso público, o horário de cada voto. Para descobrir quem votou em quem, basta confrontar o LOG com os horários em que cada eleitor computou a sua opção, o que abriria caminho para um "voto de cabresto digital", como Diego vem chamando, em alusão ao sistema de coação de eleitores típico do coronelismo.
"Vale ressaltar que a semente deveria ser aleatória e confidencial até para o próprio TSE. O erro encontrado é, portanto, inadmissível, especialmente quando se considera que o equipamento em questão é de missão crítica", diz o professor, que observa que desde 1883 é recomendado a um sistema criptográfico resistir a inimigos que o conheçam em seus mínimos detalhes.
Inimigo forjado em poucos dias (para a análise do código, foram apenas cinco horas), o grupo do professor Diego mereceu do TSE nota 0,0313 em escala de 0 a 400 (o equivalente a 0,0007825 em escala de 0 a 10), ainda que a contribuição do time tenha sido apreciada como "extremamente positiva". "Considero duas hipóteses válidas para a nossa pontuação ínfima: ou a Comissão Avaliadora apontada pelo TSE não entendeu a seriedade das consequências provocadas pela vulnerabilidade encontrada, ou houve uma tentativa deliberada de descaracterizar e minimizar o ocorrido. Na minha opinião, ambas as hipóteses são absolutamente preocupantes", diz Diego.
O TSE responde que "o ataque só foi possível graças à disponibilização do código-fonte de todos os softwares executados pela urna, algo que, em uma eleição normal, não ocorre". Contra essa posição pesa o artigo 66 da Lei 9.504, que garante a técnicos de partidos a conferência dos programas. "Imagine agora quantos fiscais de partido, ex-funcionários, técnicos ou terceirizados tiveram acesso ao trecho de código vulnerável. É justamente por isso que a segurança da urna eletrônica não pode depender unicamente da confidencialidade do código-fonte ou do sigilo dos seus mecanismos de segurança", afirma o professor.
Com tamanho acompanhamento técnico, pode causar surpresa que uma fragilidade com 17 anos de idade não tenha sido apontada antes, mas Diego salienta que um acordo de não-divulgação veta aos fiscais falar sobre os programas. "Dessa forma, os fiscais de partido honestos são impedidos de prestar contas à sociedade sobre a qualidade do que é feito no software, enquanto os fiscais de partido desonestos possuem toda a liberdade para tentar articular fraudes eleitorais sem qualquer risco de vazamento das vulnerabilidades encontradas. Do jeito que está estabelecida, a fiscalização por parte dos partidos é completamente inócua para incremento de segurança. Como a fiscalização por investigadores independentes é extremamente limitada, consistindo em apenas alguns dias e sob monitoração completa do Tribunal, na prática nenhuma fiscalização efetiva é realizada sobre o software do sistema eletrônico de votação. Como a integridade dos resultados depende unicamente da integridade desse software, fica montado um cenário perfeito para fraudes que não deixam vestígios."
Segundo o professor, apenas uma semente verdadeiramente aleatória, que não possa ser recuperada ou determinada mesmo pelos projetistas do sistema, seria capaz de proteger o embaralhamento dos votos - correção que não demandaria alto custo nem grande esforço técnico. O que ele sugere, entretanto, é eliminar de vez o RDV. "Como a estrutura é produzida pelo mesmo software que produz o Boletim de Urna com as contagens parciais, é tão vulnerável quanto o que tenta proteger. A redundância dessa informação também em meio digital não serve a nenhum propósito prático além de permitir a quebra do sigilo do voto, caso seja projetada ou implementada de forma insegura", afirma.
Outras fragilidades indicariam software "imaturo"
Além de desembaralhar os votos, Diego também alega ter encontrado uma série de "práticas não-recomendáveis" que, "na minha opinião", ele diz, "atestam que o processo de desenvolvimento do software da urna eletrônica ainda é bastante imaturo do ponto de vista de segurança".
Entre esses problemas estaria a utilização de apenas uma chave criptográfica para cifrar as mídias de todas as urnas, crítica rechaçada pelo TSE: "Essa chave não é a única barreira de segurança provida pelo sistema. Para exemplificar, é utilizada chave específica para as partições das mídias eletrônicas, outra chave para o sistema operacional. A utilização de criptografia é apenas uma das inúmeras barreiras de segurança. De toda forma, mesmo a afirmação de chave única, se vista isoladamente, não procede. A cada eleição, o TSE gera e cifra uma chave única desse sistema de arquivos que é gravada nas mais de 400 mil urnas eletrônicas. Por critério de segurança, essa mídia é cifrada por uma única chave, com o objetivo de evitar ataques criptoanalíticos baseados em estimadores estatísticos. Portanto, qualquer outro procedimento, como o de utilizar-se de várias chaves para cifrar o mesmo conteúdo com o objetivo de prover sigilo, torna por si só o resultado fragilizado. Por esse motivo, a cada eleição, o TSE gera uma chave que é utilizada para manter sigilo da mídia que é gravada em cada urna."
