Autor Tópico: Morte de um ente querido  (Lida 21827 vezes)

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Offline Mussain!

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #150 Online: 20 de Setembro de 2008, 12:44:25 »
"Pergunta: em um contexto geral, quem sente mais a perda de um ente querido, um adolescente de 15 anos de idade quando perde seu pai de 45 anos ou um homem, adulto, já pai de adolescentes e jovens, quando perde seu pai de 80 anos? Por que?".


No caso, o garoto, acho. Porque seu cérebro ainda não vivenciou (E vivenciou, provavelmente, muito misticismo - Daí o "contexto geral") uma vida razoável para assimilar essa perda como parte natural. Já o homem vivenciou alguns casos e é mais provável que interprete como algo mais natural.  Morte e "crenças sobrenaturais" ainda são um tabu brabo. Mas pra falar a verdade depende da cultura. Somos condicionados não só "ao homem", mas a "cultura" local (E a cultura local é feita pelo homem... :hihi:).

Skorpios

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #151 Online: 20 de Setembro de 2008, 15:09:01 »
Quando enfartei e estive na UTI , deu para ver claramente nos olhos de meus filhos (na época com 20 e 15 anos) o choque diante da consciência da mortalidade do pai. Era a primeira vez que percebiam que o velho podia empacotar de uma hora para a outra e que podia ser que não estivesse sempre aí .

Offline Luis Dantas

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #152 Online: 20 de Setembro de 2008, 15:10:45 »
Também acho que os mais jovens sentem mais o impacto.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline VideoMaker

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #153 Online: 25 de Novembro de 2008, 16:40:01 »
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Ora, aí o erro, pois que o Espírito não é uma abstração, é um ser definido, limitado e circunscrito. O Espírito encarnado no corpo constitui a alma. Quando o deixa, por ocasião da morte, não sai dele despido de todo o envoltório. Todos nos dizem que conservam a forma humana e, com efeito, quando nos aparecem, trazem as que lhes conhecíamos.
Como informático, estou habituado a lidar com limitações. Num computador, temos de considerar, por exemplo, a memória e processamento limitados. A Ciência assume que a Natureza tem limites, e desse modo postula Leis. Os limites são muito úteis para aplicações.
 O Espíritos são eternos (não têm início nem fim)?

 Há algum limite no seu número, de acordo com o volume que ocupam e capacidade do lugar onde podem estar?

 Se o Espírito é fonte de inteligência, e o cérebro apenas um instrumento dele, então como se explica mudanças de personalidade e de inteligência quando o cérebro é afectado, como é mostrado na história médica (por exemplo, o caso conhecido de um trabalhador nos caminhos-de-ferros que teve a cabeça trespassada por um ferro)?

Citar
Vimo-la mover-se, levantar-se, dar pancadas, sob a influência de um ou de muitos médiuns. O primeiro efeito inteligente observado foi o obedecerem esses movimentos a uma determinação.
Isso é possível com máquinas, como os robots. São controlados por espíritos?

Citar
Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos.
Então eu posso fazê-lo ao seguir instruções?

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Os efeitos mais simples são a rotação de um objeto, pancadas produzidas mediante o levantamento desse objeto, ou na sua própria substância.
Os objectos só se movem com o médium presente?

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Querendo comunicar-se, o Espírito se serve do órgão que se lhe depara mais flexível no médium. A um, toma da mão; a outro, da palavra; a um terceiro, do ouvido. O médium falante geralmente se exprime sem ter consciência do que diz e muitas vezes diz coisas completamente estranhas às suas idéias habituais, aos seus conhecimentos e, até, fora do alcance de sua inteligência.
Como isso é feito?
 Há alguma espécie de telefone para escolher um Espírito?
 O Espírito entra na pessoa e controla-a? Isso não é perigoso?

