A literatura moderna grega começou a ser conhecida por um público mais vasto faz pouco mais de 50 anos, quando a belga Nobel de Literatura, Margueritte Yourcenar, traduziu Konstantino Kaváfis, poeta tão extraordinário que, se não formos um malafaia da vida, podemos até perdoá-lo por dizer que não há nada mais belo no mundo que o homem (o macho da espécie, no caso). Gosto, disse alguém, não se discute. E se o rapaz gostava da "coisa", não tenho nada a ver com isso. Até porque, se o lermos sem saber de seu gosto sexual pelo próprio sexo, podemos perfeitamente imaginar que seus versos são dirigidos às mulheres. Então, vale muito a pena ler Kaváfis. Assim como vale ler outros de seus compatriotas. No momento, leio o Nobel Giorgos Seferis, numa seleção de poemas publicada pela Editora Opera Mundi, em 1971, com tradução de Darcy Damasceno e um estudo introdutivo sobre o poeta escrito por C. Th. Dimaras, e uma "pequena história" sobre como se deu a atribuição do Nobel a Seferis, a cargo de Kjell Strömberg.