O historiador escocês Niall Ferguson, professor em Harvard, buscando defender a idéia de um ataque preventivo às instalações nucleares iranianas, escreveu um artigo para o Daily Telegraph em que descreve como um historiador do futuro analisaria uma Guerra Mundial que teria ocorrido entre 2007 e 2011.
O cenário seria ou menos o seguinte:
- o Irã leva adiante seu programa de armas nucleares.
- o ocidente aposta na possibilidade de os aiatolás demoverem o presidente Ahmadinejad de seus objetivos, mas ele está disposto a ir às últimas conseqüências.
- Condoleezza Rice e os europeus convencem Bush a usar somente a diplomacia contra o Irã, mas a China veta no Conselho de Segurança da ONU uma resolução de sanções contra o Irã.
- a ala mais conservadora do governo pressiona Bush, mas em função dos motivos alegados para a invasão do Iraque (armas de destruição em massa, etc.) e com as dificuldades na operação, eles estão sem credibilidade.
- no cenário de Ferguson, o primeiro-ministro de Israel é o ultradireitista Benjamin Netanyahu.
- "Agora Teerã tinha um míssil nuclear apontado para Tel Aviv. E o novo governo israelense de Benjamin Netanyahu tinha um míssil apontado para Teerã. Os otimistas argumentavam que a crise dos mísseis de Cuba iria se repetir no Oriente Médio. Os dois lados ameaçariam ir à guerra e depois recuariam. Era a esperança da secretária de estado Rice, enquanto ela voava entre as duas capitais. Mas não aconteceu".
- "O devastador conflito nuclear de agosto de 2007 representou não só o fracasso da diplomacia, mas marcou o fim da era do petróleo. Alguns dizem que foi o início da decadência do ocidente. Certamente é uma interpretação válida do conflito que se alastrou quando a população xiita do Iraque tomou as bases americanas em seu país e a China decidiu intervir ao lado do Irã".
No último parágrafo:
"O historiador tem que se perguntar se o verdadeiro significado da guerra de 2007-2011 não foi validar o princípio inicial do governo Bush, da guerra preventiva. Pois se esse princípio tivesse sido seguido em 2006, o avanço nuclear do Irã teria sido impedido a um custo mínimo. E a Grande Guerra do Golfo não teria acontecido".