Autor Tópico: Fora da caridade não há salvação  (Lida 12518 vezes)

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Offline Luis Dantas

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #125 Online: 04 de Novembro de 2006, 11:55:24 »
Citação de: Luis Dantas
Não gosto de me repetir tanto, mas vamos lá: é sim inadequado, e muito, supor entidades misteriosas que podem existir ou não, ter algum efeito na realidade ou não.  A isso se chama propriamente de fantasia.  Não tem lugar na busca da verdade.
E quem aqui está supondo a existência de entidades misteriosas?

Na minha opinião, você, ao defender a existência do livre-arbítrio.

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Se se refere aos espíritos, saiba que a sua existência não se baseia em suposições, mas fatos,

Parei de ler aqui, me desculpe. 
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rizk

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #126 Online: 04 de Novembro de 2006, 11:58:46 »
Eu acho que é pra "evitar as conotações místico-religiosas inerentes ao termo". A gente acaba transferindo a nossa capacidade de escolher pra uma entidade extra-corpórea ou sei lá, e não resolve nada.

Estou lembrando de uma vez que acompanhei uma disccussão sobre a onisciência de Deus; um lado argumentava que, se Deus é onisciente, ele já sabia de tudo e portanto nosso destino estava determinado e não éramos livres. O que é obviamente uma bobagem, porque em algum grau temos um destino a cumprir, com ou sem onisciência e com ou sem deus.
Na hipótese mais "livre", as pessoas esperam certas coisas de nós, e nos criam para certas coisas.

Enfim. E a dopamina, hein? Eu acredito total no poder da dopamina.

Offline Luis Dantas

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #127 Online: 04 de Novembro de 2006, 12:03:58 »
Nunca ouviu falar em sacrifício pessoal?  Uma pessoa, mesmo com fome, pode abdicar da comida em favor de outros.  Mais uma vez é a vontade e a racionalidade contrariando os instintos (neste caso, o de sobrevivência).  Não é regra, é verdade.  Mas se existem exceções, existe livre-arbítrio.

Certas reações orgânicas e até mesmo reflexos são treináveis, sim.  Anorexia e bulimia também são livre-arbítrio, já que bulímicos se treinam para vomitar o alimento?


Citar
Citação de: Luis Dantas
É uma expressão melhor, sim, até porque já começa a sugerir que há limites, possivelmente mutáveis, para tal poder.
Não confunda livre-arbítrio com liberdade de ação.  Isso já foi falado lá atrás.  O livre-arbítrio é ilimitado, e eu posso desejar qualquer coisa que eu seja capaz de imaginar.  Mas se posso realizar ou não o objeto do meu desejo é outra história.

Estamos nos repetindo...
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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #128 Online: 04 de Novembro de 2006, 12:05:06 »
é obviamente uma bobagem, porque em algum grau temos um destino a cumprir, com ou sem onisciência e com ou sem deus.

Pelo que me lembro esta é a frase mais lúcida e útil do tópico até o momento :)
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Offline Leafar

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #129 Online: 04 de Novembro de 2006, 13:11:23 »
Citação de: Luis Dantas
Certas reações orgânicas e até mesmo reflexos são treináveis, sim.  Anorexia e bulimia também são livre-arbítrio, já que bulímicos se treinam para vomitar o alimento?
Isso é um caso particular e você está querendo transformar numa regra geral.  Não conheço bem as causas da doença, mas nesses casos, a pessoa tomando ciência do problema, não poderia conviver com eles da mesma forma que o John Nash convivia com a sua esquizofrenia?  Elas não poderiam comer, mesmo convivendo com o sentimento de culpa?  O aneróxicos e os bulímicos normalmente têm consciência de suas doenças?

De qualquer forma, a pressão que eles sofrem é a mesma que sofre um viciado.  O viciado também procura o vício impulsionado pelos instintos, pela necessidade de satisfazer determinado prazer.  Somente quando assume racionalmente para si mesmo que está doente é que dá o primeiro passo para se curar.  Então inicia-se um esforço para que sua vontade seja capaz de vencer os seus instintos.  Enquanto não assume para si mesmo que está doente, não consegue se libertar.  Penso que a anorexia e a bulimia estejam enquadrados na mesma situação.  Os doutores me esclareçam se eu estiver equivocado.  Não sou especialista no assunto.

