"Pergunta: em um contexto geral, quem sente mais a perda de um ente querido, um adolescente de 15 anos de idade quando perde seu pai de 45 anos ou um homem, adulto, já pai de adolescentes e jovens, quando perde seu pai de 80 anos? Por que?".
Perdi meu pai recentemente num acidente de transito, na verdade ele infartou dirigindo e bateu o carro num poste aos 73 anos, tenho certeza que está sendo mais fácil para mim, do que se ele tivesse morrido quando era bem jovem, pois naquela época ele fazia tudo por mim, e agora a situação já estava se invertendo(para os mais jovens: sim, em uma determinada época, nossos pais se tornam nosso filhos)eu como atéia, o que me conforta é saber que fiz a minha parte, tratei-o com respeito, nunca levei à ele nenhum problema meu, sem antes tê-lo resolvido, fiz de tudo para que ele fosse feliz, e saber que ele teve uma vida razoavelmente longa e pôde alcançar todos seus objetivos e que, da forma dele, foi feliz. E ele viverá sim depois da morte: em todas as minhas boas lembranças!
Meus pêsames Athena, eu perdi meu pai praticamente a um mês atrás, acompanhei todo seu sofrimento durante um ano de luta contra o câncer.
Durante esse tempo de tratamento eu tinha esperança de sua recuperação, mas no decorrer do tempo percebi que sua vida estava chegando ao fim, inevitavelmente o câncer o mataria.
Um belo dia o telefone toca e a pessoa o outro lado da linha me diz que ele morreu, eu sabia que ela estava perto do fim, mas mesmo assim levei um choque, as vezes tenho a sensação que ele não morreu, me pego planejando passar na casa dele para assistir um jogo de futebol, como sempre fazia.
Eu tinha um bom relacionamento com ele, eu assim como meu pais sou calado, não converso muito, meu pai nunca me aconselhou em nada, nem nunca me recriminou por fazer algo errado, acho que no fundo ele se envergonhava por ter pisado na bola no passado.
Fiquei triste por perdê-lo, mas o que mais me deixa triste e saber que não tivemos muitos momentos juntos, a convivência pai e filho não foi como deveria, uma parte dessa falha é exclusivamente dele, mas outra é minha.
Espero ter aprendido com os erros de meu pai, e se um dia eu tiver um filho vou tentar não cometer os mesmo erros.
Ele deixou uma filha de 14 anos, que sem dúvida sente a falta do pai, muito mais que eu, espero que ela consiga se recuperar, faço o que posso para ajudar, tenta dar conselhos produtivos, mas sem poetizar a verdade.
Como diz o ditado....
A fila anda...
Abraço.