Tive uma aula sobre as hipóteses de surgimento da vida segunda-feira. Meu professor é meio...suspeito. Joga falácias para atacar os dois lados, ateísta e teísta. Nessa última aula, ele colocou em pé de igualdade a hipótese criacionista e a de Oparin. Até que ponto devemos julgá-las igualmente por não serem "comprovadas"?
Acho que provavelmente só até aí. Só navalha de Occam já faz um bom estrago contra a idéia de um super-cara totalmente incógnito, criando a vida de alguma forma misteriosa, por algum motivo desconhecido, versus coisas reais, existentes, como reações químicas, como essas que compõem, ou
são, a vida, ocorrendo em alguma situação que favorecesse o surgimento de uma "reação auto-catalizadora". Química versus mágica.
Acho que pode comparar essa comparação com a ignorância sobre como funciona um computador de última geração, e as hipóteses: 1- mágica; 2- deve ser em algo parecido com uma calculadora, mas não sabemos ainda ao certo.
Por outro lado, se fosse eu, retrucaria que tanto a calculadora quanto o computador foram projetados, se for para recorrer a sofismas sacanas

Fora isso, num sentido mais abrangente, de aceitação de certos fatos tidos como consensuais, como big-bang e que os seres vêm de outros seres, evoluindo a partir de um ancestral comum universal (em vez de surgirem feito pop-ups do nada), a "hipótese de Oparin", no sentido de origem química, natural, da vida, pode ser dada como "comprovada". Não é bem "comprovada", mas a única possibilidade lógica diante dos fatos que se costuma aceitar.
Pode parecer inocência minha, mas sempre achei que a ciência tivesse um certo crédito por, além de ter nos dado praticamente tudo que temos hoje, corrigir-se com o tempo e buscar sempre a verdade.
Como o Manhattan disse, o maior diferencial é essa testabilidade mais indiscutível. Porque os religiosos também poderiam dizer que a religião "nos deu tudo que temos hoje, corrige-se com o tempo, e busca sempre a verdade"...