Um abraço.
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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Offline Leafar

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #130 Online: 04 de Novembro de 2006, 13:14:47 »
Citação de: mimi
Enfim. E a dopamina, hein? Eu acredito total no poder da dopamina.
Mimi,

Essa discussão sobre livre-arbítrio começou justamente porque eu dizia que aceitar de modo absoluto as conclusões do artigo sobre a dopamina seria aceitar como nulo o livre-arbítrio.  Por isso essa discussão é totalmente pertinente ao assunto.  O artigo diz que a dopamina é agente motivador (causa) da caridade.  Eu defendo que a dopamina é efeito da caridade feita.

Um abraço.
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Offline Luis Dantas

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #131 Online: 04 de Novembro de 2006, 13:17:20 »
Citação de: Luis Dantas
Certas reações orgânicas e até mesmo reflexos são treináveis, sim.  Anorexia e bulimia também são livre-arbítrio, já que bulímicos se treinam para vomitar o alimento?
Isso é um caso particular e você está querendo transformar numa regra geral.

É mesmo?  Como chegou a essa conclusão?  Em que você se baseia?

Citar
Não conheço bem as causas da doença, mas nesses casos, a pessoa tomando ciência do problema, não poderia conviver com eles da mesma forma que o John Nash convivia com a sua esquizofrenia?

Vejo que você não entendeu o que eu disse.

Citar
Elas não poderiam comer, mesmo convivendo com o sentimento de culpa?  O aneróxicos e os bulímicos normalmente têm consciência de suas doenças?

Não tenho notícia de sentimento de culpa em anorexia ou bulimia.  E não são exatamente doenças sutis; um anoréxico ou bulímico tem de estar em negação profunda para não se dar conta de que está com hábitos de nutrição estranhos.  Aliás, a doença costuma perturbar a casa inteira.
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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #132 Online: 04 de Novembro de 2006, 13:18:58 »
Citação de: mimi
Enfim. E a dopamina, hein? Eu acredito total no poder da dopamina.
Mimi,

Essa discussão sobre livre-arbítrio começou justamente porque eu dizia que aceitar de modo absoluto as conclusões do artigo sobre a dopamina seria aceitar como nulo o livre-arbítrio.  Por isso essa discussão é totalmente pertinente ao assunto.  O artigo diz que a dopamina é agente motivador (causa) da caridade.  Eu defendo que a dopamina é efeito da caridade feita.

Um abraço.

Quem sabe a queima de carboidratos não é a verdadeira fonte da energia muscular tampouco?  Pode ser efeito da ação do livre-arbítrio também.
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Offline FZapp

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #133 Online: 04 de Novembro de 2006, 15:48:47 »

E por isso não consigo reduzir o meu peso ?

A dieta Atkins então é a dieta caridosa !  :histeria:

Realmente a Mimi, no meu entender, está reduzindo um comportamento social ao seu efeito no cérebro.

Mesmo que seja reforçado por algum mecanismo químico, os seus efeitos provocam uma cadeia de fatos sociais que estão além da bioquímica e são relevantes na sociedade, então não podem ser explicados tão somente pelo ponto de vista bioquímico.
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Si hemos de salvar o no,
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rizk

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #134 Online: 04 de Novembro de 2006, 18:55:24 »
Mes amours, vocês sabem o que é cocaína?

Eu podia parar por aqui, sabem.

Eu disse em algum momento que era causa?!? A meu ver, qualquer "dose" de dopamina (e de hormônios felizes do gênero) é incentivo suficiente pra gente fazer as coisas. E não tem "comportamento social" que subsista (e, a meu ver, que seja CRIADO) sem incentivo e recompensa químicos.