Citar
Poder-se- á fazê-la nos termos seguintes, ou outros equivalentes: Rogo a Deus Todo-Poderoso que permita venha um bom Espírito comunicar-se comigo e fazer-me escrever; peço também ao meu anjo de guarda se digne de me assistir e de afastar os maus Espíritos.
Citar
Quando queira chamar determinados Espíritos, é essencial que o médium comece por se dirigir somente aos que ele sabe serem bons e simpáticos e que podem ter motivo para acudir ao apelo, como parentes, ou amigos. Neste caso, a evocação pode ser formulada assim: Em nome de Deus Todo-Poderoso peço que tal Espírito se comunique comigo, ou então: Peço a Deus Todo-Poderoso permita que tal Espírito se comunique comigo; ou qualquer outra fórmula que corresponda ao mesmo pensamento.
Então Deus é uma espécie de central telefónica, e os anjos os fios e sinais?
 Quer dizer, se eu fizer esse pedido neste momento, posso comunicar com um Espírito? Posso pedir que Aristóteles me fale do seu livro sobre o riso, a Fermat que me explique o seu último teorema, que Hispácia me descreva a Biblioteca de Alexandria e os seus conteúdos e da Matemática do seu tempo, que Platão fale da sua Filosofia, etc. ?
 Não posso comunicar com um mau espírito (seja o que isso queira dizer)?


 Desculpem-me, mas pelo que li nesse livro, não encontro qualquer evidência para a existência de espíritos. Pelo contrário, encontro uma imensidão de ideias com conveniências que evitam tal confronto e inconsistências com ideias aplicadas com muito sucesso, nomeadamente por mim (por exemplo, na Informática).

 Já indiquei as condições para dar crédito ao Espiritismo, e acho-as justas e aceitáveis. Para provar que algo existe, basta um exemplo, mas a condição de provar que algo não existe é dificílimo e pode até ser impossível, por isso existe o ónus da prova.
 Pergunto: se os Espíritos existem, o que podemos prever que aconteça em determinado momento ou acção? E se os Espíritos não existem, o que aconteceria? Esse tipo de perguntas é uma necessidade na Ciência para formular Teorias, tal como as que permitem prever acontecimentos astronómicos e localizar astros que ainda não foram descobertos. O Espiritismo pode fazer algo semelhante?

 Não há evidência, não é facto.



Pois é conselheiro, vejo que ficou muitas duvidas depois de ter passado "a vista" no tal livro. E esta deveria ser respondida. Talvez por alguém com mais paciência e mais letrado.
Coisas do tipo: O Espírito entra na pessoa e controla-a? Isso não é perigoso?.... Que já nem mais deveriam fazer partes dos questionamentos é que fazem perder o gosto por responder.
A literatura espírita e não espírita também esta cheia de casos, alguns documentados sobre a inquestionável identificação daquele que se diz morto.
Mas também cansa ficar lutando contra coisas do tipo: Isso é uma evidencia anedota... Como se gritar e repetir aos quatro cantos esta frase fosse resolver todo o problema.
Tenho participado pouco de fóruns ateus por não vê mais novidades. É sempre a mesma coisa.
Os cientistas que estudaram os fenômenos no século dezenove eram enganados ou não eram cientistas. Os que agora estudam NÃO SERVEM, pois não saem em revistas cientificas. E por ai vai...
É pretensão habitual do cético ver melhor que os demais.

Offline Contini

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #154 Online: 25 de Novembro de 2008, 17:10:00 »
Ué... se não seguirem o metodo cientifico não dá pra separar crendiçe e enganação de fenomenos reais...
Evidencias anedotas realmente não servem pra nada....isso incomoda os religiosos que dependem desse tipo de "evidencia" para tentar provar suas crenças.

Ficou bem claro que não existem evidencias da existencia de algo como o "espirito", ninguem até hoje apresentou evidencias disto.
"A idade não diminui a decepção que a gente sente quando o sorvete cai da casquinha"  - anonimo

"Eu não tenho medo de morrer, só não quero estar lá quando isso acontecer"  - Wood Allen

    “O escopo da ciência é limitado? Sim, sem dúvida: limitado a tratar daquilo que existe, não daquilo que gostaríamos que existisse.” - André Cancian

Offline VideoMaker

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #155 Online: 02 de Fevereiro de 2009, 15:49:06 »
Ué... se não seguirem o metodo cientifico não dá pra separar crendiçe e enganação de fenomenos reais...
Evidencias anedotas realmente não servem pra nada....isso incomoda os religiosos que dependem desse tipo de "evidencia" para tentar provar suas crenças.

Ficou bem claro que não existem evidencias da existencia de algo como o "espirito", ninguem até hoje apresentou evidencias disto.


Felizmente esta é uma avaliação restrita a quem insiste em não querer crer.
As experiencias neste campo foram feitas, e ainda as são.
É pretensão habitual do cético ver melhor que os demais.

