O presente não é uma ilusão, mas é só o que existe. O passado não existe mais, passou. E o futuro ainda está por vir.
Quando observamos as estrelas, podemos dizer que elas existem?
O presente é inacessível.
Tudo o que poderia ser considerado um registro do presente (aquilo que existe) já foi registrado como passado porque sempre há um "delay" entre o que acontece e o que é registrado (objetivamente) ou percebido (subjetivamente). Assim como a luz das estrelas demoram anos para chegar, a luz refletida de tudo que nos cerca também demora pentelhésimos de pentelhésimos de segundo para sensibilizar uma máquina fotográfica ou a retina. Isso vale para todos os sentidos. O que tocamos, por exemplo, é a percepção do que já foi.
Em nossa galaxia e mesmo em algumas bem próximas, o tempo percorrido pela luz é, no mais das vezes, desprezível mesmo se considerarmos o pequeno tempo de vida das estrelas mais massivas conhecidas.
Os 100K anos que a luz leva para ir de uma extremidade a outra da galáxia ainda são só uns 5% da vida da estrela com menor 'expectativa de vida', aquelas de maior massa. Mas é claro que estrelas bem próximas do fim da vida podem não existir mais, mesmo se estiverem relativamente próximas daqui (Eta Carinae já pode ter explodido, nalgum momento entre uns 8000 anos atrás e o presente, acho eu).
Porem estrelas nessas condições são raras. Diria que quase todas, senão todas as estrelas que se veem a olho nu ou com binóculo ainda estão a brilhar.
Finalmente existem estrelas cujo tempo de vida ultrapassa a idade do universo (uns 14G anos). Estrelas de tipo espectral K, M e L duram bem mais que isso - o universo não é suficientemente velho para que nenhuma delas tenha 'morrido' ainda!