Se não fosse pela dopamina, a gente não fazia filhos...  e não flertava, não namorava, não casava, não se preocupava com herança, não haveria tal coisa como monarquia hereditária e propriedade privada e revistas femininas. Se não fosse por ela, a gente não iria nem GOSTAR de comidas "porcarias", não estocava gordura e não teria como ter sobrevivido nos anos em que não havia supermercado e aquecimento nas casas.

Mesmo reconhecendo que a maioria de nós é educado, em primeiro lugar - digo "antes de descobrir que isso faz bem pra nossa cabeça" - a praticar a caridade, é PRECISAMENTE porque já descobriram que isso era aceitável e saudável antes de nós. E gente arruma mesmo desculpas bonitas para as coisas que inventamos de ser morais. 

Eu pergunto se alguma civilização agüentaria a Caritas se não houvesse nenhum barato relacionado a ela. Além disso, recordo a todos vocês ateus ímpios e espíritas incultos que a recomendação original era amar ao próximo como a NÓS MESMOS. Até Jesus Cristo reconhece o barato do amor ao próximo e o egoísmo primordial. E reconhece a ponto de recomendar que a gente não saia por aí todo barbudo e com olheira depois do jejum, pra não subir à cabeça - devemos nos contentar com a parte subjetiva da coisa para não abrir espaço para cortarem a nossa dopamina com acusações de hipocrisia.
(O que, devo dizer, é o ensinamento cristão mais sábio :D)


Sigam por onde quiserem com o "altruísmo puro" de vocês. Não tem saída.

Offline Nina

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #135 Online: 06 de Novembro de 2006, 22:53:10 »
Sigam por onde quiserem com o "altruísmo puro" de vocês. Não tem saída.

Disse tudo, amiga!

 :woohoo:
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline FZapp

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #136 Online: 07 de Novembro de 2006, 08:01:09 »
Citar
Mes amours, vocês sabem o que é cocaína?

Eu podia parar por aqui, sabem.

Eu sei. E vc, já experimentou ? Eu sei bem ao que se refere...

Citar
Eu disse em algum momento que era causa?!? A meu ver, qualquer "dose" de dopamina (e de hormônios felizes do gênero) é incentivo suficiente pra gente fazer as coisas. E não tem "comportamento social" que subsista (e, a meu ver, que seja CRIADO) sem incentivo e recompensa químicos.

Eu imagino que sim pode ser uma das causas. Mas o que eu disse é que não podemos reduzir comportamento social ao seu estímulo químico. O que digo é que existem mecanismos sociais que reforçam o comportamento e fazem com que se torne um padrão.

E isso vai além de recompensas imediatas, se torna a retroalimentação ao sistema. Só isso. Me pareceu que estava se esquecendo que agimos, em média, de forma benéfica para as próximas gerações (o que pode também explicar o altruísmo de salvar uma criança num incêndio, por exemplo).






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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #137 Online: 10 de Novembro de 2006, 07:51:55 »
Citação de: mimi
Enfim. E a dopamina, hein? Eu acredito total no poder da dopamina.
Mimi,

Essa discussão sobre livre-arbítrio começou justamente porque eu dizia que aceitar de modo absoluto as conclusões do artigo sobre a dopamina seria aceitar como nulo o livre-arbítrio.  Por isso essa discussão é totalmente pertinente ao assunto.  O artigo diz que a dopamina é agente motivador (causa) da caridade.  Eu defendo que a dopamina é efeito da caridade feita.

Um abraço.

É a história do rato e o botão do prazer... Claro que o prazer é a consequência de apertar o botão, mas por que o rato insiste em apertá-lo?

Ou ainda, por que um ato tão nobre e digno do ser humano em seu livre-arbítrio total, precisaria de uma recompensa?

Atheist

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #138 Online: 10 de Novembro de 2006, 07:54:20 »
Citar
Mes amours, vocês sabem o que é cocaína?

Eu podia parar por aqui, sabem.

Eu sei. E vc, já experimentou ? Eu sei bem ao que se refere...