Offline Contini

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #156 Online: 02 de Fevereiro de 2009, 16:39:24 »
Ué... se não seguirem o metodo cientifico não dá pra separar crendiçe e enganação de fenomenos reais...
Evidencias anedotas realmente não servem pra nada....isso incomoda os religiosos que dependem desse tipo de "evidencia" para tentar provar suas crenças.

Ficou bem claro que não existem evidencias da existencia de algo como o "espirito", ninguem até hoje apresentou evidencias disto.


Felizmente esta é uma avaliação restrita a quem insiste em não querer crer.
As experiencias neste campo foram feitas, e ainda as são.
Sim, concordo com voce, a "existencia" de espiritos só mesmo pela fé! Afinal foram feitas experiencias....As feitas corretamente (metodo cientifico) não mostram evidencia de algo como espirito.
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Offline Lordakner

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #157 Online: 02 de Fevereiro de 2009, 16:52:42 »
Ué... se não seguirem o metodo cientifico não dá pra separar crendiçe e enganação de fenomenos reais...
Evidencias anedotas realmente não servem pra nada....isso incomoda os religiosos que dependem desse tipo de "evidencia" para tentar provar suas crenças.

Ficou bem claro que não existem evidencias da existencia de algo como o "espirito", ninguem até hoje apresentou evidencias disto.


Felizmente esta é uma avaliação restrita a quem insiste em não querer crer.
As experiencias neste campo foram feitas, e ainda as são.

Tem gente com tempo...
“Ante a imagem de Augusto César Sandino e Ernesto Che Guevara, ante a recordação dos heróis e mártires da Nicarágua, da América Latina e de toda a humanidade, ante a história, coloco minha mão sobre a bandeira vermelha e negra, o que significa Pátria Livre ou Morrer."

Offline Gaúcho

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #158 Online: 02 de Fevereiro de 2009, 17:54:42 »
Ué... se não seguirem o metodo cientifico não dá pra separar crendiçe e enganação de fenomenos reais...
Evidencias anedotas realmente não servem pra nada....isso incomoda os religiosos que dependem desse tipo de "evidencia" para tentar provar suas crenças.

Ficou bem claro que não existem evidencias da existencia de algo como o "espirito", ninguem até hoje apresentou evidencias disto.


Felizmente esta é uma avaliação restrita a quem insiste em não querer crer.
As experiencias neste campo foram feitas, e ainda as são.

Ninguém aqui quer crer, queremos saber. :)
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline rafael d

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #159 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 18:23:14 »
na minha opiniao existe alguma coisa depois da morte, acho que todas as pessoas devem admitir isso, que existe algo que esta fora do nosso senso de possivel e impossivel. como que do nada pode surgir o tudo? o que seria o nada? essas ideias nossa mente nao consegue raciocinar. Dessa forma eu realmente acredito que assim como tem algo sobrenatural que antecede o universo, existe algo sobrenatural que sucede a vida.
entretanto levo minha vida como se apos a morte nao houvesse nada (o que é o nada mesmo afinal?), dessa forma tento apoveitar minha vida ao maximo.
Nunca perdi alguem realmente proximo, entretanto, quando alguem conhecido falece, procuro me lembrar de como aquela pessoa aproveitou sua vida aqui na terra, e dessa forma tentar eterniza-lo, pelomenos na minha mente.

Offline Wolfischer

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #160 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 22:50:31 »
"Pergunta: em um contexto geral, quem sente mais a perda de um ente querido, um adolescente de 15 anos de idade quando perde seu pai de 45 anos ou um homem, adulto, já pai de adolescentes e jovens, quando perde seu pai de 80 anos? Por que?".

Sem dúvida o jovem sente mais. Primeiro porque ele mesmo não chegou a uma maturidade e acúmulo de vivências que poderiam lhe dar alguma serenidade sobre o evento. Depois, porque a vida do pai também não chegou até onde se imaginava normal.
Perdi meu pai, que tinha 70 anos quando eu estava para fazer 45, perto portanto da situação da pergunta.
Ele teve uma vida cheia de altos e baixos, nos últimos anos compensou muito de que fez de errado a vida toda (não corrigiu, mas fez coisas boas para muita gente). Isso deixou a impressão de uma vida que já tinha valido a pena. E eu já estava numa posição de aceitar um fato duro mas normal da vida.

