Entre outras coisas, é a única alternativa verdadeira à indiferença. Julgamento é uma parte natural do processo de comunicação e aceitação das outras pessoas e não deveria ser visto como algum tipo de comportamento vergonhoso.
Discordo. Não vejo o julgamento, enquanto juizo moral que era o caso, como única alternativa à indiferença. O que nos convida à reflexão pode ser ponderado, tido em conta, analisado sob multiplas perspectivas e mesmo assim não ser objecto de um julgamento. Estivemos por acaso indiferentes?
Principalmente quando é enunciado abertamente em vez de mantido oculto.
Públicas virtudes, vícios privados?

Nos fechar em pequenos grupos, tribos e clubinhos de acordo com nossas noções do que seja ou não aceitável me parece muito com uma fuga, me lembra da clássica figura da avestruz que enterra a cabeça na areia.
Nada obriga a isso. Mas quando lá fora a moral vigente nos castra qual o problema em procurar viver num espaço mais restrito? Será fuga ou resguardo?
Todas as ideias revolucionárias cresceram em submundos esconsos. Ganharam corpo, criaram voz e foram ouvidas.
Isso assustará muitos, particularmente aqueles que se sentem felizes no status quo. A mim dá-me alento.
Pelo menos desde a época das grandes navegações já não é mais possível fingir que o resto do mundo não existe. Se não cuidarmos de buscar entendimento verdadeiro e aparar as arestas dos choques culturais desde já, podemos não estar preparados quando a escolha já não for nossa.
Choques culturais evitam-se respeitando as diferenças e não calando-as. O aspecto mais negativo da globalização é essa ideia de uma cultura global, universal redutora de diferenças. Igualdade na diversidade - já deves ter ouvido falar.
O problema surge quando ficamos impossibilitados de escolher. Liberdade é poder escolher. Democracia é respeitar a escolha.