Citar
Eu disse em algum momento que era causa?!? A meu ver, qualquer "dose" de dopamina (e de hormônios felizes do gênero) é incentivo suficiente pra gente fazer as coisas. E não tem "comportamento social" que subsista (e, a meu ver, que seja CRIADO) sem incentivo e recompensa químicos.

Eu imagino que sim pode ser uma das causas. Mas o que eu disse é que não podemos reduzir comportamento social ao seu estímulo químico. O que digo é que existem mecanismos sociais que reforçam o comportamento e fazem com que se torne um padrão.

E isso vai além de recompensas imediatas, se torna a retroalimentação ao sistema. Só isso. Me pareceu que estava se esquecendo que agimos, em média, de forma benéfica para as próximas gerações (o que pode também explicar o altruísmo de salvar uma criança num incêndio, por exemplo).


Você tem que ver, Catino, que o sistema de recompensa da dopamina é muito anterior ao nosso "contrato social". Ele pode muito bem ter originado o "altruísmo".

Offline FZapp

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #139 Online: 12 de Novembro de 2006, 22:12:10 »
Atheist disse:

Citar
Você tem que ver, Catino, que o sistema de recompensa da dopamina é muito anterior ao nosso "contrato social". Ele pode muito bem ter originado o "altruísmo".

Tem certeza ? Eu não disse que é um contrato social humano.

Eu também li O Gene Egoista :)

Existem sistemas de recompensa assim inclusive entre formigas (sempre falo delas, ah!). Inclusive há uma espécie (acho que de blatídeo, vou reler e relembrar) que imita odores da formiga-rainha e é afagada, alimentada, endeusada... é quase que um mini-Elvis Presley !  :histeria:



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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #140 Online: 13 de Novembro de 2006, 00:40:43 »

Para ilustrar melhor o que eu dizia, lhes ofereço um extrato do excelente livro de Pedro Gálvez, "La Hormiga": http://minuterias.jvmc.net/?q=hormiga_1

Outros títulos de Pedro Gálvez são "Hipatia, una mujer enamorada de la ciencia", "Nerón" e agora un recente best-seller sobre Séneca, "El maestro del emperador".

Não conheço nada publicado en português deste cara. É de Málaga (Espanha), viveu em vários países, mais tempo em Venezuela e Alemania.

Este livro 'La hormiga" sería a apresentação de uma formiga que se autodenomina 'Formica sapiens recens', e deixa um livro de memórias de formiga, onde descreve as façanhas de outras raças de seu mundo.
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Atheist

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #141 Online: 13 de Novembro de 2006, 20:56:26 »
Atheist disse:

Citar
Você tem que ver, Catino, que o sistema de recompensa da dopamina é muito anterior ao nosso "contrato social". Ele pode muito bem ter originado o "altruísmo".

Tem certeza ?

Claro que não! ;)

Atheist

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #142 Online: 02 de Maio de 2007, 09:30:57 »
O assunto do tópico teria alguma contradição com o livre-arbítrio? Por quê?

Offline Nina

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #143 Online: 02 de Maio de 2007, 15:51:21 »
Ora, se fora da caridade não há salvação, então você não tem escolha, meu caro!

:D
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Atheist

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #144 Online: 02 de Maio de 2007, 17:10:17 »
Ora, se fora da caridade não há salvação, então você não tem escolha, meu caro!

:D

Bom, este lema é dos defensores do livre-arbítrio... ou seja, você tem o livre-arbítrio de escolher ser salvo ou não... engraçado isso... bando de masoquistas...

Atheist

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #145 Online: 02 de Maio de 2007, 17:43:37 »
Quem quiser ler o artigo em questão (da primeira página) na íntegra:

http://www.pnas.org/cgi/content/full/103/42/15623

Offline Leafar

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #146 Online: 02 de Maio de 2007, 22:14:50 »
Será que estamos tendo um desentendimento sobre o que significa livre-arbítrio? Eu entendo livre-arbítrio como a capacidade de desejar, pensar e decidir coisas de forma absolutamente ilimitada, até mesmo absurdos. Eu vou desenhar para ver se entendem dessa vez o conceito:

O meu livre-arbítrio me permite desejar bater asas e voar até chegar na Lua. O meu livre-arbítrio me permite pensar nas formas mais ridículas possíveis de fazer isso. E o meu livre-arbítrio me permite decidir ir lá para fora tentar realizar. O livre-arbítrio é ilimitado. Não há o que discutir. Negar isso é ser cego voluntário.