Offline Anne

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #161 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 23:13:59 »
Crentes ou não a dor de perda é a mesma. O q eu não entendo, é porq os crentes choram, lamentam e dependendo do grau de parentesco (sendo um filho poe ex.) cometem inclusive o suicídio, pois já q têem tanta certeza q deus existe, deveriam ficar felizes pelas pessoas q amam irem de encontro ao "todo poderoso" (q piada). Meditando nesses termos, cheguei a conclusão (mesmo não sendo psiquiatra),  d q os crentes além de sofrer de esquizofrenia, são também muito invejosos.  :olheira: :olheira: :olheira:










 :histeria:

Offline Lua

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #162 Online: 15 de Fevereiro de 2009, 00:08:26 »

A aceitação da perda de um ente querido é mais complexa do que se pode imaginar. O simples fato de acreditar que essa pessoa irá para um lugar melhor ou que ficará ao lado de deus é insuficiente para apaziguar a dor daqueles que conviviam com o falecido. Freud afirmava que o luto é um processo longo e doloroso, que só será resolvido intimamente quando a pessoa que o sente encontrar objetos que possam substituir aquele que se perdeu (o ente querido que faleceu). No caso dos religiosos (cristãos, no caso), esse substituto é encontrado na idéia de que existe um deus que realiza sua vontade e que oferecerá um bom lugar àquele que faleceu. 

Quem perde um ente querido pode entrar em depressão profunda por não conseguir um substituto para o motivo do seu luto. Pode também sofrer episódios de dor psíquica intensa, uma vez que a mente não absorve a idéia da perda, apesar de saber que ela ocorreu. Para Freud, o luto deve ser vivido por toda e qualquer pessoa até que seja encontrado o objeto de substituição, que acabará por despertar a consciência da morte e sua absorção pelo inconsciente do indivíduo.

A fé não substitui o ente querido que se foi: sua função é apresentar um consolo, uma certeza que acalme a mente e dê segurança acerca do 'destino' de quem partiu. Crentes ou não, a dor da perda é universal e certamente um dos piores sentimentos que afetam um ser humano. Quanto aos que cometem suicídio, seria interessante avaliar se o vivenciamento do luto não acabou por tornar-se um distúrbio, uma dor incontrolável e que não encontra alívio em nada que existe. Para certas dores, nem sempre a fé é capaz de amenizá-las.

Ninguém, de religião alguma, está imune à dor da perda. Obviamente, pessoas reagem diferente à situações iguais. Uns aceitam o fato, outros não. E para muitos, a fé é um pilar fundamental para suportar a dor de saber que o outro não mais existe, exceto em sua memória. :)



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Offline Anne

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #163 Online: 19 de Fevereiro de 2009, 01:39:55 »


E vc tem razão, a fé religiosa não substitui nada, muito menos a perda.

Offline Athena

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #164 Online: 19 de Fevereiro de 2009, 02:50:46 »
"Pergunta: em um contexto geral, quem sente mais a perda de um ente querido, um adolescente de 15 anos de idade quando perde seu pai de 45 anos ou um homem, adulto, já pai de adolescentes e jovens, quando perde seu pai de 80 anos? Por que?".

Perdi meu pai recentemente num acidente de transito, na verdade ele infartou dirigindo e bateu o carro num poste aos 73 anos, tenho certeza que está sendo mais fácil para mim, do que se ele tivesse morrido quando era bem jovem, pois naquela época ele fazia tudo por mim, e agora a situação já estava se invertendo(para os mais jovens: sim, em uma determinada época, nossos pais se tornam nosso filhos)eu como atéia, o que me conforta é saber que fiz a minha parte, tratei-o com respeito, nunca levei à ele nenhum problema meu, sem antes tê-lo resolvido, fiz de tudo para que ele fosse feliz, e saber que ele teve uma vida razoavelmente longa e pôde alcançar todos seus objetivos e que, da forma dele, foi feliz. E ele viverá sim depois da morte: em todas as minhas boas lembranças!
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Offline Lua

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #165 Online: 28 de Fevereiro de 2009, 01:03:18 »
"Pergunta: em um contexto geral, quem sente mais a perda de um ente querido, um adolescente de 15 anos de idade quando perde seu pai de 45 anos ou um homem, adulto, já pai de adolescentes e jovens, quando perde seu pai de 80 anos? Por que?".