Segundo o professor da UnB, essa justificativa acaba "contrariando fortemente o bom senso (vazar essa chave uma única vez tem efeito absolutamente devastador) e princípios básicos da área de segurança (que se orienta a minimizar a quantidade de material protegido com a mesma chave para reduzir o impacto de um vazamento)". Diego entende nessa prática um exemplo de que a Justiça Eleitoral tem fechado os olhos para a possibilidade de atacantes internos, conhecedores do sistema. Questionado, o TSE não respondeu sobre as consequências de um eventual vazamento da chave.
Ainda outra fragilidade teria sido a desativação da função que deveria verificar a integridade de parte do software. Com isso, um fraudador poderia alterar trechos do programa e, por exemplo, desviar votos para um candidato sem que o sistema acusasse qualquer irregularidade.
O TSE nega ter sido alertado: "Essa informação não foi registrada em qualquer um dos relatórios apresentados nos Testes Públicos de Segurança. Dessa forma, o TSE não pode emitir opinião por desconhecimento do conteúdo da alegação." O professor diz que o dado ficou de fora do relatório por não ter feito parte dos testes e garante ter se voluntariado, em reunião com o TSE depois do evento, a ministrar palestra elencando todas as fraquezas que viu no programa. "Não houve convite posterior para tal. Informei publicamente o TSE a respeito desse e de outros problemas na ocasião da audiência pública para debate sobre o voto impresso verificável pelo eleitor, realizada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Congresso Nacional."
Em 2008, o ministro Carlos Ayres Britto, que então presidia o TSE e que hoje é presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), atribuiu às urnas brasileiras ares de "absolutamente invioláveis". Na audiência de maio na CCJ da Câmara, Diego Aranha apontou que "não existe sistema inviolável. Isso é até uma impossibilidade teórica. Na área de segurança de softwares, o trabalho não é projetar sistemas invioláveis; é projetar sistemas onde o custo do ataque seja demasiadamente alto". E deixou para o TSE o trabalho de dar tamanho ao bolso de quem tem interesse em fraudar eleições.
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Fonte: http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2012/noticias/0,,OI5835177-EI19136,00-Professor+urna+brasileira+abre+brecha+para+voto+de+cabresto.html
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Re:Pensamentos sobre o voto eletrônico[seguro ???]
« Resposta #199 Online: 25 de Junho de 2012, 09:52:35 »
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Urna é a mais defasada, diz professor que violou sistema do TSE
Líder da equipe que conseguiu derrotar o sistema de embaralhamento dos votos da urna eletrônica brasileira, o professor Diego Aranha, da Universidade de Brasília (UnB), demonstra preocupação não apenas com o sigilo do voto, mas também com a impossibilidade de o eleitor ter a comprovação física de sua escolha. Sob a perspectiva do eleitor, a urna eletrônica brasileira seria, segundo o professor, "a mais defasada do mundo" por resistir ao movimento de outros países em direção à impressão do voto.
Em outubro de 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a vigência do artigo 5º da Lei 12.034/09, que cria o voto impresso a partir das eleições de 2014. No entendimento unânime dos ministros, o dispositivo compromete o sigilo e a inviolabilidade do voto previstos na Constituição, o que é contestado pelo professor.
"Não é possível realizar votação puramente eletrônica com verificação independente dos resultados. Por esse motivo, a maioria das alternativas para se permitir essa verificação envolvem materializar o voto em algum veículo que permita apuração posterior sem permitir simultaneamente que o eleitor possa comprovar sua escolha para uma terceira parte interessada. Um exemplo recente é a urna argentina, que produz como cédula um acoplamento das versões digital e impressa do voto. A versão digital é utilizada para apuração rápida, e a versão impressa, para se verificar a integridade dos votos computados eletronicamente", comenta Diego Aranha, citando a Bélgica como outro exemplo a ser seguido.