Entretanto, as ações resultantes do meu livre-arbítrio são limitadas pela minha liberdade de ação. Eu desejei, pensei e decidi voar até a Lua. Mas a Lei da Gravidade me impede. Ainda que eu conseguisse sair do chão, ao chegar no espaço não adiantaria bater asas, etc...

O livre-arbítrio é uma função interna inerente ao ser. Já a liberdade de ação é exterior. Interiormente eu posso pensar o que quiser. Mas para exteriorizar, eu tenho limites.

Então, quando a Nina se refere ao "Fora da Caridade não há salvação", isso significa que enquanto o meu livre-arbítrio decidir não ser caridoso (função interna), a minha salvação não virá (limites externos). E isso é sim uma espécie de determinismo que não abala o livre-arbítrio. Reparem que a palavra "Salvação" aqui deve ser entendida no seu sentido figurado.

Um espírito pode decidir interromper sua existência; se suicidar. Mas pode-se impedi-lo de exteriorizar o ato.

Então, acho que está clara a questão do livre-arbítrio como uma função interna. Ou não?

Citação de: Atheist
O assunto do tópico teria alguma contradição com o livre-arbítrio? Por quê?
Talvez você tenha se esquecido, mas já discutimos as conseqüências das suas conclusões sobre o artigo. Vou lhe refrescar a memória:

A causa da prática da caridade tem haver com princípios éticos e morais de cada indivíduo, assim como com as suas respectivas crenças pessoais.

E o estudo está demonstrando de onde vieram tais princípios éticos e morais.

E um dos efeitos da caridade feita seria a liberação da dopamina.  Mas não é o desejo da dopamina que motiva a caridade, até porque poderíamos suprir essa deficiência por outros meios até mais eficientes, como os citados no próprio artigo.

Alguns são viciados em chocolate, outros em outros tipos de doces. Eu, por exemplo, como chocolate mas detesto outro tipo de doces… Retiro minha cota de dopamina do chocolate, não de outro doce. Alguns são viciados em esportes… Realmente há muitas maneiras de se conseguir satisfação.

O caso é que não é algo que você ou qualquer um possa escolher. Se a atitude lhe dá prazer, inconscientemente você voltará a praticar.

Pelo que entendi com o que escreveu, você diz que as pessoas não praticariam a caridade porque acreditam nela, mas simplesmente para satisfazer uma necessidade fisiológica.  É nisso mesmo que você crê?  Ou eu interpretei mal as suas palavras?
Perfeitamente! Eu não creio nisso. Até o momento é isso que se demonstra pelos fatos.

Porque se for isso mesmo, estaríamos reduzidos a simples máquinas sem vontade própria, obedecendo apenas a estímulos químicos que, assim como nos impulsionam quase que mecanicamente a respirar ou a ir ao banheiro, nos estimulariam a sermos bons ou maus, inteligentes ou estúpidos, caridosos ou indiferentes, e assim por diante…  Eu nunca pensei que o materialismo nos reduzisse a tão pouco.

Temos a capacidade de compreender tudo isso e forçar-nos a agir de modo diferente em muitas ocasiões. No entanto, somos animais altamente instintivos, sim. Não é uma questão de reducionsimo, mas de fatos. Aponte evidências contrárias!

Olhe para dentro de você, analisando suas crenças e seus princípios, e responda para si mesmo se, toda vez que você fez alguma caridade espontânea (como por exemplo, dar uma esmola na rua, contribuir para uma instituição, dizer um muito obrigado sincero quando alguém lhe presta um favor, prestar um favor para alguém, perdoar uma ofensa, desculpar um erro ou qualquer outra variação possível da caridade), a sua motivação foi simplesmente fisiológica.  Se você conseguir convencer a si mesmo disso, talvez algum dia consiga convencer a outros.