Perdi meu pai recentemente num acidente de transito, na verdade ele infartou dirigindo e bateu o carro num poste aos 73 anos, tenho certeza que está sendo mais fácil para mim, do que se ele tivesse morrido quando era bem jovem, pois naquela época ele fazia tudo por mim, e agora a situação já estava se invertendo(para os mais jovens: sim, em uma determinada época, nossos pais se tornam nosso filhos)eu como atéia, o que me conforta é saber que fiz a minha parte, tratei-o com respeito, nunca levei à ele nenhum problema meu, sem antes tê-lo resolvido, fiz de tudo para que ele fosse feliz, e saber que ele teve uma vida razoavelmente longa e pôde alcançar todos seus objetivos e que, da forma dele, foi feliz. E ele viverá sim depois da morte: em todas as minhas boas lembranças!

Athena, meus pêsames pelo seu pai. E a sensação que você menciona é reconfortante: foi a mesma que senti quando minha avó faleceu, há quase um ano.

Quanto à sua pergunta... Por alguma razão, penso que o sofrimento é maior para o mais jovem. O papel de um pai é necessário à formação do indivíduo e, por mais que se negue, sua ausência acaba gerando traumas ou sentimentos de frustração. Sempre parece faltar algo. Um filho de 45 que perde o pai aos 80 anos vivenciou sua presença durante os anos em que precisava de orientação e cuidados. Teve nele um referencial de ser humano, de pai, de amigo (em muitos casos). Penso que sua aceitação da morte seja mais tranquila por isso: o papel do pai foi devidamente ocupado e existe a consciência de que a morte é o fim para todos, principalmente para aqueles que viveram até uma certa idade.

Como disse, os jovens que perdem pais cedo deixam um espaço vazio em suas vidas. Alguns conseguem superar a perda e carregar as lembranças da convivência que tinham. No entanto, outros se mantém atrelados à um referencial que não mais existe e permanecerão com um espaço vazio entre seus referenciais de amor e cuidado.

À parte isso, não acho difícil que possa haver inversão dos papéis.  :ok:
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Offline Athena

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #166 Online: 01 de Março de 2009, 11:17:33 »
"Pergunta: em um contexto geral, quem sente mais a perda de um ente querido, um adolescente de 15 anos de idade quando perde seu pai de 45 anos ou um homem, adulto, já pai de adolescentes e jovens, quando perde seu pai de 80 anos? Por que?".

Perdi meu pai recentemente num acidente de transito, na verdade ele infartou dirigindo e bateu o carro num poste aos 73 anos, tenho certeza que está sendo mais fácil para mim, do que se ele tivesse morrido quando era bem jovem, pois naquela época ele fazia tudo por mim, e agora a situação já estava se invertendo(para os mais jovens: sim, em uma determinada época, nossos pais se tornam nosso filhos)eu como atéia, o que me conforta é saber que fiz a minha parte, tratei-o com respeito, nunca levei à ele nenhum problema meu, sem antes tê-lo resolvido, fiz de tudo para que ele fosse feliz, e saber que ele teve uma vida razoavelmente longa e pôde alcançar todos seus objetivos e que, da forma dele, foi feliz. E ele viverá sim depois da morte: em todas as minhas boas lembranças!

Athena, meus pêsames pelo seu pai. E a sensação que você menciona é reconfortante: foi a mesma que senti quando minha avó faleceu, há quase um ano.

Quanto à sua pergunta... Por alguma razão, penso que o sofrimento é maior para o mais jovem. O papel de um pai é necessário à formação do indivíduo e, por mais que se negue, sua ausência acaba gerando traumas ou sentimentos de frustração. Sempre parece faltar algo. Um filho de 45 que perde o pai aos 80 anos vivenciou sua presença durante os anos em que precisava de orientação e cuidados. Teve nele um referencial de ser humano, de pai, de amigo (em muitos casos). Penso que sua aceitação da morte seja mais tranquila por isso: o papel do pai foi devidamente ocupado e existe a consciência de que a morte é o fim para todos, principalmente para aqueles que viveram até uma certa idade.

Como disse, os jovens que perdem pais cedo deixam um espaço vazio em suas vidas. Alguns conseguem superar a perda e carregar as lembranças da convivência que tinham. No entanto, outros se mantém atrelados à um referencial que não mais existe e permanecerão com um espaço vazio entre seus referenciais de amor e cuidado.

