As despesas militaresA impotência de que se queixava o Ministro da Guerra da ditadura teria tido origem na exiguidade de verbas orçamentárias?
Entre 1918 e 1930, através dos vários quadriênios presidenciais, fora comum e repetida a queixa de insuficiência de meios para as Forças Armadas. Apesar disto, inovações radicais foram introduzidas no Exército, principalmente na administração civil de Calógeras, patrocinando a vinda da Missão Militar Francesa, com uma equipe de mestres de primeira ordem. Bastará citar a criação do curso de Estado-Maior e a do Serviço de Intendência, praticamente inexistentes, a construção de quartéis em várias regiões do país, a adoção dos novos regulamentos calçados na experiência francesa de guerra, para consagrar esse período, comprometido apenas pelas quarteladas revolucionárias e perseguição política aos revoltosos no interior brasileiro.
No consulado pós-revolucionário de 1930, as Forças Armadas passaram a atravessar, sob este ponto de vista, uma situação diferente, principalmente a partir de 1937.
Fiadoras da ditadura, para elas voltaram-se as solicitudes do ditador, já como retribuição de serviços, já como pretensão do caudilho de tornar-se o remodelador do nosso potencial militar. A predominância das verbas militares sobre as demais verbas orçamentárias foi a característica dos orçamentos da ditadura. Este é o testemunho do Ministro da Fazenda da Ditadura:
- “as despesas públicas realizadas no período 1930-1944, totalizaram 68.418 milhões de cruzeiros. Um terço do seu volume, ou sejam, 21.136 milhões, foi aplicado no setor das forças armadas”.
Posteriormente, a discussão no Congresso Nacional dos atos da ditadura, permitiu novos cálculos das despesas públicas, as quais seriam, aproximadamente, as seguintes:
Despesas públicas...............................110 bilhões cruz.
Cálculo de 30% para as Forças armadas.....33 bilhões cruz.
Destacando-se o período do “Estado-Novo, seriam as seguintes:
Despesas públicas 1937-1945...............75 bilhões cruz.
Cálculo de 30% para as Forças armadas.....22,5 bilhões cruz.
Atingido semelhante nível nas despesas públicas – nível demasiado oneroso para uma economia semicolonial, quase mera produtora de matérias primas ou de artigos de sobremesa – teriam as nossas forças armadas atingido o mesmo nível de competência e eficiência compatíveis com a Segurança Nacional?
Por um veterano da F.E.B fonte:
http://www.grandesguerras.com.br/artigos/text01.php?art_id=196