E como não poderia ser fisiológico? O que há além da fisiologia, da bioquímica, da interação entre moléculas? Mesmo que tal ato tenha sido desencadeado pelo raciocínio lógico que me leve a aceitar que eu tenho responsabilidade ou devo ajudar a alguém, todo esse raciocínio não passou de polarizações e despolarizações de membranas de neurônios em meu cérebro, liberando neurotransmissores.

Até o momento, é isso que temos de evidências, embora não consigamos compreendê-las completamente ainda.

E a questão que fica é: por que não pode ser assim?

Você simplesmente disse que somos máquinas guiadas por desejos e instintos. Eu não concordei e expus os meus argumentos em seguida. Somos livres inclusive para escolher tomar ações contrárias aos nossos desejos, como um viciado que se liberta das drogas.

Você ainda mantém a sua posição, ou seja, que o livre-arbítrio não existe? Mas por favor não confunda livre-arbítrio com liberdade de ação. Não confunda funções internas com limitações externas.

Um abraço.
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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #147 Online: 02 de Maio de 2007, 22:40:54 »
Citar
E o meu livre-arbítrio me permite decidir ir lá para fora tentar realizar
E o seu instinto de sobrevivência?
Citar
Você simplesmente disse que somos máquinas guiadas por desejos e instintos. Eu não concordei e expus os meus argumentos em seguida. Somos livres inclusive para escolher tomar ações contrárias aos nossos desejos, como um viciado que se liberta das drogas.

Você ainda mantém a sua posição, ou seja, que o livre-arbítrio não existe? Mas por favor não confunda livre-arbítrio com liberdade de ação. Não confunda funções internas com limitações externas.

Um abraço.
Pesquise sobre estatísticas. As estatísticas são bem claras quanto se o ser humano é ou não movido por instintos.

Aliás, por exemplo, os piores presos americanos, os estupradores compulsivos explosivos, etc... tem um grau altíssimo de testosterona. Por consciências são pessoas que fazem ações malignas e que tem tais fatores biológicos?

Offline Leafar

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #148 Online: 02 de Maio de 2007, 22:53:34 »
Citação de: Ilovefoxes
E o seu instinto de sobrevivência?
Tem gente que o ignora completamente quando, por exemplo, se suicida. Como é que explica? Na Revista Espírita há o caso de uma pessoa que se jogou de uma ponte para morrer afogado (morte horrível). Onde o instinto de sobrevivência?

Citação de: Ilovefoxes
Pesquise sobre estatísticas. As estatísticas são bem claras quanto se o ser humano é ou não movido por instintos.

Aliás, por exemplo, os piores presos americanos, os estupradores compulsivos explosivos, etc… tem um grau altíssimo de testosterona. Por consciências são pessoas que fazem ações malignas e que tem tais fatores biológicos?
Eu concordo que o instinto existe. Mas o nosso livre-arbítrio é capaz de lutar contra ele, se tivermos uma vontade forte. O homem não é só instintos.
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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Offline FxF

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Re: Fora da caridade não há salvação
« Resposta #149 Online: 02 de Maio de 2007, 23:36:50 »
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Tem gente que o ignora completamente quando, por exemplo, se suicida. Como é que explica? Na Revista Espírita há o caso de uma pessoa que se jogou de uma ponte para morrer afogado (morte horrível). Onde o instinto de sobrevivência?
Agora veja estatísticamente, e não em casos isolados.
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Eu concordo que o instinto existe. Mas o nosso livre-arbítrio é capaz de lutar contra ele, se tivermos uma vontade forte. O homem não é só instintos.
Isso é discutível. As coisas que as pessoas julgam mais importante são as pessoas que amam.
Vamos lá, segundo a teoria de Darwin é facílimo imaginar porque porque um gene que protege os seus semelhantes tem mais chances de sobreviver. Isso traduze-se como amor familiar. Sexo se traduz em amor entre parceiros.
A menos que entenda-se amor como uma coisa mágica e inexplicável, como no meio comum, mas seria superstição.

 

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