À parte isso, não acho difícil que possa haver inversão dos papéis.  :ok:

Obrigada Lua!
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Offline Shinigami-Ateu

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #167 Online: 10 de Março de 2009, 13:36:13 »
"Pergunta: em um contexto geral, quem sente mais a perda de um ente querido, um adolescente de 15 anos de idade quando perde seu pai de 45 anos ou um homem, adulto, já pai de adolescentes e jovens, quando perde seu pai de 80 anos? Por que?".

Perdi meu pai recentemente num acidente de transito, na verdade ele infartou dirigindo e bateu o carro num poste aos 73 anos, tenho certeza que está sendo mais fácil para mim, do que se ele tivesse morrido quando era bem jovem, pois naquela época ele fazia tudo por mim, e agora a situação já estava se invertendo(para os mais jovens: sim, em uma determinada época, nossos pais se tornam nosso filhos)eu como atéia, o que me conforta é saber que fiz a minha parte, tratei-o com respeito, nunca levei à ele nenhum problema meu, sem antes tê-lo resolvido, fiz de tudo para que ele fosse feliz, e saber que ele teve uma vida razoavelmente longa e pôde alcançar todos seus objetivos e que, da forma dele, foi feliz. E ele viverá sim depois da morte: em todas as minhas boas lembranças!

Meus pêsames Athena, eu perdi meu pai  praticamente a um mês atrás, acompanhei todo seu sofrimento durante um ano de luta contra o câncer.
Durante esse tempo de tratamento eu tinha esperança de sua recuperação, mas no decorrer do tempo percebi que sua vida estava chegando ao fim, inevitavelmente o câncer o mataria.
Um belo dia o telefone toca e a pessoa o outro lado da linha me diz que ele morreu, eu sabia que ela estava perto do fim, mas mesmo assim levei um choque, as vezes tenho a sensação que ele não morreu, me pego planejando passar na casa dele para assistir um jogo de futebol, como sempre fazia.
Eu tinha um bom relacionamento com ele, eu assim como meu pais sou calado, não converso muito, meu pai nunca me aconselhou em nada, nem nunca me recriminou por fazer algo errado, acho que no fundo ele se envergonhava por ter pisado na bola no passado.
Fiquei triste por perdê-lo, mas o que mais me deixa triste e saber que não tivemos muitos momentos juntos, a convivência pai e filho não foi como deveria, uma parte dessa falha é exclusivamente dele, mas outra é minha.
Espero ter aprendido com os erros de meu pai, e se um dia eu tiver um filho vou tentar não cometer os mesmo erros.

Ele deixou uma filha de 14 anos, que sem dúvida sente a falta do pai, muito mais que eu, espero que ela consiga se recuperar, faço o que posso para ajudar, tenta dar conselhos produtivos, mas sem poetizar a verdade.

Como diz o ditado....
A fila anda...
Abraço.
"Por que temer a morte? Enquanto eu sou, a morte não é; e, quando ela for, eu já não serei. Por que deveria temer o que não pode ser enquanto sou?”.

Offline Contini

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #168 Online: 10 de Março de 2009, 14:17:30 »
"Espero ter aprendido com os erros de meu pai, e se um dia eu tiver um filho vou tentar não cometer os mesmo erros."
Pra mim, só isso já deu um sentido importante para esse tragico acontecimento, não foi uma morte em vão...
"A idade não diminui a decepção que a gente sente quando o sorvete cai da casquinha"  - anonimo

"Eu não tenho medo de morrer, só não quero estar lá quando isso acontecer"  - Wood Allen

    “O escopo da ciência é limitado? Sim, sem dúvida: limitado a tratar daquilo que existe, não daquilo que gostaríamos que existisse.” - André Cancian

Offline Shinigami-Ateu

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #169 Online: 10 de Março de 2009, 16:24:15 »
"Espero ter aprendido com os erros de meu pai, e se um dia eu tiver um filho vou tentar não cometer os mesmo erros."
Pra mim, só isso já deu um sentido importante para esse tragico acontecimento, não foi uma morte em vão...
"Example is not the main thing in influencing others. It is the only thing."
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Offline Athena

