1 -
"Essa é a postura cética mesmo ou é a sua postura cética?"O termo ceticismo como largamente usado é a definição de uma postura que é basicamente individual. Não existe organismo que regule o ceticismo. Não é o ceticismo filosófico. Não existe quem fale em nome dos céticos pois não há ninguém a quem tenha sido atribuído tal poder, até mesmo por não se tratar do ceticismo um movimento organizado.
2 -
"Pó!!! Um cético falando de teoria?!?! ahhh não!!! É melhor falar que não tem a resposta, ninguém tem que saber tudo..."Mas é claro que um cético fala em teoria, lei, hipóteses, axiomas, postulados e evidências. Isso é o que temos. Lembrando que aqui o uso corrente da palavra teoria, assim como de lei, é em seu estrito significado científico.
E lembrando também que teorias científicas descrevem o como e não o por que.
3 - Pra mim essa história de evidência x prova é algo que não deveria existir. Deveriam ser sinônimos. Mas os defensores-de-hipóteses-extraordinárias-que-não-apresentam-evidências-extraordinárias falam de provas como se fossem "algo que por si só serve para demonstrar de forma independente e inequívoca que tal fato ocorreu exatamente como defendido pelo alegante". Bem, nos tribunais isso não existe, se existisse uma única coisa que fosse uma demonstração inequívoca e inquestionável da culpa do réu a única coisa a ser feita era decidir a pena, mas não as provas são avaliadas (elas provam realmente o que o alegante diz que provam) então são, desse modo, evidências. Existem evidências mais ou menos fortes em favor de determinada hipótese. E em alguns casos as evidências em favor de uma hipótese são tão mais fortes em quantidade e qualidade que as outras hipóteses são postas de lado, descartadas, PELO MENOS até que novas evidências possam mudar isso. Como prova tal como definido acima não existe deveríamos aceitar que prova=evidência ou, pelo menos, eliminar total e definitivamente (
) a palavra prova de nossas discussões.
4 - Por mais que eu goste e admire o trabalho de divulgação científica que foi feita por Carl Sagan nunca foi dado a ele, nem de forma alguma poderia se dar, o poder de determinar o que é ser um ateu.
Além disso não li o livro que contém o trecho e não sei se ele está fora de contexto.
5 - Acho que o Luz acertou ao concluir que a discussão está confundindo mais do que esclarecendo. Muito embora possamos ter tirado algumas questões interessantes da discussão acho que ela já se perdeu. Seria mais útil a quem quiser continuar, anotar os pontos que merecem melhores esclarecimentos e abrir outros tópicos.
6 - Deus, o que é isso? Essa palavra é tão usada, por tantas pessoas, com tantos significados tão fortemente individualizados que a interseção entre todos os significados que se dão à palavra deus é um conjunto vazio. Portanto, "Deus? Mas do que é que você está falando?"
Não é por que o cristianismo é predominante no ocidente que eles tenham o monopólio da palavra deus. Existem espíritas, não relligiosos com opiniões diversas sobre o que é deus, ainda podemos achar em algum lugar budistas, hindus, xintoístas, etc... Então por respeito à todas essas crenças não podemos assumir que quando alguém, que não deixe claro o seu credo, diz "deus" esteja se referindo ao deus do credo cristão, na dúvida, e há dúvida, devemos nos certificar exatamente do que está sendo dito.
E sejamos sinceros mesmo dentro do mesmo credo deus acaba tendo um significado bastante individualizado. Deuses são como sapatos, os que servem bem a uns podem ficar apertados ou folgados em outros.