Sem a materialização do voto, a apuração das eleições ficaria refém do programa que computa as escolhas dos eleitores em ambiente digital. "Como a integridade dos resultados depende unicamente da integridade desse software, fica montado um cenário perfeito para fraudes que não deixam vestígios", alerta Diego, ao comentar as consequências da brecha que sua equipe encontrou para desembaralhar o Registro Digital do Voto (RDV).
Com o abandono da Índia a urna similar à brasileira, depois de especialistas provarem que o sistema estava sujeito a fraudes, o Brasil restou como o único país a insistir em equipamento de "primeira geração", o que Diego lamenta ser fomentado por "argumentos de autoridade sem nenhuma acurácia técnica".
Essa desinformação técnica encontraria representação no voto do ministro Ricardo Lewandowski, que acorreu à metáfora de que "acoplar uma impressora eletromecânica às urnas eletrônicas equivaleria, a meu ver, a dotar um avião a jato de uma bússola a vapor". PhD em Ciência da Computação, Diego Aranha tacha a analogia de "extremamente infeliz".
"A urna brasileira não se assemelha em nada a um avião a jato do ponto de vista tecnológico. (...) Sob a perspectiva do eleitor, parte mais interessada no processo democrático de votação, é também a urna mais defasada do mundo por não permitir qualquer verificação independente dos resultados", diz, invertendo o argumento de Lewandowski: "Não faço ideia do que seja uma bússola 'a vapor', mas todo avião moderno possui bússola analógica convencional como componente do conjunto básico de instrumentos de voo. A razão para tal é sempre ter em mãos um dispositivo redundante que funcione em caso de pane de todos os outros instrumentos e que permita a verificação independente do funcionamento correto dos dispositivos de navegação mais sofisticados. Não consigo entender o porquê desse mesmo princípio não poder ser aplicado à segurança do voto eletrônico, visto que é tão difundido nas práticas seguras de engenharia."
Em resposta ao Terra, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou entender que "as medidas atuais são simples e suficientes para a garantia da confiabilidade pelas partes interessadas. Ou seja, a verificação da integridade da totalização das eleições é feita pelos fiscais de partido, que podem comparar as cópias impressas dos Boletins de Urna de cada seção eleitoral com o resultado recebido, totalizado e publicado pela Justiça Eleitoral (disponível na internet). Assim, a simples comparação do resultado recebido pelo fiscal e o processado na Justiça Eleitoral é suficiente para qualquer interessado criar sua própria totalização e verificar individualmente o resultado de cada urna eletrônica".
O TSE também rejeita a avaliação das urnas conforme a ideia de "geração", que teria "origens comerciais nas empresas que vendem ao Peru e à Argentina suas urnas e não tem nenhum fundamento mais profundo".
Para Diego Aranha, o conceito apenas serve de tradução para o processo de migração de urnas que não permitem a verificação do voto pelo eleitor para aquelas hoje adotadas em países como Bélgica e Venezuela, que seriam de "segunda geração".
"De fato, ao se acompanhar a cronologia dos sistemas de votação eletrônica em utilização no mundo, é possível observar uma evolução clara nessa direção. A noção de geração também não é utilizada para se descrever nenhum modelo específico fabricado por alguma empresa ou adotado em algum país, apenas para se sintetizar as propriedades de segurança fornecidas por aquelas famílias de modelos. Assim, não há nenhum apelo comercial, mas apenas a captura simples de uma tendência mundial em votação eletrônica", explica o professor, que vê a urna argentina à frente das demais por acoplar em mesma cédula as versões impressa e digital do voto, permitindo comparação direta entre os resultados registrados pelas duas formas.
Apesar das críticas ao modelo de votação em vigor, Diego vê bons agouros na ampliação de espaços para o debate sobre o tema. "Espero que a tendência recente à à transparência tão alardeada pelo TSE de fato se confirme na prática e que o debate público em torno da questão do voto eletrônico seja mais difundido, e não suprimido, como vem acontecendo. Muitos especialistas no País desejam enormemente contribuir para que o nosso sistema de votação atinja requisitos mínimos e plausíveis de segurança, mas não encontram nenhuma forma efetiva de fazê-lo."
Presente a audiência na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara, o engenheiro Amílcar Brunazo Filho engrossou o coro de Diego Aranha pela impressão, chamando o sistema em vigor de "curral eleitoral" em que "nenhum brasileiro pode ver o que foi gravado como registro do seu voto". Recorrente crítico do sistema eleitoral brasileiro, Brunazo considera que o TSE concentra os poderes administrativo, normativo e judicial, em fuga à recomendação de Charles de Montesquieu consagrada pelo governo republicano.

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