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #170 Online: 25 de Março de 2009, 13:08:09 »
Não resisto em comentar...
Citei neste tópico que meu pai faleceu à aproximadamente uns dois meses atrás, ontem o cão dele(fidelíssimo, por sinal) brincou o dia todo, e no final da tarde, deitou e morreu simplesmente. Foi umas das coisas mais esquisitas que vi, já que era um cão novo e saudável. É claro que ele nos primeiros dias nem queria  alimentar, mas depois de uns dias ele voltou a se alimentar. Será que a fidelidade dele foi ao extremo, de morrer de tristeza?
Já ouvi relatos de casos parecidos, de cães, papagaios e até cônjuges que morrem depois de um tempo, mas achei que era balela. Agora não tenho mais essa certeza.
Você nasce sem pedir e morre sem querer.
Aproveite o intervalo!

Offline Thanatos

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #171 Online: 25 de Março de 2009, 16:06:39 »
Com certeza, o adolescente acaba sofrendo mais pela perda do pai. Digo por experiência própria, pois perdi o meu com 14 anos. :(

Na época, ouvi todos os tipos de confortos misticóides possíveis ("Ele está no Céu", "Ele está num plano maior", "Ele sempre nos acompanhará e nos vigiará de onde estiver"), e que, de certa forma confortaram um pouco naquela época.


Hoje já estou com 21 e sei que faltou uma presença paterna no decorrer da minha adolescência (vivo eu, minha irmã e minha mãe, então...), então tive que me manter psicologicamente sozinho sem essa figura. Com um pouco de sofrimento, mas consegui. Mas também tive que amadurecer mais cedo, não por causa de trabalho nem nada, mas por ser a única figura masculina na casa, sabe... Família com alguns conceitos tradicionais ainda  :)

Só acredito que, com essa idade, precisa um pouco de autocontrole (ou auto-controle?) psícológico, senão a pessoa pode piorar bastante ou cair no papo de alguns tipos de religiões...

(Eu meio que pulei pra muitas religiões nessa época, mas nunca realmente acreditei :hihi: Agora vejo que não preciso delas.)
« Última modificação: 25 de Março de 2009, 16:13:46 por Thanatos »
"Por mais longa que seja nossa existência temos nossas lembranças - pontos no tempo que o próprio tempo não consegue apagar. O sofrimento pode deturpar meus vislumbres do passado, mas mesmo diante do sofrimento algumas lembranças se recusam a perder seja o que for de sua beleza ou de seu esplendor. Pelo contrário,elas permanecem sólidas como pedras preciosas."
- Anne Rice

Offline Kratos

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #172 Online: 27 de Março de 2009, 14:41:55 »
Quase todos enterros os teístas sofrem mais, se desesperam, no fundo sabem que têm apenas uma profunda  necessidade de acreditar, mas quando deparado com a morte de alguém querido, se desespera, (talvez único momento lúcido) muitas vezes decepecionam-se por deus não ter protegido a pessoa querida.

Ateu chora o momento, mas já é sabido que era inevitável, portanto conforma-se, vive da lembrança e exemplo.
« Última modificação: 27 de Março de 2009, 14:48:41 por Kratos »
"Não é o bastante ver que um jardim é bonito sem ter que acreditar também que há fadas escondidas nele?"

Douglas Adams (1952-2001)

Offline Tupac

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #173 Online: 27 de Março de 2009, 21:23:16 »
Citar
Quase todos enterros os teístas sofrem mais, se desesperam, no fundo sabem que têm apenas uma profunda  necessidade de acreditar, mas quando deparado com a morte de alguém querido, se desespera, (talvez único momento lúcido) muitas vezes decepecionam-se por deus não ter protegido a pessoa querida.
O que não deixa de ser ironico e ou hipocrita. Vivem dando as boas novas do paraiso e em vez de fazer festa quando estão de partida pra lá, esperneiam querendo ficar, ou que quem foi volte...

"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida."
 - Carl Sagan

"O que é afirmado sem argumentos, pode ser descartado sem argumentos." - Navalha de Hitchens

Offline Moro

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Re: Morte de um ente querido
« Resposta #174 Online: 27 de Março de 2009, 22:53:55 »
alguém aqui perdeu o pai com menos de 14 anos?
Gostaria de entender essa brecha... acho que se tivesse perdido meu pai com essa idade hoje teria uma visão gloriosa dele, porque acho que nesses casos a mente escolhe se fixar na perda através do foco nas coisas boas que aconteceram...

“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

 

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